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Independentemente de sua natureza, a dor está diretamente relacionada a fatores psicológicos importantes do indivíduo. Além do limiar de dor, a forma como encaramos o problema pode potencializá-lo gerando reações físicas mais intensas. Por isso, a conduta do aluno com dor pode ser diferente.

Segundo a Associação Internacional de Estudos da Dor (IASP), a dor é a experiência sensória e emocional desagradável associada a uma real ou potencial ameaça do organismo. É um sistema de defesa, que busca restabelecer o equilíbrio perdido ou um alerta, para que o indivíduo se retire de zonas de risco.

Para compreender a dor humana é preciso que, além de identificar a natureza física do agente causador, sejam discriminados os fatores psicológicos situacionais que alteram a sua percepção, o que é um evento individual e pessoal.

Uma lesão promove a dor periférica, de fora para dentro, e a consciência registra no cérebro a representação do local lesado.

Essa representação pode ganhar autonomia diante do indivíduo, destacando-se diante de outras competências e enfraquecendo-o. A dor não está mais só na área periférica, agora ela está na representação do próprio indivíduo.

Como dizia Carlos Drummond de Andrade: ‘A dor é inevitável, o sofrimento é opcional.”

Como podemos tornar essa dor opcional?

Associado ao tratamento correto para a causa da dor real, o sofrimento pode ser minimizado quando o indivíduo se torna consciente da representação exagerada da dor e deixa de enfraquecer-se perante a isso, criando uma resposta construtiva.

A atividade física é uma grande aliada na promoção da saúde e na construção da postura ativa do indivíduo, tornando-o o principal responsável pelo bem-estar.

O Método Pilates é uma técnica muito respeitosa com o movimento humano, estimula a consciência corporal e o desenvolvimento de dentro para fora. Restabelecemos a relação com nosso eu interior.

E por essas e outras razões é muito recomendado para o tratamento de dores e processos de reabilitação.

Mas gostaria de chamar a atenção aqui sobre a forma com que cada indivíduo faz a leitura e a atuação do Método em suas vidas. Alguns o enxergam como prática de exercícios, outros como meio de reabilitação, outros como a prática que lhe dá sustentação para a realização de outros esportes e, a minoria, como filosofia de vida.

Talvez pelo fato de que hoje em dia o Método vem sendo apresentado de forma distante de sua história e essência, tornando-se, às vezes, extremamente técnico.

Nos casos de reabilitação ou mesmo promoção da saúde de um cliente com dor, a tendência é o instrutor superproteger o praticante, impedindo-o que mexa nos equipamentos, que pegue os próprios acessórios, que encaixe as molas nos próprios pés, entre outras coisas.

Porém, todos esses processos poderiam promover a resposta construtiva perante os problemas e limitações que falamos anteriormente.

Joseph Pilates ensinava sua técnica de acordo com as necessidades dos corpos que estavam a sua frente, porém, sempre de forma vigorosa, ativa e dinâmica.

Os processos de cuidado com as dores também podem ter essa característica, tornando o praticante responsável pelo seu processo de melhora.

A motivação vem a partir da conduta do professor. São condutas de trabalho que adotei há alguns anos e que, de fato, melhoraram a percepção de dor dos meus clientes e os tornaram mais ativos e conscientes. Veja algumas dicas abaixo:

A recepção do cliente no studio

De forma muito alegre e positiva, receba-os perguntando como se sentem no dia de hoje.

Independente da conduta do aluno com dor, não enfatize a dor, perguntando: “Oi tudo bem? Como está a sua dor hoje?”, ou “ Como está a sua coluna hoje?”. Isso o fará valorizar a dor e tornará essa a principal razão para estar ali.

A instrução dos movimentos

Adaptações são sempre necessárias. Além disso, a desenvoltura em aula de um indivíduo com dor pode ser inconstante.

Procure orientá-lo dando alternativas de adaptações a ele, observando como ele escolhe se movimentar e como aquele corpo responde àquela adaptação.

Dê a ele a ferramenta para explorar suas potencialidades e respeitar suas limitações com consciência corporal. O instrutor, é claro, auxiliará nessas escolhas, quando percebe que o mesmo ainda não está consciente disso.

O reforço positivo é uma excelente técnica comportamental de Skinner. Valorize as pequenas conquistas, estabeleça prioridades no processo de melhora e proponha desafios alcançáveis.

Nas dificuldades, mostre que é um caminho a ser percorrido, trabalhe sua ansiedade.

Oriente-o buscando caminhos neuromusculares sem bloqueios. Por exemplo, evite utilizar a palavra NÃO. “Não abra as costelas” ou “Não relaxe os abdominais”.

Essas informações não constroem o caminho neuromuscular de forma eficiente e transmitem a sensação de incompetência ao praticante. Você pode optar por: “Mantenha a conexão dos músculos abdominais e sinta suas costelas se aproximando o centro do seu corpo”

A postura perante o ambiente do studio

Por que impedir o praticante de tocar nas molas, de montar e desmontar uma máquina? Torne-o responsável e desenvolva nele a gratidão por aquele momento de cuidado com a saúde integral.

Prepare previamente o ambiente e permita que o cliente posicione e retire as próprias molas nos pés, que suba e desça sua barra de pés, que troque a mola quando sentir necessidade. O instrutor deve estar sempre junto, educando, facilitando e certificando-se da segurança.

Não podemos nos esquecer de que, antes de instrutores de Pilates, somos educadores do movimento.

Essa atitude contribui com o cliente, fazendo com ele novamente se perceba ativo durante o processo.

Conclusão

A conduta do aluno com dor muda, e às vezes é difícil lidar com um humor ruim.

Joseph Pilates dizia: “Condicionamento físico é o requisito número um para nossa felicidade.

Nossa interpretação de condicionamento físico é a obtenção e manutenção de um corpo uniformemente desenvolvido com uma mente sã, plenamente capaz de desempenhar nossas muitas e variadas atividades diárias com naturalidade, facilidade, satisfação e prazer espontâneo.”.

Por isso, é dever do instrutor orientar sobre atitudes saudáveis em todos os aspectos do cotidiano: horas de sono, alimentação, equilíbrio entre trabalho e lazer e gerenciamento do estresse. Todos esses princípios são inerentes ao método Pilates.

A saúde é a integração perfeita do corpo, mente e espírito.

Quando se trata da conduta do aluno com dor, cabe a nós, que temos o privilégio de conhecer esses conceitos e de trabalhar com o Método Pilates, transmitir nossa essência através do movimento e lutar por uma conduta mais ativa e responsável com a saúde, o nosso bem mais precioso.

O que achou dessa matéria? Tem alguma dúvida ou sugestão? Conta pra gente nos comentários!


























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