Junte-se a mais de 150.000 pessoas

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade!

Qual o seu melhor email?

Vamos começar o meu primeiro texto ano falando sobre os Princípios do Método Pilates?

Quem me conhece sabe que esse é um dos meus assuntos preferidos, afinal, são os princípios que colaboram para que o método seja único e me fazem pensar o quanto Joseph Pilates foi inteligente ao idealizar e criar o método.

Nós instrutores sabemos o quanto esse assunto é importante durante a realização dos exercícios. No entanto, não é incomum encontramos durante a nossa prática clínica paciente/alunos com dificuldade em entender ou seguir os princípios, e em alguns casos temos a sensação de que a aula foi um “caos”.

Nessa breve discussão de hoje, vamos relembrar um pouco dos princípios e discutir algumas dicas de como ensiná-los aos alunos. Elas podem ser bem úteis principalmente para aqueles que apresentam mais dificuldade.

Se você quiser saber um pouco mais sobre esse tema e complementar a leitura não deixe de conferir outros textos publicados aqui no Blog Pilates: Princípios do Método Pilates: Como executar corretamente? e Princípios do Método Pilates: Importância e Evidências Científicas.

Princípios Tradicionais do Método Pilates

Quem é instrutor sabe que os princípios sempre devem estar na ponta da língua, afinal um exercício executado sem a realização dos princípios torna-se um exercício sem qualidade.

Portanto, “não interessa o que você faz e, sim, como você faz”.

Sempre defendo a ideia de que os 6 princípios tradicionais DEVEM ser seguidos durante a realização de TODOS os exercícios, mesmo que você tenha introduzido durante a sessão um exercício que não seja propriamente do Pilates.

O método é recomendado para todas idades, por ser seguro e com poucas contraindicações. Isso é fantástico porque amplia o campo de atuação, colaborando para que pessoas de diferentes idades e condições físicas procurem conhecer o Pilates.

No entanto, é comum que os novos adeptos ao método apresentem muita dificuldade em entender e executar os princípios e essa aprendizagem pode levar muito tempo, afinal, cada pessoa tem seu ritmo e suas particularidades.

Provavelmente você já deve ter escutado algo parecido com essa frase “é muito detalhe, não imaginava que fosse tão difícil”.

Por um lado esse comentário é ótimo pois quebra um pouco aquele preconceito que algumas pessoas têm de que o método Pilates é uma modalidade de exercício que trabalha apenas o alongamento corporal, mas por outro pode dar a impressão de que é algo extremamente complicado e cheio de regras e isso faz com que tenhamos grandes dificuldades em cativar o futuro praticante.

Por isso, dispor de estratégias durante as aulas nunca é demais, afinal cada aluno/paciente tem um ritmo de aprendizagem diferente. Antes de discutirmos um pouco sobre algumas dicas, vamos relembrar os seis princípios tradicionais:

1) Concentração: Como o próprio nome já diz, esse princípio se refere a executar cada movimento com concentração, ou seja, focar sua atenção naquilo que está sendo executado, seja um movimento simples ou complexo. Durante a sessão, a concentração colabora para que você realize os movimentos com maior precisão e eficiência, aumentando a qualidade do exercício.

2) Controle: O controle e a concentração andam juntinhos durante o exercício, pois a concentração auxilia no controle dos movimentos, aumentando a precisão e a qualidade dos exercícios.

3) Fluxo ou Fluidez: Associo sempre esse principio a uma coreografia de dança, onde os movimentos são suaves e uniformes e seguem uma espécie de ritmo onde um movimento está ligado ao outro.

4) Precisão: Esse princípio se refere a realizar a técnica explorando movimentos precisos e limpos. Portanto, para que isso ocorra, todos os outros princípios devem ser realizados em conjunto, assim os exercícios são realizados da maneira mais correta possível e com maior qualidade e aproveitamento.

5) Respiração: A respiração é talvez o primeiro princípio a ser realizado e uma das etapas mais importantes do exercício, afinal respiramos o tempo todo e no Pilates essa respiração tem que estar em sincronia com o exercício. Quando os movimentos de inalação e exalação são realizados da maneira correta eles permitem uma boa oxigenação dos órgãos e tecidos colaborando para que ocorra benefícios nessas regiões.

6) Centralização: Todos os princípios são importantes e tem sua participação na execução de um exercício com qualidade, no entanto o princípio da centralização é talvez um dos mais importante e todos os princípios juntos propiciam a sua realização. A centralização se refere ao fortalecimento dos músculos do famoso “Powerhouse”. O objetivo central desse principio é fortalecer a região do “powerhouse”, (essa região compreende alguns músculos que oferecem suporte entre as áreas das cinturas escapular e pélvica) estabilizando o tronco.

