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Fascite plantar é uma lesão que ocorre na fáscia plantar, localizado na planta do pé e que pode gerar dor em toda a extensão plantar e no calcanhar.

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (Abtpé), mais de 70% da população mundial apresenta algum incômodo ou dor nos pés não decorrentes de trauma em alguma fase da vida.

Segundo James e Robert mais de um milhão de pessoas são acometidas por ano nos Estados Unidos, sendo indivíduos atletas ou sedentários. Geralmente, está associada a longos períodos na posição em pé, pessoas com pronação excessiva dos pés e obesidade.

Sabemos que o fortalecimento muscular é essencial para evitar qualquer tipo de lesão e melhorar desempenho.

No nosso corpo várias articulações sofrem desgaste pelo esforço e impacto gerado pelas atividades físicas e pelas atividades da vida cotidiana. Quando se trata de fortalecimento muscular, os pés dificilmente são lembrados.

Vale citar que são eles que suportam o peso do corpo e o impacto das passadas ao longo do dia. Apesar disto, na maioria das vezes não tem seus músculos exercitados de maneira adequada durante as atividades físicas.

Quero fazer uma pergunta a você, instrutor (a) que passa grande parte do seu dia em pé, você tem fortalecido os músculos dos seus pés? Já pensou que isso é importante para seus clientes, mas que também é importante para você?

O trabalho de distribuição de cargas é essencial na prevenção de lesões no pé e em outras partes do corpo.

Nesse artigo iremos abordar assuntos como a fascite plantar, mostraremos a importância da manutenção do arco plantar e da distribuição equilibrada de cargas na posição de bipedestação- em pé e também a sugestão de alguns exercícios para realizar no tratamento e na prevenção dessa lesão.

Entenda a Fascite PlantarFascite Plantar 2

A planta do pé é composta por músculos e fáscias, que intensificam a força dos músculos flexores curtos dos dedos que agem como um braço de alavanca.

Um estresse nessa região provoca o estiramento da fáscia, originando fissuras e inflamações o que causa a retração do tendão de Aquiles.

A fáscia plantar é um tecido fibroso que recobre a musculatura da planta do pé, se estende do calcâneo aos dedos. Com a função de manter o arco longitudinal do pé.

Fascite plantar é o termo usado para inflamação desse tecido. Trata-se de uma desordem no local de inserção dos ligamentos no osso e se caracteriza pela cicatrizaçãoinflamação ou destruição estrutural da fáscia plantar.

Essa inflamação é ocasionada por micro traumatismos de impacto, podendo gerar fibrose e degeneração das fibras faciais. Pode acometer qualquer pessoa, mas é muito comum em atletas, principalmente em corredores.

Geralmente o local em que as pessoas que são acometidas por essa disfunção sentem dor é na parte de trás do calcanhar e durante os primeiros passos do dia.

E também sentem uma dificuldade em fazer o movimento de dorsi-flexão do pé. Isso acontece pela rigidez do gastrocnêmio ou do tendão de Aquiles.

Fatores de Risco

Podemos classificar os fatores de risco em 4 tipos:

Anatômicos

Que são pé calvo, pé plano ou qualquer outra disfunção nos pés, encurtamento do tendão de Aquiles, obesidade.

Biomecânicos

Que são fraqueza nos flexores plantares, pronação em excesso, limitação da dorsi-flexão, tensão sobre o tendão de Aquiles.

Ambientais

Que são falta de condicionamento, andar descalço, permanecer muito tempo pisando em superfícies duras, trauma, descarga de peso inadequada, atividades causam estresse excessivo sobre os calcanhares e a fáscia plantar, por exemplo, corrida de longa distância, ballet, calçados que não oferecem apoio para o arco plantar.

Idade

É mais comum acometer pessoas na faixa dos 40 a 60 anos.

Importância do Arco do Pé

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O arco longitudinal é mantido pelos músculos tibial anterior, tibial posterior, flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux, abdutor do hálux e flexor curto dos dedos, pela fáscia plantar e pelo ligamento calcaneonavicular plantar.

O tipo de pé fisiológico é o pé neutro, com o arco longitudinal preservado. Também podemos encontrar dois tipos de disfunções: o pé cavo e o pé plano ou com o arco desabado.

O pé cavo tem seu arco longitudinal medial aumentado, isso faz com que a parte media da planta do pé perca o contato com o solo.

