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A síndrome do membro fantasma é um fenômeno que afeta pacientes submetidos à amputação de qualquer um dos membros (ou até órgão), mas ainda sentem presente e completamente funcional.

Pode ser acompanhada ou não de dor. No entanto também é comum sentir comichão, frio ou calor, entre outras possíveis sensações.

Na maioria dos casos, o membro fantasma possui o mesmo tamanho, forma e postura que o membro amputado apresentava no pré-operatório, podendo, em até 20% dos casos, evoluir com redução progressiva do tamanho do membro.

Por exemplo, no caso de braços, é costume senti-los mais curtos do que eram realmente, e também é descrito que as pessoas se esqueçam da ausência do braço e tentem agarrar em objetos com o braço “fantasma”.

Nesse texto iremos entender tudo sobre a síndrome do membro fantasma e alguns tratamentos convencionais. Além de explicar como o Método Pilates pode ajudar no tratamento de forma eficaz.

Sintomas do Membro FantasmaSINDROME-DO-MEMBRO-FANTASMA-2

Existe um conflito entre a perda anatômica, da imagem corporal cerebral, a memória sensitiva e os aspectos psíquicos. O membro é amputado, porém não sai do cérebro. E isso gera o aparecimento do membro fantasma, algum desconforto e até dores crônicas de difícil tratamento.

No cérebro, existe um mapa corporal, onde cada parte do corpo tem uma localização específica no cérebro. Desse mapa, temos um mapa motor e outro sensitivo.

O cérebro passa instruções através da medula e dos nervos para o membro. Da mesma forma que comunica questões sensitivas ao cérebro pelos nervos e pela medula.

A perda do membro não destrói integralmente esse caminho neurológico, por exemplo, o cérebro enxerga visualmente que o braço não está lá, mas recebe informações sensoriais que viriam daquele membro.

A pessoa pode até sonhar com o membro íntegro, pois no cérebro contém informações de memorias recente à amputação, isso pode agrava ainda mais a situação.

Independente da causa que motivou a amputação, a sensação afeta de 60 a 80% dos pacientes apresentam dor no membro fantasma, o que pode ocupar uma postura anormal ou anatomicamente impossível. O impacto da dor fantasma extrapola o causado pela amputação em si ou da presença da sensação fantasma.

Em relação aos sintomas, o paciente amputado pode perceber continuamente como se o membro estivesse lá. Alguns referem o sintoma apenas de vez em quando.

Uns descrevem como se o membro fantasma estivesse parado, estático, muitas vezes na posição que estava na hora da perda, enquanto outros descrevem até sensação de movimento.

A Dor no Membro FantasmaSINDROME-DO-MEMBRO-FANTASMA-3

Com a percepção do membro fantasma, também pode surgir à temida dor do membro fantasma. Importante ressaltar que a percepção do membro é uma coisa, a dor cônica nesse membro outra.

A dor no membro fantasma tem determinantes cerebrais psíquicos, alteração do nervo no local do coto, memória de dor previa a amputação, fatores medulares, adaptação à prótese.

O membro fantasma é mais um exemplo da fascinante e complexa engrenagem neurológica do ser humano. Sendo um efeito colateral eventual da luta adaptativa que nos mostra extraordinários exemplo de superação e força de vontade.

A dor é em geral incapacitante e está usualmente associada à síndrome dolorosa miofascial na musculatura próxima da região amputada.

Existem alguns conceitos distintos que é importante você saber:

  • Dor fantasma – sensação dolorosa referente ao membro perdido
  • Dor do coto – dor no local da extremidade da amputação
  • Membro fantasma – qualquer sensação do membro perdido exceto dor

Como podemos ver a causa é multifatorial e o tratamento também deve ser abrangente e personalizado.

Tratamentos para o Membro FantasmaSINDROME-DO-MEMBRO-FANTASMA-6

O entendimento dos aspectos clínicos da amputação é um pré-requisito para oferecer uma explanação plausível sobre o fenômeno membro fantasma. Além de ser essencial para o tratamento das sensações desagradáveis associadas com tais fenômenos.

A dor está presente na primeira semana após a amputação em 50-75% dos casos, mas ela pode aparecer após meses ou até vários anos.

O tratamento começa logo no pré-operatório quando tentamos obter condições que possibilitem uma boa evolução pós-cirúrgica.

No pós-operatório imediato deve ser orientado o serviço de enfermagem. Quanto ao posicionamento do coto, ele deve estar sempre em posição funcional, massagem para drenagem de edema.

O enfaixamento do coto começa logo após a cicatrização da cirurgia, o uso das faixas elásticas é feito no sentido distal proximal, com uma tensão maior na porção distal dando ao coto uma forma cônica.

Os exercícios para manter a amplitude do movimento da articulação próxima à amputação também são extremamente importantes. Eles devem ser realizados juntamente com atividades para manter o trofismo muscular e assim que as condições clínicas do paciente permitirem, iniciar a transferência de peso corporal para o coto e futuramente a protetização.

Em casos de amputação eletiva é possível obter um coto ideal para amputação. Nesse caso pode ser evitado fatores que são determinantes para o aparecimento da dor no coto ou dor fantasma.