Ensinando os Princípios do Método

Temos sempre que ter em mente que os princípios do método devem ser realizados juntos e em sincronia durante o exercício. O nosso foco é que o exercício seja aprendido e realizado com o máximo de qualidade possível, dentro das limitações de cada aluno/paciente.

Como instrutora eu costumo sempre iniciar abordando os princípios já na primeira aula, no entanto, apesar de ser uma etapa importantíssima do processo de aprendizagem do exercício eu costumo sempre deixar o aluno mais livre e criar um momento descontração.

Comece treinando a respiração. O simples ato de inspirar pelo nariz e expirar pela boca expandindo lateralmente a caixa torácica por si só pode ser uma tarefa bem complexa para alguns alunos. Portanto treine a respiração em todas as posições, deitado, sentado e em pé.

Logo em seguida, passe para o principio da centralização e incentive o paciente/aluno a contrair a musculatura do power house. Desafie o aluno a sincronizar a respiração com a contração da musculatura e aos poucos introduza movimentos simples nas extremidades.

Ao longo da aula introduza exercícios de fácil entendimento e foque bastante no alinhamento e ativação muscular. Lembre-se que o exercício simples realizado de maneira bem feita pode ter muito resultado.

Esteja atento ao paciente/aluno, para que ele não assimile informações de maneira equivocada. Com o tempo, os princípios passam a ocorrer de maneira natural e quase que automática durante a sessão.

Dicas de como Ensinar os Princípios

Abaixo temos algumas dicas que podem ser úteis tanto no ensinamento dos princípios quanto no decorrer das aulas ou sessões. Alguns alunos/paciente com maior dificuldade podem se beneficiar dessas dicas durante o atendimento.

Mas lembre-se que cada um deles é único e isso requer abordagens diferentes.

1) Ensine os Princípios do Método – mas não vá com tanta sede ao pote!

Lembre-se que um aluno/paciente inexperiente virá às primeiras aulas com um nível de ansiedade enorme para conhecer o método e a primeira impressão é a que fica.

Se logo no primeiro contato ficarmos cobrando excessivamente a execução dos princípios e focando apenas nisso, a primeira impressão pode não ser tão agradável.

O interessante é que os princípios sejam relembrados em todas as aulas, mas de maneira sutil. O instrutor deve estar atento ao aluno/paciente durante toda a sessão e observar quais as deficiências que ele apresenta durante a execução dos movimentos.

  • Relembre a respiração antes da realização do exercício.
  • Cobre a centralização se houver necessidade.
  • Caso ocorra prejuízo na precisão e fluidez, mostre o alinhamento correto e se houver necessidade demonstre e guie o movimento.
  • Abuse das variações dos exercícios, progredindo ou regredindo a dificuldade de acordo com a necessidade para que o movimento ocorra com maior qualidade e os princípios possam ser executados com precisão.
  • Lembre-se que um exercício simples e bem executado pode ser muito desafiador.

2) Seja cauteloso com as correções!

O mesmo ocorre com as correções, não vá com tanta sede ao pote!

Devemos realizá-las durante toda a aula, mas com cautela, pois o aluno/paciente pode sair do estúdio frustrado, com a impressão de que não fez nada certo e nós como instrutores e também praticantes sabemos que essa sensação é terrível.

Portanto, tenha cuidado. Se as correções forem feitas excessivamente logo na primeira aula durante a aprendizagem dos princípios, que em geral pode levar tempo, os alunos ficam assustados.

Tenha cuidado também durante as aulas, o ideal é que o paciente/aluno saiba reconhecer onde ele errou e quais são os pontos em que precisa melhorar.

3) Use linguagens de fácil entendimento!

O aluno/paciente tem que entender você!

Lembre-se que de que ele desconhece muitos termos e grande parte pode nunca ter feito nenhum tipo de exercício, portanto use palavras simples para explicar os princípios do método, exercícios e corrigir o alinhamento.

  • “Puxe o ar pelo nariz e solte pela boca”
  • “Imagine as suas costelas como se fossem uma sanfona, abrindo e fechando quando for respirar”
  • “Cresce o corpo como se fosse uma bailarina”
  • “Faça o pé de bailarina”

4) Passe dever de casa – se necessário!

Quando eu verifico que o aluno/paciente assimilou bem a informação mais ainda não executa os princípios corretamente, eu peço para que ele tire um tempinho em casa e tente executar um ou dois exercícios simples que foram realizados durante a sessão.

Inicialmente, ele pode ficar nervoso e ansioso no estúdio e isso pode atrapalhar a execução dos exercícios. Em casa ele estará tranquilo e poderá executar o que foi explicado com mais calma.

