Responsáveis por realizar a nossa sustentação, suportando grandes cargas, os pés ainda nos proporcionam várias possibilidades de movimentos, como, corridas, saltos e uma infinidade de trabalhos biomecânicos. Você sabia que a procura de Pilates para os pés vem crescendo em Studios? Dentro do Método, existem mais de 10 patologias para tratamento.
Contudo, devido a atenção inadequada que proporcionamos aos nossos pés, como sobrecarga exagerada por conta de esforços intensos e repetitivos ou uso de calçados não apropriados, eles acabam sendo alvo de lesões, principalmente nas solas.
Uma vez instalada uma lesão nesta região, alterações no sistema musculoesquelético podem ocorrer de maneira ascendente e, consequentemente, mudança nos padrões de movimento.
Por exemplo, uma simples bolha pode gerar dor e alterar o padrão de marcha. Se o problema perdurar, alterações em toda biomecânica do membro inferior poderão surgir, sobrecarregando outras estruturas, além de gerar dores na coluna lombar.
Dentre os vários tratamentos que existem para as disfunções, o Pilates para os pés tem como principal ponto positivo a suas características de globalidade e desenvolvimento da consciência corporal, sendo capaz de auxiliar no tratamento de várias patologias.
Se você atende alunos ou sente dores nessa região, continue a leitura e confira os melhores exercícios de Pilates para os pés!
Principais patologias dos pés
1. Fascite plantar
Uma das lesões mais comuns é a inflamação na fáscia plantar devido a microtraumatismos de repetição. Acomete mais o público feminino e homens esportistas.
Os sinais e sintomas são o início de dor insidiosa, principalmente no primeiro apoio matinal, localizada na face plantar do calcanhar e face medial do pé. Em atletas os sintomas iniciam com a modificação do ritmo de treinamento.
2. Esporão de calcâneo
É uma protuberância óssea que se origina no tabernáculo medial do calcâneo. Os sinais e sintomas podem ser confundidos com fasciíte plantar;
3. Neuroma de Morton
É um nódulo de um nervo que pode atingir 10 mm de diâmetro formando uma fibrose e desorganização das fibras nervosas. Caracterizada por dor nos pés, plantar, nos espaços intermetatarsais distais juntamente à base dos dedos, principalmente acomete entre o 3º e 4º dedos.
Mais prevalente nas mulheres, numa proporção quatro vezes superior à dos homens e que ocorre com maior frequência a partir dos 50 anos.
4. Lesões dermatológicas
Bolhas de atrito que é a produção de queratina em caso de pressão aguda formando bolha líquida descolando a epiderme de sua base. É um problema muito comum em esportistas e que podem evoluir para calosidades.
O calo se desenvolve devido a pressões exercidas por agentes externos e tem maior incidência nas saliências ósseas e na sola dos pés. Podem ser duros ou moles, sensíveis ao toque
Principais causas de lesões nos pés
Os pés são estruturas de amortecimento de choques e impactos, com uma grande habilidade de adaptar-se ao solo, porém, para que isso ocorra, eles precisam ser uma alavanca rígida para permitir a deambulação.
Por essas principais razões é que os pés são complexos responsáveis por funções variadas com o apoio, equilíbrio, impulsão e postura. Eles têm basicamente duas funções distintas: uma em posição estática, ou seja, quando o indivíduo se encontra parado e em pé, e outra em dinâmica, quando está em movimento.
São compostos por 52 ossos (que representam 25% do total de ossos do corpo humano), 33 articulações, 19 músculos e tendões, 107 ligamentos, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos, sendo a parte do corpo que possui mais terminações nervosas por centímetro quadrado (cerca de 72.000).
Pela capacidade de sustentar e suportar grandes cargas, podem sofrer deformidades, patologias e lesões que necessitam ser identificadas e tratadas corretamente para evitar maiores alterações.
