A técnica do Pilates utiliza princípios descritos por Joseph Pilates, criador do Método inicialmente chamado de “Contrologia”. Os exercícios têm como base o controle do movimento, com fundamentação no Power House (controle de centro), além de exercícios de mobilidade e estabilidade no solo e em diferentes equipamentos. O Método Integrado Mormaii trás inovação dentro do Pilates.
Os termos “mobilidade” e “estabilidade” utilizados no Pilates são citados em alguns livros de autores renomados no Treinamento Funcional, como Michael Boyle. O autor cita que cada articulação possui uma principal função no sistema e que, apesar de todas mobilizarem e estabilizarem, cada uma possui uma função principal.
“Combinação entre sistemas que são ligados e reagem uns aos outros. ” – Advances in funcional training, Michael Boyle
Apesar desta ideologia ser utilizada principalmente no Treinamento Funcional, o Pilates também utiliza esse foco – além dos princípios desenvolvidos por Joseph – o que cria um ponto comum entre as duas técnicas.
Trabalhar com funcionalidade articular é trabalhar com o objetivo de melhorar a funcionalidade das articulações através do conceito de mobilidade e estabilidade. Vamos entender melhor.
Entendendo as articulações e como trabalhar com elas
Cada articulação tem uma principal função que, se não estiver trabalhando de forma eficiente, gera uma sobrecarga nas restantes, principalmente as articulações acima e abaixo da articulação correspondente.
Na figura acima, temos a principal função de cada articulação. Cada uma delas esta empilhada, uma em cima da outra, como se fosse um sanduíche entre mobilidade e estabilidade. Por exemplo, a articulação do tornozelo possui uma principal função de mobilidade, o joelho de estabilidade e o quadril de mobilidade. Desta forma, se temos uma disfunção no joelho, precisamos fazer com que as articulações acima e abaixo façam sua principal função com eficiência. Neste exemplo, mobilizar o tornozelo no plano sagital e o quadril de forma multiplanar seria uma boa estratégia para iniciar um trabalho de funcionalidade articular para um aluno que tenha alguma dor, lesão ou disfunção no joelho. Indicamos que o foco inicial seja nas articulações do quadril e tornozelo, para que o joelho tire sua sobrecarga antes de ser utilizado para estabilizar como foco.
Como em um trabalho em equipe, se uma articulação não está exercendo uma boa função, o restante das articulações se apresenta sobrecarregado?
No caso acima, pode ser ainda que o joelho esteja sobrecarregado e apresente dor, mas que essa dor seja o sintoma e que a causa esteja em quem não está fazendo uma boa função, como o quadril e/ou o tornozelo. Tirar a sobrecarga de uma articulação garante que ela possa trabalhar livremente e que o trabalho em equipe possa ser realizado de uma forma eficiente, sem que alguém esteja realizando uma sobreposição.
O Pilates possui um número enorme de exercícios de mobilidade e estabilidade para diferentes articulações. Por isso, independente da ferramenta utilizada, conhecer como está o comportamento das articulações do seu corpo e a relação entre elas garante uma boa escolha dos exercícios no programa de treino, e um trabalho preventivo de lesões. Para descobrir como analisar uma articulação, existem diferentes técnicas de avaliação. Sem dúvida é necessário que seja uma avaliação dinâmica com movimento e não uma avaliação estática. A Mormaii desenvolveu uma avaliação de movimento que avalia cada articulação de forma isolada e integrada assim como diferentes avaliações utilizadas no Pilates.
Renata Gailey e Alessandra Gailey
Treinadoras do Método Integrado Mormaii