Junte-se a mais de 150.000 pessoas

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade!

Qual o seu melhor email?

Atualmente percebe-se uma expansão importante da prática de Pilates mundialmente. Pessoas de todas as idades tem buscado o Método como uma forma de tratamento de alguma condição, na prevenção de agravos e até mesmo na promoção de saúde.

Mas a expansão do Método traz consigo uma “mecanização” da técnica. Muitos profissionais que se dizem habilitados no Método deixam de lado seus princípios mais básicos.

Não é raro um cliente chegar ao estúdio, dizendo que já praticava o Método antes, mas sem ter noção do que é a respiração do Pilates ou sem nunca ter ativado o centro de força, entre outros. Sendo assim, é nosso dever como profissionais habilitados no Método, prescrever os exercícios seguindo os princípios da contrologia cunhados por Joseph Pilates.

Além do mais, uma boa parte dos interessados em praticar o Pilates vem com uma visão totalmente baseada em mitos a respeito da técnica.

E, como existem outras poucas atividades físicas que tem suas práticas equivalentes as do Pilates, isso leva alguns alunos a apresentar certa resistência na aplicação dos princípios da contrologia. Mas, esta resistência se dá muitas vezes pela falta de ciência do real papel da adoção dos princípios.

Cada um dos seis princípios da contrologia tem seu papel para que a execução do exercício de torne adequada e a ativação muscular otimizada.

Por execução adequada dos movimentos, entende-se como a prática do exercício de forma alinhada, com ausência de hiperativação de musculatura acessória, de maneira suave e controlada, diminuindo ao máximo a sobrecarga nas estruturas.

Por isso, é importante que o profissional adepto ao Método saiba explicar os princípios para seu cliente. Dessa forma o aluno irá entender a necessidade da adoção de tais práticas durante os movimentos, gerando assim uma maior aceitação durante a as aulas.

Eu costumo dizer que, não adianta você colocar um paciente “de ponta cabeça” no Cadillac, se os princípios não estiverem sendo seguidos, aquele exercício sobre o Cadillac vai se resumir a uma mera acrobacia.

Assim como um simples sentar e levantar de uma cadeira, se seu cliente consegue aplicar os princípios da contrologia durante a execução pode ser considerado Pilates. Por que não?

Sobre a Contrologia

O termo contrologia é baseado no objetivo principal do método: O controle da mente sobre o corpo.

Joseph foi um dos primeiros estudiosos a considerarem uma visão holística do corpo. Ele próprio definia a contrologia como “arte do controle e equilíbrio entre mente e corpo em sua totalidade”.

Ou seja, seu método visa o completo conhecimento e ciência dos mecanismos e estruturas funcionais corporais, relacionados com a influência dos princípios da gravidade e equilíbrio, sempre aplicados aos movimentos.

Essa técnica é definida como o controle consciente da totalidade de movimentos musculares do corpo humano. Por meio dela atinge-se a correta coordenação do corpo, da mente e do espírito.

Joseph acreditava na possibilidade de se desenvolver através de seu método um corpo uniforme, com correções de posturas inadequadas, a restauração da vitalidade física, o fortalecimento da mente e até mesmo a elevação do espírito.

A Contrologia foi desenvolvida para resultar em uma maior flexibilidade, para expandir a graça natural dos movimentos, desenvolver habilidades motoras e a força muscular.

Habilidades estas que, naturalmente, devido à prática, serão refletidas no desenvolvimento uniforme de todo o corpo, pois auxiliam na aquisição de uma forma física otimizada.

Durante a aplicação da Contrologia, Joseph buscava alcançar o seu próprio condicionamento físico e mental e, também, o de seus seguidores. Esta técnica é vista como dinâmica, tendo como objetivo desenvolver a força, o alongamento, a flexibilidade e o equilíbrio.

Além disso, as regiões abdominal, respiratória, lombar e pélvica são consideradas como partes do centro de força, um dos princípios chave do Método, sempre realizado com poucas repetições, devido à complexidade dos exercícios.

Não é a toa que ele era considerado extremamente a frente do seu tempo, pois, mesmo à luz do parco conhecimento disponível na época, durante a primeira guerra mundial, Joseph conseguiu desenvolver um método que enxergava o ser humano por completo, considerando suas mais diversas interações estruturais e mecânicas.

Ele não via a doença apenas como algo puramente físico, e mesmo sem acesso aos estudos da neurociência atual, ele conseguiu perceber a importância da atividade física no tratamento das dores.

Joseph buscava, através da Contrologia, promover e restaurar a integridade física de seus alunos, através de exercícios dinâmicos e lúdicos, que, segundo ele mesmo, poderiam ser realizados em casa.

