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*Esse conteúdo é científico e pode ser utilizado para pesquisas*  A asma é uma patologia bastante comum que acomete cerca de aproximadamente 300 milhões de pessoas, segundo pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde, colocando o Brasil na oitava posição no ranking de países asmáticos. 

Os indivíduos que convivem com asma frequentemente encontram dificuldades para realizar atividade físicas. Mas você sabia que o Pilates pode ser um ótimo aliado no tratamento desses pacientes?

Se você conhece um pouco da história de Joseph Pilates, com certeza  já ouviu falar que durante toda a sua infância ele sofreu de raquitismo, febre reumática e a popular asma. Acredita-se ainda, que foram essas dificuldade que o levaram a dedicar às atividades e posteriormente desenvolver a sua técnica: a Contrologia ou como chamamos, Pilates.

Quer conhecer mais sobre a Asma e sua relação com o Pilates? Então continue lendo esta matéria!

O que é a Asma?

A asma brônquica é uma doença crônica caracterizada por inflamação da via aérea, hiperresponsividade brônquica e crises de broncoespasmo com obstrução reversível ao fluxo aéreo. 

O desenvolvimento e manutenção da asma dependem da ação de fatores externos variados em indivíduos geneticamente predispostos, e é considerada em todo mundo, um problema de saúde pública, devido à alta prevalência e custos socioeconômicos.

Indivíduos asmáticos apresentam consideráveis restrições físicas, que quando não controladas devidamente, geram limitações nas atividades de vida diária e atividades de lazer, além de também apresentarem alterações sociais e emocionais. 

A asma traz consequências como a hiperinsuflação ocasionada pelo aumento da resistência das vias aéreas que altera a posição dos músculos respiratórios, incluindo o diafragma que tem sua eficiência mecânica diminuída.

Desenvolve também alterações posturais devido ao comprometimento da mecânica respiratória, o aumento do volume residual e o uso excessivo da musculatura acessória da respiração que contribuem para uma restrição na mobilidade do tórax e podem causar assimetrias, problemas musculoesqueléticos e movimentos compensatórios.

Além disso, pacientes com doença respiratória crônica tendem a apresentar menor tolerância ao exercício físico em função de diversos fatores, como: dificuldade respiratória, restrição a atividades ou mesmo falta de atividades fisicomotoras, levando ao descondicionamento do sistema cardiorrespiratório, gerando diminuição da força muscular de membros superiores e inferiores.

Epidemiologia

A asma incide em qualquer idade, com predomínio na infância e adolescência. 

Os maiores custos relacionados à asma concentram-se nos atendimentos em emergência e hospitalizações, sendo que a mortalidade por asma é baixa, mas apresenta uma magnitude crescente em diversos países.

A asma tem, em todo o mundo, um grande impacto econômico, seja por custos diretos ou indiretos, e social, relacionado a perdas de dias de escola e trabalho, assim como ao sofrimento individual e familiar. 

O custo para o controle da asma é alto, mas certamente os custos do não tratamento da doença são muito maiores tanto para o indivíduo quanto para o sistema de saúde.

Patologia

Vários fatores, ambientais, ocupacionais e individuais genéticos estão associados ao desenvolvimento de asma brônquica, sendo que os principais fatores externos associados ao desenvolvimento de asma são:

  • Alérgenos inaláveis – substâncias do corpo e fezes de ácaros domésticos, antígenos fúngicos, de insetos como baratas e de animais domésticos, além de polens;
  • Vírus respiratórios. 

Poluentes ambientais como a fumaça de cigarro, gazes e poluentes particulados em suspensão no ar, como as partículas provenientes da combustão do óleo diesel, também parecem atuar como fatores promotores ou facilitadores da sensibilização aos alérgenos e da hiperresponsividade brônquica em indivíduos predispostos.

A grande heterogeneidade fenotípica da asma, que pode iniciar em qualquer idade, pode ser intermitente e leve, e até mesmo transitória, ou, ao contrário, persistente e extremamente grave, além de estar associada a diferentes fenótipos intermediários, como atopia, hiperresponsividade brônquica, níveis séricos de IgE, dermatite atópica, dentre outros. Assim, colabora para a dificuldade na caracterização do papel específico de genes isolados no desenvolvimento da doença.

