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A condromalácia patelar é um processo degenerativo no qual a cartilagem articular da patela torna-se “amolecida” e esponjosa, podendo evoluir para “rachaduras” e perda da própria cartilagem.

Por poder gerar incapacidade funcional, essa patologia tem uma importância particular, necessitando de um tratamento cuidadoso e eficiente.

É muito comum o uso de exercícios de Pilates para condromalácia patelar, já que são de baixo impacto e contribui para a reabilitação sem agravar o problema.

Por isso, separei uma lista de exercícios de Pilates para condromalácia patelar para te auxiliar durante o tratamento dos alunos. Mas antes, que tal darmos uma relembrada na anatomia do joelho?

Anatomia do joelho

O joelho é um complexo articular formado por: fêmur, tíbia e patela. Suas estruturas formam duas articulações que são chamadas de: fêmoropatelar e tibiofemoral.

Nesse artigo, iremos focar na articulação fêmoropatelar ou também chamada de patelofemoral. E para isso, precisamos entender um pouquinho sobre as estruturas envolvidas nessa articulação e sua biomecânica.

A patela fica localizada na frente do joelho e possui em sua parte superior, a inserção do músculo quadríceps e inferiormente, a origem do tendão patelar.

Como a patela está ligada com praticamente todas as estruturas do joelho, ela sofre a ação de forças multidirecionais, caso haja um desequilíbrio dessas forças, a parte interna da patela que é revestida por cartilagem pode ficar sobrecarregada.

Para evitar que tal desequilíbrio aconteça, os músculos do quadríceps (reto femoral, vasto medial, vasto intermédio e vasto lateral) são responsáveis por estabilizar a patela e é necessário que eles estejam fortalecidos e flexíveis de forma ideal afim de que não ocorra déficits e nem excessos durante a transferência de forças à patela.

A função da cartilagem na articulação fêmoropatelar é permitir que o deslizamento da patela no fêmur ocorra de forma suave durante os movimentos de extensão e flexão do joelho. Qualquer alteração das forças que agem sobre a patela ou alteração óssea podem gerar lesões na cartilagem.

O que é a condromalácia patelar?

Atualmente, também é chamada de Síndrome Patelo-Femoral, uma vez que já sabemos que não há terminações nervosas na cartilagem e a dor sentida pelo paciente é devido a uma sobrecarga ou lesão na articulação ou ainda pela “agressão” que ocorre no osso subcondral.

Nos casos de condromalácia patelar, é característico o paciente reclamar de dor na parte anterior do joelho. O diagnóstico é feito de forma clínica, mas também pode ser confirmado através de exames de imagem, como ressonância magnética (RNM).

Sua etiologia ainda não é totalmente clara, uma vez que ela pode ser devido a fatores intrínsecos e extrínsecos. Alguns exemplos de fatores intrínsecos são:

  • Fraqueza muscular, principalmente dos músculos do quadril;
  • Subluxação patelar;
  • Falta de flexibilidade dos músculos, como ísquitibiais e reto femoral;
  • Pé cavo ou valgo;
  • Frouxidão ligamentar;
  • Posição elevada da patela;
  • Entre outros.

Já os fatores extrínsecos mais comuns são: trauma direto na articulação, uso excessivo da articulação e intensidade e tipo de atividade física realizada.

O acometimento na população tende a aumentar conforma a faixa etária. Além disso, é mais comum em pacientes que apresentam excesso de peso e do sexo feminino.

Ela é classificada de acordo com o acometimento da superfície condral em:

  • Grau I: No início, quando há apenas o amolecimento da cartilagem;
  • Grau II: Começa a haver lesões na cartilagem;
  • Grau III: Há rachaduras na superfície;
  • Grau IV: Há exposição do osso subcondral.

Sintomas:

São sintomas frequentes relatados pelos pacientes:

  • Inchaço na região do joelho;
  • Dor localizada entre a patela e o fêmur;
  • Dor durante atividade física;
  • Dor ao descer e subir escadas ou ficar muito tempo sentado;
  • Crepitações;
  • Sensações de fraqueza no joelho.

Tratamentos para condromalácia patelar

O tratamento pode ser feito de forma não-invasiva através da fisioterapia, e em casos mais graves há a opção cirúrgica. Nesse artigo, falaremos sobre o tratamento não-invasivo utilizando os exercícios de Pilates para condromalácia patelar.

Quando em fase aguda, a fisioterapia pode ser associada ao uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios.

Para estabelecer um protocolo de tratamento para cada paciente, é necessário que seja realizada uma avaliação específica com o objetivo de ver qual o grau de força muscular, de flexibilidade e dor do paciente.

Após a avaliação, é ideal identificar a causa do desequilíbrio na articulação para que o tratamento seja baseado na causa e não nas consequências.

A fisioterapia, de forma geral, atuará principalmente no fortalecimento e alongamento muscular para que a patela tenha boa estabilidade.

Algumas outras condutas no tratamento fisioterapêutico são: reeducação de movimentos, em casos de atletas a reinserção dele no esporte praticado através do treino de gestos esportivos, mobilização articular e orientações para o paciente sobre atividades do dia a dia, atividades que podem estar gerando a sobrecarga da articulação e também, recomendação do uso de gelo para diminuição da dor.

Método Pilates para Condromalácia patelar

Atualmente, um método muito eficaz na reabilitação de diversas patologias é o Pilates, que tem como princípios: concentração, controle, precisão, respiração e fluidez.

Atualmente sabemos que, quando há um certo dano da cartilagem e a mesma sofre um certo impacto, ocorre a piora da dor e pode aumentar o dano na articulação, a partir disso, temos outra vantagem desse Método, pois ele não apresenta impacto.

