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Nos manter atualizados nas novidades da área em que atuamos faz de nós melhores profissionais do movimento. Novas técnicas estão sempre surgindo, outras sendo estudadas, revisadas e aprimoradas, e quando acompanhamos essas novidades, nossos atendimentos resultam em prognósticos cada vez melhores.

A resistência elástica sempre foi muito utilizada em nossos tratamentos fisioterapêuticos de reabilitação como forma de resistir ao movimento, visando na maioria das vezes, basicamente o fortalecimento muscular.

Porém atualmente, em nosso ambiente de trabalho, além das famosas e sempre presentes faixas elásticas de diferentes cores e força de resistência, contamos também com os cintos de tração elástica e até coletes de tração.

Através dessa tração elástica conseguimos proporcionar ao paciente, diferentes modos de estímulos de resistência, possibilitando um grande arco de movimento, abrangendo tanto contrações excêntricas como concêntricas através da força progressivamente crescente requerida com os estiramentos do material. (PATTERSON4).

Assim, conseguimos além de ganhar força muscular, evoluir a resistência cardiopulmonar, equilíbrio e propriocepção de nosso paciente, fatores importantíssimos na reabilitação ou promoção de saúde.

O interesse pelos dispositivos elásticos pode ser comprovado pelo crescimento exponencial do número de publicações científicas. Ensaios clínicos demonstraram a viabilidade e a praticidade de se trabalhar com elásticos, demonstrando também sua eficácia para ganhos de força muscular e dinâmica (MARTINS et al., 2014).

A prática de exercícios com dispositivos elásticos pode ser uma alternativa às práticas convencionais em academias e estúdios.

O uso da resistência elástica, permite a possibilidade de trabalhar com padrões de movimentos mais funcionais quando comparados às máquinas de musculação tradicionais, por exemplo.

Além de ser uma opção prática e de baixo custo, o que facilita muito sua introdução ao nosso ambiente profissional.  (COLADO, J. C. et al., 2010; HOSTLER et al., 2001; WILSON et al., 2014).

A resistência elástica depende da constante (k), do alongamento (x), da característica de cada material elástico polimérico, e não depende da gravidade.

Sendo assim, proporciona resistência não apenas no plano vertical, mas em toda a gama de movimento e/ou no plano horizontal (MELCHIORRI; RAINOLDI, 2011), variando sua carga no decorrer da execução do movimento (Fleck & Kraemer, 2006) facilitando dessa maneira a inclusão da utilização dessa resistência no treino funcional e até mesmo nas aulas de Pilates, utilizando-as presas em traves ou na parede.

Mas como podemos introduzir a tração elástica nas sessões de atendimento?

Tração Elástica nas Sessões de Treino Funcional

A introdução desse tipo de tração elástica nas sessões de atendimento funcional proporcionará uma sessão com estímulos variados, reproduzindo muitos exercícios que antes eram realizados sem resistência alguma e agora, evoluíram para um treino resistido.

O treino resistido irá exigir cada vez mais do corpo do paciente, para que ele se adapte à força elástica aplicada, reprogramando o controle motor dos músculos profundos e do aprendizado motor, utilizando as estratégias motoras estabilizadoras da musculatura, treinando-a, com pequena, média e grande força, por períodos curtos e longos.

Conheci recentemente uma técnica chamada Elastic Training® que visa a funcionalidade de estabilização, resistência, coordenação, controle neural e equilíbrio do corpo.

Consiste de um colete de tração elástica colocado no tronco do paciente, seja dorsal ou frontal, na qual um elástico é fixado através de um mosquetão no colete.

Gerando assim uma resistência ao trabalho funcional do aluno, trazendo benefícios na melhora do condicionamento físico cardiovascular, bem-estar e estabilização da coluna.

Basicamente, o aluno desenvolve os exercícios da técnica ou exercícios originários do Funcional  “vestindo a resistência”, deixando pernas, braços e pelve livres, para desenvolver o exercício de forma mais desafiadora, complexa e concentrada.

Conseguimos reproduzir exercícios sentados, deitados, proporcionando alongamentos e mobilidade articular além das posturas invertidas e aéreas, podendo ser adaptadas todas em regressão e progressão o que nos permite dessa forma trabalhar com alunos iniciantes, intermediários e avançados.

Abaixo podemos imaginar o que uma aula, utilizando a tração elástica, pode trazer de opções de exercícios, que trabalham o corpo de maneira geral, dá uma olhada.

Exercícios

Apoio com elevação de uma perna, para fortalecer peitorais. O exercício regredir se apoiarmos os dois pés no chão.

Ou pode evoluir para um arremesso.

No exercício chamado exército, você precisa vencer a resistência do elástico ao se deslocar para frente, e controlar o elástico na volta do movimento, sempre lembrando de deixar o quadril alinhado na altura dos ombros.

Fortalecimento abdominal, na prancha suspensa, ou no V position, esse é daquelas que parece fácil, mas não é!

