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As lesões de ombro são comumente relatadas por nossos alunos nos Studios de Pilates. Alguns procuram o Pilates por este motivo, já outros, acabam desenvolvendo o problema ao longo dos anos.

Qualquer pessoa pode desenvolver algum tipo de patologia no ombro, mas a maioria delas são relatadas por idosos, pessoas que praticam alguma modalidade esportiva, e ainda profissionais que desempenham atividades repetitivas.

A queixa principal em quase todos os casos é dor nas rotações e abdução de ombro. Em alguns casos, o quadro álgico aumenta durante a noite e muitas pessoas, relatam este como o primeiro sintoma. Às vezes, apenas comenta “ultimamente tenho sentido dor no meu ombro quando acordo”.

Nós profissionais da saúde, devemos estar sempre atentos. Se já não era feito antes, chegou a hora de dar ênfase ao trabalho de ombro em nossas aulas.

A articulação do ombro, é responsável por grande parte em nossas atividades de vida diária e lesões nesta articulação incapacitam os alunos e é por isso que muitos buscam o Pilates como método de tratamento.

E nós devemos sempre ter o entendimento da lesão para que possamos mostrar à pessoa que é possível sim, fazer aula de Pilates mesmo com quadro álgico. Sempre há um jeito, uma maneira de realizar os exercícios de acordo com a tolerância do aluno.

Entendendo o Complexo do Ombro

O complexo do ombro é formado por três estruturas ósseas: úmero, clavícula e escápula. Possui três articulações principais, sendo a Glenoumeral (GU) a maior e mais importante delas, sendo formada pela junção da cabeça do úmero com a fossa glenóide da escápula.

A cabeça do úmero é maior que a glenóide o que gera instabilidade na articulação. E por isso, possui vários elementos estabilizadores na articulação e a cápsula articular é uma delas, um tecido que recobre o ombro. Ela impede que o úmero exceda a amplitude da articulação, evitando assim as luxações.

A GU é uma articulação esferóide, com três graus de liberdade. Possui como movimentos a flexão, extensão, hiperextensão (quando ultrapassa a linha anatômica), rotação interna, externa, abdução, adução (retorno à linha média), flexão e extensão horizontal e ainda o movimento de circundução que consiste na combinação de todos estes.

Há ainda, outras duas articulações compondo este complexo: a articulação esternoclavicular que une o esterno à clavícula e sua função é aumentar a amplitude de movimento do úmero. A articulação acromioclavicular envolve a extremidade acromial da clavícula com o acrômio e é nesta articulação, que ocorre a maior parte dos movimentos da escápula.

Existe também uma pseudoarticulação que é a articulação entre a escápula e o tórax. A escápula, funciona como uma base estável para a mobilidade da GU e ao total, são 16 músculos inseridos na escápula. Por isso, sua importância na articulação GU, bem como na postura.

É impossível falar sobre o ombro e não lembrar do Manguito Rotador que é composto pelos tendões dos músculos redondo menor, supra e infraespinhoso e subescapular.

Eles envolvem a cabeça do úmero e tem como função, ser responsável pela desaceleração do ombro, manter o úmero contra a cavidade glenoide, movimento de rotação e também garantir que músculos maiores possam exercer sua funcionalidade.

O deltóide é músculo mais superficial do ombro, é dividido em três porções e é o responsável pela forma arredondada da articulação. A porção proximal do músculo peitoral maior está localizada nesta articulação, que realiza os movimentos de adução e rotação externa do ombro.

Já o peitoral menor, tem ação no movimento escapular. O grande dorsal é localizado na parte posterior do tronco, sendo responsável na articulação do ombro pelo movimentos de extensão, adução e rotação externa.

Outro músculo relevante para o nosso conhecimento sobre o ombro é o trapézio e dificilmente encontramos algum aluno que não tensione essa musculatura durante a realização dos exercícios. Essa compensação gera principalmente problemas na região cervical.

Os ligamentos, também são importantes estabilizadores do ombro, e são acionados durante os movimentos e contraem-se ou afrouxam-se para evitar movimentos também de luxação da articulação.

Principais Patologias do Ombro

Lesão do Manguito Rotador

Os tendões do Manguito, estão entre o acrômio da escápula e o tubérculo maior do úmero. As lesões nesses tendões se dão por ruptura e variam em grau de acordo com o acometimento.

As causas são variadas, podendo ser uma proeminência do acrômio, espessamento dos tendões, fraqueza muscular, esforço repetitivo geralmente com o braço elevado, também algum processo degenerativo natural com a idade, problemas vasculares e até mesmo fator genético.

Pacientes relatam dor na região do braço ao movimentar os ombros para cima.

Bursite

É a inflamação da bursa. Uma bolsa serosa que tem como função amortecer o impacto do úmero na cavidade glenóide e facilitar o deslizamento dos tendões.

Quando diagnosticado com esta patologia, é porque algo está errado na articulação. A dor é irradiada para o membro superior e a dor aumenta durante a noite.

Tendinite do Bíceps

O bíceps está localizado na parte da frente do braço e possui três tendões. Um deles, se insere no braço e os outros dois no ombro e a pessoa com tendinite do bíceps ou biciptal sente dor na parte da frente do ombro.

Ela se dá por excesso de uso ou esforço repetitivo do braço, causando uma lesão direta no tendão. A dor relatada é ao mover o braço ou o ombro, levantar o braço acima de 90° à palpação.

Síndrome do Impacto do Ombro

O acrômio pode ser de três maneiras diferentes: reto, curvo ou ganchoso.

Os dois últimos podem causar atrito nos tendões e bursa ao longo dos anos ou ainda, o indivíduo pode desenvolver uma proeminência óssea.

