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O câncer de mama é o câncer mais comum em mulheres em todo o mundo e é uma das principais causas de morte por câncer entre as mulheres, sendo responsável por 23% do total de casos de câncer e 14% das mortes. Ele também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.

A Organização Mundial da Saúde estimou que a incidência do câncer de mama na América do Sul em 2008 foi de 114.898 casos. No Brasil, em 2013, o Instituto Nacional de Câncer, evidenciou 14.388 mortes, sendo 181 homens e 14.206 mulheres.

No entanto, devido as melhorias significativas em diagnóstico e tratamento nas últimas décadas, a mortalidade por câncer de mama tem progressivamente diminuído. Contudo, apesar da evolução no tratamento, esse agravo gera muitos prejuízos funcionais ao longo do tempo reduzindo consideravelmente a qualidade de vida desses pacientes.

Principais Disfunções do Câncer de MamaCâncer-de-Mama---fadiga

  • Fadiga muscular
  • Fraqueza muscular
  • Perda da massa muscular
  • Diminuição da amplitude do movimento do ombro
  • Dor
  • Complicações pulmonares
  • Neuropatia
  • Linfedema

O linfedema é uma das principais complicações do câncer de mama. Caracteriza-se por um inchaço crônico do membro superior associado ao quadrante do tronco acometido pelo câncer. Ele geralmente se desenvolve após danos nos gânglios linfáticos axilares, devido às terapias contra o câncer de mama.

A remoção cirúrgica dos nódulos linfáticos, que é considerada como sendo importante para o prognóstico, provoca danos permanentes para as vias linfáticas. Assim, a drenagem linfática fisiológica pode ser significativamente reduzida e levar ao linfedema.

Esta condição está associada a dor, sensação de peso no braço, perturbação psicossocial e risco elevado de infecção. O linfedema é considerado a complicação mais temida do câncer de mama.

As terapias mais efetivas para combater e reduzir o linfedema é a drenagem linfática e atividade física. Contudo, vale ressaltar que essas terapias não farmacológicas devem ser realizadas por profissionais capacitados e com conhecimento em oncologia, caso contrário, poderá ocorrer agravos, como o aumento do linfedema.

Um sintoma comum do câncer de mama relacionado ao aparelho locomotor é a fadiga. Mesmo com o tratamento bem sucedido os pacientes continuam a ter sintomas de fadiga durante meses ou anos após o tratamento. Assim, uma das terapias mais elucidadas para combater essa injúria é a atividade física.

Benefícios da Atividade Física para Pacientes com Câncer de MamaCâncer-de-Mama---atividade-física

A atividade física é amplamente reconhecida como uma terapia não farmacológica eficaz em pacientes com câncer. Muitos estudos denotam que o incremento da atividade física proporciona benefícios importantes para promover resultados psicológicos e bem estar físico em pacientes com câncer.

Órgãos como: Authorities from the Institute of Medicine, American Cancer Society e American College of Sports Medicine recomendam a atividade física como uma parte crítica, segura e eficaz aumentando a sobrevivência de pacientes com câncer.

Podemos enumerar alguns benefícios do Pilates para pacientes com câncer de mama:

  • Melhora da fadiga
  • Redução do risco de recorrência do câncer
  • Diminuição dos efeitos colaterais do tratamento do câncer
  • Melhora da qualidade de vida

Contudo, apesar da atividade física gerar um aumento na sobrevivência de pacientes com câncer, ainda é comum encontrar receios desses pacientes em realizar atividade física.

É necessária muitas vezes a intervenção de outros profissionais, como psicólogos, para gerarem uma mudança no comportamento desses pacientes.

Pilates no Tratamento do Câncer de MamaCâncer-de-Mama---exercícios

E como o Método Pilates pode gerar benefícios para pessoas com câncer de mama?

Existem evidências que o Pilates é positivo para o tratamento desses pacientes? Sim! O método Pilates gera benefícios e há estudos que comprovam isso. Contudo, um maior número de estudos com mais participantes, melhor desenhados e controlados, ainda se fazem necessários.

Um estudo piloto realizado na Austrália (Martin, et al, 2013), cujo objetivo era avaliar a viabilidade e eficácia dos exercícios de Pilates para treinamento de resistência para sobreviventes de câncer de mama usando a Step Chair, avaliou 26 mulheres com idade entre 29 – 69 anos, que já tinham finalizado o tratamento clínico há pelo menos seis meses.

As participantes tiveram avaliação do oncologista previamente e foram randomizadas em três grupos:

  • Grupo Pilates
  • Grupo de Treinamento de Resistência
  • Grupo Controle

Participantes com: doença cardiorrespiratória, anormalidades que comprometeria a capacidade da participante para completar o protocolo de treinamento de exercício, ou já realizando alguma atividade física, foram excluídas. O protocolo de treinamento durou oito semanas com três aulas semanais com duração de 50 minutos cada aula.

Antes do início de cada sessão foram avaliados os sinais vitais: frequência cardíaca de repouso, pressão arterial e saturação de oxigênio.

