Com certeza você conhece ao menos uma pessoa que alguma vez na vida já teve um torcicolo, não é mesmo? Ou será que essa pessoa é você?! Sim, ter um episódio de torcicolo é relativamente comum, acometendo cerca de 55% da população em algum momento de suas vidas.
Isso porque o torcicolo consiste em uma tensão involuntária da musculatura do pescoço, que surge como uma resposta reativa do corpo, gerando um enrijecimento local que pode se manifestar acompanhado de dor, alterações posturais e limitação de movimento.
Ao contrário do que se possa pensar, existem vários tipos de torcicolo, assim como suas causas podem ser específicas ou multifatoriais. Continue a leitura para saber mais!
Os 7 tipos de torcicolo
1. Congênito
Tem origem no encurtamento do músculo esternocleidomastóideo (ECOM), sendo mais comum em recém-nascidos. Ele provoca a inclinação lateral da cabeça para o lado encurtado e a rotação no sentido oposto.
2. Vestibular ou labiríntico
Provoca rotação da cabeça, sendo resultante de desequilíbrio corporal por disfunção do labirinto – região do ouvido interno ligada à audição, noção de equilíbrio e percepção de posição do corpo.
3. Ocular
Ocorre devido à paralisia de músculos extra oculares, e está frequentemente associado a rotação e inclinação da cabeça.
4. Reumático ou sintomático
Advém de doenças reumatológicas que afetam os músculos do pescoço, por exemplo, artrite.
5. Espúrio ou secundário
Surge por fraturas ou degenerações nas vértebras cervicais, como espondilose.
6. Dermatológico
Relacionado diretamente com lesões na pele da região, acontece principalmente em casos de retrações de cicatrização de queimaduras.
7. Espasmódico, espástico ou ainda intermitente
Sendo o mais comum de todos, trata-se de um quadro de hipertonicidade dos músculos cervicais, que pode ter como causas a tensão emocional, sobrecarga física e postural, trauma por movimento repentino ou por longos períodos de permanência na mesma posição.
Não é difícil perceber o porquê de o torcicolo espasmódico ter a maior incidência, em comparação aos demais tipos.
Entre as causas já citadas, hábitos de vida inadequados, problemas posturais e bruxismo – transtorno que faz com que a pessoa aperte, deslize ou bata os dentes, principalmente enquanto dormem – por exemplo, entram na lista de fatores que podem contribuir para uma sobrecarga física nos músculos da região do pescoço.
Enquanto que o estresse e ansiedade são coadjuvantes nos aspectos psicológico e emocional, podendo levar, inclusive, a um quadro de tensão permanente e dor crônica.
Os sintomas deste tipo de torcicolo como:
- Dor, tremor ou limitação dos movimentos de cabeça;
- Dor, rigidez e inchaço nos músculos do pescoço;
- Ombro mais alto de um lado do corpo.
Normalmente tendem a se dissipar a partir das primeiras 24h após o início dos mesmos, e podem perdurar por 3 a 5 dias.
As estatísticas apontam que as mulheres sofrem mais deste mal, porém muitos homens também apresentam ou já apresentaram estes sintomas, pois este tipo de desconforto pode não necessariamente estar associado a uma causa aparente.
Além disso, essas complicações podem surgir devido a condições como uma má noite de sono, ao forçar demais o pescoço na realização de alguma tarefa, exercício físico ou simplesmente pelo acúmulo de tensão muscular.
Para evitar este tipo de problema você deve:
- Observar a altura de seu travesseiro para que não fique muito alto ou baixo, mantendo toda a coluna em uma posição mais confortável;
- Analisar seu ambiente de trabalho. Caso você passe a maior parte do tempo sentado, preste atenção se a altura do seu computador, mesa e cadeira estão adequados;
- Programar alguns breves intervalos durante a jornada de trabalho, independentemente se você trabalha mais em pé ou sentado, é necessário ir mudando a posição do corpo quando sentir necessidade, para aliviar as tensões, tanto do ponto de vista físico como mental;
- Procurar dormir bem, lembrando que isto significa ter um sono de qualidade o que não é sinônimo de dormir muito;
- Incluir na sua rotina diária um tempo para a prática de atividade física, pensando nos benefícios osteomusculares e psicológicos que o movimento proporciona.
Caso você seja do time que já sofre com torcicolos de maneira frequente, existem algumas alternativas recomendadas para amenizar e resolver este problema.
O tratamento deve estar pautado no relaxamento dos músculos do pescoço, podendo envolver medicamentos, fisioterapia, exercícios de alongamento e terapia manual. Técnicas que envolvam a inibição autógena, onde ocorre o relaxamento neurológico de um músculo quando estimulado, também auxiliam na soltura da musculatura enrijecida.
2 exemplos de inibição autógena
Exercício 1
Puxe a cabeça com a mão direita para o lado direito, e empurre levemente a mão com a cabeça na direção oposta do alongamento, sem que haja movimento. Segure de 15 a 30 segundos.
Repita para o outro lado.
Exercício 2
Com as duas mãos, puxe a cabeça para baixo e empurre levemente as mãos com a cabeça na direção oposta do alongamento, sem que haja movimento. Segure de 15 a 30 segundos.
Conclusão
Quando o torcicolo está relacionado ao aumento da tensão, é muito provável que haja a presença de trigger points (pontos de tensão). Neste caso, fazer algumas sessões de liberação miofascial e a aplicação de calor na região, por exemplo, através de um banho quente ou compressa quente pode aliviar bastante os sintomas.
Independentemente do tempo que esteja sofrendo com os sintomas e do que você tenha feito para tentar resolver o problema, o mais indicado é sempre procurar um profissional do movimento que possa avaliar o quadro e identificar qual é a causa do torcicolo.
Assim, ele poderá te orientar em relação ao que precisa ser feito e te direcionar para o melhor tratamento.
Referência bibliográfica
https://incrivel.club/inspiracion-consejos/9-ejercicios-de-estiramiento-que-pueden-sustituir-una-visita-al-masajista-853910/