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A discrepância é quando um membro é mais curto que o outro, podendo ser chamado também de dismetria. A diferença de comprimento dos membros é muito mais comum que você imagina. Algumas vezes pode ser devido a uma posição inadequada ou de compensação.

Vimos nos casos de escoliose ou de dor lombar, por exemplo, que são de razão muscular (postural).

Mas também pode ser devido de algum procedimento cirúrgico e/ou doença, como a osteomielite e luxações congênitas, essas são alterações estruturais (ossos).

O que é certo, que se não ajustado esse desequilíbrio, a sobrecarga em apenas um lado do corpo causa dor, principalmente na coluna. Mas como é a avaliação? É reversível? Como vamos lidar com isso numa aula de Pilates?

Saiba mais sobre encurtamento nesta matéria!

Avaliação

Para determinar essa diferença e de quantos centímetros ela é, existem algumas formas:

1) Medida com Fita Métrica

Medida Aparente: Paciente deitado, em decúbito dorsal, com as pernas esticadas, medir com a fita métrica do umbigo ao maléolo medial.

Medida Real: Paciente deitado, em decúbito dorsal, com as pernas esticadas, medir com a fita métrica da Espinha Ilíaca Antero Superior até o maléolo medial.

2) Encurtamento de Tíbia

Em decúbito dorsal, com os joelhos dobrados, observar de frente se tem um joelho mais elevado que outro.

3) Encurtamento de Fêmur

Em decúbito dorsal, com os joelhos dobrados, ficar ao lado do paciente e notar se tem um joelho mais distante em relação ao outro.

4) SAPO

Software para Avaliação Postural: Essa maneira de avaliar é através de um protocolo onde tem pontos pré-determinados para fazer a marcação, após isso deve se tirar uma foto para ser analisado pelo software.

5) Radiografia e Tomografias

Sendo possível uma melhor visualização dos ossos.

O que fazer?

A partir de 2 centímetros de diferença entre os membros, é necessário ter um acompanhamento.

Muitas pessoas tem um leve desvio postural, porém existe um limite de diferença entre membros que o corpo suporta e se adequa, que é em torno de 20mm.

O que se deve perguntar é: isso é estrutural ou postural? Tem relação com alguma doença ou dor?

Pois visto isso e através da avaliação física e postural, é possível montar um plano de tratamento. Se for de questão postural, o tratamento será basicamente em reequilibrar as forças dos músculos.

Porém, se for origem estrutural, o uso de palmilha e calços se tornam necessários para nivelar os membros. E o cuidado será no condicionamento dos músculos envolvidos, principalmente quadríceps, abdômen, oblíquos e glúteos.

Muitas vezes, as queixas de lombalgias, são acompanhadas pela discrepância de membros inferiores. A dor diminuindo, essa sensação dos membros terem uma desigualdade no comprimento diminui também.

Como aplicar o Método Pilates?

O Pilates se torna um aliado, particularmente quando se trata de um problema postural.

Os exercícios são feitos de acordo com a avaliação geral do paciente, mas o Pilates consegue trabalhar de forma global o corpo, com fortalecimento, alongamento, coordenação motora e condicionamento físico, aliviando as tensões musculares e com isso diminuindo as dores.

Quando é estrutural, o Pilates será uma atividade física ideal, pois é possível fazer muitos exercícios deitado ou sentado, tornando a aula mais agradável para quem sofre com a discrepância e encurtamento.

Mas quando for realizar exercícios de pé, os mesmos podem ser feitos com um calço para não haver essa diferença dos membros e ficar mais confortável para o paciente.

E ainda é aconselhável realizar exercícios alternando os membros, pois para cada membro tem uma força e uma posição diferente.

1) Mermaid

  • Sentada no Cadillac, segurando a barra móvel, abaixar a barra realizando uma flexão lateral.

2) Roll Up

  • Deitado em decúbito dorsal, começar com o enrolamento vértebra por vértebra até conseguir ficar na posição sentada, evoluir com o enrolamento para voltar à posição deitada.

3) Swimming

  • Em quatro apoios, coluna alinhada, pedir para o paciente esticar membro inferior direito e membro superior esquerdo, voltando à posição inicial e alternando os membros.

4) Criss Cross

  • Exercício com objetivo de fortalecer os músculos oblíquos.
  • Em decúbito dorsal, colocar as mãos na região occipital e manter joelhos em 90º, levar o cotovelo esquerdo para o joelho direito, tirando o ombro do chão e esticar a perna esquerda.
  • Fazer o mesmo movimento para o lado contralateral.

5) Shoulder Bridge

  • Em decúbito dorsal e joelhos flexionados, pedir para o paciente elevar o corpo, retirando vértebra por vértebra do chão, até a pelve ficar alinhada com os joelhos e ombros, ficando em posição de ponte.
  • A pressão do exercício deve ser sentida no calcâneo, assim saberá que o glúteo máximo está sendo recrutado.
  • Se pedir para o paciente retirar uma perna do chão, quando a pelve ficar alinhada com os joelhos, estará recrutando também o glúteo médio.
  • Esse mesmo exercício pode ser feito no Reformer, Chair, Cadillac e Solo.

6) Foot Work

  • Na Chair, sentar com os pés apoiados nos pedais, realizar o abaixamento.
  • Como variação, pode ser feito de pé.
  • O mesmo exercício é recomendado realizar no Reformer, cuidando com a posição deitada por longo período.

7) Clam

  • Deitada de decúbito lateral (DL), com os calcanhares unidos, realizar uma abdução da coxa.

8) Dissociação de Quadril

  • Exercícios de dissociação de quadril e ativação do Músculo Quadrado Lombar
  • Esse exercício pode ser feito pedindo para o paciente sentar sobre o disco de equilíbrio, forçando-o a ativar o músculo quadrado lombar devido o desequilíbrio.

Concluindo…

Segundo algumas pesquisas, cerca de 90% da população apresenta diferença entre os membros, ou encurtamento.

Quando essa diferença é grande e cuidamos dessas pessoas através do Pilates, o desafio será maior para o profissional. Portanto, observar e avaliar o aluno é o que garante um resultado satisfatório.

 

Referências Bibliográficas
  • SATILI, CLAUDIO; et al. Avaliação das discrepâncias de comprimento dos membros inferiores. Ver. Bras. Ortop. – Vol 33 nº1 – Janeiro, 1998.
  • TOLDO, K. F. et al. Discrepância de membros inferiores e lesões musculoesqueléticas em crianças praticantes de atividades esportivas. V Mostra Interna de Trabalho de Iniciação Científica Cesumar. 2010 Maringá, Outubro, 2010.
  • www.blogpilates.com.br – Acesso em 20 de março de 2018.
  • www.keynerluiz.com – Acesso em 20 de março de 2018.


























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