Mas, para alcançar o sucesso na execução das atividades, ele enfatizava sobre a necessidade de seguir as orientações de forma exata, com paciência e persistência. Em seu livro “Return to life through contrology” ele chega a citar que “Roma não foi construída em um dia”.

Eu costumo dizer que o Pilates é composto de detalhes.

Por isso não são necessárias muitas repetições para o cliente “sentir” quais são as áreas responsáveis para a execução daquele movimento proposto. Por trabalhar o corpo e a mente em conjunto, diferente de outras atividades físicas, de uma forma global, torna-se desnecessária a indicação de um elevado número de repetições.

O mais correto, e mais condizente ao método, seria tornar aquele exercício mais desafiador através das estratégias intensificadoras do movimento.

O posicionamento de cada estrutura corporal tem grande importância durante a prática deste método. Uma correção de um joelho em hiperextensão, por exemplo, durante um exercício de pé, faz toda a diferença durante a execução dos exercícios. Tenho certeza que você mesmo já ouviu de algum de seus clientes, após uma correção postural durante um exercício “Nossa, agora estou sentindo que está pegando mais tal área!”.

E esses comentários são extremamente comuns, porque, como eu disse anteriormente, e volto a enfatizar, o Método Pilates é composto de detalhes. Mínimas correções fazem a diferença na execução final do movimento.

E, até mesmo hoje em dia, é necessário enfatizar isso com nossos clientes. Pois, muitos são ansiosos para executar exercícios considerados avançados em pouco tempo…

Você mesmo já deve ter ouvido de um cliente “Quero fazer um exercício que me coloca de cabeça para baixo, porque vi um vídeo no instagram e achei muito lindo!”. Muitas vezes aquele cliente não dominou o solo de forma adequada e já quer partir para os exercícios avançados.

De que adianta você indicar um exercício suspenso para um paciente que ainda não domina nem o básico? Isso não é adequado e pode gerar grandes riscos de lesão. Por isso há necessidade de se explicar sobre a importância dos princípios da contrologia e porque seguir uma progressão adequada.

Até mesmo porque, quando o cliente entende qual o papel de cada um daqueles princípios, ele tende a adotá-los sem mais ressalvas.

A seguir vamos citar cada um dos seis princípios da contrologia cunhados por Joseph e explanar sobre a importância de cada um durante a execução do Método. Vamos lá?

Se você quer ter acessos a mais de 400 exercícios de MAT Pilates, com diversos acessórios e variações, essa é sua chance -> CLIQUE AQUI e saiba mais agora mesmo!

Princípios: Controle

O controle é resultado de três princípios: a respiração, a concentração e a centralização. É impossível se atingir o controle sem antes desenvolver os três princípios citados. E após a dominância destes quatro princípios da contrologia, se atinge a fluidez e a precisão, conforme citaremos mais adiante.

Ao ter controle sobre a execução dos exercícios, o cliente estará totalmente presente naquele momento da execução.

O controle do movimento evita a sobrecarga de estruturas corporais, previne esforços dispensáveis e contribui até mesmo para a “economia” do gasto energético durante a prática, pois é através do controle que se evita a ativação de musculaturas desnecessárias para aquele movimento proposto.

É através do controle que o praticante atingirá um movimento “limpo”, mas ele só será possível se o paciente dominar os princípios da respiração, concentração e do centro.

Ou seja, o controle é decorrente da interação dos três princípios.

Por isso é tão importante trabalhar com o cliente cada um dos princípios da contrologia, para que ele entenda essa relação e assimile o papel de cada um durante a prática do método.

Princípios: Concentração

Devido ao seu pioneirismo na visão holística do corpo humano, o método de Pilates também incorporava em sua prática a necessidade da concentração. Para Joseph todo movimento deve ser iniciado na mente, e seu controle depende do controle que a mente possui sobre cada uma das células musculares.

Dessa forma, durante a execução dos movimentos, os alunos de Joseph deveriam estar atentos às instruções e às suas próprias execuções, para que os detalhes do movimento não fossem perdidos.

É muito fácil de notar a ênfase que Pilates dava a este princípio em particular ao se reproduzir uma de suas famosas frases:

“É estar presente, concentrado e não distraído. É a mente que esculpe o corpo.”

Não é possível dizer que este é o mais importante dos princípios da contrologia, mas é certo afirmar que o princípio da concentração rege os todos os outros cinco.

Por ser um método de exercício que necessita uma maior atenção para sua execução adequada, a concentração é fundamental, pois é através dela que se chega à maestria em relação aos demais princípios.

Um indivíduo desconcentrado não consegue ser preciso, não respira adequadamente, perde sua fluidez, não dá a atenção necessária ao centro de forma efetiva e nem tem controle dos seus movimentos.

