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Quando resolvi estudar, após alguns anos do término da minha outra pós-graduação, escolhi a Fisioterapia Neurofuncional. Fazendo essa escolha depois que comecei a atuar com o Pilates, fez com que eu mudasse minha percepção.

Vejo quanto o conhecimento de neurologia me faz ver o meu paciente/aluno diferente, mesmo ele não tendo nenhuma doença neurológica.

Comecei esse artigo falando sobre minha escolha da pós-graduação, para entenderem o quanto podemos ajudar nosso público pensando na prevenção, reabilitação e manutenção. Vou explanar alguns pontos para correlacionar o que acabei de falar.

Sistema Nervoso

Antes, preciso explicar resumidamente, o que é o sistema nervoso.

Ele é dividido em:

  1. Sistema Nervoso Central (SNC) – onde engloba a medula e encéfalo (tronco encefálico, cérebro e cerebelo)
  2. Sistema Nervoso Periférico (SNP) – que são os nervos espinhais e cranianos, assim como o sistema nervoso autônomo.

A comunicação do Sistema Nervoso Central e o Sistema Nervoso Periférico se dá através da medula. E os neurônios são células funcionais, que fazem sinapse com outros neurônios gerando assim o impulso nervoso.

A junção entre dois ou mais neurônios transmite uma informação para, por exemplo, o músculo contrair.

Pilates e Benefícios relacionados ao Sistema Nervoso

O Pilates tem muitos benefícios, mas o que vamos ressaltar tem relação com o cérebro. Quando pensamos em um exercício, pensamos logo em alongamento e fortalecimento, mas o Método pode ser muito mais que isso.

Uma parte importante, é a neuroplasticidade. O nosso cérebro tem a capacidade de se adaptar, criando caminhos para novas sinapses.

Isso acontece principalmente quando estamos nos desenvolvendo (infância e adolescência), mas também na vida adulta ou quando apresentamos alguma lesão.

O aprendizado tem relação com a neuroplasticidade, por isso consigo correlacionar com o exercício físico, nesse caso, o Pilates.

Os exercícios do Método conseguem estimular e fazer com que o cérebro crie um circuito. Essa ativação repetida torna a ligação dos neurônios fortes, ou seja, quanto mais praticar, mais fácil fica de realizar e de lembrar.

Outro ponto importante, é que aprendendo novos exercícios, ativamos sinapses normalmente não utilizadas. Aí voltamos para o item anterior: quando aprendemos algo novo, o cérebro vai criar um circuito.

O Pilates pode ser uma aprendizagem desafiadora, pois permite melhorar a capacidade do paciente em realizar determinado exercício.

Então, além de prevenir certos distúrbios tão comuns no envelhecimento, como os déficits de memória, do controle postural, da coordenação motora e do equilíbrio, o Pilates pode ser o tratamento para diversas patologias do sistema nervoso.

Patologias relacionadas ao Sistema Nervoso

No meu dia-a-dia, encontro algumas pessoas que praticam o Pilates por identificação ao método, mas algumas por possuir alguma patologia. Vou citar algumas patologias que de forma direta ou indireta estão relacionadas ao sistema nervoso e que o Pilates pode atuar.

Fibromialgia

A fibromialgia tem um diagnóstico difícil, mas existem estudos que dizem que pessoas com essa doença, têm uma redução em alguns neurotransmissores inibitórios e hiperatividade de alguns neurotransmissores excitatórios.

Hérnia de Disco

A hérnia de disco é o extravasamento do disco, comprimindo raízes nervosas, causando dor e algumas vezes incapacidade.

Geralmente a dor irradia para região correspondente ao nervo que foi atingido, mas sintomas como formigamento e paresia também são vistos.

Síndrome do Piriforme

A síndrome do piriforme é a dor na região do piriforme, podendo ou não irradiar para a perna, onde tem a compressão do nervo ciático, que passa nessa região.

Escoliose

A escoliose é uma curvatura anormal da coluna, podendo ser estrutural ou postural.

Nesse caso, pacientes relatam fadiga e dor nas costas, principalmente, quando ficam muito tempo na mesma posição, pois tem o uso da musculatura de forma desigual, podendo também ter compressão de nervo.

Os benefícios do Pilates nesses casos, quando se tem uma patologia já instalada, será na atuação de forma que os sintomas serão minimizados. E essa abordagem é feita por diversos artigos do Blog Pilates.

Dicas de Exercícios para estimular o Sistema Nervoso

1) Exercícios que pedem movimentações diferentes de membros superiores e membros inferiores – Por exemplo: braços fazem flexão e extensão e membros inferiores fazem abdução e adução (ou círculos) ou até mesmo movimentação diferentes entre os membros superiores como: braço direito faz abdução e adução e o braço esquerdo faz flexão e extensão.

2) Exercícios de Equilíbrio – Pode ser usado bola, discos de equilíbrio/propriocepção, bosu.

3) Exercícios Novos – Exercícios novos, desafios a cada aula, ou o mesmo exercício de forma diferente.

4) Paciente – Pedir para o paciente/aluno realizar os exercícios com a máxima concentração, pois melhora a oxigenação dos tecidos e aumenta sua chance de formar novas células cerebrais.

5) Não Olhar – Pedir para o paciente/aluno não olhar para o exercício. Estimular a manter a postura correta e ter uma melhor consciência corporal.

6) Sequência de Exercícios – Pode ser feito uma sequência de exercícios e pedir para ele repetir o primeiro exercício proposto ou pedir para repetir série na próxima aula.

Concluindo…

O Pilates é complexo. É necessário associar respiração, com contração muscular e repetição. Dificilmente um paciente/aluno conseguirá fazer um exercício de Pilates no “modo automático”.

Portanto, podemos dizer que exercícios que requerem mais concentração, significa mais estímulos que estamos mandando para o cérebro. Sem contar que o Pilates treina o corpo e a mente, quando a mente está ativa, os músculos serão controlados da melhor forma.

E o bem-estar e a autoconfiança irão facilitar a percepção da sua evolução.

O importante é não estagnar!


























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