Na matéria de hoje vou dividir com vocês uma experiência muito gratificante que vivi há alguns meses. Mas, antes vamos falar um pouco de exercício físico.
Com o desenvolvimento científico e tecnológico, o exercício físico tornou-se uma necessidade absoluta para os homens, pois a sociedade vive sob um elevado nível de estresse, ansiedade e sedentarismo.
Todos os dias escutamos a necessidade e os benefícios da prática da atividade física, que faz bem para a saúde, que é preciso fazer exercício regularmente e não ser sedentário.
Na verdade, há séculos, mesmo antes da prática baseada em evidências e da publicação de diversos estudos sobre o tema, a atividade física já era considerada um fator de promoção da saúde.
Sócrates, por exemplo, dizia que: “Na música, a simplicidade torna a alma sábia; na ginástica, dá saúde ao corpo”.
Hipócrates afirmava: “O que é utilizado, desenvolve-se, o que não o é, desgasta-se… se houver alguma deficiência de alimento e exercício, o corpo adoecerá”.
Ainda, a frase mais conhecida talvez seja do poeta romano Juvenal: “Mens sana in corpore sano” (“Mente sã em corpo são”).
E claro, não podemos esquecer do sábio Joseph Pilates que afirmava: “A aptidão física é o primeiro requisito para a felicidade!”.
Diferença entre Exercício Físico e Atividade Física
Para começar, é interessante esclarecer que atividade física e exercício físico são coisas distintas. Apesar de parecerem sinônimos, as definições são diferentes.
Atividade física é qualquer movimento corporal realizado ao longo do dia, que resulte em um gasto energético acima dos níveis de repouso, como as atividades ocupacionais, caminhar para se deslocar de um lugar para o outro, atividades de vida diária:
- Vestir-se
- Tomar banho
- Varrer
- Subir escadas
E também as atividades de lazer:
- Andar de bicicleta
- Dançar
- Pular corda
- Passear com o cachorro
Já o exercício físico é definido como uma forma de atividade física planejada, estruturada, repetitiva, que objetiva o desenvolvimento da condição física, de habilidades motoras ou a reabilitação. Como natação, musculação, lutas marciais e o próprio Pilates.
Compreende as atividades que tem como objetivo a melhora e/ou a manutenção de um ou mais dos componentes da aptidão física e da saúde.
Os Frutos do Pilates
Além da prática regular de exercício físico ser reconhecida como uma forma de promover a saúde, é também uma forma de aumentar a sensação de bem-estar e está associado a maiores níveis de satisfação com a vida e felicidade.
Sendo uma importante alternativa não medicamentosa a prevenção e ao tratamento das doenças crônico-degenerativas.
No meu consultório/Studio de Pilates, temos em uma parede o adesivo de uma árvore, e há alguns meses tive a ideia de imprimir o desenho de maçãs, e distribuímos para alguns pacientes/alunos e pedimos que eles escrevessem “Qual fruto eles colheram com o Pilates”.
O resultado foi maravilhoso:
- Alegria
- Bem-estar
- Coluna nova
- Concentração
- Disposição
- Equilíbrio
- Felicidade
- Flexibilidade
- Força
- Músculos
- Postura
- Relaxamento
- Superação
- Tonificação
- Vitalidade
Sendo que alegria e saúde, foram duas das palavras mais citadas! Nós, fisioterapeutas, ficamos muito felizes com o resultado, pois nosso maior fruto é poder contribuir positivamente na vida das pessoas e o Pilates é um excelente método para isso!
Mas, será que existe algum trabalho científico, que se propôs a estudar isso?
Sim, hoje vou citar dois estudos, incluindo uma revisão sistemática, que pontuam assuntos como qualidade de vida, humor e bem estar, adquiridos com o Pilates.
O primeiro trabalho é de Bullo e cols., que realizaram uma revisão sistemática, publicada em 2015, e tiveram como objetivo resumir os efeitos do Pilates na população idosa, em relação a aptidão física, equilíbrio, prevenção de quedas e seus efeitos sobre o humor, qualidade de vida e independência nas atividades de vida diária.
No total foram identificados 10 estudos, que demonstraram resultados significativos na melhora da força muscular, na marcha, no equilíbrio e flexibilidade.
Os autores concluíram que o método pode ser utilizado como uma forma de melhorar a qualidade de vida, devido aos benefícios em relação a prevenção de quedas, melhora da aptidão física e no humor dos idosos avaliados.
Outro estudo recente, publicado nesse ano de 2016, realizado por Roh SY, teve como objetivo avaliar a eficiência de 12 semanas de Pilates no bem-estar de idosos e participaram do estudo 88 idosos (63 mulheres e 25 homens).
Antes de realizarem as sessões de Pilates responderam um questionário de wellness (bem estar) e o mesmo foi aplicado novamente após as 12 semanas do estudo. O Pilates foi realizado 3 vezes por semana, durante 50 minutos e todos fizeram os mesmos exercícios, de Mat Pilates.
Como resultado, o autor relata melhora nos seguintes aspectos avaliados previamente no questionário: físico, social, espiritual e emocional. E sugere que o método pode sim, ajudar a melhorar o bem estar de idosos.
Concluindo…
Acredito que para os profissionais que trabalham com o Pilates, esse resultado é o esperado, pois convivemos diariamente com os relatos de melhora em diversos aspectos físicos e emocionais dos nossos alunos/pacientes. Já que o método enfatiza a conexão corpo-mente.
E ter a literatura comprovando esses benefícios demostra o quanto estamos no caminho correto! Ponto para o Pilates!
E você, conta pra gente? Qual fruto você colheu com o Pilates?
Referências:
Bullo V, Bergamin M, Gobbo S e cols. The effects of Pilates exercise training on physical fitness and wellbeing in the elderly: A systematic review for future exercise prescription. Prev Med. 2015 Jun;75:1-11.
Roh SY. The effect of 12-week Pilates exercises on wellness in the elderly. J Exerc Rehabil. 2016 Apr 26;12(2):119-23.
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Luana, na sua experiência, com quanto tempo seus pacientes já começam a colher os frutos do Pilates?
Aproveito para parabenizar pelo texto e pela idéia!
Oi Jonathan! Olha, considero a resposta com o Pilates muito rápida, pois com aproximadamente 1 mês os pacientes já relatam melhora em diversos aspectos, como: flexibilidade, lombalgia, cervicalgia, postura e até na funcionalidade. Mas, isso irá depender do grau que se encontra determinada patologia e/ou disfunção. No geral, no primeiro mês os benefícios já começam aparecer. Finalizo com uma frase do próprio Joseph Pilates: “Com 10 sessões você perceberá a diferença, com 20 sessões os outros perceberão a diferença e com 30 sessões você terá um novo corpo.” E fico muito feliz em afirmar que essa frase realmente vai de acordo com a nossa prática clínica. 🙂
Abraços! Luana.
Bem interessante.
Que bom, Fábio! Obrigada!