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Existem casos que sempre irão surgir para um fisioterapeuta. Lesões de quadril podem ser consideradas uma delas. Vamos conhecer um pouco sobre essa região do corpo?

O quadril, também conhecido como articulação coxofemoral, é classificado como uma articulação sinovial esferóide – na qual a cabeça do fêmur se articula com o acetábulo do quadril.

É também chamada de multiaxial, pois permite uma enorme gama de movimentos: flexão, extensão, adução, abdução, rotação interna, rotação externa e circundução. Apesar disso, não pode ser considerada a mais móvel do corpo, pois perde para o ombro.

A glenoumeral não tem que suportar o peso do corpo sobre ela, portanto é mais móvel se compararmos as duas. O quadril deve ser então a articulação mais estável de todas.

Convidamos você a explorar mais profundamente como o Pilates pode desempenhar um papel vital na recuperação de lesões no quadril e na promoção da saúde e bem-estar. 

Continue a leitura para descobrir os benefícios e técnicas específicas envolvida!

Como é a anatomia do quadril

É uma região muito inervada (nervos femoral, obturatório e glúteo superior), vascularizada (artérias circunflexas femorais medial e lateral, obturatória, glúteas superior e inferior) e repleta de ligamentos (capsulares: iliofemoral, pubofemoral, isquiofemoral; intracapsulares: transverso do acetábulo e ligamento da cabeça do fêmur).

Alguns aspectos que julgo importante sabermos sobre a questão óssea: o acetábulo é formado pela fusão dos ossos do quadril (ílio, ísquio e púbis). É ele quem determina toda a estabilidade da região, pois envolve a cabeça do fêmur – existe uma membrana que recobre alguns locais dos ossos citados, que auxiliam na manutenção dessa condição.

O fêmur é o maior osso do corpo humano e por isso exige musculaturas de grande porte para absorver o impacto e proporcionar qualidade aos movimentos do indivíduo. Eles podem ser divididos em grupos através de sua ação e o mesmo músculo pode estar envolvido em mais de um movimento. Vamos conhecer?

Como é feita a divisão? 

Flexão: psoas maior, ilíaco e reto femoral – auxiliados pelo pectíneo, tensor da fáscia lata e sartório;

Extensão: glúteo máximo, bíceps femoral, semitendíneo, semimembranáceo e adutor magno;

Abdução: glúteo médio, glúteo mínimo – auxiliados pelo tensor da fáscia lata, piriforme e sartório;

Adução: grácil e adutores longo, curto e magno – auxiliados pelo pectíneo, quadrado femoral e fibras inferiores do glúteo máximo;

Rotação interna: glúteo médio e glúteo mínimo – auxiliados pelo tensor da fáscia lata e pela maior parte dos músculos adutores;

Rotação externa: glúteo máximo, obturador interno, gêmeo superior e inferior, quadrado femoral e piriforme – auxiliados também pelo obturador externo e sartório.

Quais as lesões de quadril mais comuns?

Por ser uma articulação de grande porte, o quadril é comumente afetado por lesões. Nesse item vamos conhecer um pouco das mais frequentes.

Síndrome do Impacto Femoroacetabular 

É uma disfunção mecânica local que ocorre quando há um contato anormal entre o rebordo do acetábulo e colo do fêmur. As duas principais causas desta patologia são a proeminência óssea na transição colo-cabeça femoral (CAM) e o aumento na cobertura óssea acetabular (PINCER). 

Alguns pacientes com hipermobilidade ou praticantes de atividades com grande amplitude de movimento também podem ter Impacto femoroacetabular (IFA).

Labrum acetabular 

É uma fibrocartilagem que contorna o rebordo do acetábulo. As principais funções do labrum são a vedação da articulação, aumento da estabilidade do quadril, lubrificação e absorção de impacto. 

A principal causa é o impacto femoroacetabular. Trauma, displasia do quadril, instabilidade ou hiperlaxidão ligamentar também podem ser consideradas possíveis causas. O sintoma mais comum é a dor na região ântero lateral do quadril (profunda), mas pode ocorrer na região lateral ou posterior. 

Alguns pacientes com lesão do labrum apresentam estalos ou “clicks” no quadril, e às vezes sensação de deslocamento ou instabilidade. É um fator de risco para degeneração do quadril. O diagnóstico é feito pela história e exame físico, complementado pelas radiografias e ressonância magnética local.

Bursite de quadril

É a inflamação da bursa, uma pequena bolsa gelatinosa, que tem como principal função diminuir a pressão e o atrito entre os tecidos moles (músculos e tendões) e o osso. A dor característica é na região lateral do quadril, principalmente durante a noite e para levantar da posição sentada. 

Na grande maioria dos casos, as pacientes são mulheres entre 40 e 65 anos. As alterações hormonais e lesões na coluna lombar estão frequentemente associadas. O tratamento na maioria dos casos inicialmente é conservador, com medicações, fisioterapia e trabalho muscular. 

Em alguns casos as infiltrações locais ajudam no controle da dor, redução do processo inflamatório e recuperação do tendão. Aqui sempre indico também o uso de crioterapia.

Pubalgia

É mais comum no sexo masculino, a dor desse tipo de lesão é localizada na região da virilha, no púbis, nos adutores, na bolsa escrotal ou na região abdominal inferior

Normalmente a queixa piora com atividades físicas aeróbicas (futebol, basquete, corrida e tênis) e anaeróbicas (musculação), em que a musculatura dos membros inferiores, abdômen e lombar são exigidas. 

Uma causa muito comum de pubalgia é o desequilíbrio mecânico crônico entre os músculos adutores e abdutores, abdominais e lombares, que atuam como agonistas e antagonistas na estabilização do quadril, pelve, abdômen e lombar. 

Alguns pacientes apresentam pubalgia crônica, que mesmo após longos períodos de tratamento realizados de forma adequada, persistem sintomáticos com dificuldade de retorno à prática esportiva. 

Fraturas por estresse 

É uma lesão óssea geralmente relacionada por dois mecanismos distintos: carga normal num osso frágil ou excesso de carga num osso normal. 

Alterações no metabolismo ósseo, como a osteoporose e disfunções hormonais, geram uma fragilidade óssea podendo ocasionar à fratura de estresse ou insuficiência óssea não relacionadas às atividades físicas com impacto. 

Em atletas normalmente observamos uma excelente qualidade óssea, mas isso é justificado pois eles submetem os ossos e articulações a grande sobrecarga nos treinos e competições, principalmente nas atividades com impacto. O sintoma mais comum é a dor, geralmente na região da virilha, e está relacionada às atividades físicas. 

O local mais comum dessa lesão é o colo do fêmur, e quase na sua totalidade está relacionada ao aumento rápido da intensidade de treinos ou nos corredores de longas
distâncias. 

Depois do que foi exposto, foi possível observar que a gama de lesões que podem ocorrer na articulação do quadril é diretamente proporcional a sua importância ao corpo humano. Seus movimentos amplos permitem a marcha, a corrida, os saltos e a sustentação. E pensando nisso, é sempre válido avaliar e prevenir lesões locais.

Conclusão

O quadril desempenha um papel fundamental na nossa mobilidade e na sustentação do corpo. Lesões nessa região podem impactar significativamente nossa qualidade de vida. 

Nesse contexto, o Pilates se destaca como uma abordagem terapêutica valiosa no tratamento de lesões na região. Sua ênfase na estabilização, fortalecimento e alongamento dos músculos que envolvem o quadril ajudam a promover a recuperação e prevenir futuras lesões.


























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