O pé plano, ou pé chato, apresenta diminuição ou desaparecimento do arco longitudinal, gerando uma rotação externa na parte anterior.

Geralmente indivíduos com o pé plano tendem a ser mais acometidos pela fascite plantar devido à sobrecarga.

De acordo com Morioka, uma das funções do arco longitudinal é absorver os impactos durante a marcha.

O estudo de Dorneles mostra que o sistema de controle postural é formado por três sistemas, são eles o sistema sensorial, nervoso e motor.

Cada um desses sistemas desempenha uma função para a manutenção da postura ereta. O sistema sensorial disponibiliza informações sobre o posicionamento dos segmentos corporais em relação a outros segmentos e ao próprio ambiente.

Já o sistema motor, é responsável por ativar os músculos para executarem os movimentos ao mesmo tempo que o sistema nervoso central realiza a interação das informações vindas do sistema sensorial e posteriormente envia impulsos nervosos para os músculos, gerando as ações musculares.

O rebaixamento do arco longitudinal medial causa diminuição no acionamento do centro de força em condições de manipulação dos sistemas sensoriais envolvidos na manutenção do equilíbrio postural, sugerindo que a área de contato do pé está diretamente relacionada ao equilíbrio funcional.

Benefícios do Método Pilates para a Fascite PlantarFascite-Plantar-6

Pilates é um método que visa o equilíbrio muscular do corpo, por isso as aulas são preparadas com muitos exercícios de fortalecimento e flexibilidade.

O trabalho de flexibilidade dos músculos da cadeia posterior é muito importante, pois descomprimem a região. Ao propor exercícios de alongamento dos gastrocnêmios e sóleo geralmente já se tem bons resultados no alivio da dor.

É importante não fortalecer de mais esses músculos pois eles irão aumentar a tensão, podendo piorar a dor. Portanto o fortalecimento deve ser feito com cargas leves ou peso do corpo apenas.

Para que a utilização do Método Pilates como forma de tratamento seja realmente eficiente é necessário ensinar os alunos a fazer corretamente a descarga de peso nos pés, ou seja, o trabalho de distribuição do peso do corpo, de forma equilibrada nos pés.

Devemos orientar quanto a forma que deve ocorrer a pisada e sobre a importância de distribuir o peso em toda a planta do pé.

Cuidados durantes as Aulas

Durante esse período que o aluno encontra-se com a lesão, devemos evitar exercícios que gerem impacto na articulação, como os saltos realizados com a prancha de saltos no reformer.

A liberação miofascial e massagem auxiliam no alívio das dores e da diminuição da tensão muscular. Pode ser feito com bolinhas próprias para massagem.

Tipo de Exercícios RecomendadosFascite-Plantar-7

Segundo DiGiovanni et al., os exercícios de alongamento da fáscia plantar são seguros e efetivos na diminuição de dores e melhoram a função em pessoas com fascite plantar crônica.

No método Pilates existem exercícios que promovem o alongamento da fáscia plantar do gastrocnêmio- sóleo do tendão de Aquiles. Esses exercícios podem ser introduzidos em um programa de reabilitação como também de força muscular.

A propriocepção deve ser bem explorada quando se opta pel Método Pilates como ferramenta de intervenção.

Ao fazer com que o aluno perceba a forma como ele pisa e distribui o peso do corpo sobre os pés a tendência é diminuir as sobrecargas nas articulações durante o dia a dia.

Devemos tomar alguns cuidados com os exercícios em flexão plantar, pois eles mesmo aliviando a dor na hora, podem piorar o quadro a longo prazo.

Vale salientar também que sempre que o aluno relatar ter dor ou desconforto durante os exercícios devemos analisar com cuidado, podendo até suspender a execução do movimento.

Os exercícios de Pilates mais indicados para tratamento de fascite plantar.

Tendon Stretch (Reformer)

Tendon-Stretch---Fascite-Plantar

  • Em decúbito dorsal, membros superiores ao longo do corpo, quadris e joelhos flexionados a um ângulo de 90 graus e os pés em flexão plantar.
  • Inspire empurrando o carrinho estendendo os joelhos e quadris, expire fazendo a dorsi-flexão, inspire realizando a flexão plantar e expire retornando à posição inicial.