Ao contrário do dorso dos pés, a pele da região plantar é mais espessa e firme, possuindo glândulas sudoríparas em abundância e por isso são uma das partes do corpo que mais transpiram.
Devido a estas particularidades e características, o Pilates para os pés pode ser utilizado para tratamento de lesões devido a prática desportiva, por alterações posturais e esforços repetitivos.
Tipos de pés
Os pés podem mudar a sua conformação conforme o uso e a idade. Por exemplo, na meia idade, devido à vida sedentária ou a ocupações que requerem ficar em pé por tempo prolongado, os pés podem adquirir uma conformação plana.
1. Pé plano
Também conhecido como pé chato, caracteriza-se pela diminuição ou queda do arco longitudinal medial aumentando o seu contato com o solo.
2. Pé cavo
Ocorre devido a um aumento da altura do arco interno por conta da rigidez das cabeças metatársicas e geralmente possui uma tensão dos músculos flexores plantares.
3. Pé normal
Possui o arco plantar normal e sua pisada é igualmente distribuída entre o antepé (metatarsos) e o retropé (calcanhares).
Porém, os pés, em conexão com as outras estruturas ósseas (fíbula, tíbia, fêmur e quadril) com as articulações determinam o tipo de pisada:
- Pisada Pronada: ocorre quando o apoio do pé no chão é feito primeiro com a parte interna do pé;
- Pisada Neutra: ocorre quando o pé atinge o solo de forma uniforme, com o peso do corpo distribuído praticamente igualmente por toda a planta do pé;
- Pisada Supinada: de forma oposta à pisada pronada, a pisada supinada ocorre quando o pé faz contato com o chão primeiro com a parte externa da planta do pé.
5 Exercícios de Pilates para os pés
1. Auto liberação miofascial da face plantar
Posição inicial e execução: Em pé, posicione a sola dos pés em uma bola de tênis e “massageie” o pé de maneira lenta e com pressão por 30 segundos a 1 minuto.
Observações: É importante realizar a auto liberação miofascial para o relaxamento e melhora da circulação sanguínea dos pés, aliviando assim tensões e dores.
2. Running no Reformer
Posição inicial: Em decúbito dorsal no Reformer e metatarsos apoiados na barra de empurre.
Execução: Empurre o carrinho e mantenha os joelhos estendidos, realizando a planti e dorsiflexão. Realizar de 6 a 12 repetições.
Observações: Este exercício pode ser feito alternadamente, flexionando 1 joelho de cada.
3. Footwork no Reformer
Posição inicial: Em decúbito dorsal no Reformer e metatarsos apoiados na barra de empurre.
Execução: Realizar a flexão e extensão de joelhos, mantendo o alinhamento dos pés, estabilização de quadril e ativação do centro. Realizar de 6 a 10 repetições de cada.
Observações: Para um trabalho mais completo, realizar o exercício com apoio do arco dos pés, calcanhares e na posição em “V”
4. Tendon Stretch na Chair
Posição inicial: Em pé, segurando no assento com a coluna em “C”, um pé sob o pedal.
Execução: Empurrar o pedal elevando o calcanhar e subir descendo o calcanhar (pé na posição neutra). Realizar de 6 a 10 repetições de cada pé.
5. Ponte com pés no Balance Disc
Posição inicial: Em decúbito dorsal, com pés apoiados no balance disc.
Execução: Pressionar os pés no acessório e os membros superiores no solo, subindo o quadril. Retornar à posição inicial. Realizar de 6 a 10 repetições.
Conclusão
Assim como outras partes do corpo, os pés são estruturas que merecem cuidado e atenção especial, pois alguns fatores podem desencadear problemas e que se não tratados, correndo risco de gerar novas consequências músculo esqueléticas e alterações no padrão de movimento.
Uma vez a lesão instalada, saber realizar uma avaliação física adequadamente é primordial para um plano de tratamento com exercícios de Pilates para os pés realizado de maneira segura e efetiva para o paciente.
