A artrose é uma doença articular degenerativa que acomete a maior parte da população idosa, sendo a doença reumática mais comum, e em aproximadamente 35% dos casos a articulação acometida é a do joelho.

Sua origem é multifatorial e sua evolução é variável, mas a dor articular e a degeneração da cartilagem hialina de revestimento articular são pontos certos no processo dessa doença.

Fique atento! Sua origem é multifatorial – ou seja não é doença de “velho”, pois jovens também podem desenvolver artrose. O desgaste ocorre pelo aumento da carga sobre a articulação ou em parte dela e pode ser gerado por traumas, desalinhamento articular e até mesmo pelo envelhecimento.

Agora… sabendo, que a maior parte da população idosa desenvolve a artrose e que outros fatores geram essa doença também em jovens, você entende que precisamos saber tudo sobre seu processo e a melhor maneira para trata-lo?

Então que tal se aprofundar nessa importante patologia comigo!?

Avaliação da Degeneração do Paciente

Fonte: Sérgio Silva Ávila – RBM Abr 11 V 68 N 4

Primeiro ponto fundamental para um bom tratamento é saber avaliar a osteoartrose, e para nós instrutores de Pilates isso significa principalmente avaliar a dor, a funcionalidade da articulação e o fator causal.

Radiologicamente as 2 classificações mais utilizadas são as de Ahlback e a de Kellgreen e Lawrence ambas tem 5 graus de classe descritas no quadro acima.

Como é possível ver no quadro as classes levam em consideração o nível de acometimento articular, sendo que a primeira avalia em visão antero-posterior (AP) e perfil e a segunda apenas em AP.

Além disso, a avaliação das classes I, II ou III de Ahlback são consideradas como fases iniciais e a de Kellgreen e Lawrence apenas os graus 1 e o 2.

E mecanicamente falando… Chegamos em um dos fatores causais primários da degeneração. Isso mesmo!

O aumento da sobrecarga mecânica sobre o colágeno da cartilagem aumenta a produção de colágeno como uma reação de proteção, é assim que o corpo se defende mas, ao mesmo tempo, perde sua elasticidade e vai ficando mais espesso perdendo sua resistência para impactos.

Afinal você prefere pular numa cama estática ou no chão duro? Sua articulação também.

Tá, tudo isso é muito bonito mas e na prática, como podemos ajudar nosso aluno?

O Reforço Muscular e sua Importância para o Pilates no Tratamento da Artrose

O reforço muscular é um dos objetivos principais durante o Pilates no tratamento da artrose. Quando eu digo tratamento considero a prevenção também.

Através do reforço muscular conseguimos diminuir a dor, aumentar a força muscular e a amplitude de movimento, facilitar as atividades de vida diária e melhorar a postura. Ops, a postura tem a ver com uma articulação?

Como falamos no início, o joelho é um dos que mais sofrem a doença, mas o quadril também é bastante acometido, e repare: eles são articulações de carga, suportam nosso peso.

Imagine um aluno com escoliose por exemplo, ele tende a jogar seu peso mais para um lado do que para outro, certo? Aí está! Tanto o joelho quanto o quadril vão receber uma carga maior em determinado dimidio, por isso a importância do Pilates no tratamento da artrose.

Importante:

Durante a vida o ser humano tem uma perda de massa muscular.

Entre os 25 e 50 anos: É uma perda leve de aproximadamente 10%.

Entre 50 e 80 anos: A perda acelera para cerca de 40%.

Ou seja, com 80 anos a pessoa teve uma diminuição de massa pela metade (50%).

Assim fica claro que o reforço muscular é importante, e será que o Pilates no tratamento da artrose é uma técnica indicada? Sim!

Estudos apontam que diversas atividades como a musculação, isostreching entre outras são também indicadas, mas o Pilates tem algumas vantagens como uma melhor manipulação da gravidade, da base de sustentação e modulação do comprimento de alavancas.

Sendo assim o estudo sugere que o terapeuta tenha mais facilidade em conservar o gesto motor e manter a percepção do movimento com uma menor fadiga ao aluno.

