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Controlar a variante mecânica e fisiológica durante a prática do Pilates é fundamental para ter segurança na realização dos exercícios, já que o Pilates trabalha a conexão entre mente e corpo, melhorando a consciência corporal.

Com isso, a modalidade, nos últimos anos, vem ganhando muitos adeptos pelo Brasil, por ser favorável a um grande grupo de pessoas, independente dos níveis físicos e cognitivos.

O Pilates Clássico utiliza a visão original da modalidade em que os instrutores trabalham apenas com a aparelhagem e acessórios desenvolvidos por Joseph Pilates, respeitando o formato e medidas originais do Método.

Dentro das principais características, o instrutor não costuma demonstrar o exercício e a condução da aula é feita através do comando verbal. A prática é normalmente individualizada ou no máximo em dupla. 

Enquanto isso, o Pilates Contemporâneo utiliza os equipamentos criados por Joseph, porém, em sua maioria são utilizados os formatos mais modernos e os acessórios também são introduzidos.

Hoje em dia existe uma grande diversidade de acessórios que auxiliam no momento de prática dos exercícios do Pilates e as aulas podem ter formato circuitado contendo, em média, de 3 a 4 alunos. 

Alguns espaços chegam a dar aulas com 10 alunos em equipamentos. Em muitos Studios, os instrutores adotam como prática regular a demonstração dos exercícios para que seja possível a sua explicação com maior exatidão.

O Pilates, independente de Clássico ou Contemporâneo, é pautado em 6 princípios, que conduzem e embasam a filosofia.

No entanto, devido a sua grande capacidade adaptativa, precisamos pensar e elaborar uma aula que seja realmente condizente às necessidades atuais dos alunos.

Além disso, o monitoramento se faz mais que necessário para haja o entendimento da condição atual do praticante durante o processo de reprodução do exercício no que diz respeito ao esforço e à fadiga muscular.

Como provavelmente você já sabe sobre a técnica do Pilates, neste texto vamos conversar sobre a variante mecânica e fisiológica. Boa leitura!

Como é o monitoramento da variante mecânica através das escalas?

A Percepção Subjetiva do Esforço (PSE) foi criada por Carl Foster. A técnica tem a função de manter a vigilância do treino dos indivíduos que estão praticando exercícios físicos.

O método consiste na associação entre a região do córtex sensorial e os sinais periféricos e centrais, que envolvem áreas como as articulações e os músculos. 

Sendo assim, a PSE pode ser compreendida como uma resposta psicofísica que é produzida pelo sistema nervoso central e provoca os impulsos neurais, provenientes da região do córtex motor.

O monitoramento da variante mecânica durante a aula pode ser realizado através da escala modificada de Borg, a escala original (Borg e Noble), que vai de 6 a 20, se tornando um pouco complexo para o entendimento durante a observação da atividade e a verificação oral por parte do instrutor.

Em casos específicos para exercícios de cunho reabilitativo, a escala se torna mais eficiente devido a sua especificidade.

escala subjetiva de esforço de Borg-variante mecânica
Escala Subjetiva de Esforço de Borg, graduada de 6 a 20 divida por esforço.

Devido a dificuldade de entendimento da escala original é sugerida a utilização da escala modificada. Ela é graduada de 0 a 10 e permite ao instrutor avaliar a condição psicofísica através da expressão facial do aluno assim como pelo comando verbal.

Escala modificada de Borg, graduada de 0 a 10 com a classificação intuitiva de cada estímulo.
Escala modificada de Borg, graduada de 0 a 10 com a classificação intuitiva de cada estímulo.

Características da fadiga muscular

De acordo com J. Weineck “pode-se definir a fadiga como sendo uma redução reversível da capacidade de desempenho físico e/ou psicológico, que, no entanto ao contrário do esgotamento, ainda possibilita uma continuação da carga, embora com um gasto de energia em parte bem maior e com a coordenação prejudicada”.  

A fadiga muscular, portanto, é um processo resultante de eventos fisiológicos que impedem a manutenção da ação muscular em uma determinada atividade. Alguns estudos indicam que o processo é uma forma de o organismo se proteger evitando que nenhuma lesão maior ocorra, principalmente no caso de uma fadiga aguda.

A fadiga muscular pode ter quatro origens. Confira suas principais características.

1. Fadiga Periférica

Essa fadiga muscular está relacionada a alterações fisiológicas nas fibras musculares durante o processo de contração muscular, como liberação e reabsorção de cálcio nas cisternas do retículo sarcoplasmático e redução de glicogênio muscular.

2. Fadiga Central

Esta fadiga muscular está relacionada a exercícios intensos e de longa duração que causam alterações no sistema nervoso central, alterando, por exemplo, a síntese e atividade de neurotransmissores, como a dopamina, o que leva a uma diminuição no rendimento da atividade realizada. 

A redução da dopamina causa, entre outros sintomas, falta de coordenação e perda de equilíbrio.

A fadiga muscular é classificada de duas maneiras e depende do tipo de atividade física praticada, duração, além de fatores fisiológicos.