Mas atenção: Certifique-se que ele assimilou a informação, para que não realize de forma errada!

Outro dever de casa importantíssimo é o alinhamento corporal. O alinhamento correto também faz parte da execução dos princípios. Manter um bom alinhamento é essencial no estúdio e também fora dele durante o dia-a-dia.

Portanto, cobre sempre do seu paciente/aluno uma boa postura, seja em casa ou no trabalho.

5) Não tenha medo de relembrar os princípios aos praticantes antigos!

Observe sempre seus alunos/pacientes mais experientes e verifique se há a necessidade de relembrar os princípios do Método Pilates.

Não tenha medo!

Às vezes ficamos um pouco apreensivos e com medo deles acharem que estamos regredindo as sessões, mas em alguns casos isso é necessário, senão o exercício perde o valor. Explique com calma e fale dos benefícios associados a execução correta dos exercícios.

Lembre-se sempre que um bom diálogo conquista o aluno.

6) Evite usar palavras negativas!

Durante a sessão procure ser sempre claro com o paciente/aluno e evite usar palavras negativas, falar alto ou com tons agressivos.

Prefira sempre termos como:

  • Vamos tentar fazer dessa maneira
  • Assim está bom, mas ficará bem melhor se você fizer dessa maneira
  • Evite esse movimento
  • Se concentre um pouco mais

7) Procure sempre elogiar e incentivar!

Todos somos capazes!

Mostre isso ao seu paciente/aluno, para que ele sempre se sinta motivado. Lembre-se que os princípios do método são a primeira etapa e logo na primeira etapa ele precisa entender que é capaz de praticar o Pilates.

Por isso, o incentivo é essencial, principalmente para os alunos/paciente com maior dificuldade, então fique atento.

8) Abuse do comando verbal!

Treine o comando verbal com o aluno/paciente.

Ensine a ele o que você quer dizer quando diz alguns termos (lembre-se de colocar em prática a dica número 3).

A utilização de comando verbal facilita a sua aula pois você não precisará ficar demonstrando os exercícios o tempo todo. Além disso ele ajuda no exercício do principio da concentração, pois o aluno/paciente terá que ser bem atento e refletir a respeito do movimento que deverá ser feito.

Concluindo…

Quando falamos em Pilates sabemos que a aprendizagem dos princípios do método é a primeira etapa para a execução dos exercícios de maneira correta.

Mas nem sempre o nosso aluno/paciente consegue ter essa percepção, dificultando totalmente o processo de desenvolvimento ao longo das aulas.

Como instrutores de Pilates, precisamos conscientizar nosso aluno a respeito da execução correta dos exercícios e dos benefícios que podem ser gerados a partir de um exercício bem executado.

Afinal, não é a quantidade e sim a qualidade que importa!

 

Referências Bibliográficas
  • MARÉS, Gisele et al. A importância da estabilização central no método Pilates: uma revisão sistemática. Fisioterapia em Movimento, [s.l.], v. 25, n. 2, p.445-451, jun. 2012. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0103-51502012000200022.
  • WELLS, Cherie; KOLT, Gregory S.; BIALOCERKOWSKI, Andrea. Defining Pilates exercise: A systematic review. Complementary Therapies In Medicine, [s.l.], v. 20, n. 4, p.253-262, ago. 2012. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.ctim.2012.02.005.
  • LATEY, Penelope. The Pilates Method: history and philosophy. Journal of Bodywork and Movemente Therapies, v.5, n.4, p.275-282, 2001.
  • MUSCOLINO, Joseph E.; CIPRIANI, Simona. Pilates and the “powerhouse”—I. Journal Of Bodywork And Movement Therapies, [s.l.], v. 8, n. 1, p.15-24, jan. 2004. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/s1360-8592(03)00057-3.
  • IULIAN-DORU, Tudor et al. Pilates Principles – Psychological Resources for Efficiency Increase of Fitness Programs for Adults. Procedia – Social And Behavioral Sciences, [s.l.], v. 84, p.658-662, jul. 2013. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.sbspro.2013.06.621
  • LANGE, Claudia et al. Maximizing the benefits of Pilates-inspired exercise for learning functional motor skills. Journal Of Bodywork And Movement Therapies, [s.l.], v. 4, n. 2, p.99-108, abr. 2000. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1054/jbmt.1999.0161.
  • Stott Pilates. Manual Completo Matwork. 2009. Merrithew Publishing.


























Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

O nome deve ter no mínimo 5 caracteres.
Por favor, preencha com o seu melhor e-mail.
Por favor, digite o seu DDD + número.