E, na ausência da adoção dos princípios, não pode se dizer que aquele exercício obedece às práticas do Pilates.

Princípios: Precisão

A execução dos movimentos durante a prática deve seguir uma forma pré-estabelecida, seja pelos exercícios originais do método, ou pelas variações adotadas pelo profissional.

Sendo assim, é importante que o profissional, ao explicar para seu cliente como é feita a execução do exercício, demonstre cada uma das fases do movimento, dando detalhes sobre cada passo da execução.

Uma execução imprecisa do movimento irá resultar em uma sobrecarga desnecessária nas estruturas do aluno, em um aumento do consumo de energia, além de diminuir os benefícios gerados pela prática do Método.

A precisão durante a execução irá ativar a musculatura que realmente tem de estar envolvida durante aquele movimento, evitando assim compensações indevidas e dores após a prática.

Princípios: Centralização (Power House)

Para Pilates o centro de força, também conhecido como Powerhouse, é constituído pelos músculos da região abdominal superficial e profunda, músculos respiratórios, a musculatura lombar, glútea e pélvica.

Estas regiões são compostas pelas seguintes musculaturas:

  • Eretores Profundos da Coluna
  • Extensores da Coluna
  • Diafragma
  • Reto do Abdômen
  • Oblíquos Internos e Externos
  • Transverso do Abdômen
  • Flexores de Quadril
  • Músculos do Assoalho Pélvico

A região da Powerhouse é considerada responsável pela sustentação da nossa coluna vertebral e de nossos órgãos internos. É também nessa região que fica localizado nosso centro de gravidade corporal.

Através do fortalecimento dessa área corporal, Pilates acreditava que seria possível proporcionar um maior alinhamento biomecânico através de um menor gasto energético. E não é que ele estava certo?

A estabilidade desta região, como já foi comprovado cientificamente, resulta na melhora postural e na prevenção de lesões distais e proximais. Vários esportes utilizam o fortalecimento do centro de força (Powerhouse),  como forma de prevenção de lesões de seus atletas. E o interessante de se notar é que Joseph Pilates já tinha ciência desses benefícios entre os anos de 1920 e 1960.

Para Joseph o movimento deveria se iniciar no centro, para depois partir para as extremidades. Essa mesma linha de raciocínio também é adotada em outras práticas de países orientais, como a Yoga e o Tai chi chuan.

Mas, engana-se quem pensa que a região do centro (Powerhouse) deve ser tratada apenas buscando a estabilização.

Infelizmente, este é um erro cometido por muitos profissionais. Mas, na verdade o Método Pilates também busca a mobilidade adequada dessa região e isso é facilmente constatado ao notarmos a quantidade de exercícios que “brincam” com a transição entre flexão e extensão vertebral.

Ou seja, a região da coluna vertebral deve ser estável, mas não deve ser rígida. A estabilização do centro é importante, mas a mobilização da região não é deixada de lado por Joseph, pois ele mesmo chegou a afirmar:

“A arte do Pilates prova que o sua idade não é medida em anos, ou como você acha que você se sente, mas sim pela flexibilidade normal da sua coluna ao longo da sua vida.”

Princípios: Respiração

Para Joseph a respiração era um dos pilares do seu método.

Até mesmo porque a respiração é a primeira coisa que fazemos ao nascer e a última coisa que fazemos ao morrer, talvez por isso ele enxergava na respiração uma grande influência na nossa saúde.

Ele considerava a respiração correta como uma completa inalação e expiração do ar, sempre tentando exalar o máximo de ar possível durante as expirações, abrindo lateralmente as costelas. Pois, dessa forma ocorre uma melhor oxigenação muscular e corporal global.

É também através da expiração ativa, resultante da expiração máxima, que ocorre a ativação dos músculos abdominais. E essa ativação dos músculos abdominais contribui para o aumento da força de centro. Não é interessante notar a interação dos princípios da contrologia?!

Joseph acreditava que uma correta respiração levava à prevenção de doenças, e a um menor gasto energético durante a execução dos exercícios. Pois, segundo Joseph nós frequentemente respiramos errado e utilizamos apenas uma porcentagem da capacidade dos pulmões.

Joseph acreditava que a inspiração completa e a expiração integral eram capazes de limpar nossos pulmões e vasos sanguíneos, pois dessa forma estaríamos expirando o “ar bom” ao máximo e soltando o “ar impuro” na sua totalidade.

O ciclo respiratório do método deve seguir a seguinte ordem:

  1. Inspiração Torácica
  2. Expiração do Tórax Superior
  3. Expiração do Tórax Inferior
  4. Expiração Abdominal

Essa sequência deve seguir a movimentação muscular, pois, dessa forma, segundo Joe, é fornecido ao corpo a organização do tronco pelo recrutamento dos músculos estabilizadores profundos da coluna, a sustentação pélvica e ocorre também o relaxamento dos músculos inspiratórios e cervicais.

