A inflamação intestinal, uma gravidez ou até um aumento de volume abdominal durante um longo período de tempo origina uma distensão do reto abdominal. Deixando o Abdômen Fraco e Distendido.
Perder esse volume (seja ele causado por inflamação, gordura ou um bebê) não implica que a parede abdominal fique firme por si só.
É necessário um trabalho específico de recrutamento muscular de um músculo que ficou alongado e do qual foi exigido contração e suporte adequado estando as suas fibras musculares distendidas. Vamos aprender mais sobre Abdômen Fraco e Distendido?
Flacidez do Músculo Abdominal
Existem muitas dúvidas acerca de se estar perante um caso de gordura subcutânea ou flacidez. Muitas vezes, as duas estão associadas.
No entanto, quando há perda desse volume, tal como um elástico, o músculo ficará distendido, flácido.
Se medirmos a prega abdominal, a espessura do tecido adiposo subcutâneo é muitas vezes reduzida. O que acontece, na verdade, é que devido à perda de volume abdominal. Podendo este ter sido de várias formas, todo o CORE sofreu alterações.
O que acontece ao CORE?
Verifica-se que não só o reto abdominal está flácido e enfraquecido como também os oblíquos, estabilizadores do tronco, apresentam debilidade e muitas vezes assimetria.
Para além disso, o músculo diafragmático também se altera uma vez que perante volume abdominal este encurta. Não conseguindo uma contração ótima nem um relaxamento total. É possível verificar que a maioria das pessoas com volume abdominal apresentam uma respiração curta e, desta forma, apical.
O pavimento pélvico também sofrerá com esta alteração diafragmática e com o aumento do volume abdominal sendo que um peso de 3 a 5 kg sobre este influência já a sua capacidade de contração desafiando as suas fibras tônicas de sustentação na maior parte do tempo.
Perante todo este volume abdominal, o centro de gravidade desloca-se anteriormente exigindo aos músculos posturais, nomeadamente paravertebrais a reterem toda esta deslocação de carga anterior com o objectivo de manter a postura, principalmente em pé.
Como é que o Pilates pode ajudar?
O método de Pilates é conhecido pelo seu foco no CORE. No entanto, este não apresenta apenas exercícios específicos para a parede abdominal mas sim, pelo contrário, desafia os músculos abdominais através do trabalho apendicular.
Ou seja, a colocação escapular e o seu fortalecimento beneficiará a caixa torácica melhorando a posição diafragmática. O trabalho respiratório com movimentos de torção potenciará essencialmente os músculos oblíquos. Auxiliando assim na reabilitação do Abdômen Fraco e Distendido.
O reforço de glúteos e adutores será essencial para a ativação concomitante de reto, transverso abdominal e pavimento pélvico. Os movimentos amplos de pernas e braços serão usados como destabilizadores de equilíbrio obrigando a que todo o CORE seja recrutado para manter a estabilidade lombo-pélvica e cintura escapular.
Após perda de volume abdominal em que a parede abdominal apresenta-se hipotônica o recrutamento abdominal em hipopressivo. Faz sentido para sensibilizar e consciencializar o CORE, relaxar diafragma, encurtar reto abdominal sem pressão intra-abdominal conseguida através do relaxamento diafragmático.
Para além disso, realiza uma força de tração superior na púbis pela inserção do reto abdominal nesta favorecendo o deslizamento das fibras musculares no sentido do encurtamento e contribuindo para o reposicionamento do centro de gravidade.
Este input com reduzida pressão intra-abdominal permite um aumento do espaço entre as vértebras lombares beneficiando as lombares rígidas e planas uma vez que evita forças nocivas sobre esta.
Após o trabalho em encurtamento de reto abdominal em hipopressivo, o músculo poderá ser desafiado com um recrutamento em alongamento.
Apesar de, na presença de um Abdômen Fraco e Distendido, o foco ser o core, o método de Pilates trabalha o corpo como um todo para chegar ao centro sem forças compressivas sobre a coluna.
Exemplos de exercícios
- Spine stretch forward
- Side bend no barril
- Molas de braços
- Pumping eletric chair
Concluindo…
É de suma importância o fortalecimento do abdômen principalmente quando ele estiver fraco e distendido. Isso para que não influencie em outros fatores musculares do corpo.
Bibliografia
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Pilates’ Return to life through contrology; Revised edition for the 21st century by Judd Robbins and Lin Van Heuit-Robbins.
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Pilates Anatomy. Rael Isacowitz and Karen Clippinger.
Muito boa a matéria,vou para Pilates para me ajudar.
Ótima explicação, falou tudo que eu estava precisando, vou procurar Pilates pra eu fazer
Texto bem esclarecedor. Gostaria de saber se é possível através de exercícios o músculo voltar totalmente ao que era no passado e quanto tempo leva para essa musculatura se recuperar?
Olá, Brenda. Tudo bem?
Fica difícil dizer sem avaliar. É preciso ver o estilo de vida do paciente, seu grau de flacidez e quantas vezes pretende praticar exercícios físicos. O nosso corpo é completamente adaptável e consegue se recuperar muito bem, por isso, é possível voltar o tônus do abdômem, mas vai depender do grau de empenho do aluno.
Abraço! 🙂
Obrigado pela partilha
Irei começar a fazer Pilates