Por ser caracterizado como um método que trabalha o corpo de forma global, o profissional consegue ter amplas opções de condutas de acordo com a necessidade de cada paciente naquele momento.

Além disso, o fortalecimento do grupamento do power house é importante pois grande parte da musculatura dos membros inferiores tem sua origem ali e, portanto, um core forte ajuda na harmonia do trabalho dos membros inferiores.

Ainda assim, sabemos que no tratamento da condromalácia patelar é importante o fortalecimento principalmente dos músculos do quadríceps, mas também não podemos esquecer a grande importância de que os músculos antagonistas estejam alongados para que haja harmonia nos movimentos.

Exercícios de Pilates para condromalácia patelar

Como já foi dito anteriormente, as principais condutas a serem realizadas no tratamento de condromalácia patelar são: fortalecimento de quadríceps, alongamento de isquiotibiais, tríceps sural, e em casos de atletas, o treino do gesto esportivo.

A seguir, veremos alguns exercícios de Pilates para condromalácia patelar que devem ser realizados com seu paciente. Confira!

1. Footwork Double Leg Pumps

exercicios-de-pilates-para-condromalacia-patelar-footwork

Como realizar:

  • Aluno sentado com o antepé em flexão plantar apoiado no pedal;
  • Irá realizar a extensão do quadril e de joelhos, sempre mantendo os pés em flexão plantar;
  • Retorne a posição inicial.

Objetivo: fortalecer os músculos do quadríceps e tríceps sural, alongar o músculo tibial anterior. Além de controle escapular, estabilização da cintura pélvica e contração dos músculos da power house.

2. Stretches Front

Como realizar:

  • Em pé e em apoio unipodal, um dos membros inferiores é colocado sobre o Barrel;
  • Flexione a coluna sobre o Barrel, mobilizando a coluna e levando as mãos em direção aos pés;
  • Retorne a posição inicial.

Objetivo: Alongar músculos isquiotibiais e mobilização da coluna vertebral e quadril.

3. Bycicle

Como realizar:

  • Paciente em decúbito dorsal, com as alças dos pés, flexiona quadril e joelhos a 90º;
  • Alternar a flexo-extensão dos joelhos, simulando o movimento de pedalada.

Objetivo: fortalecer os músculos do quadríceps, isquiotibiais, sartório, grácil, gastrocnêmio e glúteo máximo.

4. Leg series on side: up and down

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Como realizar:

  • Em decúbito lateral, com a alça de pé no membro inferior que estiver por cima. No membro inferior que estiver por baixo, flexione o joelho. Pode posicionar um braço abaixo da cabeça e o outro mantém a frente, apoiando na cama do Cadillac;
  • Realizar a abdução do quadril e em seguida retornar à posição inicial.

Objetivo: fortalecer e alongar a musculatura adutora do quadril.

5. One leg quadríceps

Como realizar:

  • Decúbito ventral, com a alça de pé posicionada no tornozelo e joelho flexionado a 90º;
  • Realizar a extensão do joelho;
  • Retornar a posição inicial.

Objetivos: fortalecer músculos do quadríceps.

6. Bridge on bar

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Como realizar:

  • Em decúbito dorsal, posicionar o quadril e joelhos a 90º, com os pés em flexão plantar apoiados na barra de pés do Reformer;
  • Eleve o quadril do aparelho, mobilizando a coluna e tentando movimentar o mínimo possível do carrinho;
  • Retorne a posição inicial.

Objetivos: Alongamento de flexores de quadril, fortalecimento de ísquiotibiais, quadríceps, glúteo e assoalho pélvico. Além de mobilizar a coluna.

Cuidados e restrições com os exercícios de Pilates para Condromalácia Patelar

  • Evite exercícios de Pilates para condromalácia patelar que possam aumentar a sobrecarga da articulação e consequentemente aumentar a dor;
  • Evite exercícios que possam causar impacto na articulação do joelho;
  • Cuidado com a realização de agachamentos pois podem sobrecarregar as articulações dos membros inferiores;
  • Cuidado com exercícios unipodais, o ideal é que no início não sejam realizados a fim de evitar grande tensão nas articulações do membro de apoio. Faça progressão com seu paciente!
  • Faça orientações: independente da patologia que seu paciente apresente, é sempre ideal que você converse com ele sobre a própria patologia, sobre suas condutas e como será o tratamento.

Conclusão

Como vimos durante esse artigo, o exercício físico é o que traz mais benefícios para a recuperação do paciente.

Entretanto, há várias técnicas que podem ser utilizadas no tratamento do paciente que apresenta condromalácia patelar e nós como profissionais, temos sempre que buscar a melhor opção para eles.

Entre elas, existe os exercícios de Pilates para condromalácia patelar que pode ser nosso grande aliado, pois como vimos é uma forma de reabilitação extremamente eficaz em várias patologias.

É importante lembrar de sempre buscar o melhor tratamento e tratar seu paciente de forma global, pois ele não é apenas uma articulação, ele é mais do que isso!

 

 

Referências

SPENCE, A. Anatomia Humana Básica. 2. ed. São Paulo: Manole, 1991.

FREIRE, Maxime F. de O.; et al. Condromalácia de patela: comparação entre os achados em aparelhos de ressonância magnética de alto e baixo campo magnético. Radiologia Brasileira, v.39, n.3, mai/jun, 2006.

MOREIRA, Demóstenes; RUSSO, André. Cinesiologia Clínica e Funcional. São Paulo: Atheneu, 2005.

COMUNELLO, Joseli F. Benefícios do Método Pilates e sua aplicação na reabilitação. Instituto Salus, mai/jun, 2011.


























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