Lidar com técnicas como o abrandamento, a meditação, o biofeedback, a massagem e a hipnose do músculo são úteis para ajudar alguns pacientes a tratar a dor fantasma ou os sintomas relativos.

As drogas tais como analgésicos, relaxante múscular, sedativo-hypnotics, antidepressivos, antipsicóticos e anticonvulsivos são de uso geral em tratar a dor fantasma.

Tratamentos convencionais

A terapia de choque e a acupuntura são utilizadas para aliviar sintomas do membro fantasma, em alguns casos. Quando os tratamentos não invasores falham, as aproximações invasoras tais como a estimulação da medula espinhal, da entrega intratecal da droga e da estimulação profunda do cérebro são usadas para tratar a dor do membro fantasma.

As técnicas elétricas da estimulação do nervo tais como a estimulação elétrica transcutaneous e a estimulação magnética transcranial podem ser benéficas em alguns pacientes.

Igualmente acredita-se que administrar a dor que alivia medicinas antes da amputação diminui as possibilidades de desenvolver a dor fantasma.

Tipos de tratamentos convencionaisSINDROME-DO-MEMBRO-FANTASMA-5

Abaixo selecionamos os principais tipos de tratamentos convencionais utilizados para tratar do membro fantasma.

  • CALOR PROFUNDO:MO, OC, US -associa o calor profundo com uma massagem que é obtida quando pressionamos e desligamos o cabeçote sobre o coto-. Promove vasodilatação melhorando as condições circulatórias, com maior drenagem do edema e melhor trofismo dos tecidos, evitando zonas maiores de fibrose e aderências.
  • TENS:Estimulação elétrica transcutânea do nervo. Estimula as fibras aferentes A delta e C, que através do corno posterior da medula, ativa os circuitos inibitórios da dor no local estimulado. Obtemos uma boa analgesia com essa técnica.
  • STEREODYNATOR: Associa a sucção intermitente com uma corrente elétrica que promove analgesia. Com esse meio obtemos melhor circulação local e analgesia com bons resultados também.
  • CRIOTERAPIA: Reduz o espasmo muscular quebrando o círculo vicioso: espasmo – dor – espasmo. Geralmente optamos por esse meio quando existe edema.
  • HIDROTERAPIA:A água exerce efeitos psíquicos positivos, reduz o espasmo muscular e possibilita uma ampla gama de exercícios que normalmente não conseguimos nos exercícios de solo com pacientes amputados. Melhoramos as condições cardiopulmonares, o equilíbrio e a força muscular.
  • DESSENSIBILIZAÇÃO DO COTO:Através de estímulos mecânicos como apoio não terminantemente do coto sobre uma almofada contendo bolas de gude ou grãos de cereais.
  • CINESIOTERAPIA:Através de exercícios passivos, ativos assistidos, ativos, ativos resistidos mantêm a amplitude do movimento da articulação proximal à amputação, melhoramos o trofismo dos tecidos do coto e obtermos uma musculatura adequada para uma boa protetização. Evitando a imobilidade do membro conseguimos prevenir o aparecimento ou melhorar o nível de dor.

A individualidade no tratamento do membro fantasmaSINDROME-DO-MEMBRO-FANTASMA-8

A técnica utilizada na maioria das vezes não segue uma norma. Isso porque existem diferenças individuais de resposta o que exige do terapeuta um trabalho de tentativa e erro até chegar ao que é mais adequado para cada amputado.

E cada paciente, no decorrer do tratamento, pela própria evolução clínica passa a exigir diferentes técnicas conforme o estágio em que se encontre.

Alguns antidepressivos ou antiepilépticos têm mostrado ter um efeito benéfico na redução da síndrome do membro fantasma. Técnicas farmacológicas são muitas vezes continuadas em conjunção com outras opções de tratamento.

São utilizados como medicamentos, antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina e bloqueadores de canais de sódio, principalmente carbamazepina, que são usados para aliviar a dor crônica, e recentemente, têm sido usados para tentar reduzir as dores do membro fantasma.

O alívio da dor pode também ser alcançado através do uso de opióides, cetamina, calcitonina e lidocaína.

Conceito da Caixa de EspelhoSINDROME-DO-MEMBRO-FANTASMA-12

A teoria da caixa de espelho foi inicialmente utilizada por Ramachandran, em 1991. Como uma revolucionária técnica para o tratamento de pacientes com dor fantasma originada da amputação de membros.

A técnica do espelho está fundamentada na ativação dos neurônios espelhos a partir da ilusão gerada ao se visualizar o reflexo de um dos membros em um espelho.

Ao realizar um movimento com o membro não lesionado, o reflexo gerado no espelho é capaz de oferecer ao cérebro um novo estímulo visual. Mesmo que ele seja ilusório, sugerindo que o membro lesionado está se movimentando.

Essa ilusão promoveria a ativação dos neurônios espelhos que ocorre durante a observação de um movimento ou durante a sua execução.

O princípio geral estabelecido é que o estímulo gerado por uma região sensória intacta pode ser usado para acessar e recrutar circuitos neurais dormentes em outras regiões do cérebro, ou seja, uma rede neural responsável pelo controle de uma mão em uma determinada tarefa pode ser utilizada para controlar a outra mão.

Como o cérebro reage a Caixa de Espelho


























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