O Pilates é uma prática que exige consciência corporal, controle, força, flexibilidade e mobilidade. Mesmo alunos muito experientes às vezes podem sentir que “estagnaram” em uma determinada fase, quando os movimentos parecem não evoluir mais. Essa estagnação pode ocorrer pela falta de desafios focados na real necessidade do aluno, e por isso, é fundamental pensar no processo de como progredir no Pilates e garantir o verdadeiro progresso no Pilates.
Esse progresso está relacionado à eficiência motora, ao refinamento do controle postural e à integração entre respiração, estabilidade e fluidez. Para o Instrutor, compreender os mecanismos que sustentam o progresso no Pilates é essencial para conduzir o aluno a níveis mais elevados de consciência corporal e desempenho funcional.
Além disso, saber o objetivo pelo qual o aluno realiza aquele exercício auxilia para poder ter mais foco e um resultado adequado. Estabilidade pélvica e de cintura escapular devem ser trabalhadas a ponto de deixar o aluno mais seguro e forte para evoluir.
Mas o progresso no Pilates não depende apenas de força física, pois envolve percepção, técnica e ajustes finos no corpo e na mente. Ao longo deste artigo, você vai conferir 4 dicas práticas para desenvolver sua performance e evoluir nos exercícios com mais eficiência e leveza. Boa leitura!
4 práticas para melhorar o seu progresso no Pilates
O progresso no Pilates acontece quando corpo e técnica se alinham com propósito. Pequenas práticas podem transformar sua performance e destravar sua evolução. Conheça quais são:
1. Conecte-se com a sua respiração
A respiração é a base do Pilates. Ela ativa o centro de força (Power House), ajuda na estabilidade e torna os movimentos mais fluidos. Ela é o ponto de partida para o movimento eficiente. No Método, ela não é apenas um componente acessório, mas o mecanismo integrador entre a estabilidade central (Power House) e a mobilidade periférica.
Muitos alunos prendem o ar em exercícios mais intensos, o que gera tensão e trava o corpo e este é o erro mais comum observado em alunos, pois fazendo esta apneia durante o esforço, aumenta a rigidez e reduz a eficiência do controle motor.
Durante a expiração ativa, ocorre a coativação do transverso do abdome, assoalho pélvico e multífidos, estabilizando a coluna lombar e preparando o corpo para o movimento. O erro mais comum observado em alunos é a apneia durante o esforço, o que aumenta a rigidez e reduz a eficiência do controle motor.
Dica prática: antes de cada exercício, respire fundo, sinta o ar expandindo as costelas laterais e mantenha o ritmo da respiração acompanhando o movimento. Isso melhora o controle e reduz o esforço desnecessário.
2. Observe sua postura ao longo de cada transição
O progresso no Pilates não está apenas no exercício em si, mas também nas transições entre um movimento e outro. Mudar de posição com consciência melhora o controle motor e ativa músculos estabilizadores que, muitas vezes, passam despercebidos. A qualidade do movimento no Pilates não se limita à execução de um exercício isolado, mas se manifesta nas transições entre as posturas. É nessas passagens que se revela o verdadeiro controle motor.
O Instrutor deve observar o alinhamento escapular, pélvico e cervical durante as mudanças de decúbito, evitando compensações como elevação dos ombros, retroversão excessiva ou colapso cervical. A fluidez das transições reflete a integração do sistema de controle postural e a coordenação neuromuscular global.
Dica prática: mantenha a atenção nos alinhamentos, ombros longe das orelhas, abdômen ativo e coluna neutra. Isso evita compensações e aprimora a qualidade do movimento. Inclua momentos de observação e correção das transições. Estimule o aluno a manter o centro ativado mesmo nas trocas de posição, reforçando a noção de continuidade do movimento.
3. Respeite o tempo do seu corpo
Cada corpo tem um ritmo de aprendizado diferente. Forçar o progresso pode gerar frustrações e até mesmo lesões. Pular etapas ou aumentar a complexidade sem o domínio correto dos fundamentos gera sobrecarga e padrões compensatórios. O Instrutor deve reconhecer o estágio de aprendizado do aluno, cognitivo, associativo ou autônomo e ajustar o nível de desafio conforme a capacidade de execução.
Dica prática: pratique com regularidade, mas evite comparações. O progresso acontece de forma natural quando há constância e atenção aos detalhes. Estabeleça objetivos graduais, alcançáveis e mensuráveis, estabilidade antes de mobilidade, controle antes de amplitude.
Valorize pequenas conquistas, um alinhamento mais estável, uma respiração mais coordenada ou uma maior amplitude já são sinais de evolução. Além de o aluno conquistar mais resistência, ele também sentirá mais segurança e confiança em si mesmo e efeitos no corpo.
4. Busque feedbacks e ajustes técnicos
Mesmo praticando há muito tempo, é comum repetir padrões incorretos sem perceber. O feedback é um dos pilares do progresso no Pilates. Ele pode ser externo (orientação verbal ou tátil do Instrutor) ou interno (autopercepção do aluno). Um processo de feedback eficaz melhora a propriocepção e a autoanálise, transformando o aluno em participante ativo do próprio progresso.
Por isso, o olhar de um Instrutor é essencial para identificar pontos de compensação, como progredir no Pilates da forma correta e orientar correções específicas. Além de trazer ferramentas e exercícios que proporcionem o aprendizado de um movimento estável e potente com mais segurança.
Dica prática: pergunte ao Instrutor sobre o que você pode melhorar em cada movimento e aplique as orientações conscientemente. O progresso no Pilates é um processo contínuo, quanto mais sutis os ajustes, mais visível será a diferença. Portanto, utilize feedbacks específicos e objetivos (“perceba o alongamento axial”, “mantenha a pelve neutra”), evitando generalizações.
Estimule o aluno a reconhecer sensações corporais e ajustar o movimento a partir delas.
Conclusão
Progredir no Pilates não significa apenas fazer exercícios mais difíceis, mas executar cada movimento com mais precisão, fluidez e controle. Entenda as etapas dos movimentos, quais ativações musculares devem ser feitas em cada momento e como dominar seu corpo a ponto de saber os seus limites.
Mais do que buscar novos exercícios, o Instrutor deve promover melhor qualidade nos padrões existentes, favorecendo a mobilidade, eficiência e principalmente estabilidade.
Quando o aluno desenvolve consciência sobre como se movimenta, o progresso acontece naturalmente, o corpo torna-se mais coordenado, a mente mais atenta e o movimento mais inteligente. Quando o aluno aprende a respirar melhor, respeitar o próprio tempo, ajustar a postura e aceitar o olhar técnico do Instrutor, o corpo evolui naturalmente e a mente acompanha.
