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Como um dos grandes nomes do Pilates mundial, não poderíamos deixar de falar sobre Elizabeth Larkam. Ela é conhecida no mundo todo como uma inovadora do movimento, com 33 anos dedicados ao estudo do movimento e Pilates.

Com sua vinda em dezembro para um evento no Brasil, o Blog Pilates resolveu postar uma entrevista exclusiva com a maior autoridade em reabilitação e Pilates do mundo.

E aí, preparado para conhecer melhor Elizabeth Larkam?

1) Qual foi seu 1º contato com Pilates?

Eu me encontrei com o Pilates em 1985, porque o Dr. James Garrick abriu um centro de medicina da dança que fazia parte do Centro de Medicina Esportiva do Hospital San Francis, em São Francisco. E eu tinha uma lesão no joelho de quando eu tinha 15 anos e jogava futebol.

E alguém na minha aula de dança virou e falou ‘’viu, tem um lugar que dançarinos podem tratar suas lesões’’. E nesse momento eu já estava no telefone marcando um horário para aquela tarde.

Então, isso mudou minha vida. Porque primeiro eu fui uma cliente, depois eu fui treinada pela Companhia de Ron Flethcer, então fui contratada, e aqui estou hoje.

2) Como você se interessou por reabilitação?

Existem alguns momentos na vida, que de repente tudo começa a fazer sentido. Você fica pensando “minha vida tem um plano?” “realmente importa o que eu estou fazendo?”. Eu sabia que amava me movimentar, sabia que o movimento tem me curado.

E então, lá estava eu no Hospital San Francis, no Centro do Hospital. Eu não tinha nenhum conhecimento para ser uma clínica profissional. Mas, o Dr. James tinha uma visão e queria dançarinos que pudessem falar essa língua para outros dançarinos. Ele queria que nós fossemos Instrutores de Pilates, para que pudéssemos contribuir como membros da equipe clínica.

Nós éramos os clínicos não licenciados, mas éramos educadores do movimento. E nós éramos muito bem vindos. Ficamos com uma equipe que estava trabalhando primeiramente com dançarinos, depois com reabilitação, com atletas, pessoas com preocupações ortopédicas, e então com pessoas que haviam sofrido traumatismo craniano.

O Hospital San Francis era o melhor lugar do mundo! O único lugar no mundo onde eu poderia contribuir com as habilidades que eu tinha como educadora do movimento, e ao mesmo

tempo, aprender com o trabalho, aprender com os fisioterapeutas, treinadores atléticos, cirurgiões ortopedistas, aprender com todas aquelas pessoas da equipe física.

Eu sabia minha vida toda que eu amava 2 coisas. Eu amava dançar, e eu estava muito interessada na profissão médica, muito interessada em psiquiatria. E as pessoas brincavam comigo quando eu estudava em Standford, e diziam “ah, mas você quer ser uma médica dançarina’’. E neste tempo, isso parecia meio ridículo nos anos 70, mas também não parecia muito certo.

Porque era claro que eu não estava no caminho para ser uma médica, e por causa da minha lesão no joelho, eu não teria uma carreira profissional na dança. Todavia, eu amo movimento e eu sabia da sua eficácia para cura.

Minha irmã mais nova Daphne, que é 5 anos mais nova do que eu teve um nascimento muito traumático, que a deixou incapacitada de falar ou se alimentar sozinha. E quando estávamos juntas na infância, e até hoje, nós temos uma ligação muito forte. E eu acho que foi, e é o nosso relacionamento que moldou o meu sistema nervoso.

Eu tive que compreender que não é possível para mim curá-la, embora eu adoraria. No entanto, as habilidades que eu aprendi como resultado de conviver com ela, ter sido criada com ela, são as mesmas habilidades que eu uso todo dia com todos os meus clientes de Pilates, e todo mundo em minhas aulas. Então, eu sou muito grata a Daphne, minha irmã, que realmente é minha parceira neste trabalho.

3) San Francis foi o primeiro hospital com Pilates?

Crédito: Pilates Anytime

Sim, Dr. James era um visionário em muitas maneiras, e sabia que para oferecer o melhor tratamento para dançarinos, patinadores, e pessoas que trabalhavam com arte do movimento, que ele não poderia dizer-lhes para parar de se moverem, parar de treinar.

Ele teria que oferecer uma atividade apropriada de movimento substituto funcional, que lhes permitiria ficar atentos, enquanto trabalhavam no tratamento das lesões, não causando trauma adicional nos tecidos danificados.

4) Existe algum ponto chave na sua carreira que fez a diferença?

Outro daqueles momentos de mudança de vida, de realização, foi quando fui convidada a visitar o Hospital da Marinha Americana em San Diego. Mike Potlansky havia se juntado à equipe como um fisioterapeuta para oferecer tratamento para pacientes politraumatizados voltando do Iraque e Afeganistão.

Mike havia feito um curso de educação comigo quando estava no San Francisco Bay Club em 2001. Ele se lembrou do curso, e do poder do trabalho com Pilates, e quis manter contato.

Nós sabíamos que eventualmente teríamos a oportunidade de trabalhar juntos, mas às vezes você não vê o futuro, você apenas sabe quão afortunado é.

Então, Mike me convidou para ser mentora de alguns fisioterapeutas. E quando eu tive a chance de visitá-los em Dezembro de 2008, eu estava muito entusiasmada e agradecida de que todos esses anos de treinamento, todo o trabalho feito no hospital, o trabalho com clientes que possuem membros protéticos, que esse trabalho teria um local para viver, uma razão para existir.

