Estar presente vai muito além do simplesmente estar ali.
Estar presente vai muito além de deitar no Mat, sacar uma sequência do bolso e realizá-la até o final
Estar presente vai muito além do “saber executar”
Estar presente vai muito além do “eu sei, eu sou, eu posso”
Estar presente requer humildade para ouvir, para sentir e para tentar chegar onde se quer chegar. Mas como estar presente? Na busca incansável pela conexão: CORPO – MENTE.
Repito mais uma vez: Estar presente vai muito além do simplesmente estar ali, estou repetindo essa frase propositalmente para que vire um mantra na mente das pessoas.
Mas então, como conectar?! Como fazer com que meu aluno esqueça os problemas mundanos ou o que ele precisa fazer dali uma hora e aproveite a aula?
Precisamos deixar bem claro que, independente de quantas sejam as horas que ele pratica Pilates por semana, seja uma, duas, três, meia hora, é preciso que sejam bem feitas.
E para que isso aconteça, ele precisa chegar na aula junto com seu corpo.
A rotina que domina
Ás vezes a alma fica longe, no trabalho, nos afazeres, na família, no supermercado, no jantar, nos filhos, na escola, no trânsito da volta, no fim de semana, na briga com o marido/mulher, no escritório, no plantão.
Enfim, pode estar presente em qualquer lugar, afinal, trabalhamos com pessoas diferentes, com universos diferentes, com dificuldades de conexões diferentes.
Tem aluno que chega na aula e realmente chega, está ali, presente e pronto para receber todo o ensinamento que lhe será dado.
Precisamos ter a consciência de que plantamos uma sementinha em cada aula, e o responsável por ajudá-los a colhê-la somos nós.
Mas tem alunos que nunca chegam, nunca estão ali, e o papel de trazê-los para o lado de cá é exclusivamente nosso.
Estou em busca, e vou estar sempre, sobre melhorias em relação a isso.
Mas aqui vão alguns pontos que me ajudam a fazer com que o aluno deixe de se preocupar com tudo o que há lá fora e tente se preocupar com o que existe dentro da sala de aula, e dentro dele mesmo.
Acredito que esse é o grande segredo, a ocupação geral com o todo muitas vezes impede que pensemos individualmente em cada parte, partindo de nós mesmos.
Busque a respiração
Chegue, entre, deite e respire. Seu corpo precisa de ar. Experimente fazer com que seu aluno inspire em 5 tempos (pode ser mais ou menos) e expire também em 5 tempos.
Isso vai fazer com que ele preste atenção na própria respiração, e aos poucos vá aumentando esse número para que o aluno descubra a sua capacidade pulmonar.
Já dizia o nosso mestre Joseph Pilates: “Respire pelos poros da sua pele”.
Dê dicas verbais com imagens e situações
Um bom profissional já usa desse meio, mas vale a pena ressaltar que, às vezes, os alunos fingem que entendem, mas na verdade, não entendem.
Eles têm vergonha de perguntar, principalmente em aula em grupo. Por isso seja claro, crie imagens, situações nas quais ele se insira e fique mais próximo do nosso comando.
“Leve o umbigo às costas” – Tudo bem, mas como se faz?!
Temos que entender que não são todos que têm consciência do próprio corpo, então, se o comando verbal não for claro para o aluno realizar o exercício, quem dirá alcançar uma conexão corpo/mente?
Construa uma aula fluida
Sabemos que a fluidez é um dos princípios da Contrologia, e que, quando os seis princípios são alcançados, encontraremos essa conexão tão desejada.
Fácil? Não, nem um pouco.
Quando conseguimos inserir a fluidez em uma aula, sem quebras, sem buracos, fazendo com que o corpo siga um caminho que faz sentido, que ele precise de concentração para a realização e com controle e que ainda consiga associar tudo isso aos benefícios da respiração, se sinta satisfeito pois você conseguiu, ou chegou perto, ou está no caminho.
Mas insisto: é fácil? Não, nem um pouco.
Conclusão
Uma das imagens que mais uso com meus alunos quando inicio uma aula em pé é a seguinte: “Imagine que você tem asas que te puxam em direção ao céu, e raízes que te levam em direção a terra.
O que existe entre esses dois extremos é você, e seu corpo precisa ocupar esse espaço”.
A ideia é fazer com que os alunos sintam a tridimensionalidade do corpo deles. Às vezes funciona, outras nem tanto.
Continuemos em busca dessa conexão. Não existe mágica e nem receita específica para isso.
O que existem são tipos de alunos diferentes, e é necessário ter sensibilidade para entendê-los, coisa que um pedaço de papel com uma lista de exercícios não alcança.
O que achou desse texto? Tem algo a acrescentar? Conte pra gente nos comentários!
Adorei o texto. Parabéns!!
Muito Obrigada Adriana Trotta!