Ao criar o Método Pilates, Joseph – seu criador – desenvolveu algumas séries de exercícios no solo.
Após alguns anos, por volta de 1914, durante exílio da Primeira Guerra Mundial, haviam muitos prisioneiros de guerra e por isso ele resolveu criar um sistema de exercícios mais fácil que os de solo, pois haviam muitos homens debilitados. Foi então que surgiu os primeiros aparelhos de Pilates com macas velhas.
O Pilates tem seus inúmeros benefícios, independente se for realizado no solo ou nos aparelhos.
Mas qual dessas duas formas eu escolho? Qual eu indico para meu aluno/paciente? Vem saber mais!
Princípios do Pilates
Antes de começar a aprofundar sobre o assunto, vamos entender o principal: os princípios do Pilates. Os princípios do Pilates preconizam uns pontos durante a aula que devem ser seguidos.
- Concentração: para realizar os exercícios de Pilates é fundamental que o aluno esteja atento, realizando os exercícios propostos corretamente, assim poderá aproveitar melhor os benefícios do Método.
- Controle: é onde se mantém o corpo estável, buscando um melhor posicionamento e alinhamento.
- Precisão: está ligada à concentração e ajuda evitar contrações musculares erradas e indesejadas, melhorando a coordenação motora.
- Respiração: os ciclos de inspiração e expiração devem ser ao mesmo tempo que ação muscular, aumentando a oxigenação tecidual.
- Centralização: o famoso “power house”, onde mantém a coluna estável com ajuda dos músculos, principalmente: transverso do abdome, multifídios, assoalho pélvico e diafragma. Esses músculos agem como um “cinturão” envolvendo a coluna e evitando micro movimentos lesivos.
- Fluidez: um movimento fluído quer dizer um movimento adequado e controlado, um movimento que se inicia e termina na mesma leveza.
Pilates Solo X Pilates em Estúdio
O Pilates Solo pode ser feito em grupos maiores de pessoas do que um grupo de Pilates no Estúdio. Normalmente, o Pilates Solo são grupos de 6 pessoas e no Estúdio o máximo é de 3 pessoas.
As variações de exercícios variam de acordo com o aluno/paciente.
O profissional tem uma gama enorme de exercícios em pé, decúbito dorsal, ventral ou lateral apenas com o movimento e peso do próprio corpo, utilizando acessórios como as bolas, o magic circle, as faixas elásticas, os rolos, entre outros.
É de fato que o Pilates solo exige muito mais do corpo, principalmente é necessário ter uma consciência corporal muito maior que quando se realiza os exercícios com os aparelhos.
Os aparelhos criados por Joseph Pilates são o Reformer, Cadillac, Chair e Barrel. A maioria dos exercícios do Pilates Solo podem ser feitas no estúdio, onde os aparelhos com molas, dão o suporte para o corpo realizar os movimentos.
No Pilates em Estúdio as molas servem para favorecer ou dificultar os movimentos e elas têm uma graduação de força que serve para uma evolução do aluno, a mola mais fraca é a amarela, seguindo de azul, verde, vermelha e preta.
Uma aula de Pilates tanto no Solo como também de Pilates no Estúdio pode ter variações, um mesmo exercício pode ser alterado usando um acessório e todos os exercícios de Pilates têm níveis básicos, intermediários e avançados.
Mas qual escolher?
Depende do aluno, uma aula de Pilates pode ser mesclada, alguns exercícios são realizados sem a ajuda dos equipamentos outros são feitos no solo ou apenas com algum acessório.
Porém, o que deve ser avaliado pelo profissional é justamente o que o aluno busca e qual é a capacidade de realizar algum exercício mantendo os princípios do Pilates. Visto que o Pilates Solo necessita uma maior noção e força do aluno, é preferível que inicie o Pilates em Estúdio para depois evoluir com exercícios no solo.
Outra situação que deve ser levada em conta é que no Pilates Solo o corpo deve ser mais flexível para se manter na posição correta. Se não houver boa flexibilidade que mantenha o alinhamento correto deve-se optar pelo Pilates em Estúdio.
E o principal detalhe, pessoas idosas e/ou com lesões seria mais aconselhável decidir pelo Pilates em Estúdio.
Mas se o aluno gosta de um desafio, não têm crises de dor por um tempo prolongado, possui uma consciência corporal boa e consegue realizar movimentos com facilidade, tanto o Pilates Solo como o Pilates em Estúdio são boas escolhas.
Exercícios de Pilates Solo e Pilates em Estúdio
A maioria dos exercícios do Pilates podem ser feitos tanto no Solo como no Estúdio, vejamos alguns exemplos:
1) Shoulder Bridge
- Em decúbito dorsal e joelhos flexionados, pedir para o paciente elevar o corpo, retirando vértebra por vértebra do chão, até a pelve ficar alinhada com os joelhos e ombros, ficando em posição de ponte.
- A pressão do exercício deve ser sentida no calcâneo, assim saberá que o glúteo máximo está sendo recrutado.
- Se pedir para o paciente retirar uma perna do chão, quando a pelve ficar alinhada com os joelhos, estará recrutando também o glúteo médio.
- Esse mesmo exercício pode ser feito no Reformer e Cadillac.
2) Mermaid
- Sentado, realizar uma flexão lateral.
3) Teaser
- Em decúbito dorsal.
- Ativa o “power house”, os membros superiores e os membros inferiores, formando assim um “V” com o corpo.
4) The Hundred
- Em decúbito dorsal, bombear os braços para cima e para baixo com movimentos curtos e rápidos.
- Acompanhe o movimento dos braços com sua respiração.
- Inspire durante 5 bombeadas e expire em mais 5.
- Pode ser feito com os joelhos e quadris em 90°.
5) Swimming
- Em quatro apoios e coluna alinhada.
- Pedir para o paciente esticar membro inferior direito e membro superior esquerdo, voltando a posição inicial e alternando os membros.
Concluindo…
O profissional deve estar preparado para uma aula de Pilates Solo, pois às vezes é necessário adaptar um exercício para algum aluno. Ou ainda pode se deparar com um grupo muito heterogêneo.
Já no Pilates em Estúdio a atenção deve ser na variação dos exercícios para que as aulas não “caia” na monotonia.
Mas independente qual seja a escolha, se mantiver os princípios e cuidar com a postura, o Pilates será uma forma de exercício indicado para qualquer pessoa.
E cabe ao profissional orientar uma melhor forma de realizar os exercícios e observar o aluno como um todo.