Um lugar onde poderia ser usado efetivamente hora após hora, dia após dia, mês após mês e ano após ano para pessoas que realmente precisavam que fizesse a diferença na forma como eles se movem pela vida.

5) Foi assim que o Heroes in Motion foi criado?

Sim. Houveram diversos degraus que levaram à iniciativa da Pilates Method Alliance, o Heroes in Motion.

Inicialmente, eu e Mark colaborávamos, nós compartilhávamos ideias para exercícios, sequências do movimento no universo do Pilates, e tudo mais que ajudaria seus pacientes, meus clientes, e assim nós mantínhamos em contato.

Então eu fui contatada por um pessoal na Dinamarca, que tinham sido convidados a trabalhar com os soldados dinamarqueses que estavam voltando do Afeganistão. Eles estavam procurando um treinamento adicional e informações, então me contataram e começamos a nos corresponder.

Então, eu fui para Copenhagen oferecer educação nessas técnicas, ao trabalhar com pacientes politraumatizados.

Nessa mesma rota, eu tinha uma viagem educacional em Tel Aviv, onde existe um Centro para Veteranos e estavam montando um Programa de Pilates. Então eu tive a oportunidade de conhecer o grupo de diretores e dar algumas palestras.

Então, nós 4 nos mantivemos em contato. Nós tínhamos uma paixão em comum, e enquanto continuamos a desenvolver nosso trabalho, a Pilates Style Maganize se interessou, e chamamos a atenção da Pilates Method Alliance e de Elizabeth Anderson.

Ela nos perguntou se já tínhamos um nome e eu disse “bom, não, Pilates Politraumatizado não é um nome muito atraente”. Ela nos perguntou se tínhamos uma administração ou um escritório, e nós respondemos que não, éramos só nós 4 trabalhando com nossos pacientes e clientes, em 4 pontos diferentes ao redor do mundo.

Então, ela graciosamente e generosamente ofereceu que a Pilates Method Alliance poderia se tornar o lar desse projeto, e fundou o nome Heroes in Motion.

Esse foi um outro momento que eu estava muito agradecida, que o trabalho que poucos começaram agora seria levado adiante, para ser expressado por qualquer Instrutor de Pilates no seu local de origem!

6) Como você vê o Pilates à longo prazo?

Crédito: Pilates Anytime

Eu sou extremamente grata e cheia de admiração com o gênio que foi Joseph Pilates.

Como é possível que em uma vida ele pudesse criar tantos ambientes de movimento funcional, e criar um vocabulário de movimento nesses ambientes, além de começar todo um Método, praticamente como um único praticante?

Sim, ele teve sua parceira de vida, Clara, com ele no Studio, e um dedicado grupo de estudantes. Ainda assim, ele fez uma enorme contribuição como um único praticante. E todos nós nos beneficiamos desse presente.

O legado de Joseph Pilates, de ambientes de movimentos fenomenais, e vocabulário desses movimentos, foi criado sem o acesso a esta vasta quantidade de pesquisa, entre elas a pesquisa da fáscia.

Em minha opinião, é nossa responsabilidade hoje, ser tão informado da perspectiva interdisciplinar quanto possível, de ser informado sobre os princípios da neurofisiologia, sobre os princípios do sistema nervoso, e como o tecido de conexão se relaciona com a ciência dos materiais, de modo que possamos construir sobre aquilo que nos foi herdado de Joseph Pilates.

Seja verdadeiramente educado nisso. Mas não é possível, não é apropriado parar nossa educação nesse ponto, existe muita coisa a se aprender todos os dias.

Há tantos educadores brilhantes ensinando, então é minha responsabilidade fazer uma contribuição para nosso campo, e também minha responsabilidade para minha evolução pessoal, porque nós estamos aqui para evoluir.

Para estudar diferentes disciplinas, para levar até lá, nas sessões com os clientes, hora após hora, dia após dia. E a partir desses estudos de caso, criar cursos para educação continuada, e criar sequências que possam ser usadas por pessoas com 2 membros protéticos, ou possa ser usada por alguém com dificuldade motora para aprender, por qualquer que seja a razão.

7) O que você diria para Joseph se ele estivesse aqui?

Mr. Pilates, sou muito grata por todas as ferramentas que você nos deu, os ambientes de movimento, as sequências de movimento, a inspiração que sua vida nos proporciona, e eu gostaria de saber: se você escolhesse voltar e estar conosco hoje, como você gostaria de estar trabalhando agora?

8) Se você pudesse definir Joseph Pilates em 1 palavra, qual seria?

Bom, se eu pudesse ter 2 palavras para definir Joseph Pilates, eu o definiria como um inventor destemido.

9) Você diria que o Pilates mudou sua vida em algum sentido?

Pilates me proporcionou a plataforma criativa, a partir de qual eu evoluo, para ser mais eu mesma. E sem isso, eu

tenho certeza que estaria vivendo, mas eu não consigo imaginar como minha vida seria.

10) Defina Pilates para mim – sua própria definição do Método

Para mim, Pilates é muito além de uma série de exercícios.

Não é um número finito de exercícios, nem é apenas um tipo de exercício.

Para mim, Pilates é uma maneira de se mover harmoniosamente com o campo energético humano, com a estrutura humana, que permite que o espírito e a alma estejam em casa.


























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