A inflamação brônquica constitui o mais importante mecanismo fisiopatológico da asma, e resulta de interações complexas entre células inflamatórias, mediadores e células estruturais das vias aéreas.

Está presente não apenas em asmáticos graves ou com doença de longa duração, mas também em pacientes com asma de início recente, em pacientes com formas leves da doença e mesmo nos assintomáticos. 

A mucosa brônquica inflamada torna-se hiper-reativa a diversos estímulos, sejam eles alérgicos ou não. 

Na asma alérgica, que representa a maioria dos casos, a resposta mediada por IgE causa alterações imediatas, minutos após a exposição ao(s) alérgeno(s), e alterações tardias, que representarão a resposta inflamatória crônica característica da doença.

Manifestações Clínicas

Seus principais sinais e sintomas são episódios recorrentes de:

  • Sibilos;
  • Dispneia;
  • Opressão torácica e tosse – principalmente à noite ou pela manhã ao despertar, que são uma consequência da obstrução variável ao fluxo aéreo, que pode ser reversível espontaneamente ou com tratamento;
  • Exacerbações – decorrentes da interação entre genética, exposição ambiental a alérgenos e irritantes.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da asma baseia-se nos dados clínicos obtidos pela anamnese, na identificação da sensibilidade alérgica e, em crianças maiores e adultos, em parâmetros de função pulmonar. 

As perguntas frequentes para facilitar o resultado do diagnóstico são sobre os episódios recorrentes de dispneia, sibilância, tosse, dor torácica, medicações em uso, alívio dos sintomas, antecedentes familiares e sobre os principais alérgenos inaláveis intradomiciliares (ácaros, fungos, cães/gatos e baratas).

Para confirmação do diagnóstico há o teste cutâneo de leitura imediata, que é o método mais rápido, sensível e de melhor relação custo-benefício para este fim, se realizado de forma adequada, por profissional treinado e com extratos alergênicos confiáveis. 

Em adultos e crianças maiores deve ser realizada a espirometria antes e após administração de broncodilatador inalado, para o diagnóstico funcional e classificação inicial da gravidade da doença. 

A variação diurna exagerada do pico de fluxo expiratório (PFE) pode ser utilizada para documentar a obstrução variável do fluxo aéreo.

Possíveis Complicações

As possíveis complicações da crise de asma são:

  • Infecção respiratória;
  • Desidratação;
  • Atelectasias por tampões de muco;
  • Síncope por tosse;
  • Pneumotórax;
  • Cor pulmonale agudo;
  • Fadiga respiratória e insuficiência respiratória com hipercapnia;
  • Hipoxemia e suas consequências, como agitação psicomotora, coma, parada cardiorrespiratória e óbito.

Quanto a asma crônica, com o crescente conhecimento das alterações decorrentes do remodelamento brônquico, cada vez mais se aceita que na asma grave e de longa duração, a evolução para pouca ou nenhuma reversibilidade da obstrução ao fluxo aéreo aproxima-a muito da DPOC, com perda progressiva de função respiratória, limitação importante e permanente da qualidade de vida, além de maior incidência de infecções.

Tratamentos para Asma

Os objetivos principais do tratamento da asma são controlar os sintomas, prevenir a limitação crônica ao fluxo aéreo – secundária ao remodelamento brônquico, permitir atividades normais (trabalho, escola e lazer), manter a função pulmonar normal ou a melhor possível, evitar crises, idas à emergência e hospitalizações, reduzir a necessidade do uso de broncodilatador para alívio, minimizar efeitos adversos da medicação e prevenir a morte.

O tratamento de manutenção baseia-se em medidas de controle ambiental para diminuir a exposição aos alérgenos e irritantes inaláveis, como retirar tapetes, cortinas de pano, livros e bichos de pelúcia, limpar diariamente o piso, trocar roupas de cama, não ter animais com pelos dentro da casa e não ser fumante ativo ou passivamente. 

A farmacoterapia, para redução da inflamação e hiperresponsividade brônquica e, em casos selecionados, imunoterapia, para reduzir a sensibilidade alérgica. 