3. Fadiga crônica

Essa fadiga muscular é caracterizada por alterações no organismo após a realização de grande esforço ou atividade de longa duração com um processo de recuperação incompleto.

Apresenta sintomas que são o comprometimento do sistema imune, desencadeando gripes, resfriados, alterações de humor e cansaço.

4. Fadiga aguda

Caracterizada por alterações fisiológicas que impedem o indivíduo de realizar uma determinada atividade física.

Representação esquemática de possíveis causas da fadiga aguda e central
Representação esquemática de possíveis causas da fadiga aguda e central.

A importância da variante mecânica

Como podemos observar, cada variante expressa diferentes características, servindo como norte para direcionar o estímulo que está sendo aplicado a cada aluno. 

É importante salientar que as aulas devem ser pensadas minuciosamente para qual tipo de público será ministrada. 

Existe uma grande diferença em uma aula voltada à reabilitação e outra para performance, por isso é interessante seguir alguns parâmetros básicos para auxiliar na identificação das variantes, como:

  • Quantidade de exercícios;
  • Número de série e repetições;
  • Tempo de descanso;
  • Frequência de treino do aluno;
  • Padrão de movimento.

A variante mecânica pode ser observada e analisada de forma verbal, como para verificação do nível de força exercida para um exercício específico.

Lembrando que dependendo da marca fabricante do aparelho, existe uma regulagem primária que vai tensionar ainda mais a mola durante a execução do movimento. 

Por ser uma resistência elástica, a contração muscular inicial está em aproximadamente 2% da força e a observação da variante mecânica se dará ao final da produção do movimento dentro da angulação e produção de cadência sugerida por você, instrutor. 

Após a produção do movimento, pedir para que o aluno classifique a ação de 0 a 10 em questão de força, sabendo que 0 é nada e intuitivamente quanto mais alta a numeração maior será o esforço. 

Porém existe um outro meio de observação e análise, que é a expressão facial do praticante. Dependendo do esforço aplicado, repare que a fisionomia do aluno irá mudar, os olhos irão se apertar, provocando um franzir da testa e o rosto irá expressar uma rigidez oriunda do esforço contínuo para a produção do movimento, como podemos observar nas figuras a seguir.

variante mecânica
Verificação verbal da PSE do aluno durante a execução do movimento, dentro dos parâmetros básicos exigidos para o exercício.

variante mecânica
Leitura observacional do esforço.

O controle dessa variante vai direcionar precisamente ao professor qual nível de esforço está sendo aplicado ao aluno e em referência a sua a intensidade na execução do movimento, lembrando que quanto maior o volume menor será a intensidade e vice-versa.

Entenda a relevância da variante fisiológica

De acordo com a Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês), durante o exercício, a frequência cardíaca deve ficar entre 50% e 85% do valor máximo, levando em consideração a idade. 

Ou seja, uma pessoa de 20 anos deve manter os batimentos cardíacos entre 100 bpm e 170 bpm. 

Dependendo da proposta da atividade física, a intensidade dos exercícios é uma das mais importantes variáveis de controle do treinamento, já que eles são realizados em intensidade mais baixa e não provocam as adaptações desejadas no organismo. 

Já o exercício praticado em uma intensidade muito alta pode gerar sobrecarga ao organismo, levando o aluno ao estresse excessivo, causando fadiga muscular e lesões

A mensuração da frequência cardíaca é uma forma indireta para a estimativa da intensidade do exercício e da utilização de oxigênio pelo corpo. A frequência cardíaca (FC) é utilizada para determinar a intensidade dos movimentos. 

Uma forma de estabelecer a intensidade consiste na determinação da frequência cardíaca máxima, e a partir deste valor, determinam-se os percentuais, exemplo: 

Alunos iniciantes devem trabalhar com uma variação na frequência cardíaca entre 60% e 65%; alunos de nível intermediário entre 70% e 75% e os de nível avançado entre 80% e 85% da frequência cardíaca máxima.

Durante a aula podemos verificar a intensidade da prática da atividade através de uma manobra simples: o controle é feito através da pulsação e realizado pela artéria do pescoço ou na região do pulso.


Controle da Frequência Cardíaca (FC) através do Batimento por Minuto (Bpm).

Conclusão

O controle das variantes pode gerar uma segurança para as atividades, assim como evitar a fadiga muscular e um monitoramento do volume e intensidade da proposta física. 

Sendo assim, levaremos ao aluno uma atividade segura e consistente para que não haja nenhum tipo de lesão e ele possa evoluir dentro do seu nível de condicionamento físico ou período reabilitativo, para que haja um ganho de segurança física na prática do Pilates.

Referências Bibliográficas:

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Silva, Añez (2003) THE CARDIAC RATE AND THE INTENSITY OF THE PHYSICAL ACTIVITY OF THE ASSISTANT REFEREE DURING A SOCCER MATCH.

https://ipdj.gov.pt/documents/20123/123444/GrauII_06_Fisiologia.pdf/cef8e055-f067-83bf-4634-8a5979642640?t=1574941829611

https://docplayer.com.br/11498816-Variaveis-manipulaveis-do-treino-de-forca.html

Entenda mais sobre o método PSE — Percepção Subjetiva de Esforço


























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