O mal de Parkinson é uma enfermidade que foi descrita pela primeira vez em 1817, pelo médico inglês James Parkinson.
É uma doença neurológica, que afeta os movimentos causando tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio além de alterações na fala e na escrita. Ela não é fatal, nem contagiosa, não afeta a memória ou a capacidade intelectual do parkinsoniano.
O mal de Parkinson acontece devido à degeneração das células situadas numa região do cérebro chamada substância negra. Essas células produzem uma substância chamada dopamina, que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo.
A falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos do paciente, provocando os sintomas acima indicados.
Epidemiologia da Doença de Parkinson
O mal de Parkinson afeta mais de 2% da população com mais de 65 anos.
Anualmente, aparecem um pouco menos de 10 casos novos para cada 100.000 pessoas abaixo dos 50 anos, enquanto surgem pelo menos 300 casos novos para cada 100.000 pessoas entre 88 a 99 anos. No entanto, existem alguns fatores de risco:
- Idade – a doença é mais comumente encontrada em pessoas da terceira idade, portanto o risco aumenta conforme a idade.
- Gênero – homens desenvolvem mais a doença do que as mulheres.
- Hereditariedade – familiares com a doença aumentam as chances de a pessoa desenvolver o Parkinson.
Etiologia
O termo parkinsonismo é usado para se referir a um grupo de desordens que produzem anomalias no funcionamento dos gânglios da base.
Parkinson Secundário
A Doença de Parkinson secundária é causada por diversos fatores identificáveis, como vírus, toxinas, medicamentos, tumores. Além disso, tem características tais como as descritas abaixo:
- Pós-infeccioso
- Tóxico
- Medicamentoso
- Metabólico
Síndrome Parkinson – Plus
São doenças neurodegenerativa que podem afetar a substância negra e causar sintomas de parkinsonismo junto com outros sinais neurológicos.
Características do Mal de Parkinson
Como já foi descrito acima, o portador da doença irá apresentar sintomas como dificuldade de movimento, causando lentidão, além de desequilíbrio muscular, e alteração na fala e na escrita.
No entanto, a Síndrome de Parkinson contém 4 características principais, segundo a Academia Brasileira de Neurologia:
- Tremores – dificuldade de movimento e lentidão
- Acinesia ou Bradicinesia – lentidão e diminuição dos movimentos voluntários
- Rigidez – enrijecimento dos músculos, principalmente no nível das articulações
- Instabilidade Postural – dificuldades relacionadas ao equilíbrio, com quedas frequentes
No entanto, para diagnóstico não é necessário que sejam encontradas esses 4 sintomas. Apenas dois dos primeiros 3 itens acima, já podem ser considerados casos do mal de Parkinson e o paciente deverá ser tratado como portador da síndrome.
Os sintomas começam a se instalar de forma lenta porém progressiva, e geralmente aparece em apenas um lado do corpo, e a pessoa percebe que não consegue executar os movimentos da mesma forma do outro lado. Entretanto, os sintomas vão alcançando o outro lado e aumentando a intensidade.
O portador de parkinson pode ter algumas complicações durante o desenvolvimento da doença, tais como:
- Problemas de Memória
- Alteração Emocional
- Insônia
- Dificuldade de Raciocínio
- Depressão
- Falta de Motivação
- Pressão Arterial Alterada
- Fadiga Excessiva
- Dor Específica ou Geral
Tratamento da Doença
Não há cura para a doença, por isso, a prioridade e objetivo do tratamento é controlar os sintomas.
O tratamento do Mal de Parkinson é basicamente medicamentoso e físico. Os fármacos melhoram os sintomas da DP por alguns anos, entretanto, com o passar do tempo, muitos pacientes desenvolvem complicações motoras.
Ou seja, o paciente estará condicionado a tomar o medicamente por toda a vida, ou então, até que apareça algum outro tratamento mais eficaz.
Além da opção dos medicamentos, existem técnicas cirúrgicas para aliviar e melhorar alguns sintomas da doença, apenas quando os medicamentos falharem ou pararem de fazer efeito no corpo do paciente.
Fisioterapia, fonoaudiologia e suporte psicológico são técnicas que podem ser tratadas a parte com o paciente para que ele trate sua doença da melhor forma possível.
Além disso, o exercício físico é extremamente recomendado, e entre eles, o Método Pilates. Isso, porque o paciente aprenderá desde o começo a se movimentar novamente, aproveitando a respiração ao máximo, e atingindo movimentos que melhorem sua coordenação motora e equilíbrio.
Com uma gama de exercícios de fortalecimento e alongamento, o Pilates possibilita uma reabilitação com movimentos de baixo impacto, sem risco de lesão, que altera o padrão de musculatura rígida e alteração postural.
Caso Clínico
Um homem de 53 anos, canhoto, porteiro, procurou a unidade de saúde básica onde foi avaliado por um médico especialista em neurologia. O paciente relatou ter dificuldade em movimentar as mãos e segurar a chaves devido à instabilidade causada principalmente em mão esquerda.
Também afirmou certa dificuldade ao se levantar da cadeira e rigidez dos braços e das pernas. A sua esposa refere que tem andado um pouco esquecido, e ele próprio admite não ter a capacidade de memória de outros tempos.
O exame físico revelou um paciente bem desenvolvido, bem nutrido, aparentemente ansioso. Mostrava uma notável falta de expressão facial e falava em tom monocórdico.
O exame das extremidades revelou uma rigidez do tipo “roda dentada” em ambos os braços. A sua caminhada era lenta porém normal, com uma postura ligeiramente inclinada. O exame geniturinário mostrou apenas hipertrofia prostática.
Sendo assim foi encaminhado para fisioterapia onde iniciou o tratamento com método Pilates. Há mais de 2 anos o paciente vem obtendo resultados positivos com o método, sendo eles melhora do movimento, melhora da postura e da marcha.
Concluindo…
Apesar de o Mal de Parkinson ainda não ter cura, com os tratamentos existentes, como medicamentos e exercícios físicos, o portador da síndrome possui maiores condições de melhorar sua qualidade de vida.
O Pilates é bastante eficiente para a reabilitação de pacientes com mal de Parkinson, com sintomas em áreas específicas do corpo, ou mesmo generalizados.
No entanto, mesmo com o tratamento pelo exercício físico ainda há a possibilidade de o paciente apresentar alterações e desequilíbrios na postura, dificuldades na fala e movimento.