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O Pilates e Dança relacionados é um tema interessante para se refletir, entender e questionar.

Isso tudo começa pela minha especial trajetória com a Dança.

Descobri muitas possibilidades para apropriação e pesquisa do corpo, mas uma em especial – o Pilates – me ofereceu um novo modo de me servir do corpo, e a preparação dele para o mundo artístico.

Pilates e Dança: todo seu UniversoPilates e Dança (2)

Inicio essa jornada reflexiva partindo da ideia do que é Pilates, a partir do material oferecido pela VOLL Pilates “A teoria do método Pilates: da história a biomecânica”, onde existem dois trechos que considero importante citar e relacionar com o universo da Dança.

No primeiro trecho, da pagina 13, é mencionado à situação física de Joseph Pilates, uma criança que sofria com asma e raquitismo e que encontrou no estudo do seu próprio corpo, na propriocepção-apropriação, o caminho para saúde e força física.

Nessa mesma época, por volta do Séc XIX início do Séc XX havia um grande movimento vanguardista de “artistas do corpo”, artistas em busca da expressão verdadeira, que levantaram essas mesmas questões, de maneiras singulares, mas que se relacionam.

Esse pensamento é o que nós do Pilates e Dança reconhecemos como princípios – primórdios – da “abordagem somática”, que seria a ideia de totalidade do corpo para o movimento dançante ou não.

Nesse pensamento somático, da preparação do Bailarino-Dançarino, que necessita da total propriedade do corpo, cito uma das alunas de Joseph, Martha Grahan, que em seu livro “Memória do Sangue” diz:

A formação de um bailarino experiente leva cerca de dez anos. O treinamento é duplo. Primeiro vêm o estudo e o exercício da técnica, que é a escola na qual se trabalha o fortalecimento da estrutura muscular do corpo. O corpo é modelado, disciplinado, honrado e, com o tempo, adquire confiança. O movimento torna-se limpo, preciso, eloqüente e verdadeiro. O movimento nunca mente. (GRAHAN, 1993 p. 12)

Para Grahan é necessário um treinamento prévio que, como ela diz modela, tonifica, lapida para preparar o corpo do Bailarino.

Preparação Corporal e Expressividade do CorpoPilates e Dança (3)

Muitos artistas da época lidam com as questões da expressividade a partir do corpo e mais ainda lidam também com um corpo, material de trabalho do artista da Dança, que muitas vezes está inapto a algum procedimento em favor da expressividade.

Nesse caso podemos dizer que a relação da preparação corporal está muito ligada a questões da expressividade do corpo do Bailarino, no Pilates e Dança.

Também, nesse pensamento voltado para o preparatório do expressivo, Bonnie Bainbridge Cohen, discípula dos percussores que lidam com o corpo, cria o método Body-Mind Centering que para ela “os aspectos mais preciosos do BMC é a firme crença de que a consciência permeia todo o corpo” (COHEN, 2015 p. 13).

Lidar com esse preparatório do expressivo para bailarino é afirmar a consciência sobre a ótica da totalidade, o ser holístico, pois quando falamos de corpo ele não está dissociado da mente.

Nesse primeiro trecho a relação do ideal de Joseph muito se assemelha ao ideal da proposta somática, preparatório do expressivo, uma preparação do movimento consciente – total – do corpo que pode sim ser trabalhado para uma futura performance simbólica.

Já entendido a proposta da Abordagem Somática, aos olhos do Pilates e Dança, no segundo trecho do material oferecido pela VOLL Pilates, da pagina 22, citando o ocorrido dos anos 60, momento de auge do Método Pilates, Joseph possui seu estúdio em Nova York, seus clientes eram basicamente bailarinos e artistas.

Nesse momento relaciono o Método Pilates aos dias atuais da relação do Pilates e Dança.

