Junte-se a mais de 150.000 pessoas

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade!

Qual o seu melhor email?

A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa progressiva, ainda sem cura efetiva. É uma das doenças neurológicas mais prevalentes, superada apenas pelo Alzheimer.

Há algum tempo, acreditava-se que o processo fisiopatológico resultava de uma degeneração na substância negra dos gânglios da base. No entanto, há evidências de que a degeneração começa no núcleo motor dorsal do nervo vago e no núcleo olfativo, seguido do tronco cerebral inferior, dos núcleos da base estendendo-se para o córtex.

Um achado patológico comum relacionado com a doença de Parkinson é a demência com corpos de Lewy.

Essa demência associada à doença de Parkinson, muitas vezes idiopática, significa que essas pessoas podem ter uma progressão mais rápida da doença, maior taxa de internação hospitalar, o dobro dos níveis de depressão, declínio funcional, maior risco de quedas, problemas de percepção visual, menor qualidade de vida e menor tempo de sobrevida após o diagnóstico.

Disfunções da demência Lewy associada à doença de ParkinsonParkinson

  • Flutuações cognitivas
  • Alucinações visuais
  • Déficit de memória e atenção
  • Delírios transitórios
  • Perda transitória da consciência
  • Distúrbio do sono

Esse conjunto de fatores patológicos geram muitos agravos para o portador de Parkinson, sendo os mais prevalentes: a rigidez, a bradicinesia, o tremor, o congelamento da marcha e déficits cognitivos. A bradicinesia (lentidão dos movimentos) é um sintoma comum, podendo acarretar consequências importantes sobre as atividades da vida diária.

Nos membros superiores pode causar dificuldades como manuseio de utensílios domésticos e até mesmo dificuldades para com a higiene pessoal. Pode também contribuir para a diminuição da coordenação em atividades como esporte, lazer ou mesmo vestir-se.

O tremor é um dos sintomas clássicos da doença de Parkinson e pode ter diversas manifestações. O tremor mais frequente é o de repouso. Durante o movimento, o tremor é inibido podendo reaparecer em tarefas posturais semelhantes. Ele pode interferir com o comportamento social, promovendo a estigmatização e apresentar repercussões psicológicas.

O congelamento da marcha é um sintoma clínico comum em estágios avançados da doença. Ele é definido como a incapacidade episódica para começar a deambular e continuar a avançar de forma progressiva, bem como episódios de andar com passos curtos.

Como a doença de Parkinson é progressiva, o congelamento da marcha tende a se acentuar. Isso poderá acarretar em déficits de equilíbrio e riscos para o estado de saúde geral do portador de Parkinson.

Equilíbrio Postural nos Portadores de ParkinsonParkinson-3-(1)

 

 

A doença de Parkinson está associada com déficits da função cognitiva, incluindo déficit de atenção, função executiva, memória e aprendizagem. Estes déficits cognitivos podem desenvolver demência, aumentando assim a sobrecarga do cuidador, prejuízo social e subsequente locação em abrigos e casas de apoio.

A doença gera uma diminuição no controle postural, que é a habilidade de controlar o corpo ou a postura em resposta a mudanças externas. Os sistemas envolvidos nesse controle são o vestibular, o visual e o somatossensorial.

Eles são responsáveis pelo controle da postura, o equilíbrio. O sistema vestibular desempenha um papel importante no controle da postura e do equilíbrio estático e dinâmico. Quaisquer deficiências de percepção de movimento, orientação vertical e controle do corpo podem resultar em problemas de marcha e equilíbrio.

Os exercícios físicos além de apresentarem boa resposta motora na doença de Parkinson, também podem apresentar melhora no equilíbrio postural. Eles contribuem para a neuroplasticidade, aumentando os fatores neurotróficos cerebrais, a força sináptica e angiogênese. Estimulam a neurogênese e melhoram o metabolismo e a resposta imune.

Na doença de Parkinson, as limitações físicas, tais como déficit de equilíbrio e redução do tempo de reação, foram identificadas em estudos como fatores de risco de quedas. Assim, a participação de exercício físico regular é essencial e considerada uma forma adequada de baixo custo, agindo de forma preventiva na ocorrência de quedas.

De acordo com o Centro Norte Americano para Controle e Prevenção de Doenças, o idoso deve realizar atividade física pelo menos duas vezes por semana ou mais, ao qual essa deverá ter a participação da maioria dos grupos musculares.

As atividades aeróbicas também devem ser priorizadas mantendo um ritmo de pelo menos 150 min de atividade de intensidade moderada ou 75 min de vigorosa atividade de intensidade, por semana. O objetivo da atividade física no idoso é reduzir o risco de mortalidade por: doença cardíaca coronária, trombose, hipertensão e diabetes do tipo 2.

A atividade física tem um papel chave positivo na prevenção do declínio físico relacionada com a doença de Parkinson e deve ser usada para reduzir o risco de desenvolvimento de complicações físicas e emocionais. Com essa vertente, um dos métodos difundidos para essa prevenção, é o Pilates.