Saltos com agachamentos, é uma ótima opção de treino em pliometria, o segredo aqui é saltar e retornar ao mesmo lugar, vencendo a resistência elástica do colete.

As tão famosas e desejadas paradas de mão e cabeça, não opções para um treino das posturas invertidas.

Podemos também trabalhar o ganho de alongamento e mobilidade no avião ou na mesa.

Benefícios da Tração

O uso da tração elástica através da resistência busca melhorar a flexibilidade geral do corpo, busca a saúde através do fortalecimento do “centro de força” tão conhecido pelos instrutores, melhora da postura, coordenação, resistência muscular e condicionamento físico.

O domínio e grande ganho da estabilização é o foco da utilização da tração elástica nas sessões, porque possibilita que a coluna vertebral desenvolva uma estabilização dinâmica segura com objetivo de prevenir lesões, restabelecer e reprogramar o controle motor dos músculos profundos responsáveis pelo equilíbrio corporal.

Dependendo de qual seja o ângulo de tração que o elástico atingir o paciente, conseguimos trabalhar as diferentes estímulos as contrações musculares em um mesmo exercício, super funcional, não é?

Por exemplo, quando o elástico resiste de maneira contínua e no mesmo ângulo, o paciente aprimora suas contrações isométricas para que ele possa manter na posição de estabilização mesmo sendo tracionado.

Quando a força de tração diminui, o paciente necessita de controle excêntrico para controlar o movimento de volta do elástico e quando a tração aumenta, a contração concêntrica se torna prioridade quando se visa vencer a resistência.

Com que público posso trabalhar?

Na área desportiva, o uso da tração elástica na reprodução de algum gesto esportivo, seja ela qual for, melhora a coordenação e técnica aplicada ao gesto e consequentemente a performance e efetividade de contração evoluem.

Isso pois quando os movimentos tendem a ser conscientes, sem fadiga e dor, conseguirmos trabalhar através da prevenção de lesão, fator primordial quando se trata de treino com atletas.

Já, a utilização da tração elástica em pacientes idosos tende a melhorar o equilíbrio e coordenação motora, aspectos essenciais nesta fase, onde o índice de quedas são elevados. Além é claro de conseguir força e flexibilidade muscular, para a realização de AVD’S com segurança.

A aplicação para qualquer faixa etária ou publico alvo, tem os mesmos princípios que consideramos essenciais para que os exercícios tenham a evolução concluída corretamente.

Esses princípios são um sistema projetado para ser integrado em todas as vertentes da vida do cotidiano, que são:

  • Respiração – a respiração apropriada durante o exercício auxilia no relaxamento muscular e previne tensões desnecessárias.
  • Controle Muscular – o controle refinado auxilia no desenvolvimento da força e flexibilidade necessárias aos músculos.
  • Concentração – significa direcionar a atenção a um objetivo único nesse caso, a execução de um determinado exercício observando o alinhamento corporal, músculos acionados e manter a estabilização correta.
  • Ativação do CORE – musculatura que circunda o nosso centro de gravidade, abdominais, lombar, pelve e quadril.

Portanto a utilização da tração elástica pode ser realizada por pessoas que buscam qualidade de vida em atividade física, indivíduos com algumas patologias músculo-esqueléticas em sua reabilitação e esportistas.

Concluindo…

A tração elástica se tornou uma opção de grande valia para os profissionais do movimento, os princípios do treinamento funcional são respeitados quando trabalhamos com elásticos e a prevenção de lesões para um ganho de qualidade de movimento é primordial.

Que tal introduzir essa prática em duas aulas? Bom exercício!

 

Referências Biliográficas
  1. Patterson RM, Stegink Jansen CW, Hogan HA, Nassif MD. Material properties of thera-band tubing. Phys Ther. 2001;81(8):1437-45.
  2. MARTINS, W. R. et al. Mechanical evaluation of elastic tubes used in physical therapy. Physiotherapy theory and practice, v. 30, n. 3, p. 218–22, 2014.
  3. COLADO, C. J.; N., T. T. Effects of short-term resistance program using elastic bands versus weight machines for sedentary middle-aged women. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 22, n. 5, p. 1441–1448, 2008.
  4. HOSTLER, D. et al. Skeletal muscle adaptations in elastic resistance-trained young men and women young men and women. European Journal of Applied Physiology, n. January, 2001.
  5. WILSON, J. et al. Practical Guidelines and Considerations for the Use of Elastic Bands in Strength and Conditioning. National Strength and Conditioning Association, v. 36, p. 1–9, 2014.
  6. MELCHIORRI, G.; RAINOLDI, A. Muscle fatigue induced by two different resistances: 63 Elastic tubing versus weight machines. Journal of Electromyography and Kinesiology, v. 21, n. 6, p. 954–959, 2011.
  7. FLECK SJ, KRAEMER WJ. (2006). Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Tradução Jerri Luiz Ribeiro, 3 edição, Porto Alegre: Artmed, 376p.


























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