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Os problemas com hérnia de disco são frequentes na maioria dos Studios de Pilates. A patologia que atinge cerca de 3% dos brasileiros é considerada extremamente comum entre a população, no entanto, é importante tratar antes que evolua para um caso mais grave. Aqui vamos ver como o Pilates pode ajudar.

Os discos intervertebrais representam cerca de 25% da altura total da coluna vertebral. Eles têm como função amortecer o impacto e dar mobilidade à coluna, são formados de fibrocartilagem avascular e não inervados, com regeneração limitada. 

A porção periférica é conhecida como anel fibroso e a porção interna de núcleo pulposo – estes absorvem em torno de 85% a compressão axial.

Definindo a Hérnia de Disco

O termo hérnia refere-se a órgão (ou parte de órgão) que sai do seu local de origem, naturalmente ou acidentalmente.

Não tem consenso sobre seus graus/classificação, mas a maioria dos médicos não considera o grau I (protusão ou abaulamento) como hérnia. A gravidade dos sinais, sintomas e indicação cirúrgica depende da compressão dos tecidos adjacentes e das limitações do paciente.

A dor referida da hérnia de disco é pela compressão dos tecidos inervados como a(s) raiz(es) nervosa(s), ligamentos, e até a medula vertebral e não pelo extravasamento do núcleo pulposo para o anel fibroso uma vez que não são inervados.

A partir dos 25 anos de idade inicia a degeneração do anel fibroso, o que pode evoluir para a saída do núcleo pulposo do seu lugar de origem. Os fatores de risco para a hérnia discal são:

Acomete principalmente a coluna lombar e cervical. As hérnias cervicais aumentaram muito a incidência em função do estilo de vida atual com uso de smartphones, tablets e computadores.

As hérnias lombares são mais frequentes nos níveis L5-S1, por ser uma região de maior pressão e de transição entre o segmento móvel (L5) para o segmento fixo (S1), além de ser uma região de maior compressão.

A hérnia de disco na sua maioria é póstero ou póstero-lateral, e assim são contraindicados os exercícios que aumentam a pressão sobre os discos no sentido posterior como nos movimentos de flexão e rotação da coluna – como os exercícios roll up, roll over saw e teaser.

O instrutor de Pilates deve evitar também exercícios em sedestação com a coluna a 90 graus, porque nessa posição aumenta a força de cisalhamento do disco, principalmente quando realizada uma leve flexão de tronco, o que pode evoluir para um grau mais elevado de lesão discal.

Isso não quer dizer que o paciente nunca irá fazer flexão de tronco, contudo, a evolução dos exercícios deve ser feita com cautela. É importante também que o paciente tenha consciência corporal, mantenha a coluna neutra, o crescimento axial e a correta ativação do powerhouse, para estabilizar os discos e evitar maior compressão.

Tratamento Cirúrgico para Hérnia de Disco

Caso o tratamento conservador não tenha efetividade, é indicado o cirúrgico. Atualmente as técnicas são menos invasivas, com menor risco de aderência tecidual e fibrose, com breve retorno às atividades de vida diária. 

Mas encontramos nos Studios de Pilates pacientes que foram submetidos a laminectomia e artrodese – neste último caso o paciente não consegue realizar por exemplo a bridge com mobilização de coluna na região de fixação vertebral.

O Método Pilates é um excelente recurso de tratamento tanto nos casos não cirúrgicos, quanto pós cirúrgicos, desde que realizado com a correta estabilização segmentar através da ativação do powerhouse, até que o paciente fique apto e evolua com os exercícios funcionais e livres da amplitude de dor.

Alguns studios de Pilates utilizam o Stabilizer® – um equipamento de biofeedback visual que objetiva a correta ativação dos músculos profundos como o transverso do abdome, oblíquos internos, multífidos, assoalho pélvico e diafragma.

