Como está a mobilidade e estabilidade de ombro do seu aluno? A instabilidade pode ser uma causa de dores e patologias no ombro.
Se você sabe que seu aluno está com necessidades de estabilidade, aproveite esse artigo para aprender um pouco sobre como recuperar essa característica funcional.
Conheça também 6 exercícios para mobilidade e estabilidade de ombro que te ajudarão na aula. Borá lá?
Anatomia do ombro
O complexo do ombro é formado por algumas articulações que garantem sua enorme amplitude de movimentos. Infelizmente, toda essa liberdade na movimentação também traz um problema: a instabilidade.
Com movimentos tão amplos, o ombro torna-se vulnerável a um grande número de lesões e patologias. É claro que elas dificilmente aconteceriam se o corpo estivesse equilibrado, fortalecido e saudável. Como sabemos que esse não é o caso da maioria dos alunos, é provável que o ombro sofra com desequilíbrios.
Também devemos considerar um fator anatômico que torna a instabilidade no complexo tão comum. A articulação glenoumeral é formada pela junção entre a cabeça do úmero e da cavidade glenóide da escápula. A cabeça do úmero possui um formato esférico que se encaixa na cavidade, mas ela é muito rasa para realmente estabilizar o movimento.
Esse formato ajuda na possibilidade de movimentos mais amplos, porém também é perigoso. Precisaremos de um trabalho eficiente de ligamentos e músculos para evitar que a articulação saia da posição ideal.
Esse é inclusive um dos motivos que encontramos tantas lesões no ombro entre nossos alunos. Também existem problemas que surgem mesmo em um ombro estável. Mesmo que a instabilidade não seja a culpada, precisaremos pensar nela durante um tratamento. Isso porque após a lesão, patologia ou quadro de dor a tendência é que o ombro perca sua estabilidade.
Após uma patologia encontramos um ombro instável com musculaturas enfraquecidas. O que quer dizer que a única maneira de reabilitar esse aluno será através de exercícios para mobilidade e estabilidade de ombro.
Sabemos que o complexo do ombro é instável, mas será que entendemos completamente como funciona a estabilidade no local?
Para te lembrar direitinho sobre como trabalhar com um complexo do ombro instável faremos uma rápida revisão anatômica.
Estruturas estabilizadoras do ombro
Só para lembrar, quando falamos em ombro queremos dizer um complexo composto pelas seguintes articulações:
- Escapulotorácica;
- Acromioclavicular;
- Esternoclavicular;
- Subdeltoidea;
- Escapuloumeral.
Cada uma delas possui algumas características especiais em relação à estabilização. Algumas estão mais próximas a musculaturas como as do manguito rotador, tendo nelas um importante estabilizador.
Já outras, como a esternoclavicular, trabalham com praticamente nenhuma musculatura. Assim elas exigem ligamentos extremamente fortes para realizar a estabilização.
Comecemos falando das principais estruturas que realizam a estabilização articular do complexo do ombro:
- Ligamentos;
- Bursas;
- Músculos;
- Tendões.
Como as articulações do ombro são sinoviais geralmente teremos bursas ou outras estruturas similares espalhadas por elas. Elas também sofrerão as consequências, levando muitas vezes a inflamações, bursites, tendinites e afins.
Podemos dividir os estabilizadores de ombro em dois grupos:
- Estabilizadores estáticos;
- Estabilizadores dinâmicos.
Estabilizadores estáticos do ombro
Algumas estruturas ósseas servem como estabilizadores, por exemplo a cavidade glenóide da articulação glenoumeral. Mas no ombro essas estruturas são pouco eficientes. Como comentei anteriormente, a cavidade é rasa demais para realmente estabilizar os movimentos do úmero.
Por isso existem outras estruturas auxiliares que são responsáveis por estabilizar os movimentos. Entre elas, podemos destacar os ligamentos como mais significativos. Eles são feitos por faixas de tecido conjuntivo densas com inserções nas estruturas ósseas. Essas estruturas possuem dois papéis importantes: manter a estabilidade e mobilidade articular.
Sem eles a articulação teria dificuldades para realizar movimentos em amplitudes maiores, com grande risco de deslocamento. Em questão de mobilidade, os ligamentos são responsáveis por guiar o movimento e garantir que aconteça com qualidade.
