A osteoporose é uma doença que leva à perda de massa óssea e deixa os ossos mais frágil.
Uma queda ou até mesmo um leve impacto pode levar a uma fratura, e os ossos mais acometidos são quadril, punho e coluna, sendo a fratura do colo do fêmur um dos problemas mais comuns nos indivíduos idosos que sofrem de osteoporose.
Usado de forma terapêutica os exercícios do Método Pilates, são um forte aliado na prevenção e na melhorar da osteoporose.
O uso das molas que apresenta uma carga progressiva ajuda a aumentar a massa óssea, o fortalecimento muscular, o alinhamento da postura a manutenção da ADM das articulações e essencial para pessoas com osteoporose.
A osteoporose é mais comum em pessoas da terceira idade, e nestes casos é preciso evitar exercícios de alto impacto que pode levar a uma fratura.
O Pilates é uma ótima opção e não apresenta nenhuma contraindicação para a patologia, além da segurança e benefícios como melhora do equilíbrio, da coordenação, da concentração e do ganho de força muscular.
Sobre a Osteoporose
A definição de osteoporose é doença do esqueleto, e a sua característica é a diminuição da resistência e da qualidade óssea, aumentando o risco de fraturas. As fraturas mais graves são as do quadril e ocorre na fase mais tardia da doença.
A resistência do osso reflete a integração entre a densidade mineral e as propriedades biológicas e físicas que determinam a qualidade óssea.
A qualidade óssea reflete a arquitetura macro e microscópica do osso, o metabolismo, a capacidade de acumulação de danos (por exemplo: microfraturas) e o conteúdo mineral, com a mineralização normal do tecido osteóide.
Sendo uma doença metabólica do tecido ósseo, a osteoporose caracterizada por perda gradual de massa óssea, que enfraquece os ossos, por deterioração da microarquitetura tecidual, tornando-os mais frágeis e suscetíveis às fraturas.
A densitometria óssea é um exame que pode definir a patologia. Devido à perda de massa óssea pode identificar se é uma osteopenia ou uma osteoporose, através de alteração de valores da densidade mineral óssea, que refere a quantidade mineral em volume medido ou uma área óssea.
Tipos de Osteoporose
A perda de massa óssea ou quando existe uma fatura, podemos considerar a osteoporose como uma doença grave, pois as doenças osteometabólicas englobam um grande número de condições clínicas.
A osteoporose primária é denominada como idiopática, e pode ser subdividida em tipo I – osteoporose pós-menopausa ou tipo II – osteoporose senil relacionada com a idade do paciente.
A principal causa de osteoporose primária é a deficiência de estrogênio hormônio feminino, o mesmo no caso da mulher pós-menopáusica.
E o principal causador de osteoporose é perda de massa óssea, por isso podemos considerar a idade como um fator agravante.
O equilíbrio entre formação e reabsorção óssea, além da condição ideal de saúde, faz com que a mulher jovem mantenha constate massa óssea. Já nas mulheres pós-menopáusica há uma condição predominante que é a reabsorção óssea, devido a perda de massa óssea e a resistência, levando a osteoporose e fraturas.
Os ovários deixam de produzir estrogênio após a menopausa, e a diminuição de estrogênio aumenta a perda de massa óssea devido ao aumento de reabsorção óssea e a diminuição da formação de massa óssea.
Sendo os primeiros anos com maior consequencias ao nível do osso trabecular, e maior incidência no punho e nas vértebras da coluna, sendo este o responsável por falta de mobilidade e requer maiores cuidado, tanto de prevenção quanto de futuras fraturas.
Na osteoporose secundária a perda de massa óssea pode ser secundaria a uma doença, ou um distúrbio alimentar ou medicação.
Causas e Fatores de Risco
A osteoporose pode ocorrer tanto no homem quanto na mulher, e as fraturas podem ocorrer devido ao aumento das seguintes condições clínicas:
- Alcoolismo
- Tabagismo
- Inatividade – sedentarismo
- Má nutrição
- Baixa ingestão de cálcio
- Dieta com alta ingestão de fibras
- Dieta com alta ingestão de fosfatos
- Dieta com alta ingestão de proteínas
É muito importante avaliar o histórico do paciente tais como se realizou alguma cirurgia, uso de medicamentos como corticoides, anticonvulsivantes, para tireoide, antiácidos e heparina ou doenças concomitantes.
