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Para entendermos como o Pilates pode ser usado no tratamento conservador da Síndrome do Impacto Fêmoro-Acetabular, precisamos conhecer um pouquinho mais da história do criador do Método. Vamos lá?

Método Pilates

Joseph Hubertus Pilates nasceu em 9 de Dezembro de 1883 na Alemanha. Quando criança apresentou diversas doenças, como asma, febre reumática e raquitismo.

Devido sua infância enferma, Pilates adotou uma vida para melhorar sua saúde. Dentre as técnicas aplicadas, utilizou exercícios respiratórios para auxiliar na cura de suas patologias respiratórias, e muitas dessas técnicas eram realizadas ao ar livre, devido à seu raquitismo – o qual é causado pela deficiência de vitamina D.

Joseph dedicou-se a estudar anatomia, biologia, física, dentre outras especialidades, e com prática e conhecimentos intensos de exercícios e técnicas, quando era adolescente posou para um atlas de anatomia.

Em 1912 mudou-se para Inglaterra para trabalhar como boxeador profissional, e 2 anos depois, durante a Segunda Guerra Mundial, Pilates auxiliou na reabilitação de diversos soldados feridos, os quais estavam acamados ou até mesmo em cadeira de rodas.

Joseph retirava as molas dos colchões e prendia na cabeceira das camas, para que dessa forma os soldados se exercitassem fazendo força com o auxílio das molas. A partir dessas adaptações surgiram os primeiros aparelhos do Método Pilates: o Cadillac e o Reformer.

Após a Guerra, Joseph retornou para a Alemanha e continuou seu trabalho como boxeador. Porém em 1926 mudou-se para os Estados Unidos devido à decepção com a situação política e social de seu país. Durante a viagem conheceu sua futura esposa, Anna Clara Zuener, que era enfermeira.

Em 1929 o casal fundou um estúdio na cidade de Nova York, situado em um prédio com vários estúdios de dança. Dessa forma, muitos dos bailarinos recorreram a Joseph para tratar suas lesões, e ele foi frequentemente procurado para melhorar a postura e a força dos bailarinos.

Joseph faleceu em 1967 com 83 anos de idade, porém a causa de sua morte nunca foi bem esclarecida. Algumas pessoas relatam que ele faleceu devido um incêndio em seu estúdio, entretanto outras pessoas mencionam que Joseph faleceu devido complicações respiratórias, agravadas pelo uso frequente de cigarros e charutos.

O Método desenvolvido por Joseph foi inicialmente chamado de Contrologia, o qual ensina que é a mente que deve controlar os músculos, trabalhando o “power house”, estimulando a consciência da postura e a estabilização da coluna vertebral.

Sabe-se que o Método Pilates, assim chamado hoje em dia, traz diversos benefícios para seus praticantes, auxiliando na reabilitação e prevenção de lesões, e melhora da qualidade de vida.

E é exatamente na reabilitação que vamos focar no texto de hoje.

Síndrome do Impacto Fêmoro-Acetabular

A articulação do quadril requer o movimento de rolamento da cabeça do fêmur no acetábulo.

O Impacto Fêmoro-Acetabular (IFA) ocorre quando existe um contato anormal entre a borda acetabular e a cabeça do fêmur, o que ocasiona em microtraumatismos no labrum e na cartilagem acetabular (SANKAR, 2013).

Normalmente, o IFA ocorre devido alterações na transição colo‐cabeça e/ou no acetábulo, porém pode ocorrer também em quadris morfologicamente normais devido a esforços repetitivos associados à flexão de quadril, sequelas de fraturas do colo do fêmur, epifisiólise, doença de Perthes, coxa vara, entre outras etiologias (POLESELLO, 2012; BEALL, 2005; STREHL, 2005; MARANHO, 2013; ZIEBARTH, 2009).

O Impacto Fêmoro-Acetabular pode ser sintomático quando envolve lesão de partes moles desencadeadas pelos esforços, ou assintomática sendo que permanece assim até a ocorrência de artrose secundária de quadril.

As lesões de partes moles que produzem sintomas podem ser do tipo cam que é quando ocorre as desinserções labrais e o destacamento condral, ou então do tipo pincer quando ocorre o esmagamento labral.

No IFA pode estar presente a ocorrência de estalos e bloqueios, e o teste de impacto (ocorrência de dor durante a flexão, adução e rotação interna de quadril) é positivo (OLIVEIRA, 2008).

Como sintomas, se encontra presente em muitos casos a dor na região inguinal que pode irradiar para região interna de coxa e joelho, e a limitação da amplitude articular.

Portanto, atividades diárias ficam prejudicadas, como por exemplo, fazer caminhadas longas, permanecer muito tempo sentado na mesma posição, cruzar as pernas e até mesmo o movimento de sentar e levantar de uma cadeira.

Também está presente a ocorrência de alterações na marcha e no movimento de subir escadas. Outra característica frequente desses pacientes é o sinal em “C”, que é aquele que o paciente mostra com a mão no formato de “C” em torno da articulação do quadril onde sente a dor.