Os tendões também possuem um importante papel estabilizador. Eles realizam a conexão dos músculos com os ossos, permitindo que os movimentos aconteçam. É muito comum encontrar tendinites na região do ombro, em especial no manguito rotador.
Isso acontece quando os tendões sofrem um processo inflamatório, gerando dor e rigidez local. Veja, se os tendões têm uma função estabilizadora, quando estão comprometidos o ombro certamente perderá parte da sua estabilidade. Por isso é importante lembrar dessa característica em todo processo de reabilitação.
Estabilizadores dinâmicos
O ombro possui diversas estruturas estabilizadoras, mas as estáticas sozinhas são incapazes de manter o complexo funcionando. Isso porque os movimentos do ombro são realizados em amplitude grande demais e, muitas vezes, com intensidade. Se deixarmos o ombro estabilizado só por ligamentos e tendões em pouco tempo encontraremos uma lesão.
As estruturas musculares são especialmente importantes para manter os movimentos do ombro harmônicos. Problemas comuns que encontramos nesses músculos e que prejudicam a estabilidade são:
- Tensão muscular;
- Fraqueza muscular.
Lembrando o que muitos profissionais do movimento confundem: um músculo tenso não é sinônimo de um músculo forte. A tensão é um problema que deve ser consertado através de técnicas como terapia manual, liberação de ponto gatilho e outros.
Chamamos essas situações de desequilíbrios. Quando encontramos musculaturas desequilibradas no complexo do ombro, certamente o aluno ou paciente terá problemas. Muitas vezes esses desequilíbrios musculares são a origem de patologias do ombro, como tendinites, inflamações e quadros de dor aguda.
Manguito rotador
Ao falarmos de músculos estabilizadores do ombro, aqueles do manguito rotador merecem uma atenção especial. Eles são responsáveis em especial pelos movimentos de rotação do ombro, mas também possuem uma função importantíssima.
Essas musculaturas são as principais responsáveis por estabilizar a articulação glenoumeral. Vimos que, devido ao seu formato, essa articulação é naturalmente bastante instável. Por isso, temos a ação de quatro importantes músculos nesta região:
- Supra-espinhal;
- Infra-espinhal;
- Redondo menor;
- Subescapular.
Eles estão localizados ao redor da articulação glenoumeral, revestindo-a com suas fibras. Seus movimentos ajudam a manter a cabeça do úmero bem posicionada dentro da cavidade glenóide.
Sabe um problema extremamente comum que encontramos em pacientes com músculos do manguito fracos? Luxações, tenho certeza que você já atendeu alguém com essa lesão. Isso acontece porque os músculos do manguito não têm força o suficiente para posicionar o úmero no movimento.
6 exercícios para mobilidade e estabilidade do ombro
Quando uma patologia afeta a região do ombro, encontramos um aluno que, além de ter dor, começa a desenvolver uma rigidez na articulação. A dor faz com que ele evite fazer certos movimentos por medo.
Conforme o aluno deixa de se movimentar seus músculos ficam cada vez mais enfraquecidos. É bastante comum que o profissional veja esse ombro e pense que precisa de mobilidade. Devemos trabalhar mobilidade? Claro, o aluno está realmente precisando. Mas ela deve sempre ser combinada à estabilidade.
Vimos até agora que as musculaturas do ombro têm um papel importante de estabilização. Junto com essa falta de movimento ele também perde boa parte da estabilização muscular. Ou seja, você deverá combinar exercícios para mobilidade e estabilidade de ombro.
No vídeo abaixo dou exemplos de 6 exercícios para mobilidade e estabilidade de ombro que podemos usar na reabilitação. Eles combinam mobilidade torácica, mobilidade de ombro e estabilização.
Conclusão
Um ombro sem estabilidade é um ombro extremamente propenso a lesões. Para que seu aluno tenha movimentos de ombro funcionais e realmente eficientes, ele precisará realizar exercícios para mobilidade e estabilidade de ombro.
Se quiser aprender mais sobre lesões do ombro, continue acompanhando o Blog Pilates. Já existem diversas matérias sobre exercícios e tratamentos para as diferentes patologias do complexo do ombro.
Aaah, ficou com alguma dúvida? Deixa aqui embaixo no comentários que nós vamos estar respondendo todas elas!
Excelente, bem explicado.