A osteoporose é doença que pode evoluir durante muitos anos sem ocorrer qualquer sintoma, uma doença assintomática, a não ser que ocorra uma fratura. Como já dissemos, as fraturas mais comuns na osteoporose são as seguintes:
- Compressão vertebral
- Punho
- Arcos costais
- Quadril
- Fêmur na extremidade proximal
- Bacia
- Úmero
Pode ocorrer também a fratura do corpo vertebral, e por compressão, os sintomas de dor na região dorsolombar, que afetam os movimentos mais simples como por exemplo o caminhar, e que só melhoram com repouso.
Essas fraturas vertebrais poderão ser completamente assintomáticas, sendo a queixa do paciente a diminuição de sua altura e a deformidade vertebral como cifose.
Diagnósticos
Exames de laboratório são normais na osteoporose, por exemplo a dosagem da fosfatase alcalina sérica pode ser usada como medida da resposta clínica em pacientes que estão em tratamento.
Podemos dosar ainda no sangue:
- Hormônio paratiroidiano
- Metabólitos da vitamina D
- Eletroforese de proteínas
- Teste de função tiroidiana
- Testosterona (no homem)
Testes bioquímicos na urina:
- Calciúria de 24 horas
- Creatinina de 24 horas
- N-telopeptídios
Na maioria das situações clínicas é difícil reconhecer a osteoporose pelo exame radiográfico convencional.
Se não houver nenhuma fratura em radiografia simples, temos de procurar a perda do trabeculado ósseo e o afilamento da cortical óssea.
Atualmente, o diagnóstico é confirmado através de uma densitometria óssea, sendo as indicações:
- Mulheres com deficiência de estrogênios e com fatores de risco para a osteoporose.
- Indivíduos com terapêutica prolongada com glicocorticoides.
- Indivíduos com anormalidades na coluna vertebral.
- Indivíduos com hiperparatiroidismo primário.
- Controle de tratamento da osteoporose.
A biópsia óssea também é utilizada em caso de osteoporose, mas não há perturbação do metabolismo ósseo.
Conviver com a osteoporose é uma difícil rotina de limitações, devido a redução da qualidade e quantidade de massa óssea.
Essa característica faz com que os pacientes não consigam realizar atividades simples como por exemplo carregar uma sacola ou pentear os cabelos, porém com alguns cuidados, é possível viver com qualidade de vida e uma rotina de atividades de vida diária (AVD´s).
Melhorando o Estilo de Vida
O estilo de vida saudável pode ser o início de bons resultados do tratamento desta patologia.
Aumentar a ingestão de cálcio, praticar exercícios físicos regularmente e evitar o tabagismo e o excesso de álcool são essenciais, assim como usar sapatos baixos, com solas de borracha, não andar em superfícies escorregadias e não levantar peso.
Todas essas práticas ajudam os pacientes a não sofrerem quedas, assim como instalação de corrimões nas escadas e corredores para facilitar a locomoção e barras de apoio nos banheiros e ao lado da cama para servir de apoio para sentar-se e levantar.
As informações sobre a osteoporose e as suas condições de levar uma vida normal, também são necessárias e essenciais para o paciente, pois assim que tiver o diagnóstico da doença é importante a escolha do melhor tratamento.
Quanto antes começar o tratamento melhores são os resultados, mas é importante lembrar que essa doença só é diagnosticada após a primeira fratura.
Tratamento
Estima-se que cerca de 30% das mulheres na pós-menopausa e 15% dos homens acima de 50 anos sofrem com a osteoporose.
Existem diferentes tratamentos que podem controlar a doença e retardar o processo de desgaste dos ossos.
Assim como medicamentos que ajudam aumentar a densidade mineral óssea, reduzindo a perda óssea e diminuindo significativamente o risco de fraturas.
Devemos sempre lembram que essa doença não tem cura, portanto a prevenção é o melhor remédio.
Devemos também orientar este paciente quanto aos móveis que possa virar obsstáculo, tapetes, pouca iluminação, uso de calçados ideal, principalmente a noite para ir ao banheiro. Tudo isso pensando evitar quedas que ocasionam fraturas em pessoas com osteoporose.
Para deixar a casa mais segura segue algumas dicas:
- Quando o paciente estiver sentado na cama é importante que os pés apoiem no chão.
