Como instrutores, é nosso trabalho ensinar os alunos e isso parece bem fácil ao definir nosso trabalho, mas pode ser bem desafiador. Existem várias maneiras de ensinar e vários estilos no qual você pode ensinar e conseguir um feedback.
Você pode ver um instrutor trabalhando detalhadamente de forma calma enquanto o aluno executa pequenos movimentos. Ou você observa o instrutor falando para o aluno movimentar o corpo em uma forma extensa de movimento. Talvez não tão preciso quanto o primeiro aluno, mas tem muitos outros movimentos acontecendo.
Qual é o certo? Qual instrutor é o mais efetivo?
Essa é uma pergunta muito difícil de se responder e nós precisamos saber o que cada instrutor estava tentando realizar.
Qual era o objetivo?
Tem sido uma observação geral que muitos instrutores de Pilates tem uma tendência de trabalhar de forma devagar e precisa com muito foco e bastante feedback para o aluno.
A Importância do Feedback em uma Aula de Pilates
Feedback é importante pois ele nos mostra se conseguimos atingir o que foi proposto.
Nós atingimos nosso objetivo?
Nós experienciamos o que queríamos experienciar?
Bruscamente, nós dividimos o feedback em duas categorias: interna e externa. O feedback interno é aquele que nós mesmo experienciamos, por exemplo, quando você está deitado de lado para fazer o “The Side Kicks” você sente sua pélvis se movimentando para frente e para trás conformo você movimenta a perna.
Sentir esse movimento é o feedback interno.
Por outro lado, quando você está ensinando o “The Side Kicks” e seu aluno está movimentando a pélvis para frente e para trás e você prefere dar um espaço, ou então segurar firme a pélvis, você está dando um feedback externo para seu aluno.
Esse é um feedback de fora do corpo que o ajuda a executar a postura correta.
O feedback está muito relacionado à propriocepção, sabendo onde você está no espaço. Assim, você pode dizer que quando experienciamos feedback (interno ou externo) nós também estamos treinando nossa propriocepção.
Existem muitas pesquisas sendo feita a respeito do feedback, seu processo de aprendizagem e qual é o melhor tipo, interno ou externo. Não muito tempo atrás era suposto que o feedback interno era o melhor e isso partia do pressuposto de que o cliente internalizava o movimento e assim poderia “consertar” seus próprios erros.
Então, eles poderiam incorporar o que aprenderam na aula, em seu dia a dia. Assim, nós deveríamos ensinar de forma lenta e precisa. No entanto, as pesquisas agora nos dizem que passar muito tempo promovendo um feedback intrínseco pode na realidade ser bem negativo.
O aluno pode ficar obsessivo com a posição do ombro, ou do quadril que promove a funcionalidade do movimento. Além disso, isso requer tanta concentração do aluno que ele para de “consertar” seus erros pois estão muito cansados ou distraídos. Isso sugere que nós precisamos nos mover mais rápido e com mais foco no movimento como um todo.
Processo de Aprendizagem a partir de um Objetivo
Pode ser benéfico olhar como nós começamos a aprender os movimentos e olhar como as crianças aprendem suas habilidades físicas. Quando uma criança aprende a andar, nós não sentamos com ela e explicamos os mecanismos da marcha.
Nós criamos um ambiente seguro para que a criança possa ter essa experiência. Eles levantam, caem, levantam de novo, andam alguns passos, caem e etc, até que eles aprendem a andar. Então, quando a criança cai, elas avaliam o processo e fazem ajustes conscientes? Ou eles processam a experiência de forma diferente?
Ainda não existem muitas pesquisas nessa área. Uma das questões que as pesquisas tem tentado responder é o por que os bebes tentam andar? Eles estão muito seguros enquanto engatinham, eles estão firmes e não caem tanto. Então, o que faz com que uma criança queira levantar e cair umas 17 vezes por hora e ainda assim perseverar?
Pesquisas acreditam que o motivo pelo qual a criança levanta e começa a andar é porque isso os leva aonde eles querem ir muito mais rápido do que engatinhar, e isso é muito importante. Eles não querem andar para adquirir habilidades, eles andam por um motivo.
Quando a criança quer um brinquedo que está no outro lado do cômodo, ela tem um objetivo. Eles levantam e andam.. e caem. Seu próprio feedback é que eles não atingiram seu objetivo: o brinquedo. Então eles levantam novamente, e novamente, e novamente, até que o brinquedo esteja em suas mãos.
O processo de aprendizagem interno foi facilitado por um objetivo externo. O bebe não se importa se ele está se movendo corretamente, de forma eficiente, numa linha reta, etc.
Ele só quer o brinquedo.
Aplicando o Feedback em nossas Aulas
Quando nós transmitimos isso para nosso alunos, é bem similar. Quando ensinamos, nós podemos ser muito precisos e trabalhar na fixação do ombro em cada movimento. Nós podemos ensiná-los a conexão e a diferença entre estabilidade e mobilidade.
Passamos para eles exercícios no Studio, e também para fazer em casa. Assim eles desenvolvem muitos feedbacks internos. Não é incomum os alunos não experienciar dores no ombro durante os exercícios, mas sim reclamar de dores enquanto escovam seus dentes. E o objetivo inicial era não ter a dor enquanto escovam os dentes.
Quando estiverem ensinando, movimentos pequenos e precisos assim como ajustes podem ser muito úteis. Nós as usamos todo o tempo para liberar a tensão no corpo ou fixar um alinhamento ruim. Mas nós não podemos esquecer que movimentos pequenos e precisos são parte de um padrão de movimento maior.
As vezes nós os fazemos muito pequenos e pode ser uma boa ideia incluir movimentos maiores e mais extensos com um foco externo. Por exemplo, quando estiver fazendo Leg Spings, ao invés de focar no empenho dos extensores de quadril, foque em puxar a mola em um movimento bem amplo e aberto.
Concluindo…
Foque em dicas exteriores que criam uma maior experiência do movimento total, como pressionar um pouco mais a postura, ou levantar um pouco mais as barras. Com o foco em um alvo externo, o corpo irá internalizar o que ele precisa fazer.
Muito mais pesquisas são necessárias para uma situação definitiva se movimentos lentos e precisos ou grandes e extensos são mais efetivos para se ensinar movimentos padrões. Nós descobrimos que todos nossos alunos reagem de forma diferente, então nós combinamos os movimentos o máximo possível.