Método PilatesParkinson-6

Os exercícios do Método Pilates – ou Contrologia como foi chamado originalmente – foram desenvolvidos por Joseph Hubertus Pilates (1880-1967), em Dusseldorf, na Alemanha, contudo foi aperfeiçoado e reconhecido em Nova York, nos Estados Unidos entre 1920-1960, como um método de exercícios para relaxar e fortalecer o corpo.

Apesar de sua longa história, o Método Pilates é uma abordagem relativamente nova em relação às outras atividades físicas. Ele é baseado em múltiplas práticas físicas, tais como: artes marciais, ginástica, yoga e dança.

Benefícios do Método Pilates

  • Aumento da densidade mineral óssea;
  • Melhora na composição corporal (aparência estética);
  • Melhora da resistência muscular;
  • Aumento do tônus muscular;
  • Melhora da coordenação motora
  • Melhora do equilíbrio dinâmico e estático;
  • Aumento da flexibilidade dos tecidos moles;
  • Melhora da qualidade de vida

Pilates e Doença de ParkinsonParkinson 5

Infelizmente, ainda há poucos estudos que comprovam de fato que o Método Pilates pode gerar melhora do equilíbrio em portadores de Parkinson, contudo, os estudos apontam que os exercícios do Método Pilates melhoram o tempo de reação e a velocidade gerando uma capacidade maior para responder às alterações no centro de gravidade.

Isto sugere que o Pilates pode melhorar a capacidade do indivíduo para responder a perturbações físicas que poderiam resultar em quedas durante o dia.

Em um estudo quantitativo que aborda a intervenção do Método Pilates em portadores de Parkinson evidenciou que os exercícios de Pilates podem gerar uma melhora no equilíbrio postural nesse grupo de pessoas. Dez participantes que apresentavam características para Doença de Parkinson participaram da pesquisa.

Os critérios de inclusão foram:

  1. Diagnóstico comprovado de doença de Parkinson
  2. Regime de droga estável
  3. História prévia de uma ou mais quedas e/ou quase queda nos dois anos anteriores
  4. E não estar recebendo qualquer outra terapia física ou realizando qualquer outra atividade de exercício físico regular

Os participantes que apresentavam uma doença muito avançada (Escala de Hoehn & Yahr > 3), flutuações de discinesias e/ou motoras graves, terem sido diagnosticado anteriormente com acidente vascular cerebral ou demência e qualquer outra condição médica ou deficiências físicas que interferissem com a sua mobilidade foram excluídos.

O programa de intervenção teve duração de seis semanas, com sessões de uma hora, duas vezes por semana. Os exercícios do Pilates foram realizados no solo com o incremento da bola mais o aparelho Reformer.

O grau de dificuldade dos exercícios foi aumentado progressivamente durante o período de seis semanas, com base no desempenho e feedback subjetivo do participante. As progressões envolveram a adição de movimentos para aumentar a complexidade da tarefa, reduzindo a base de apoio e aumentar a resistência durante os exercícios no Reformer.

Concluindo…Parkinson 3 (2)

Apesar do Método Pilates ganhar muito espaço nos últimos anos, ainda há poucos estudos que comprovam de fato os reais benefícios do Método. As melhores evidências giram em torno do equilíbrio postural, qualidade de vida e em pacientes idosos.

Nós como profissionais responsáveis em desenvolver o Método Pilates temos que ter a curiosidade de sempre nos atualizar, buscar e desenvolver estudos que comprovem os benefícios do Método Pilates nos diversos sistemas do corpo humano.

Abaixo seguem algumas referências sobre o assunto.

Espero ter contribuído, obrigado a todos.

Referências
BRAAK, Heiko. DEL TREDECI, Kelly. Cortico-basal ganglia-cortical circuitry in Parkinson’s disease reconsidered. Experimental Neurology. 2008 Jul;212(1):226-9.
ENGERS, Patrícia Becker. et. al. The effects of the Pilates method in the elderly: a systematic review. Revista Brasileira de Reumatologia English Ed. 2016 Jul-Aug;56(4):352-65.
INSKIP, Michael. et. al. Exercise for Individuals with Lewy Body Dementia: A Systematic Review. PLoS One. 2016 Jun 3;11(6).
JOHNSON, Liam. et. al. The effects of a supervised Pilates training program on balance in Parkinson’s disease. Advances in Parkinson’s Disease. Vol.2, No.2, 58-61 (2013).
LATEY, Penelope. The Pilates method: history and philosophy. The Journal of Bodywork and Movement Therapies. 2001, Oct. Vol. 5, Iss. 4, Pg. 275-282.
SOUNDY, Andrew. et. al. The experience of Parkinson’s disease: a systematic review and meta-ethnography. The Scientific World Journal. 2014;2014:613592.


























Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

O nome deve ter no mínimo 5 caracteres.
Por favor, preencha com o seu melhor e-mail.
Por favor, digite o seu DDD + número.