O instrutor de Pilates, ao tratar o paciente com hérnia de disco, deve ter conhecimento prévio de anatomia da coluna, biomecânica e mecanismo de lesão discal, planejar os exercícios com embasamento teórico e orientá-lo durante a execução dos movimentos.

A prática dos princípios do Pilates não se deve limitar somente 2h às 3h semanais que o aluno está no Pilates, e sendo assim, o professor deve transferir tarefas para o dia a dia e orientá-lo a evitar posturas e hábitos incorretos que podem acentuar a lesão e aumentar a dor.

Exercícios de estabilização para tratamento da Hérnia de Disco

Abaixo listamos alguns exercícios de estabilização indicados para hérnia de disco lombar.

Cabe ressaltar que a indicação depende dos objetivos, fases de tratamento e resposta do aluno. As variações (3ª foto) só devem ser realizadas depois de adquirida a estabilidade lombo pélvica.

1. Brigde no CadillacBrigde-no-Cadillac

Em decúbito dorsal, com os ombros a 90 graus segurando a barra móvel em pronação e tornozelos apoiados sobre a alça do trapézio, realizar a extensão de tronco, evoluir para a extensão de quadris e realizar simultaneamente as extensões. 

Pode ser feito com uma perna em suspensão e quadril a 90 graus, desde que o paciente tenha boa estabilidade pélvica.

2. Swan com AlçasHérnia-de-Disco---Exercício-2---Swan-com-alças

Em decúbito ventral com a coluna neutra, ombros flexionados e abduzidos a aproximadamente 160 graus segurando as alças de mãos em pronação, realizar a extensão de ombros mantendo a coluna neutra. Pode evoluir para a extensão de quadris com joelhos em extensão.

3. The Hundred no ReformerHérnia-de-Disco---Exercício-3--The-hundred-no-reformer

Em seis apoios com as mãos apoiadas na lateral do reformer e joelhos à frente das ombreiras, mantendo a coluna neutra para fazer a flexão de quadris. Pode ser realizado mantendo os tornozelos em dorsiflexão, no retorno do carrinho realizar a hiperextensão de tronco ou elevar um membro inferior. 

Neste exercício é comum e incorreto os pacientes puxarem o carrinho com os membros superiores e perderem a coluna neutra.

4. Leg Pull na ChairHérnia-de-Disco---Exercício-4---Leg-Pull-na-chair

Sentado de costas para o pedal (que podem estar dissociados para dificultar), com as mãos sobre ele(s) em rotação interna ou externa de ombros, elevar a pelve e descer. Para progressão flexionar o quadril mantendo a pelve neutra. 

Pode ser feito alternando membros inferiores ou elevando apenas um, depois o outro. Outra variação é subir em flexão plantar e descer em dorsiflexão ou vice-versa.

5. Bridge com Barra MóvelBridge-com-barra-móvel

Em decúbito dorsal com a barra móvel vindo de cima alinhada com os joelhos, elevar a pelve na ponte. Pode associar com exercícios de membros inferiores e utilizando acessórios. A barra móvel auxilia na subida da ponte e realiza uma leve tração lombopélvica.

6. Back Extension no BarrelBack-extension-no-barrel

Em decúbito ventral sobre o barrel com os pés na prancha de extensão e mãos na nuca. Iniciar o movimento com a torácica e abdômen apoiados no barrel e subir até a coluna neutra. 

Para a progressão manter a isometria de tronco com a coluna neutra e realizar a extensão alternada de cotovelos.

Conclusão

Atualmente mais de 5 milhões de brasileiros sofrem com hérnia de disco, tornando esta uma das patologias mais comuns a serem encontradas nos Studios de Pilates. Saber a melhor forma para tratar cada caso específico é essencial e requer uma avaliação prévia.

Apesar de elencar todos esses exercícios recomendados, é de extrema importância avaliar o caso do seu aluno e perceber se aquele é ou não um exercício para ser realizado. Assim como as contraindicações, precisamos ficar atentos com as indicações, porque nem sempre elas se encaixam a todos os casos.


























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