- Criado mudo e mesa de cabeceira devem ser fixados na parede ou no chão e também deixados mais altos.
- O interruptor de luz deve ser instalado perto da cama e também deve ser utilizado abajur.
- Fitas antiderrapante devem ser usadas para demarcar degraus da escada, assim como o corrimão e barras de apoio devem ter em media 80 cm.
- Usar sapatos com sola anti derrapante.
- Evitar pisos molhado, encerado, com tapetes soltos, use piso antiderrapante para aérea molhadas e tapetes de borracha.
Essa dica também importante para saúde:
- Evitar carne vermelha, refrigerante, café e sal.
- Adote uma dieta rica em alimentos com cálcio.
- Exponha se ao sol de 20 a 30 minutos, em horários adequados, pois o mesmo estimula a produção de vitamina D.
- Evite fumo e bebidas alcoólicas.
- Ao entrar na menopausa as mulheres devem consultar um médico para começar um tratamento.
- Após os 45 anos solicite ao médico o exame de densitometria óssea.
- Inicia um programa de exercícios, como por exemplo Pilates para fortalecer a musculatura, ganho de flexibilidade, melhorar equilibrio, pensando em evitar possíveis queda.
Prevenção da Osteoporose
O objetivo primário do tratamento da osteoporose é a prevenção, com ênfase na fase de formação máxima de massa óssea, que ocorre entre os 20 e os 30 anos de idade.
Entre crianças e os adolescentes também é preciso fazer um trabalho de prevenção, com nutrição adequada, prática constante de exercícios físicos, e ingestão de cálcio e de vitamina D.
O triângulo terapêutico poderá ser utilizado pelas mulheres de qualquer idade e cujos tópicos consistem em:
- Exercícios Fisicos – para estimular a formação de osso novo.
- Boa nutrição – cálcio – para a melhor mineralização do tecido neoformado.
- Concentração normal de estrogênios – para equilibrar a velocidade de perda óssea.
Suplementos de vitamina D e cálcio devem fazer parte de qualquer dieta terapêutica para a osteoporose e todos os pacientes em potencial ou de risco devem introduzir em sua dieta suplementos equivalentes ou cálcio e vitamina D.
Em alguns casos na pós-menopausa é utilizado a terapia com estrogênio, pois pode ocorrer a redução de 40% a 50% no risco de fraturas do quadril, e 90% no risco de fraturas vertebrais relacionadas à doença.
Podemos considerar como ideal a reposição hormonal como o tratamento ideal para resposta fisiológica da osteoporose e também como método de prevenção da osteoporose.
Fisioterapia
Podemos dizer que osteoporose é irreversível e portanto a intervenção clínica precoce poderá prevenir a doença na maior parte dos casos, e a intervenção clinica tardia não apresenta.
Nos casos de reposição hormonal, na terapia com medicamentos são usados dois tipos: os agentes anti-reabsorção do tecido ósseo e estimuladores da formação óssea.
A fisioterapia também tem o papel importante no tratamento da osteoporose com vários benefícios:
- Favorece o Aumento de Massa Óssea
- Traz Benefícios Cardíacos e Respiratórios
- Diminuição de Dores
- Aumento na Amplitude de Movimento
- Coordenação
- Equilíbrio
- Fortalecimento dos Músculos
Tudo isso através de exercícios físicos em cada sessão de fisioterapia, pensando na prevenção de quedas e também com as fraturas, promovendo assim a qualidade de vida para esses pacientes.
Método Pilates aplicado à Osteoporose
Pilates afirma em seu livro que Contrologia é o controle consciente de todos os movimentos musculares do corpo.
A correta utilização e aplicação dos mais importantes princípios das forças que se aplicam a cada um dos ossos do esqueleto, com o completo conhecimento dos mecanismos funcionais do corpo.
E o total entendimento dos princípios de equilíbrio e gravidade aplicados a cada movimento, no estado ativo, em repouso e dormindo, por isso podemos afirmar que o Pilates e recomendando para a osteoporose (PILATES, 2010, PANELLI, 2006).
Em uma sessão de Pilates é preciso trabalhar os princípios para ajudar no alcance dos objetivos, e no caso da osteoporose eles podem fazer toda a diferença no tratamento.