Tanto para o grupo Pilates como para o grupo de treinamento de resistência foram realizados: 15 minutos de atividade aeróbica (esteira ou bicicleta) + 5 minutos de alongamentos + 25 minutos de treinamento na Step Chair (no grupo Pilates), ou 25 minutos de exercícios de resistência (no grupo de treinamento de resistência) + 5 minutos de desaquecimento.

O grupo controle não realizou atividade física.

Eles perceberam que tanto o grupo Pilates quanto o grupo de treinamento de resistência apresentaram melhora significativa na resistência muscular em comparação ao grupo controle.

Esse estudo conclui que o Pilates associado à atividade aeróbica é tanto positivo como os exercícios de resistência na melhora da resistência muscular. Sugere, inclusive, que a Chair seja implantada em clínicas e hospitais para auxiliar no tratamento do câncer devido à sua capacidade de adaptação.

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Outro estudo, mais recente, realizado na Turquia (Alpozgen, et. al, 2016) teve o objetivo de avaliar a eficácia de exercícios baseados no Método Pilates, em comparação com exercícios combinados (fortalecimento e alongamento) e grupos de exercícios em casa, na reabilitação dos distúrbios dos membros superiores relacionados com o tratamento do câncer de mama.

55 pacientes foram randomizadas nesses três grupos. Os pesquisadores avaliaram dor, amplitude de movimento, força muscular e estado funcional. O protocolo teve duração de 8 semanas com três aulas semanais, com duração de 40 – 45 minutos, cada aula.

Os pesquisadores incluíram participantes que estivessem entre as Fases I-III do câncer, com um diagnóstico de câncer da mama confirmado e com limitação da amplitude do ombro (igual ou acima de 20º para flexão, abdução, rotação externa ou interna do ombro).

As participantes que tivessem doença cardíaca grave, hipertensão não controlada ou disfunções no membro superior de origem antes do tratamento do câncer de mama foram excluídas.

Os exercícios de Pilates selecionados foram o do solo associados às faixas elásticas. Os exercícios combinados foram de alongamento, fortalecimento e respiração. Os exercícios em casa foram ensinados previamente por fisioterapeutas e as participantes receberam cartilhas para ajudar com os exercícios em domicílio.

Os pesquisadores perceberam que em relação à dor, os três grupos apresentaram melhora no final do protocolo.

Em relação à amplitude de movimento tanto o grupo Pilates como o grupo de exercícios combinados tiveram melhora em todos os movimentos articulares do ombro, já o grupo de exercícios feitos em casa, apenas a flexão e abdução do ombro apresentaram melhora.

Em relação à força muscular, os grupos Pilates e exercícios combinados tiveram ganho de força em todos os movimentos do ombro, já o grupo de exercícios em casa, apenas para flexão e abdução do ombro. O grupo Pilates apresentou uma melhor resposta quanto à resistência muscular em relação aos outros dois grupos.

Os pesquisadores concluíram que os exercícios do Método Pilates supervisionados por fisioterapeutas podem ser uma alternativa para a reabilitação de pacientes com disfunções do membro superior relacionadas com o câncer da mama e são mais benéficos do que os exercícios realizados em casa.

Abaixo, faço uma lista com os principais benefícios do Método Pilates para pacientes com câncer de mama:

  • Aumento da resistência muscular;
  • Melhora da dor;
  • Melhora da amplitude de movimento;
  • Aumento da força muscular;
  • Tratamento alternativo para disfunções do membro superior devido ao câncer de mama

Concluindo…Câncer-de-Mama-2

O método Pilates tem muitos estudos publicados para a saúde da mulher, e as evidências em sua maioria das vezes apontam bons benefícios.

No entanto, se faz necessário mais estudos controlados pra que possamos ter respostas definitivas para sempre melhorar os tratamentos em casos de câncer de mama, e todos os outros problemas relacionados à isso.

Espero ter ajudado um pouco. Estou à disposição para qualquer dúvida.

Abraço.

Referências
ALPOZGEN, Zengin. A. et. al. Effectiveness of Pilates-based exercises on upper extremity disorders related with breast cancer treatment. European Journal Cancer Care (Engl). 2016 Jun 23.
BLUETHMANN, Shirley M. et. al. Effect of physical activity on sex hormones in women: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Breast Cancer Research. 2015 Nov 5;17(1):139.
INCA, Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Mama. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama/cancer_mama>. Acesso em 02 de Outubro de 2016.
MARTIN, Eric. et. al. Improving muscular endurance with the MVe Fitness Chair™ in breast cancer survivors: a feasibility and efficacy study. Journal Science and Medicine Sport. 2013 Jul;16(4):372-6.
MENESES-ECHÁVEZ, José Francisco. et.al. Effects of supervised exercise on cancer-related fatigue in breast cancer survivors: a systematic review and meta-analysis. BMC Cancer. 2015 Feb 21;15:77.
PARAMANANDAM, Vincent Singh. ROBERTS, Dave. Weight training is not harmful for women with breast cancer-related lymphoedema: a systematic review. Journal of Physiotherapy. 2014 Sep;60(3):136-43.


























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