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Hoje vamos falar sobre flexibilidade x rigidez arterial. O que será que essas duas variáveis têm em comum?

Primeiro, antes de iniciarmos essa leitura, vamos fazer um teste rápido: de pé ou sentado no chão e com as pernas esticadas, tente tocar seus pés com as mãos. Conseguiu? Se você não conseguiu, é bom começar a se alongar regularmente! Sabe porque? Vai além dos benefícios do alongamento que você já conhece.

Continue lendo que irei explicar mais sobre esse tema.

Flexibilidade e Alongamentorigidez arterial (2)

Os termos “flexibilidade” e “alongamento” são comumente confundidos e/ou utilizados como sinônimos. Porém, são ações com significados distintos.

A flexibilidade tem grande influência em diversos aspectos da motricidade humana e é considerada como um importante componente da aptidão física. É definida como uma qualidade física responsável pela execução angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesões.

Está presente não só em quase todos os esportes, mas também nas nossas atividades de vida diária, como subir escadas e abaixar. Favorece o aumento da qualidade e quantidade de movimentos e uma melhora da postura corporal.

Já o alongamento refere-se às situações que englobam mais especificamente a estrutura muscular e os tecidos moles que envolvem a articulação. Visa a conservação dos níveis de flexibilidade e a realização dos movimentos de amplitude articular normal com o mínimo de restrição possível.

Embora existam algumas diferenças conceituais e neurofisiológicas, a flexibilidade e o alongamento estão diretamente relacionados. Uma flexibilidade satisfatória, que permita a realização de movimentos sem restrição articular e sem compensações de outros segmentos do corpo, é dependente de um bom nível de alongamento dos tecidos moles ao redor.

Rigidez Arterial

Como sabemos, a parede das artérias é dividida em três camadas:

  • Íntima
  • Média
  • Adventícia.

A camada média, a mais espessa, é formada por fibras musculares lisas, fibras colágenas e lâminas elásticas e é a mais atingida pela rigidez arterial.

A rigidez arterial é um termo geral que permite descrever a distensibilidade, complacência e elasticidade do sistema arterial. Apesar de ocorrer fisiologicamente ao longo do nosso envelhecimento, alguns fatores como predisposição genética, diabetes, dislipidemia e hipertensão arterial sistêmica, estão associados a aceleração e ao aumento desse processo.

Atualmente, as evidências associam a rigidez arterial a um maior risco de eventos cardiovasculares, o que irá apresentar consequências significativas na estrutura, desempenho e perfusão do sistema cardiovascular.

Flexibilidade e Rigidez Arterial – Evidências Científicasrigidez-arterial-2

Um grupo de pesquisadores japoneses realizaram um estudo transversal para testar a hipótese de que um corpo menos flexível teria maior rigidez arterial. Para isso, 526 adultos foram divididos em três grupos: de 20 a 29 anos (jovens), de 40 a 59 anos (meia idade) e de 60-83 anos (idosos).

E depois, dentro das categorias de idade foram divididos em dois grupos – pouca ou muita flexibilidade – com base no teste sentar e alcançar (sit-and-reach test). Após este fase foi realizada a mensuração da rigidez das artérias e os autores também testaram o condicionamento cardiorrespiratório e a força muscular da amostra estudada.

Como resultado, nos indivíduos de meia idade e idosos a rigidez arterial foi maior no grupo com pouca flexibilidade do que no grupo com maior flexibilidade. Já nos indivíduos jovens, não houve diferença significativa entre os dois grupos.

Os autores concluíram que uma pior flexibilidade está associada com uma maior rigidez arterial em pessoas com mais de 40 anos e isso independentemente do condicionamento cardiorrespiratório e da força muscular de cada um. E sugerem a possibilidade de que a flexibilidade pode ser um preditor de rigidez arterial.

Partindo do princípio de que a rigidez arterial pode ser afetada pela idade, gênero e pressão arterial, Nishiwaki e colaboradores conduziram um estudo observacional, transversal, com 1150 adultos (homens: 536, mulheres: 614), com idade variando entre 18 e 89 anos, onde foram divididos em dois grupos de acordo com idade e sexo: um grupo com pouca flexibilidade e o outro com muita flexibilidade (teste sentar e alcançar).

Uma menor flexibilidade de tronco foi associada com aumento da rigidez arterial em homens jovens, de meia idade e idosos, ao passo que nas mulheres essa correlação foi encontrada apenas na população idosa. Essa diferença permaneceu significativa mesmo após a normalização da rigidez arterial para fatores de confundimento, como a pressão arterial, o que sugere que essa relação flexibilidade/rigidez arterial, não é afetada por essa variável.

Outro estudo – publicado em 2015 – chegou a uma conclusão semelhante.

Os autores avaliaram os efeitos de quatro semanas de alongamento sobre a rigidez arterial em homens de meia idade. A amostra foi dividida em dois grupos: intervenção (que realizaram os alongamentos) e controle (que não realizaram os alongamentos e também não alteraram seus níveis de atividade física durante o estudo).

O grupo intervenção realizou cinco sessões semanais de alongamento supervisionado, durante quatro semanas. Cada sessão foi composta por 30 minutos de alongamento leve que envolveu os principais grupos musculares, realizado 3 vezes e sustentados por 20 segundos.

Assim como no estudo anterior, a flexibilidade pré e pós intervenção foi medida através do teste sentar e alcançar.

Após as quatros semanas, o grupo controle não apresentou mudanças significativas. Já o grupo que realizou as sessões de alongamentos, apresentou maior alcance no teste de flexibilidade e uma menor rigidez arterial. Porém, essa redução não se correlacionou significativamente com o aumento da flexibilidade do tronco.

Os autores concluem que quatro semanas de alongamento regular, induz uma redução significativa na rigidez arterial em homens de meia idade e ressaltam a necessidade de mais estudos em grande escala.

Conclusãorigidez arterial

Retornando ao início dessa matéria, você conseguiu enconstar as mãos nos pés?

Quando falamos de ganho de flexibilidade, não tem como não lembrar do método Pilates, não é mesmo? Acredito que agora você terá um motivo a mais para praticar o Pilates e não apenas trabalhar com ele.

É importante ressaltar que as pessoas que não conseguem tocar os dedos dos pés com as mãos, não estão em risco iminente de ter problemas de coração. Os dados apresentados são resultados de alguns estudos, sendo necessários mais pesquisas sobre o tema.

E para finalizar nosso tema de hoje, um trecho de Joseph Pilates:

“Isso é equivalente a um banho interno. Como o frescor da primavera proveniente das fortes chuvas e nevascas que derretiam das montanhas e aumentavam as correntezas nos rios, levando-os até o mar, assim será com o fluxo sanguíneo, com vigor renovado, como resultado direto da realização fiel dos seus exercícios de Contrologia”.

É, mais uma vez Joseph confirma que estava realmente a frente do seu tempo!

 

Referências:
Yamamoto K, Kawano H, Gando Y, Iemitsu M, et al. Poor trunk flexibility is associated with arterial stiffening. Am J Physiol Heart Circ Physiol. 2009 Oct;297(4):H1314-8.
Nishiwaki M, Kurobe K, Kiuchi A, Nakamura T, Matsumoto N. Sex differences in flexibility-arterial stiffness relationship and its application for diagnosis of arterial stiffening: a cross-sectional observational study. PLoS One. 2014 Nov 26;9(11):e113646.
Nishiwaki M, Yonemura H, Kurobe K, Matsumoto N. Four weeks of regular static stretching reduces arterial stiffness in middle-aged men. Springerplus. 2015 Sep 25;4:555.

 


























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