Uma das doenças mais comuns, depois que a de Alzhaimer, que acomete idosos com prevalência acima de 65 anos de todos dos grupos étnicos e classes sociais é a doença de Parkinson.
Estima-se que certa de 1% da população mundial acima de 65 anos é diagnosticada com doença de Parkinson (OMS). Sendo de 100 a 200 casos por 200 mil habitantes.
E você sabe todos os benefícios que o método pode trazer para os seus praticantes? Nesse texto vamos falar sobre como o Pilates pode fazer bem, além de dicas de exercícios essências para você adaptar com alunos portadores de Parkinson.
Principais sintomas da Doença de Parkinson
Os principais sintomas são: tremor em repouso, lentidão de movimentos, bradicinesia, rigidez articular, desequilíbrio, coordenação afetada e instabilidade postural.
Quando dois ou mais sintomas são apresentados geralmente já e diagnosticado o Parkinson. Além dos já descritos pode ocorrer: dificuldade na escrita, expressão facial rígida, fala pastosa, depressão e marcha Petit Pass.
No começo, a doença de Parkinson se apresenta de maneira lenta e pode gerar a dificuldade para o paciente identificar quando começa a aparecer. Os primeiros sinais da doença são os movimentos mais lentos e o começo de tremores nas extremidades das mãos. Outra característica importante é a diminuição do tamanho da letra.
Existem alguns outros sintomas que podem estar associados ao início da doença, são eles: a rigidez muscular, a redução da quantidade de movimentos, distúrbios da fala, dificuldade para engolir, depressão, dores, tontura e distúrbios do sono, respiratórios, urinários.
Benefícios do Pilates para o Parkinson
Quando se tem um aluno portador de Doença de Parkinson, o primeiro passo para começar um treinamento que tenha uma intervenção é pela avaliação perante sua deficiência e seu desempenho funcional e depois disso começar a traçar os objetivos de cada aluno.
O objetivo do portador de Parkinson ao começar a praticar Pilates é melhorar a qualidade de vida. E isso se dá com a redução das alterações motoras causadas pela doença o que gera maior independência do aluno.
Além disso, um dos principais benefícios que o método oferece ao portador de Parkinson, é o conceito de reeducação do movimento que auxilia na melhora das alterações motoras e em vários sintomas colaterais provenientes da patologia.
Os princípios do método são responsáveis por proporcionar força, alongamento e melhorar diretamente a coordenação motora e o equilíbrio.
Outro ponto que beneficia os portadores da doença de Parkinson é trabalhar a instabilidade postural e os desequilíbrios que costumam ocorrer com a estabilização dinâmica, através do uso de equipamentos e acessórios durante os exercícios.
Aliando o Pilates ao tratamento do Parkinson
O exercício físico tem se mostrado um aliado no tratamento da doença de Parkinson como um método preventivo e capaz de melhorar os sintomas da doença, melhorar a mobilidade, equilíbrio, marcha e qualidade de vida, além de atuar como neuroprotetor atenuando a evolução da doença, embora esse benefício só tenha sido comprovado cientificamente em modelos animais (GRAZINA, R., MASSANO, J. 2013).
Atividades como caminhada, dança (tango), tai chi, boxe, canoagem e Pilates tem demonstrado maior eficácia para o tratamento da doença de Parkinson, pelo fato de estimularem a agilidade, mobilidade e coordenação, impor desafios sensórios motores e de resistência que podem ser personalizados para cada paciente. (HERMAN et.al., 2007; KING, L. A., HORAK, F. B., 2009; GRAZINA, R., MASSANO, J. 2013).
O Pilates tem como base cinco princípios: concentração, centralização, fluidez, respiração, precisão e controle.
Todos os movimentos na execução do exercício são harmônicos e controlados, estimulando a coordenação e fortalecimento global sem risco de provocar lesões. São aplicados de acordo com a necessidade individual e são monitorados por instrutores capacitados.
Exercícios de Mat Pilates aplicado a doença de Parkinson
Com base na literatura e todo o conhecimento prático da técnica de Pilates, surgiu a ideia de aplicar um protocolo de exercícios orientados de Mat Pilates em um portador de doença de Parkinson.
O Sr M.C.P. diagnosticado com doença de Parkinson, cego e antebraço esquerdo amputado acidentalmente está sendo submetido a um protocolo de exercícios de Mat Pilates com acessório de bola de 60 cm de diâmetro e over ball, duas vezes por semana; além de caminhada em dias alternados.
O protocolo de exercícios é realizado em duas series de dez repetições. Abaixo segue as dicas de exercícios:
- Posição em decúbito dorsal sobre o tablado
Acessorio bola de 60cm
Leg series: knee extensin, one leg up and donw, single leg stretch e ponte.
Pés apoiados no tablado com over ball: fortalecimento de adutores.
- Posição sentado no tablado
Extensão unilateral de joelho com a coluna neutra.
Flexão de ombros (estimulo verbal de levar a mão e o coto em direção aos joelhos e cabeça).
Abdução lateral (estimulo verbal de realizar o “aviãozinho”).
- Caminhada de 12 metros
KNEE EXTENSIN
LEG UP AND DONW
PONTE
FORTALECIMENTO DE ADUTORES
EXTENSÃO UNILATERAL DE MEMBROS INFERIORES
Após 10 sessões, o paciente em tratamento, já apresenta melhor coordenação e equilíbrio postural na execução dos exercícios.
Concluindo….
Com certeza essas dicas irão te ajudar a programar uma aula que ofereça todos os benefícios do método para um portador da doença de Parkinson. É importante lembrar que esse aluno está buscando o melhor tratamento para conseguir uma melhora na sua condição, sendo assim, alcançar os resultados esperados por ele é fundamental.
E você já teve algum aluno portador de Parkinson? Conta para gente sua experiência!
Referências Bibliográficas
About the Parkinson Foundation Western Pennsylvania http://pfwpa.org/about-parkinson-disease.html. Ultimo acesso: 23/07/2016)
Grazina R., Massano, J., Physical exercise and Parkinson ’ s disease: influence on symptoms, disease course and prevention. Rev. Neurosci. 2013; 24(2): 139–152.
Herman, T., Giladi, N., Gruendlinger,L., Hausdorff, J.M., Six Weeks of Intensive Treadmill Training Improves Gait and Quality of Life in Patients With Parkinson’s Disease: A Pilot Study. Arch Phys Med Rehabil 2007; (88):1154-8.
King, L.A., Horak, F.B., Delaying Mobility Disability in People With Parkinson Disease Using a Sensorimotor Agility Exercise Program. Phys Ther. 2009; (89):384–393.
excelente, adorei este texto.
existe esse site com boas informações sobre parkinson. http://maldeparkinson.med.br