Portanto, o Impacto Fêmoro-Acetabular está relacionado à perda de movimento articular, disfunção de tecidos moles e a osteoartrite precoce de quadril  (BOFF, 2015; GANZ et al., 2003; BECK et al., 2005).

A radiografia em AP da pelve e a ressonância magnética dessa articulação são importantes para detectar esse tipo de lesão.

Método Pilates e a Síndrome do Impacto Fêmoro-Acetabular

O Método Pilates pode ser utilizado no tratamento conservador do Impacto Fêmoro-Acetabular, contribuindo para o fortalecimento muscular, o que ocasiona uma melhora da estabilização dessa articulação e melhora do equilíbrio.

No caso de um paciente em fase aguda, o Pilates ainda pode ser realizado, porém com maior cautela, realizando exercícios com menores amplitudes para evitar a ocorrência de dores.

Apesar do tratamento conservador, muitos pacientes não respondem bem ao tratamento e acabam evoluindo para procedimento cirúrgico. Mesmo nesses casos, o Método Pilates é utilizado no pré-operatório para aumentar a resistência muscular do paciente para a cirurgia, assim como no pós-operatório, após liberação médica para a prática de exercícios.

Portanto, o Método Pilates pode e deve ser utilizado na reabilitação!

Durante a sessão, devem ser realizados exercícios que trabalhem o fortalecimento muscular, principalmente de abdutores e rotadores externos de quadril, podendo utilizar exercícios nos aparelhos e no MAT.

Também exercícios de fortalecimento muscular de glúteo médio e mínimo para promover uma estabilização da região lombo-pélvica.

Além da estabilização realizada pelo fortalecimento muscular, devem ser realizados exercícios que promovam uma liberação miofascial, pois devido ao estresse nessa articulação ocorre a presença de tensão muscular, a qual deve ser relaxada.

Portanto, exercícios de alongamento muscular de membros inferiores, principalmente de flexores de quadril, devem ser realizados, assim como o trabalho no foam roller, para promover essa liberação.

Durante a execução do Método Pilates, o profissional deve evitar propor exercícios que realizem rotação interna e flexão completa de quadril.

Muitas vezes o paciente pode relatar dor na posição em decúbito lateral, então exercícios que sejam executados nessa posição devem ser evitados.

Concluindo…

Podemos concluir que o Método Pilates é um ótimo aliado no tratamento conservador do Impacto Fêmoro-Acetabular, assim como nos casos de cirurgia auxiliando no pré e pós- operatórios.

Lembrando sempre que o sucesso do tratamento é a prescrição correta dos exercícios, respeitando as limitações de cada paciente.

 

Referências Bibliográficas
  • BEALL, D.P; SWEET, C.F; MARTIN, H.D; LASTINE, C.L; GRAYSON, D.E; LY, J.Q; et al. Imaging findings of femoroacetabular impingement syndrome. Skeletal Radiol. V. 34, n. 11, p. 691 – 701, 2005.
  • BECK M., KALHOR M, LEUNIG M, GANZ R. Hip morphology influences the pattern of damage to the acetabular cartilage: femoroacetabular impingement as a cause of early osteoarthritis of the hip. J Bone Joint Surg Br. V. 87, n. 7, p. 1018,  2005.
  • BOFF, J.F. Desempenho funcional em pacientes com sintomatologia unilateral de impacto femoroacetabular. 2015. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, 2015.
  • GANZ, R; PARVIZI, J; BECK, M; LEUNIG, M; NOTZLI, H; SIEBENROCK, KA. Femoroacetabular impingement: a cause for osteoarthritis of the hip. Clin Orthop Relat Res. N. 417, p. 112 – 120, 2003.
  • MARANHO, D.A.C; NOGUEIRA-BARBOSA, M.H; ZAMARIOLI, A; VOLPON, J.B. MRI abnormalities of the acetabular labrum and articular cartilage are common in healed LeggCalvéPerthes disease with residual deformities of the hip. J Bone Joint Surg Am. V. 95, n. 3, p. 256 – 265, 2013.
  • OLIVEIRA, L.P. IMPACTO FÊMORO-ACETABULAR. 2008. http://artrolab.com.br/p_quadril.php. Acesso em: Junho/2018.
  • POLESELLO, G.C; HITOSHI, E; CINAGAWA, H.T; CRUZ, P.D.S.S; JANDREY, C. RICIOLOI JÚNIOR, W, et al .Tratamento cirúrgico para impacto femoroacetabular em um grupo que realiza agachamento. Rev Bras Ortop.V. 47, n. 4, p. 488 – 492, 2012
  • SANKAR, W.N; MATHENEY T.H; ZALTZ, I. Femoroacetabular impingement
  • Orthop Clin North Am, V.44, n. 4, p. 575 -589, 2013.
  • STREHL, A; GANZ, R. Ventrales femoroacetabuläres Impingement nach geheilter Schenkelhalsfraktur. V. 108, n. 4, p. 263 – 273, 2005.
  • ZIEBARTH, K; ZILKENS, C; SPENCER, S; LEUNIG, M; GANZ, R; KIM, Y.J. Capital realignment for moderate and severe SCFE using a modified Dunn procedure. Clin Orthop Relat Res. V. 467, n. 3, p. 704 – 716, 2009.


























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