Boa! Estamos no lucro então mãos à obra!

Como já citei em minha matéria de cadeias cinéticas, exercícios de cadeia fechada tem grande importância no estimulo dos mecanorecptores, além de estimular a contração muscular desenvolvendo força, potência e resistência dentro de movimentos funcionais.

Entretanto, geram uma força compressiva na articulação, logo se o aluno estiver restrito ao apoio do peso não deve ser feito, fora isso, pode ser feito sim. Porém, o instrutor deve estar atento para que o aluno mantenha uma angulação de segurança.

Eu sempre opto em iniciar o trabalho com fortalecimento em cadeia aberta com o mínimo de estresse articular como por exemplo em movimentos nos quais a articulação acometida se mantenha em isometria e, após o reforço muscular evoluo para os demais exercícios.

Agora vou dar algumas ideias sobre um exercício super simples que pode ser muito benéfico durante sua aula. O importante é respeitar o limite do seu aluno e acompanhar os resultados durante o Pilates no tratamento da artrose.

Exercícios de Pilates para o Tratamento da Artrose

Como sabemos os pés são nossa base e fazem total diferença durante as atividades de vida diária, além de realizarem o movimento da nossa bomba tíbio-tarsica nutrindo nossas estruturas musculoesqueléticas e bombeando sangue para todo corpo.

O exercício proposto na imagem abaixo pode ser feito de diferentes formas. O importante é:

1. Realizar o movimento de flexão de quadril e extensão com elevação da perna– fortalecendo a musculatura de cadeia anterior do tronco e membro inferior em elevação.
2. Manter o joelho, do membro inferior em elevação em extensão – ideal para preservar a musculatura adjacente do joelho ativa e diminuir o estresse na região.
3. O joelho do membro inferior I contralateral (apoiado no chão) pode estar em flexão ou extensão.
4. Em extensão do joelho do membro inferior de apoio: é favorável para o fortalecimento de cadeia posterior e alongamento da parte anterior do membro inferior. Cuidado apenas com alunos que já tenham uma hiperextensão de joelho.
5. Em flexão do joelho do membro inferior de apoio: é indicado para estimular os mecanoreceptores e favorecer a uma angulação mais segura, quando o arco de movimento do joelho permite que o pé se mantenha apoiado no chão.
6. Fazer o movimento de dorsi-flexão do pé – esse movimento além de aumentar a vascularização, fortalece toda a musculatura do membro inferior, melhora o arco de movimento plantar.

As molas, bolas e giroflex são grandes aliados no treino dos alunos. Conseguimos manter a terapêutica com exercícios variados, excluindo o temido tedio dos tratamentos fisioterapêuticos convencionais.

Algumas idéias de exercícios de Pilates no tratamento da artrose são:

A mola unilateral facilita a flexão de quadril de um membro e a manutenção da extasão do joelho, mas aumentar a ativação do powerhouse e estimulam a maior fluidez na abdução, flexão ou extensão do quadrilcontralateral.

Esse é um excelente exercício para propriocepção, equilíbrio e fortalecimento do abdutores de quadril.

Para alunos sem relato de dor sobre o apoio de peso podemos fazer esse exercício de cadeia cinética fechada, mantendo a angulação de segurança do joelho, ativando de forma isométrica e bilateral a musculatura dos membros inferiores e além disso associar a um trabalho de membros superiores com a resistência da mola.

Por fim deixo a dica desse exercício de Pilates no tratamento da artrose, que além de oferecer segurança para a articulação do joelho fortalece o membro inferior de maneira global e tem ênfase em uma das musculaturas que mais frequentemente apresenta fraqueza, principalmente em idosos, a musculatura adutora do quadril.

Concluindo…

Então essas são algumas das minhas dicas no que diz respeito ao uso do Método Pilates no tratamento da artrose.

Acompanhe sempre as informações que seus alunos trazem, os relatos, o momento em que a dor aparece, os exercícios que geram desconforto e os que geram alivio, não deixei de evoluir e trazer coisas novas. Eles serão gratos.

Mantenha os estudos e divida comigo suas experiências!

Até a próxima!