Joseph Pilates e seu trabalho com BailarinosPilates e Dança (9)

A Fisioterapia, basicamente aplica o Pilates para reabilitação e treinamento funcional, uma das origens do método, mas podemos relacionar o ideal da Dança e aproximar os profissionais que podem contribuir para melhorar ainda mais a adequação do método.

Em determinado momento Joseph Pilates trabalhou com direcionamento da preparação dos bailarinos no Pilates e Dança e aqui o interesse é articular esse momento com o atual cenário do Pilates que passa a ser voltado, somente, para “consciência do corpo” muitas vezes executado dissociado da mente.

Muitos vídeos antigos de Joseph demonstram bailarinos, como Balanchine, executando os exercícios nos Reformer, Chair, Cadilac e Barrel.

Um exemplo desse universo similar, a progressão do movimento, conhecida pela Fluidez e Controle, ao princípio do Pilates e Dança, é perfeitamente executada por bailarinos que trabalham essa qualidade dinâmica, nomeada por Rudolf Laban, em totalidade do corpo.

Rudolf Von Laban conquistou os artistas da Dança ao definir nomenclatura aos movimentos do corpo. Obteve diversos discípulos que propagaram suas teorias de maneiras muito particulares.

Nessa leva de artistas mencionamos a discípula Irmgard Bartenieff, uma das discípulas mais fiéis à sua teoria, e estabelece novos olhares sobre a proposta de Laban.

A pesquisadora Ciane Fernandes escreve um livro para descrever o sistema de Bartenieff conhecido como Laban-Bartenieff. Aqui descrevo um trecho sobre a Fluidez, também conhecido como Fluxo.

O fator fluxo relaciona-se com o “como” do movimento, o sentimento, a emoção e a fluidez ao realizá-lo.

Os líquidos corporais – sangue, linfa, liquida conectivo, liquido sinuvial, liquido cefalorraquidiano, etc. – e os órgãos – estomago intestino, fígado, pulmões, coração, etc. – concedem a fluidez e o grau de intensidade do fator fluxo no movimento corporal.

O fato fluxo, por ser subliminar aos demais – espaço, peso, tempo – não possui uma afinidade espacial especifica. (FRNANDES 2006 p. 78)

Nesse trecho a fluidez, entendida como Fluxo propõe uma intensidade de movimento proveniente de várias relações do corpo, ou seja, o corpo relacionado ao ser total, no Pilates e Dança.

Concluindo…Pilates e Dança (7)

Finalizo essa reflexão do Pilates e Dança relacionados, contextualizando alguns períodos históricos e algumas articulações com teóricos da Dança, para permear os mesmos conhecimentos do estudo do corpo em harmonia com a mente.

A modernidade nos trouxe várias reflexões diferenciadas sobre o corpo, mas que todas elas agregam diferentes re-significações do movimento.

Independente ser do universo da dança é reconhecer que o individuo que pratica Pilates, como um ser total não dissociado de seus pensamentos, pode se perceber de maneiras diferentes todos os dias e que nós, enquanto profissionais do Método Pilates, perceber também que lidamos com particularidades de maneiras diferentes.

O profissional que reconhece essa necessidade desenvolve seu trabalho de maneira globalizada e humana e pode compreender melhor o outro, também através de si.

O através de si já é outro capitulo…

 

Referências Bibliográficas
  • FERNANDES, Ciane. O corpo em Movimento: o sistema Laban-Bartenieff na formação e pesquisa em artes cênicas. Segunda Edição. Editora Annablume. São Paulo 2006
  • GRAHAN, Martha. Memórias de Sangue. Editora Siciliano. São Paulo 1993.
  • COHEN, Bonnie Bainbrigde. Sentir Perceber e Agir.  Editora Sesc. São Paulo 2015.
  • JULIANO, Rafael de Arruda e BERNARDES, Rodrigo. A Teoria do Método Pilates: Da história a Biomecânica.  Primeira Edição Editora Ideografia. Porto Alegre-RS 2014.


























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