Running (Reformer)

Running---Fascite-Plantar

  • Em decúbito dorsal, membros superiores ao longo do corpo, quadris e joelhos flexionados a um ângulo de 90 graus e o pés em flexão plantar.
  • Inspire empurrando o carrinho estendendo os joelhos e quadris, expire fazendo a dorsiflexão do tornozelo direito, mantendo joelhos e quadril esquerdos flexionados, inspire e expire alternando os movimentos dos membros inferiores.
  • Inspire retornando à posição inicial.

Long Stretch Series Elephant (Reformer)

Long-Stretch---Fascite-Plantar

  • Em pé sobre o reformer, de frente para a barra de pés, com as mãos apoiadas na barra e quadril em flexão.
  • Inspire empurrando o carrinho ao estender o quadril e expire aproximando o carrinho ao retornar à posição inicial para alongar cadeia posterior de membros inferiores.

Monkey (Cadillac)

Monkey---Fascite-Plantar

  • Em decúbito dorsal, com os pés e as mãos apoiadas na barra fixa.
  • Inspire estendendo os joelhos e flexionando a coluna e o quadril, expire retornando à posição inicial.

Footwork (Cadillac)

Footwork---Fascite-Plantar

  • Em decúbito dorsal, com os pés apoiadas na barra fixa mantendo quadril e joelhos fletidos.
  • Inspire estendendo os joelhos e o quadril.
  • Ao mesmo tempo realize a flexão plantar e dorsi-flexão em seguida.
  • Expire retornando à posição inicial.

Washer Woman (Chair)

Wahser-Woman---Fascite-Plantar

  • Em pé, de frente para a Chair com as mãos apoiadas no pedal e joelhos estendidos.
  • Expire empurrando o pedal para baixo, flexionando coluna e quadril, sem flexionar os joelhos.
  • Inspire retornando à posição inicial.

Washer Woman- Variação (Chair)

Washer-Woman-Variação---Fascite-Plantar

  • Em pé, de frente para a chair com as mãos apoiadas no pedal e membros inferiores cruzados com joelhos estendidos.
  • Expire empurrando o pedal para baixo, flexionando coluna e quadril, sem flexionar os joelhos.
  • Inspire retornando à posição inicial.
  • Alterne a posição dos membros inferiores.

Climb-a-Tree (Lader Barrel)

Clim-a-Tree---Fascite-Plantar

  • Sentado no topo do barril, com o membro inferior esquerdo apoiado no espaldar em dorsi-flexão.
  • O membro inferior esquerdo deve estar estendido com o pé em flexão plantar apontando os dedos para o teto.
  • Inspire realizando a extensão da coluna e do quadril sobre o barril e expire flexionando a coluna e quadril, de volta à posição inicial, apoiando as mãos no membro inferior direito, utilizando-o como “corda” para escalar.
  • Alterne o movimento para o membro inferior esquerdo.

Alongamento Panturrilha (Faixa Elástica)

Alongamento---Fascite-Plantar

  • Sentado, joelhos estendidas e dedos dos pés apontando para o teto.
  • Pés encostados na faixa elástica, cotovelos flexionados a 90 graus e mãos segurando as extremidades da faixa elástica.
  • Inspire realizando o movimento de flexão plantar e expire retornando à posição inicial.

Concluindo…Sem-Título-9

 

Concluindo o Método Pilates auxilia na prevenção e no tratamento da fascite plantar, pois conseguimos fazer movimentos para fortalecimento muscular e flexibilidade evitando os impactos na articulação.

Além disso, temos excelentes exercícios para alongar os músculos gastrocnêmios e o tendão de Aquiles.

 

Referências Bibliográficas
  • Dorneles P.P., Meereis E.C.W., Pranke G. I. & Mota C.B. Relação do índice do arco plantar com o equilíbrio postural. R. Bras. Ci. E Mov. 2014; 22 (2): 115-120.
  • James D. Goff, D.O., e Robert Crawford, M.D., Summa Health System, Akron, Ohio Am Fam Médico.  2011 Set. 15; 84 (6): 676-682.
  • Morioka E.H., Onodera N.A., Sacco I.C.N., Sá M.R, Amadio A.C. Avaliação do arco longitudinal medial através da impressão plantar em crianças de 3 a 10 anos. Anais XI Congresso Brasileiro de Biomecânica, 2005.


























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