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Já te aconteceu de relembrar uma situação de forma tão vívida que essa sensação alterou seu estado corporal? Ou pensou em algo que te fez sentir uma mudança física em um mesmo movimento que você já executava?

Você já utilizou imagens que elucidassem melhor uma orientação de movimento, de forma que seu cliente ou turma de clientes compreendessem rapidamente a execução correta?

Em 2015, durante o II Encontro Brasileiro de Pilates, do grupo VOLL, a treinadora francesa Laetitia Camilleri falou sobre a escolha de imagens positivas versus a escolha de imagens negativas em uma aula de Pilates, atentando para o fato de que, no cotidiano, pouco se fala de forma positiva sobre as sensações corporais e a consciência do movimento.

Nos corredores do Encontro, escutei dos instrutores que assistiram ao curso em que as referências de imagens utilizadas pela treinadora eram surpreendentes e que sua aula era agradável.

Ao conversar com a treinadora, compreendi que ela preferia utilizar imagens que promovessem sensações positivas junto com o movimento, para promover a própria consciência do movimento realizado.

Por exemplo, se quer que os alunos tragam uma qualidade física de leveza e pede que imaginem o mar, também orienta que além do mar, imaginem o som das ondas, a temperatura da água e o cheiro do dia.

Ao observar comentários das pessoas ao nosso redor, não é raro escutar queixas de desconforto ou dor. Vira e mexe escuta-se alguém dizendo que acordou como se tivesse sido atropelado por um caminhão. Raramente ouve-se alguém relatar que sente a coluna espaçada e leve.

A pesquisadora do movimento Débora Bolsanello defende que uma aula de Pilates pode apresentar mais do que conhecimentos biomecânicos e repertórios de movimento. Ela defende que uma boa aula de Pilates orienta o aluno a ampliar sua consciência corporal.

Enquanto aluna de Pilates, percebi que, no ensino do Método, o professor  ao negligenciar o desenvolvimento da consciência corporal, deixa marcas no aluno tanto no nível biomecânico quanto nos níveis cognitivo e afetivo.

Dentre essas marcas, podem ser citadas: a) o aluno ao ignorar seus próprios limites habitua-se a mover-se sem consciência do que está fazendo, não sabendo encontrar suas próprias conexões e soluções para executar um movimento, embotando sua inteligência cenestésica; b) o aluno, lançando mão de compensações musculares para cumprir o que está sendo pedido pelo professor, empobrece seu vocabulário gestual; c) o aluno ao depender  exclusivamente do modelo do professor e do ritmo por ele imposto para executar os exercícios, não reconhece seus próprios avanços. (BOLSANELLO, 2015, p. 109 e 110).

A técnica imaginativa no Brasil e a conscicência do movimento

A utilização de imagens corporais na educação da consciência do movimento é utilizada no Brasil há, no mínimo, quatro décadas – em ambientes de ensino de esportes, dança, circo, teatro, música, ambientes terapêuticos e, com muita força, nos ambientes de ensino do Método Pilates.

Muitas técnicas corporais desenvolveram seus próprios modos de utilizar imagens em benefício da qualidade de movimento.

Seja uma metáfora para uma mudança corporal desejada, como é o caso das imagens utilizadas na Ideokinesis e no método BMC (Body-Mind Centering), seja como a uma simulação mental do movimento (MSM, do inglês mental simulation of movement, técnica nomeada pelo professor de Psicologia do Esporte de Edimburgo, Dave Collins).

A técnica de abordagem somática Ideokinesis, desenvolvida por Mabel Todd, Lulu Sweigard, Barbara Clárck e André Bernard, tem como foco trazer um padrão melhorado da postura por imagens de ativação ou relaxamento na visualização de uma das de nove linhas de ação no corpo.

Por exemplo, se você imaginar os músculos extensores da coluna dispostos ao longo de ambos os lados no dorso do corpo (eretores da coluna) deslizando para baixo como bolhas de espuma em uma banheira, você estará usando uma imagem de relaxamento.

Se você imaginar a linha de ação entre o centro frontal da pelve (sínfise púbica) e o meio da coluna (12ª vértebra torácica) e pensar numa faixa apertando entre estes dois pontos, você estará usando uma imagem de ativação para aumento de tônus.

Neste caso, você estará aumentando o tônus para estabilização do músculo psoas. (FRANKLIN, 2012, p.18)

Na MSM ocorre um ensaio mental do movimento. Imagina-se o caminho do movimento de forma realista, incluindo detalhadamente a fisicalidade e as sensações do ambiente.

Muito utilizado por ginastas e bailarinos no mundo todo, esse ensaio mental acelera o processo de memorização e aperfeiçoamento gerando uma consciência do movimento.

Interessante, não?

Você pode aprofundar esse estudo nos links que deixamos acima. Mas a grande questão é: como aplicar isso efetivamente no Pilates?

Utilizando imagens na aula de Pilates – passo a passo

Como podemos utilizar esses conhecimentos para beneficiar nossos clientes e oferecer uma experiência de movimento consciente, como propõe Bolsanello?

‍‍Segue uma lista de ideias para escolher e aplicar essas orientações de forma eficiente em uma aula de Pilates criando uma melhor consciência do movimento:

  • Escolher imagens simples: muitas imagens ao mesmo tempo e várias instruções podem deixar seu aluno confuso.
  • Imagens podem estimular sensações táteis e não sensações visuais: recorra a imagens que estimulem o aluno a sentir (o volume, a temperatura, a forma).
  • Busque o prazer do movimento. Promover o bem-estar, em uma sociedade de tensões e dores, pode ser mais fácil ao se optar por imagens positivas que tragam a sensação de prazer. Instruções como “imagine um anzol puxando o púbis para frente” para direcionar a pelve funcionam. Mas a sínfise púbica já é uma região sensível. Que tal substituir por uma proposta mais agradável?
  • A voz também constrói a imagem: alongar palavras ou encurtá-las, transitar entre tons agudos e graves, alterar o ritmo de suas palavras de forma contextualizada, aumenta a expressão verbal do instrutor e pode contribuir com a comunicação com o cliente.

Dicas bônus

  • Quando possível, relacione com cotidiano: para um arquiteto, imaginar pontos de apoio dos pés como um abóbada de igreja, pode funcionar na elevação dos arcos do pé. Para outro cliente, talvez seja mais adequado a imagem do pé criando raízes como uma árvore, enquanto a cabeça flutua como uma bexiga de hélio.
  • Um terceiro pode responder melhor à imagem de empurrar o ar com o topo da cabeça, resistindo à gravidade, como se estivesse empurrando uma substância. Tenha cartas na manga!
  • Para cartas na manga: em seu livro O Corpo Pilates, Brooke Siller caprichou em ilustrações ricas em imagens que podem auxiliar instrutores e praticantes de Pilates a compreender movimentos.
  • Além de extremamente didáticas, as imagens evocam uma poesia encantadora aos amantes do Método.

Concluindo…

Para concluir espero que esse artigo te ajude a incrementar suas aulas e impulsione seu aluno para resultados ainda mais eficazes, fazendo com que ele crie uma consciência do movimento bem melhor.

E, se quiser conversar mais sobre isso, é só comentar aqui abaixo.


























Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

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