Princípios: Movimento Fluido

Os movimentos do Método Pilates devem ser fluidos, sequenciados e graciosos, assim como uma dança.

Esse princípio é alcançado quando o exercício é adequado para a capacidade do cliente. Dessa forma não há compensações e o movimento é executado de forma “limpa”, sem ativação de músculos acessórios, com controle de ambas as fases excêntrica e concêntrica.

A movimentação durante o método deve ser suave, contínua e livre de “trancos”.

A fluidez dos movimentos garante o mínimo de sobrecarga articular. Um movimento executado de forma adequada tende a sobrecarregar menos as estruturas do corpo, visto que previne a ativação de músculos que não deveriam auxiliar no movimento executado.

A fluidez também é alcançada quando os exercícios são executados de forma sequenciada, assim como uma dança.

Se um paciente começa a execução de um exercício em decúbito lateral, não é considerado fluido que o próximo movimento seja executado em posição ortostática.

Consequentemente, se uma sequência de exercícios é iniciada em posição ortostática, o próximo exercício também deve ser realizado nessa posição, ou alterado para a posição ajoelhado/sentado, para apenas posteriormente ser direcionado para os decúbitos.

Os exercícios devem apresentar uma sequência de execução que coincide com o posicionamento que o paciente está adotando.

Importância dos Princípios da Contrologia para a prática do Pilates?

Você explicou para seu cliente sobre cada um dos princípios da contrologia, demonstrou para ele sobre como é a execução correta dos movimentos, explanou sobre a diferença da prática do Pilates em relação a outras atividades físicas… Ele já te entendeu.

Mas… E, aí?

Ele vira para você e te pergunta: “Por que eu preciso seguir todas essas ‘regras’ aí durante a execução dos movimentos?”.

Não sei vocês, mas eu adoro quando meus clientes perguntam isso. Porque isso me dá a oportunidade de explicar para eles sobre qual a atuação de cada um dos princípios da contrologia nos resultados na prática do Pilates.

E, na minha experiência, quando eles passam a entender sobre a real necessidade de cada princípio, eles os adotam de forma mais efetiva.

Então, vamos lá. Qual a importância de cada princípio para a prática do Pilates?

Conforme eu já disse anteriormente, todos os princípios da contrologia estão interligados, não existe um mais importante que o outro.

Não é possível se executar a respiração adequada se você não tiver concentração, assim como não é possível se ter a fluidez necessária se você não tem controle, da mesma forma não é possível iniciar o movimento pelo centro, se você não tem precisão na sua execução.

É impossível isolar apenas um princípio durante a prática do Método e ainda querer gozar dos benefícios do mesmo.

É claro que não é provável que um cliente iniciante no método conseguirá realizar com esmero todos os exercícios propostos seguindo os seis princípios da contrologia durante todos os movimentos.

Mas, para esses casos, é interessante que para cada exercício você dê ênfase em uma parte dos princípios, até que, por fim, de forma automática, ele consiga assimilar todos os seis com o mínimo de esforço. Assim como dizia o próprio Joseph:

“Realize seu exercício com o mínimo de esforço e o máximo de prazer.”

Concluindo…

Ao estudar um pouco mais sobre a história e as bases do Método Pilates é possível notar o quão visionário foi Joseph Pilates ao criar seu método. Os seus princípios tem uma íntima relação de dependência.

Por exemplo, a concentração leva ao controle, que por consequência é responsável pela precisão e pela fluidez. A expiração ativa promove um recrutamento mais efetivo dos estabilizadores centrais, resultando em uma maior centralização.

Essa ligação entre princípios pode, e deve ser informada para o cliente desde o seu primeiro atendimento, pois dessa forma fica mais fácil para que ele assimile a importância de cada um dos princípios da contrologia durante a execução dos exercícios propostos.

Seguindo os princípios do método é possível que, em poucos atendimentos, o cliente consiga sentir os benefícios nas suas atividades diárias. O próprio Joseph citava essa melhora em uma de suas mais famosas frases.

“Com 10 sessões você perceberá a diferença, com 20 sessões os outros irão perceber a diferença e com 30 sessões você vai ter um novo corpo.”

Referências Bibliográficas
PILATES, Joseph. Return to Life Through Contrology. 1945.
MARTINS, Rivien Aparecida de Souza. Método pilates: histórico, benefícios e aplicações. Revisão Sistemática da Literatúra. Goiânia. 2013.


























Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

O nome deve ter no mínimo 5 caracteres.
Por favor, preencha com o seu melhor e-mail.
Por favor, digite o seu DDD + número.