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O câncer tem como definição segundo o INCA, um conjunto de mais de cem doenças, ocasionando um crescimento descontrolado e anormal de células no organismo.

É visto como um grande problema de saúde pública pela alta prevalência, de causa multifatorial, pois não possui um único agente causador, envolve desde fatores genéticos até os hábitos de vida e costumes.

Em decorrência do tratamento de quimioterapia, radioterapia e cirurgias, há um comprometimento da atividade metabólica dos pacientes oncológicos, reduzindo o condicionamento físico geral, provocando uma redução da força muscular e do bem estar como um todo.

Qualidade de Vida em Pacientes OncológicosPacientes-Oncológicos-4

O aumento da sobrevida dos pacientes oncológicos confirma a necessidade da procura por métodos não farmacológicos, que proporcionam uma melhora da qualidade de vida. Dessa forma, há uma maior busca por alívio dos sinais e sintomas, entre eles dor, sono, fadiga, dispneia, ansiedade entre outros.

A fadiga proveniente do câncer é um sintoma comum e tratável que interfere em variados aspectos da qualidade de vida de pacientes com câncer. Relatam a fadiga como um dos sintomas mais estressantes relacionados à doença e seu tratamento.

É um sintoma que se apresenta com um alto grau de diminuição da satisfação pessoal e qualidade de vida desses pacientes oncológicos. Segundo o autor a fadiga é definida como um sintoma persistente, de cansaço físico, emocional e cognitivo.

“A conduta de manter o paciente em repouso durante o tratamento de câncer parece potencializar os efeitos colaterais e promover declínio das capacidades funcionais, associada também a problemas de aspectos psicológicos”. (Castro, 2016)

Além dos tratamentos mais rigorosos, existem técnicas complementares que apresentam impacto positivo na redução do estresse e sofrimento dos pacientes oncológicos, os seus efeitos no organismo reduzem a atividade do sistema nervoso autônomo, responsável pelo controle das funções viscerais e homeostáticas essenciais à vida.

A prática de exercício físico auxilia a amenizar os processos degenerativos associados ao câncer, reduz os riscos de reincidência da doença, proporciona uma mudança comportamental ligadas ao estilo de vida, melhorando os fatores psicossociais.

Dessa forma, há pesquisas sendo realizadas para comprovação de que pode ser aplicado o exercício físico como estratégia não farmacológica com o objetivo de prevenção e reabilitação de pacientes oncológicos durante e após o tratamento.

“Estudos sobre exercícios físicos em pacientes que apresentam fadiga mostraram de forma consistente os benefícios no combate à fadiga, melhora da qualidade de vida, melhora da capacidade funcional, redução de estresse e melhora de diversos outros sintomas.” (Campos, 2011)

A melhora da capacidade funcional a médio e longo prazo como: o aumento da força, da resistência à fadiga, da flexibilidade e da capacidade aeróbica, e melhora do sistema imune, são outros benefícios proporcionados pela prática regular de atividade física.

Há melhorias relacionadas ao sistema pulmonar, diminuindo o trabalho respiratório e gerando uma maior capacidade de trocas gasosas devido às adaptações adquiridas através do aumento na capacidade de endurance dos músculos respiratórios.

Importância do Exercícios Físico nessa FasePacientes-Oncológicos-6

Em um estudo recente, foi realizado uma investigação sobre a relação entre exercício físico e seus efeitos na qualidade de vida de pacientes mulheres com faixa etária de 40 a 67 anos, com câncer de mama, pós-cirurgia (seis meses) um grupo foi submetido a exercícios físicos e outro não submetido.

O programa de exercícios aplicados foi feito na sala de fisioterapia do hospital, com duração de dez semanas, três vezes semanais e com duração de cinquenta minutos. As sessões incluíram exercícios de resistência aeróbica e alongamentos gerais no início e no fim do treinamento.

Os resultados apontaram efeitos positivos nos aspectos físicos, entretanto, para que o exercício seja eficaz e seguro nessa população, ele deve ser prescrito respeitando alguns princípios como individualidade, intensidade, tipo, frequência e duração do exercício, incluindo no programa de treinamento tanto componentes anaeróbicos quanto aeróbicos.

O Método Pilates tem como princípios exercícios que visem o relaxamento muscular, alongamento corporal, controle e consciência corporal e fortalecimento muscular geral, os exercícios podem ser realizados no Mat- Pilates ou Pilates de Solo.

E também com o uso dos aparelhos e os acessórios (bola, rolos, bozú, arcos, bastões, halteres, thera-band, entre outros). Os exercícios do Pilates podem ser feitos por pessoas que buscam realizar apenas uma atividade física, bem como pacientes oncológicos que desejam reabilitar-se de tratamentos mais invasivos.

“O Pilates, sendo bem orientado por um profissional habilitado, é praticamente inexistente a possibilidade de lesões ou dores musculares, pois o impacto é zero” (Curi, 2009).

