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Os termos Powerhouse e o Centro de Força são duas definições utilizadas tanto pelos profissionais do Método Pilates quanto dos profissionais da Dança.

Ao articular sobre Powerhouse (Casa de Força) ou Core estamos compreendendo conceitos de organizações corporais partindo da consciência do que seria o nosso centro de força para o movimento.

Ambos os termos, utilizados pelos profissionais do Método Pilates, compreendem o acionamento ou engajamento como um conjunto de musculaturas internas e profundas, enquanto suporte muscular, que engajam nosso corpo para as atividades corporais do Pilates.

Grupos Estabilizadores e MobilizadoresCentro-de-Força-1

O Powerhouse é compreendido por um conjunto de musculaturas, organizadas em formato de “caixa tridimensional”, que se estende desde a região torácica até a pélvica.

De acordo com o material didático oferecido pela Voll Pilates, as musculaturas envolvidas se dividem em dois grupos: estabilizadores e mobilizadores.

As características estruturais e funcionais tornam os estabilizadores melhor equipados para a manutenção postural, assumindo uma função antigravitacional. Por outro lado, os mobilizadores realizam movimentos balísticos e em geral são também conhecidos como músculos executadores de tarefa. (VOLL, 2014 p. 47)

Resumindo, os músculos estabilizadores, localizados em torno da cintura escapular, possuem a função de melhorar a qualidade de movimentos das extremidades do membro superior.

Os conjuntos de músculos estabilizadores são: Latíssimo do Dorso (grande dorsal), Serrátil anterior, fibras inferiores do trapézio, peitorais e flexores profundos do pescoço.

O grupo de músculos mobilizadores são considerados estabilizadores terciários, que agem de maneira isométrica, produzindo movimentos articulares significativos.

Esses grupos de musculatura são formados pelo reto abdominal, oblíquos, transverso do abdômen, assoalho pélvico, diafragma, glúteos e psoas.

É importante ressaltar que o grupo estabilizador seja acionado com 30% de sua capacidade para não causar problemas futuros relacionados à função do assoalho pélvico.

Os dois grupos permitem um melhor aproveitamento, no engajamento do corpo, a partir da ação do Powerhouse, nos exercícios do Método Pilates.

O acionamento do Powerhouse é requisito fundamental para que estes exercícios sejam executados de maneira correta, fluida, sustentada e controlada e sem ele os exercícios não passam de uma atividade física qualquer.

Recomendo experimentar o exercício com e sem esse engajamento para que possam notar a diferença no aproveitamento no exercício.

Relação entre a Dança e o Centro de ForçaCentro-de-Força-3

Em outro universo, não distante da consciência corporal e do melhor aproveitamento do movimento, a Dança estabelece o Centro de Força como também uma consciência fundamental, nesse caso, para o movimento dançante.

A Dança compreende que não só o Centro de força é a apropriação da consciência do corpo, mas como também estabelece um caminho holístico para significações dessa Arte, trazendo do “centro” o sentimento para a Dança.

Quando estabelecemos a relação da Dança com o Pilates estamos compreendo dois universos que utilizam corpo e mente para o movimento.

O que diferencia Dança e Pilates é que no caso da Dança, enquanto compreensão artística, possibilita comunicar sentidos para o mundo através do corpo.

Contudo, nesse momento não nos é interessante relacionar o sentido da arte da Dança e sim possibilitar a relação com a “Preparação Corporal” que o Bailarino necessita ter para esse universo de sentidos.

Na Dança muitos teóricos compreendem o Powerhouse em similares organizações do corpo, muitos deles engajam essas musculaturas utilizando varias outras maneiras para apropriação do corpo.

Porém já menciono aqui a falha da Dança, e de alguns teóricos, que compreendem a necessidade desse engajamento, porém, em muitos casos, ela é subjetiva, superficial e pouco analítica.

O equivoco pode acontecer devido à necessidade desse encontro com o sentido na arte da dança, que não objetiva enrijecer e concentrar o engajamento do corpo em somente uma estrutura de ação do movimento.

