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A capacidade funcional deve guiar o cuidado ao idoso, levando em consideração os conceitos de autonomia e independência. A autonomia é a capacidade individual de decisão e de comando sobre suas ações, e a independência é a capacidade de realizar atividades sem auxílio. (SANTOS et al, 2016).

O envelhecimento é um fenômeno natural que tem grande repercussão na população. Isso porque está relacionado ao aumento de doenças crônicas e síndromes geriátricas, podendo levar a redução da expectativa de vida saudável e prejudicando a autonomia e a independência funcional do idoso. (FREITAS et al, 2016).

Neste texto iremos explicar como fazer testes para compreender a capacidade funcional do seu aluno e como o Pilates pode ajudar para a melhora dessa capacidade. Confira a seguir.

O comprometimento da capacidade funcional

O comprometimento da capacidade funcional do idoso tem implicações importantes para a família, à comunidade, para o sistema de saúde e para a vida do próprio idoso.

Uma vez que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependência na velhice, contribuindo para a diminuição do bem-estar e da qualidade de vida dos idosos.

A tendência atual é que o número crescente de indivíduos idosos apresentam uma sobrevida maior e com mais condições crônicas. Além do aumento no número de doenças crônicas diretamente relacionado com a diminuição da capacidade funcional (ALVES et al, 2016).

É de extrema importância avaliar a capacidade de idosos, incluindo capacidade aeróbica, teste de força, mobilidade funcional e flexibilidade, para assim elaborar o melhor plano de tratamento.

Por isso, separei alguns testes que podem ser utilizados como parâmetro para essa avaliação. Veja abaixo.

Testes para avaliação da capacidade funcional

Capacidade aeróbica (Teste de Caminhada de 6 minutos e Escala de Borg)

O teste que avalia a capacidade aeróbica é o teste de caminhada de 6 minutos. Ele mensura a distância máxima que pode ser percorrida em uma caminhada, ao longo de um percurso de 30 metros.

Ele deve ser realizado em um corredor de linha reta e a distância deve ser sinalizada a cada 3 metros. O participante deverá ser previamente orientado a vestir roupas confortáveis e calçados adequados.

O teste deve ser realizado, pelo menos, 2h após as refeições e nesse período o participante não pode ter realizado exercício físico rigoroso. (BRITTO, SOUZA, 2006; SOARES, PEREIRA, 2011)

Para a realização do teste, o participante deverá realizar um repouso de, no mínimo, 10 minutos. Durante esse tempo, serão avaliadas as contraindicações absolutas (angina instável, infarto agudo do miocárdio recente). E relativas (pressão arterial acima de 180 X 100mmHg e frequência cardíaca de repouso maior que 120 bpm) do teste.

É aplicada a escala de Borg: começando por 10 pontos e cada número corresponde a uma intensidade de falta de ar, desde “nenhuma falta de ar” até “falta de ar máxima”. (BRUNETTO, et al, 2002).

Os participantes devem ser treinados antes da realização do teste, e realizar o teste uma única vez, com um intervalo de 15 minutos após o término do treino.

O teste deve ser interrompido caso o participante relate dores em membros inferiores, taquicardia, dispneia ou qualquer outro desconforto. (BRITTO, SOUZA, 2006; PIRES et al, 2007)

Ao término do teste, novamente devem ser realizados aferição de pressão arterial, frequência cardíaca e oximetria e escala de Borg. Para análise, utilize a equação de Enright e Sherril (2003). 

Os autores sugerem qual a distância caminhada esperada durante o teste de acordo com o gênero, peso, altura e idade do participante, conforme a tabela abaixo.

foto 1

Tabela – Equações de referência para predição da distância no Teste de Caminhada de 6 minutos segundo Enright e Sherrill, 2003.

Teste de força de membros superiores (Dinamômetro de mão)

A avaliação da força muscular dos membros superiores pode ser feita com um dinamômetro de mão com graduação em escala quilograma-força (kgf).

Para realizar o teste, o idoso deve ficar sentado confortavelmente em uma cadeira sem braços, com os pés apoiados no chão e quadril e joelho posicionados a aproximadamente 90 graus de flexão.

O ombro do membro testado deve estar em adução e rotação neutra, cotovelo em flexão de 90 graus, antebraço na posição neutra e punho entre 0 e 30 graus de extensão, e entre 0 a 15 graus de adução.

A mão do membro não testado deve repousar sobre a coxa do mesmo lado. O teste de preensão palmar deve ser realizado bilateralmente. O idoso deve apertar a alça do aparelho por três vezes com cada mão, sendo registrado o maior valor obtido.

Teste de força de membros inferiores (Teste de sentar e levantar da cadeira)

A força dos membros inferiores pode ser mensurada por meio do Teste de sentar e levantar da cadeira em 30 segundos.

O teste inicia com o idoso sentado em uma cadeira, com as costas encostadas e os pés afastados à largura dos ombros e totalmente apoiados no solo. Os membros superiores devem estar cruzados ao nível dos punhos e contra o peito.

Ao sinal de “partida”, o idoso deve levantar e sentar o máximo de vezes em um intervalo de tempo de 30 segundos.