Além disso, o tratamento referente a fisioterapia respiratória e até o Método Pilates são benéficos para melhora do quadro clínico.

Devido ao nível de obstrução das vias aéreas, indivíduos asmáticos tendem a apresentar menor tolerância ao exercício, quando comparados com indivíduos comuns, pois apresentam limitações durante a prática de atividade física. 

O exercício induz a ocorrência de broncoespasmos, gerando diminuição da capacidade ventilatória e aumento da dispneia, o que contribui para que o indivíduo reduza a prática de atividades físicas e adote, consequentemente, um estilo de vida sedentário. 

A espirometria, o Teste de Caminhada de 6 Minutos antes e após o início do programa, traz melhora da Capacidade Vital Forçada (CVF) e do Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1), aumenta a distância percorrida, melhora da sensação de dispneia e da fadiga durante a atividade de vida diária.

Asma e Pilates

O Método Pilates vem se destacando como importante ferramenta, principalmente nas correções de alterações posturais, pois tem a função de fortalecer, alongar e melhorar a postura. 

Os diferentes tipos de exercícios realizados no Pilates possibilitam a melhora do condicionamento cardiorrespiratório e muscular, além de apresentar um diferencial em relação às outras atividades físicas, pois uma de suas importantes características é o controle da respiração, que enfatiza a importância de manter os níveis de oxigenação da circulação sanguínea.

A eficácia do Pilates na asma é decorrente do fortalecimento do centro corporal e pelo alongamento da musculatura da região torácica e da musculatura acessória da respiração, visando à correção das alterações posturais e, consequentemente, a melhora da função pulmonar. 

O Método Pilates contribui para a melhoria na qualidade de vida, pois, através da prática de exercícios físicos específicos, promove bem-estar e saúde, proporcionando maior agilidade, mobilidade e equilíbrio.

Durante a realização dos exercícios, são ativados diversos músculos que estão envolvidos na respiração, principalmente os responsáveis pela expiração, visto que os mesmos se encontram contraídos durante as fases de inspiração e expiração. 

O trabalho dos músculos respiratórios, especificamente dos músculos abdominais, e dos exercícios de alongamento da musculatura acessória da respiração melhora significativamente a força muscular expiratória, e consequentemente é possível diminuir a resistência das vias aéreas.

Conclusão

Durante a crise de asma, ocorre estreitamento da via aérea, levando ao aumento da resistência ao fluxo de ar, resultando em uso excessivo da musculatura acessória da inspiração e um padrão respiratório apical. 

De acordo com o a evolução da doença e com o aumento das crises, ocorre encurtamento da musculatura acessória da respiração, levando a uma alteração postural da caixa torácica. 

Os pacientes passam a adotar um padrão apical e pode ocorrer uma hiperinflação, prejudicando a mecânica do músculo diafragma e o posicionamento da coluna cervical e da cintura escapular, com redução da mobilidade torácica. 

Por isso, exercícios de alongamento da musculatura acessória da respiração – como o Método Pilates  –  trazem resultados benéficos para essas consequências proporcionadas pela asma.

Escrito por: Liga Acadêmica de Fisioterapia Respiratória e Tabagismo – LAFREST – FEPI (Joyce Mara de Souza, Mariana Ferreira e Tainara Nielly Alves).

Orientado por: Profa Pâmela Pereira

 

Referências

SILVA K. S., et al. Influência do Método Pilates nas alterações pulmonar, postural e psicossocial observadas na asma. Fisioterapia Ser. vol. 11 – nº 4. 2016.

SILVA E. C. F. Asma Brônquica. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ. 2008.

PANELLI, C.; DE MARCO, A. Método Pilates de condicionamento do corpo: um programa para toda vida. 2.ed. São Paulo: Phorte, 2009.

SOUSA M. E., MARTINS D. J. N., GONZAGA D. B. Influência do Método Pilates na função cardiorrespiratória de idosos. Revista Expressão Católica Saúde. v.2, n1, 2017.

TORRI B. G., BARROS R. J., OLIVEIRA A. Q., et al. O Método Pilates melhora a função pulmonar e a mobilidade torácica de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica. Revista Fisioterapia Brasil. v.18, p.56-62, 2017.


























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