Retomo que não estamos tratando do sentido expressivo artístico da Dança e sim da necessária preparação do corpo do bailarino. Por compreender tal necessidade, recentemente defendi a importância do “centro de força” em minha monografia, enquanto preparação do corpo.

As referencias bibliográficas utilizadas para defender essa tese vieram do universo da Dança.

Referências no Universo da DançaCentro-de-Força-4

São essas referencias a Irradiação Central de Ciane Fernandes (2206) que é Professora do Programa de Pós graduação em Artes Cênicas da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, PhD em Artes e Humanidade para interpretes de Artes Cênicas e analista de movimento pelo Laban/Bartenieff Institute of moviment studies.

A Irradiação Central é muito similar a Irradiação Umbilical de Bonnie Bainbridge Cohen (2015) que criou o método BMC – Body-Mind Centering e estuda o movimento pautado na experiência da anatomia e da fisiologia de diversos sistemas corporais.

Na monografia foi citada a autora Ciane Fernandes (2006), que em seu livro “O corpo em movimento: o sistema Laban/Bartenieff na formação e pesquisa em artes cênica” descreve sobre esse acionamento de centro de força pela Irradiação Central. Ela utiliza a imagem da Estrela-do-Mar para compreender esse engajamento.

A Estrela-Do-Mar tem essa organização. Também o bebê, aos poucos se move a partir do umbigo, como se a cabeça não fosse o mais importante do que qualquer uma das outras extremidades; estas, num total de seis – cabeça, duas mãos, dois pés, e cauda – são iguais, com o centro de controle do umbigo. (FERNANDES, 2006, p. 57)

Como princípio da Irradiação Central, a respiração é a ação onde se engaja o centro de força e a partir dele serão estabelecidos os movimentos. Essa respiração proporciona contração e relaxamento das musculaturas centrais.

A partir dessa ação respiratória o corpo se move. Tais movimentos podem ser compreendidos por exercícios de rolamentos no chão onde o bailarino compreende, no movimento, o recolhimento e expansão central.

A monografia visa possibilitar o engajamento do centro de força, da preparação corporal, para a Dança especificadamente o código da Dança Árabe (do ventre). Nele relaciono alguns exercícios e pesquisas do corpo que só podem ser compreendidos ao estabelecer o engajamento desse centro de força.

A proposta do projeto é contribuir para meu objetivo de preparar melhor o corpo do bailarino árabe e re-significar o quadro que se estabelece hoje com o código da Dança Árabe.

Pretendo possibilitar novos olhares e pensamentos tanto de alunos quanto a necessidade preparatória dos profissionais atuantes e permitir uma nova abordagem de apropriação somática do corpo. (SOUZA, 2016 p. 51)

A relação desse centro de força, enquanto preparação corporal, relacionado ao código da Dança Árabe é uma proposta para repensar como o profissional da Dança lida com as questões do próprio corpo e que muitas vezes é relacionada ao preparo dele.

O bailarino, assim como um atleta, precisa tornar seu corpo resistente à exposição constante do movimento.

Concluindo…Centro-de-Força-2

Como reflexão final da relação da Irradiação Central da Dança e o Powerhouse do Método Pilates é válido compreender que ambos estabelecem o centro de força de maneiras similares.

Ambos possibilitam um engajamento do suporte muscular interno que é capaz de integrar o corpo ao movimento seja o da Dança ou de exercícios físicos.

Trago a Dança novamente como uma ponte entre consciência e significado.

Nesse artigo defendo que o universo da Dança, perante a preparação corporal, pode integrar os princípios do Powerhouse como ação fundante e somática aos elementos necessários para a devida apropriação do corpo do bailarino.

Novamente proponho que a Dança possa estabelecer união das consciências do corpo somático. Propor que se amplie uma nova maneira, uma nova aplicação e apropriação, para se engajar o centro de força no movimento dançante.

Sugiro que ao invés de segregar duas potencias poderíamos uni-las e ramificar novas possibilidades.


























Grupo VOLL

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