A pontuação será obtida pelo número total de execuções corretas durante 30 segundos. Caso o idoso esteja no meio da elevação no final dos 30 segundos, será considerada como uma elevação completa. (CAMARA et al, 2008).

Teste de mobilidade funcional (Timed up and Go)

A mobilidade funcional pode ser avaliada por meio do Teste Timed Up and Go (TUG). Ele deve ser realizado com o idoso sentado em uma cadeira, com os pés totalmente apoiados no solo.

Ao sinal de “partida” deverá levantar da cadeira, caminhar por uma distância de 3 metros demarcada por cones, fazer a volta no cone e retornar em linha reta até sentar novamente na cadeira.

O avaliador deverá iniciar o cronômetro ao sinal de “partida” quer a pessoa tenha ou não iniciado o movimento. E pará-lo no momento exato em que a pessoa se senta.

Quanto maior o tempo de execução do teste, maior o declínio funcional. Para adultos saudáveis é considerado como valor normal 10 segundos gastos para realização do teste, tempos acima de 10 segundos indicam um grau acentuado de comprometimento funcional (SILVA et al. 2012).

Teste de flexibilidade de membros superiores (Teste de alcançar atrás das costas)

Para a flexibilidade dos membros superiores, utilize o teste de alcançar atrás das costas. Neste teste, o idoso deverá colocar a mão sobre o mesmo ombro, a palma aberta e os dedos estendidos, alcançando o meio das costas tanto quanto possível (cúbito apontado para cima).

A mão do outro braço estará colocada atrás das costas, a palma para cima, alcançando para cima o mais distante possível na tentativa de tocar ou sobrepor os dedos médios estendidos de ambas as mãos.

Sem mover as mãos do participante, a avaliadora deve ajudar a verificar se os dedos médios da mão estão direcionados um ao outro.

Avalie os dois lados e não será permitido o avaliado reposicionar ou tentar unir as mãos após a primeira tentativa. A distância da sobreposição ou a distância entre as pontas dos dedos médios será medida com uma régua.

Os resultados negativos (-) representam a distância mais curta entre os dedos médios. Os resultados positivos (+) representam a medida da sobreposição dos dedos médios. Serão registradas as duas medidas. O “melhor” valor será usado para medir o desempenho.

Teste de flexibilidade de membros inferiores (Teste de sentar e alcançar com Banco de Wells)

A flexibilidade dos membros inferiores deve ser avaliada por meio do teste sentar e alcançar de Wells.

O teste inicia na posição sentada em cima de um tablado neurológico (para que não precise sentar no chão), com os joelhos estendidos e os pés tocando a base inicial do banco de Wells.

O aluno irá realizar uma flexão de tronco com os membros superiores estendidos e as mãos sobrepostas. O teste deve ser realizado 3 vezes, registrando-se o maior valor alcançado ao final do movimento. (SIGNORI, et, al, 2008).

Benefícios do tratamento com Pilates

Após avaliar a capacidade funcional deve ser elaborado um plano de tratamento. Muitas vezes esse plano inclui o Método Pilates, que utiliza seis princípios essenciais para o seu desenvolvimento. São eles concentração, consciência, controle, centro de força, respiração e movimento harmônico.

Além de trazer como principais benefícios o alongamento, a flexibilidade, a força, o estímulo sobre a circulação sanguínea e amplitude muscular, a consciência corporal, a coordenação motora, a postura e o equilíbrio. (SANTOS, 2011).

Um estudo de Reis, Mascarenhas e Lyra (2011) realizado com idosos, mostra que o Pilates proporciona melhora da densidade óssea, da flexibilidade nas articulações e postura, aumento da capacidade funcional, proporcionando satisfação total aos praticantes que desejam melhorar sua qualidade de vida (REIS, MASCARENHAS, LYRA 2011).

Além de melhorar a capacidade física e funcional do idoso, o Pilates atua na respiração, concentração, melhorando o foco, a autoestima e a memória.

14 Exercícios de Pilates Solo e com Acessórios para a terceira idade

1. The Spine Stretch

Obs: Pode ser realizado sentado em uma caixa baixa ou bloco de eva.

2. The Saw

Obs: Pode ser realizado sentado em uma caixa baixa ou bloco de eva.

3. The Swan Dive
4. The Shoulder Bridge

Obs: Variação com os dois pés apoiados.

5. Abdução de Ombros com Faixa Elástica
6. Crucifixo com Faixa Elástica
7. Agachamento

Obs: Variação sem o Flex Ring em membros inferiores.

8. Ponte Unipodal (Foam Roller)
9. The Swan Dive / Cisne

Obs: Variação com os antebraços no chão.

10. Swimming
11. Cat Position + Variação 286
12. Quadrúpede
13. Hip Abduction
14. Single Leg com Magic Circle

Conclusão

Diante disso podemos afirmar que antes de começar o tratamento com o Método Pilates é importante fazer a avaliação. Essa avaliação pode variar nas sugestões apresentadas neste texto.

A avaliação da capacidade funcional do seu aluno idoso pode mudar o treinamento que você, instrutor, irá passar para ele.

Espero que esse texto contribua para seus conhecimentos e ajude com seu paciente.

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