O controle é a base de todos os princípios do Pilates, e apreender a controlar os movimentos é um desafio para os praticantes. O uso correto do corpo e o domínio dos movimentos ajuda o paciente melhorar a coordenação motora, evitado o uso de musculaturas inadequada, garantindo a segurança na execução dos movimentos.
A concentração é o que garante a perda do demais princípios, e o maior recrutamento de fibras musculares, evitando a sobrecarga e movimentos errados, a mente está sempre presente e as escolhas são conscientes.
A centralização ou power house, é a alma do Pilates.
Eles estão presentes em algumas culturas orientais, e Joseph Pilates dizia que o centro do corpo é quem comanda todas as nossas ações, e os músculos que constituem o Power House são:
- Reto Abdominal
- Oblíquo Interno e o Externo
- Transverso do Abdômen
- Eretores da Coluna
- Extensores e Flexores do Quadril
- Juntamente com os Músculos que compõe o Períneo
Princípios do Pilates
A precisão e o controle é de fundamental importância na qualidade do movimento. A ênfase está na qualidade e não na quantidade, não diz respeito de quantas vezes você faz, mas a maneira como você faz.
A fluidez consiste na leveza e precisão, Joseph não desejava que seu método fosse praticado de modo intermitente, nem com paradas, ele dizia que os exercícios deveriam fluir naturalmente para o seguinte, conectados, sem desperdício de energia.
A respiração correta favorece o recrutamento dos músculos estabilizadores profundos da coluna e da pelve, facilita o relaxamento dos músculos inspiratórios e cervicais, e incrementa a ventilação pulmonar.
Ela também melhora a oxigenação tecidual, a captação de produtos metabólicos associados à fadiga, facilita a execução dos movimentos, ajuda a relaxar, a reorganizar o alinhamento postural.
Estudo de Caso
A paciente Maria Silene 61 anos aposentada, tem o diagnóstico de osteoporose e pratica Pilates 2x por semana há 1 ano e meio.
Procurou o Método porque estava com muita fraqueza nos membros inferiores e estava caindo muito. A paciente relata o acontecimento de duas quedas mas não houve fratura, e teve a indicação do médico ortopedista e geriatra pelo Pilates.
Veio então por saber dos benefícios do Pilates e também por saber que é uma atividade sem risco para a saúde e para a patologia, já que o Método não tem contra indicação.
O profissional além de fazer uma avaliação deste paciente para que sejam traçados alguns objetivos para o tratamento, é importante o conhecimento do repertório de Pilates e adaptações.
Sobre a osteoporose deve saber que é uma patologia limitante, pois pode ser que os alunos no início reclamem de dores em algum exercício.
O importante é saber entender esse paciente e sempre motivar a continuar e persistir, por exemplo da Maria Silene que no inicio teve muitas dificuldades e hoje diz que não larga o Pilates por nada.
Concluindo…
Os exercícios de baixo impacto são os mais recomendados para esta patologia, e devemos enfatizar o trabalho de fortalecimento dos membros inferiores, membros superiores e dos estabilizadores da coluna.
Sempre pensando em benefícios não só para corpo mas também para mente, pois a escolha de bons exercícios pode deixar esses pacientes mais dispostos, felizes, animados, resistentes, fortes, flexíveis e sem dores.
No brasil os casos de osteoporose vem crescendo, e é importante fazer o acompanhamento com o médico afim de evitar a osteoporose justamente por ser uma doença silenciosa. Também é preciso levar uma vida saudável com uma dieta balanceada e a prática de atividade física.
O Método Pilates é um forte aliado para um programa de exercícios favorável no sentido de minimizar os efeitos da osteoporose, melhorando ao todo os níveis de aptidão física para do idoso.
Isso pois tem o ganho de flexibilidade com efeitos positivos pois músculos alongados são músculos mais resistentes.
O trabalho de força na região do power house ajuda melhorar a estabilidade corporal e do equilíbrio, assim como membros inferiores fortes ajudam a minimizar as quedas. Todos esses benefícios favorecme todas as atividades de vida diária e promovem uma diminuição nos efeitos da osteoporose.
Referencias Bibiográficas
-
Freitas EV, Py L. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
-
Oliveira L.G, Osteoporose: Guia para Diagnóstico, Prevenção e Tratamento. Rio de Janeiro, Revinter, 2002.
-
Pilates J. H, A Obra Completa de Joseph Pilates: Sua Saúde – O Retorno à Vida Contrologia, , Phorte, 2010.