Benefícios do Pilates para Pacientes Oncológicos

  • Aumento da força muscular
  • Redução do stress
  • Melhora da auto-estima
  • Melhora da consciência corporal
  • Reeducação postural
  • Melhora do alongamento e flexibilidade muscular
  • Melhora a coordenação e atenção durante as atividades
  • Melhora do equilíbrio
  • Melhora da resistência cardiopulmonar
  • Redução da dor articular e muscular
  • Entre outros inúmeros benefícios

Como Aplicar os Exercícios do Método PilatesPacientes-Oncológicos-3

As séries de exercícios que compõem o Método supõe que muitos dos movimentos se assemelham com a ginástica localizada, como por exemplo, as séries básicas do chamado Mat-Pilates ou Pilates de Solo, que são a base do Método.

Elas apresentam movimentos de alongamento, aquecimento, fortalecimento, trabalho para o controle dos músculos abdominais, exercícios com orientação sobre a respiração, os movimentos das séries são alternados entre o trabalho muscular dos membros superiores, parte lateral e posterior do corpo.

Durante a execução dos exercícios, é utilizada basicamente a resistência do peso corporal em relação à gravidade, bem como as molas dos aparelhos.

Normalmente as cargas são reguladas de acordo com o nível de força e resistência muscular, permitindo que a capacidade de resistência do músculo e a concentração sejam sustentadas durante toda a série.

A respiração deve ser mantida constante, sem que haja a realização de apnéia durante o movimento.

E para isso é preciso que o instrutor oriente o aluno, explicando que antes de iniciar o movimento seja feita a inspiração e a partir do momento da realização do movimento ele realize a expiração, e nos exercícios mais intensos ele mantenha a inspiração e a expiração frequentes, como por exemplo na série do The Hundred (bombeamento) do Mat- Pilates.

Nos pacientes oncológicos com histórico de câncer, os sinais de fadiga durante os exercícios devem ser observados, as séries e repetições podem ser reduzidas bem como a intensidade dos movimentos.

Também se deve ter um olhar direcionado para as regiões comprometidas pela doença, como por exemplo, mulheres com câncer de mama, pós mastectomizadas.

Nesses casos há uma redução da amplitude de movimento e força muscular do membro superior acometido, bem como a presença de linfedema (acúmulo de líquido intersticial devido ao bloqueio do sistema linfático, decorrente da retirada dos linfonodos axilares).

É importante destacar nesse aspecto, que para a redução do linfedema é necessário técnicas específicas como drenagem linfática manual, enfaixamento, uso de compressões elásticas, entre outros, sendo realizados apenas por profissional especializado.

Os exercícios do Pilates devem ser realizados visando uma melhora da força muscular geral dos membros superiores tanto do acometido quanto do sadio, membros inferiores e tórax, alongamentos dos músculos torácicos para ganho da expansibilidade, e ganho da amplitude do movimento do braço onde foi realizada a intervenção cirúrgica cuidando sempre a intensidade dos exercícios.

Eventualmente na realização dos exercícios do Pilates, por serem realizados de forma lenta (fluidez, precisão e concentração) prolonga-se o tempo expiratório, pois antes de iniciar o movimento realiza-se a inspiração e durante a expiração, isso aumenta a capacidade pulmonar, melhorando a troca gasosa e a expansibilidade torácica.

Os homens com histórico de câncer de próstata também podem se beneficiar do Método Pilates.

O períneo é ativado durante todo o movimento, melhorando a força muscular pélvica, podendo ser um auxiliador desses pacientes, nos quais há um comprometimento da região perineal, reduzindo a capacidade de conter a urina e fezes.

Além de tratamentos uroginecológicos, o Pilates pode contribuir para o fortalecimento e consciência muscular pélvica, bem como a atividade sexual.

É importante o acompanhamento médico e do fisioterapeuta para que a prática do Pilates traga benefícios para a saúde dos pacientes oncológicos, de forma geral, melhorando a qualidade de vida, aumentando a auto-estima e o bem estar emocional, proporcionando uma maior independência nas atividades de vida diária, reduzindo os níveis de fadiga.

Concluindo…Pacientes-Oncológicos-2

O profissional qualificado, com especialização no Método Pilates, pode definir exercícios específicos, com o objetivo de melhorar o movimento, o relaxamento muscular, a respiração, e ter um olhar como um todo, aplicando exercícios para o corpo, proporcionando bem estar e melhora do emocional nesses pacientes oncológicos.

É importante que no primeiro dia da aula do Pilates, o paciente possa levar os exames complementares como: raios-X, ressonância magnética e ecografias, para que assim o profissional possa realizar uma avaliação mais detalhada e definir os exercícios que serão mais adequados para o quadro da patologia.

Em relação aos pacientes oncológicos com maior grau de comprometimento as aulas preferencialmente devem ser individuais, para que haja uma monitoração da pressão arterial, frequência cardíaca e saturação periférica de oxigênio.

Pode-se realizar primeiramente uma aula teste para que o aluno conheça o Método, e possa relatar como se sentiu durante as séries e repetições, e relatar ao profissional quais as regiões corporais que houve maior sinal de fadiga muscular e dor.

 

Referências Bibliográficas
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  • COSTA, Aline Isabella Saraiva e REIS, Paula Elaine Diniz dos.Técnicas complementares para controle de sintomas oncológicos. Rev. dor [online]. 2014, vol.15, n.1, pp.61-64. ISSN 1806-0013. http://dx.doi.org/10.5935/1806- 0013.20140014.
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Sites
www.inca.gov.br
Imagens
http://www.sevenfisioterapia.com.br/
http://revistapilates.com.br/2014


























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