Como consequência disso, surgem as tendinites e bursite e a longo prazo pode ser bem incapacitante. É a patologia mais comum do ombro.

Capsulite Adesiva

Ocorre um espessamento da cápsula que envolve o ombro e não se sabe a causa. Gera dor e limitação dos movimentos e pode se resolver mesmo sem tratamento, porém leva alguns anos.

Ela gera outras consequências pela imobilidade do ombro.

Pilates para o Ombro – Como o Método auxilia no Tratamento

O Método traz diversos benefícios para esta articulação e não só em relação ao tratamento, mas também na prevenção. É próprio dos exercícios trabalhar força e também alongamento, primordiais para uma boa recuperação.

Além disso, trabalha-se com exercícios rotacionais, isométricos e descarga de peso, que são protocolos para tratamentos de patologias do ombro. É comum o ganho de mobilidade também em indivíduos hígidos.

Não só a musculatura do ombro é trabalhada, mas sim, de toda a cintura escapular quando trabalhamos exercícios posturais, como citados nos tópicos anteriores que estão diretamente ligados ao bom funcionamento do membro superior.

Além disso, quando há alguma limitação de movimento, proveniente da patologia, o Pilates previne outras complicações, pois permite que estruturas ligadas ao ombro sejam trabalhadas, dando sustentação, evitando encurtamentos e perda de força.

Vale lembrar que, para muitas pessoas, esse momento é na hora da aula quando realizam algum movimento no braço acima de 90°. Muitas passam o dia sentadas, realizando o mesmo movimento, como por exemplo o uso do mouse.

Então muitas pessoas não se dão conta que os benefícios do Pilates vão além de sentir a musculatura, o simples ato de pensar no corpo e o movimento que está sendo realizado já faz toda a diferença no corpo e na articulação.

As pessoas têm por hábito não dar muita importância para a dor ou desconforto logo quando aparece. Principalmente no ombro pois acham que “dormiram de mal jeito” ou “fizeram algum movimento que forçou demais”.

Elas tem o costume de tratar com gelo, em casa mesmo. E quando buscam por diagnóstico, o problema já evoluiu. Então cabe à nós termos esse olhar de que precisamos de um diagnóstico para orientarmos nossos alunos. E também instruí-los.

Exercícios de Pilates para Prevenção de Lesões do Ombro

Push Up

  • Exercício como o Push Up pode ser usado como prevenção das lesões de ombro. Porém, exige que o aluno tenha boa consciência corporal e contração abdominal além de bom alongamento da cadeia posterior.
  • De pé, o aluno leva as mãos até o chão, vai alternando os braços até chegar à posição da prancha.
  • Depois realiza apoios, expirando na extensão de ombros e cotovelos e então retorna à posição de pé também alternando os braços pelo chão.

Flying Eagle

  • Este exercício tem como foco o trabalho de extensores de tronco, porém é utilizado também para trabalhar a mobilidade de ombro.
  • Ele permite grande amplitude e alguns alunos sentem, inclusive alongamento de tríceps e rombóides.
  • Aluno deitado em decúbito ventral, de frente para a tower, posiciona as mãos na barra.
  • Expirando realiza a extensão do tronco, estendendo os braços em direção ao teto. As cristas ilíacas devem ficar apoiadas.

Pulling the Straps

  • Em decúbito ventral, deitado no box, braços abduzidos até 90° realizar a adução do ombro, expirando.
  • As pernas devem ficar unidas, tronco em extensão e a cabeça olhando para a frente.

Prancha no Reformer

  • Mãos na barra, cotovelos estendidos, tronco alinhado, pernas unidas.
  • Expirar levando o tronco à frente, flexionando os ombros.
  • Neste exercício, é importante colocar uma mola mais pesado para trabalho de membros superiores, caso contrário, trabalhará mais abdômen.

The Frog

  • Mãos apoiadas na Chair, ombros em rotação interna, pés com calcanhares unidos, sem o apoio do quadril na chair.
  • Flexionar e durante a expiração, estender os cotovelos, sem movimentar os joelhos.
  • É trabalho de tríceps, trapézio e cintura escapular.

Cuidados durante o Tratamento da Reabilitação do Ombro

Devem ser evitados, em primeiro lugar, qualquer movimento descrito pelo aluno que lhe causa dor. Movimentos de rotação (quando amplos) geralmente não são tolerados, bem como aqueles que causam alguma instabilidade na articulação. É primordial, não ultrapassar a amplitude de 90°.

Na fase inflamatória, o ideal é deixar a articulação repousar. Normalmente, o aluno estará fazendo uso de algum medicamento e usando gelo em casa, mas nada impede de realizar movimentos isométricos de tríceps ou bíceps por exemplo, a menos que seja uma tendinite de tendão do bíceps.

A progressão dos exercícios deve se dar de forma gradual. Os que causam instabilidade, devem vir sempre por último. A maioria dos alunos sentem receio em realizar algum movimento, ou até mesmo voltar a realizar se precisou ficar imobilizado.

Devemos explicar com calma e a cada aula, os benefícios e os mecanismos de cada exercício. O aluno precisa ter confiança naquilo que está fazendo para poder fazer de forma correta e eficaz.

Concluindo…

O Método Pilates, é, sem dúvida um grande aliado na recuperação de pessoas que sofrem com algum tipo de patologia no ombro.

Proporciona grandes possibilidades de exercícios, desde a fase inicial do tratamento até o desaparecimento do quadro álgico.

Além disso, é possível evitar a recidiva ou ainda o aparecimento de dor em alunos que já sabemos de sua predisposição.

Precisamos estar atentos à qualquer sinal e/ou sintoma apresentado pelo aluno e iniciar o trabalho com ênfase no ombro o quanto antes.


























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