Muitos profissionais precisam trabalhar em pé, como aqueles que fazem atendimento em balcão ou os que atuam em linhas de produção. Apesar de ser uma necessidade, é importante se atentar a essa jornada, pois ela gera prejuízos à saúde.
Permanecer muito tempo nesta posição pode ser pior que trabalhar sentado. Além do que os malefícios são mais graves para aqueles que se mantêm estáticos do que para quem está em pé, mas em constante movimento — como, por exemplo, os professores.
É real que o corpo humano necessita manter-se em movimento e sempre ativo, mas trabalhar em pé o dia todo não é benéfico porque esse esforço excessivo e repetitivo pode desencadear diversas complicações, que se mostram em diversas regiões do corpo.
O cansaço e as dores nas pernas são apenas alguns dos problemas causados por se trabalhar em pé. As complicações podem se estender para os joelhos, o quadril, a coluna e a postura de modo geral, e até mesmo desencadear processos degenerativos.
Abaixo explicamos melhor quais são os problemas de trabalhar em pé por muito tempo. Vamos lá?
Os 6 maiores problemas em trabalhar em pé
1. Prejuízos para a circulação sanguínea
As pernas desempenham um papel fundamental para fazer o sangue retornar ao coração: com o movimento dos membros inferiores, o sistema circulatório opera sem complicações e o fluxo sanguíneo faz o caminho de volta de maneira eficiente.
Se isso não acontece, as veias e os músculos não recebem oxigênio e nutrientes suficientes, então se inicia um quadro inflamatório que provoca dor. Além disso, aumentam-se as chances de ocorrerem edemas e varizes.
2. Sobrecarga das articulações
É verdade que as articulações do corpo humano são estruturas fortes e resistentes que permitem os movimentos e, em alguns casos, absorvem impactos. No entanto, elas são vulneráveis e também podem ser prejudicadas se você permanecer em pé por longos períodos.
Como consequência, além das dores características, há mais chances de desenvolvimento de artrose e artrite.
3. Fadiga muscular
Conforme dito anteriormente, a imobilidade dos membros inferiores prejudica a circulação sanguínea, fazendo com que os músculos locais não recebam a irrigação necessária. Há então a tendência de ficarem fatigados pelo esforço excessivo.
É extremamente comum que ao final de uma jornada extensa de trabalho em pé, o profissional sinta as panturrilhas doendo, além das coxas, dos pés e até mesmo dos músculos da coluna, uma vez que todos eles são sobrecarregados.
4. Má postura
Ao trabalhar em pé, é comum que depois de certo tempo o cansaço se manifeste. Então, quando uma perna começa a doer, temos a tendência de colocar o peso sobre a outra para ter uma sensação de conforto.
Nós nos equilibramos de formas diferentes para minimizar os desequilíbrios, e o problema está justamente aí. Quando fazemos essas adequações, assumimos uma má postura, por consequência sobrecarregamos ainda mais outras estruturas do nosso corpo.
Podem surgir lesões com o passar do tempo e desgastes nas articulações por conta da sobrecarga que elas sofrem. Dependendo do modo como nos posicionamos, é possível desenvolver alterações anatômicas importantes.
5. Lombalgia
A coluna é comumente prejudicada em pessoas que precisam trabalhar em pé por várias horas. Isso acontece porque ela possibilita mantermos o tronco ereto e também absorve os impactos, juntamente aos membros inferiores.
A dor na lombar é muito frequente nesses casos, e ela acontece tanto porque os músculos dessa região são sobrecarregados como porque as articulações precisam lidar com um esforço excessivo.
6. Problemas nos pés
Bolhas, calos, dores e joanetes são alguns dos problemas que afetam os pés quando se trabalha muito tempo em pé. Temos que nos lembrar que são eles que absorvem os primeiros impactos e ainda sustentam o peso de todo o nosso corpo.
A grande maioria dos pacientes apresentam alterações na pisada, podendo ser supinada ou pronada – tornando o cansaço ainda maior, proporcionalmente aos prejuízos.
A explicação é simples: o peso é distribuído de forma desigual nesses casos, o que gera ainda mais sobrecarga aos pés e outras partes do corpo, como joelhos e quadril.
Como o Pilates auxilia nesses casos?
É extremamente comum ouvir de pessoas que trabalham em pé que “eu já caminho bastante, não preciso fazer atividade física”. Mas cabe a você, profissional de saúde, orientar e lembrar que um exercício físico só é válido quando o corpo entende que aquele é o momento em que ele está sendo realizado.
Isso acontece quando a mente concentra e a compreensão dos movimentos ocorre juntamente com o relaxamento de toda a musculatura – mesmo num treino de força, o que parece extremamente contraditório.
Ao caminhar muito na rotina de trabalho, também é corriqueiro que haja muito desgaste e impacto em calcanhares, então o Pilates entra como uma atividade benéfica porque não produz impacto.
O trabalho de força ocorre de forma gradual e específica. Trabalham musculaturas responsáveis pela sustentação da posição ortostática e promovem estabilidade local.
Mesmo que em movimento, esse público chega geralmente bem encurtado ao Studio. Alongamento e flexibilidade devem ser trabalhados de forma global e presentes em todas as aulas.
O trabalho cardiorrespiratório não pode ser esquecido: corrija sempre seu aluno quanto a respiração e mais que isso, concentração!
O equilíbrio tem seu papel importante a esses trabalhadores: eles precisam estar alinhados tanto de forma estática quanto dinâmica, para que possam executar seu gesto de trabalho da forma mais eficiente possível.
Conheça seu aluno! Entenda sua rotina na empresa – não apenas se ele permanece em pé ou não. Uma boa anamnese é fundamental: ele produz movimentos repetitivos? Alterna entre ortostase e sedestação? Se mantém hidratado durante esse período? Quanto tempo fica no trabalho? Qual seu histórico de lesão?
Essas são algumas das perguntas necessárias para um bom entendimento sobre a rotina dele. Após isso, seu planejamento de aula poderá ser mais efetivo e os resultados ocorrerão de forma natural. Seu paciente ganha e você também!
Conclusão
Trabalhar em pé por longas jornadas pode resultar em uma série de desafios para a saúde e o bem-estar. Os problemas que surgem, como dores nas costas, pernas e pés afetam significativamente a qualidade de vida.
Nesse contexto, o Pilates se destaca como uma abordagem eficaz para aliviar os efeitos negativos de trabalhar em pé por muito tempo. O Método, com sua ênfase no fortalecimento, alongamento e melhora da postura, ajuda a prevenir e aliviar os desconfortos associados a essas condições.
Ele não apenas fortalece os músculos do núcleo e das costas, mas também promove a consciência corporal e a correção postural, auxiliando na redução do estresse nas articulações.