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Com este assunto controverso inicio esta matéria a respeito da importância da prática da atividade física pelos instrutores de Pilates.

Tenho observado durante meu dia a dia como formador e colega de vários instrutores, que alguns, e não são poucos, me falam que a muito tempo não estão praticando nenhuma atividade física ou que após formados não praticam nem o Pilates o qual trabalham diariamente.

Isso é muito preocupante, pois somos o exemplo para nossos alunos ou pacientes e sabemos por formação a importância em cuidarmos da nossa vida seja na área de saúde corporal, mental ou princípios de vida.

O hábito do exercício físico além de nos trazer a melhoria de nosso estado físico geral, também é de suma importância para entendermos e medirmos as dificuldades e facilidades em termos de trabalho muscular, esforço ou nível de complexidade que o aluno experimenta durante as sessões do método Pilates.

Além de também irmos refinando os movimentos e a consciência corporal, muito solicitados em qualquer prática física.

Pensando nos instrutores de Pilates, devemos sempre treinar os exercícios do método, mantendo a consciência do movimento e principalmente compreendendo quais musculaturas serão solicitadas em cada momento.

Frederick Rand Rogers, presidente do Instituto de Desenvolvimento Físico da América do Norte, citou no prefácio do livro Retorno à vida pela Contrologia (escrito por Joseph Pilates em 1945) que o leitor deste livro precisava testar outros sistemas, e depois necessitava ter utilizado a Contrologia, para desenvolver os músculos do corpo, a flexibilidade dos membros e o funcionamento dos órgãos vitais e das glândulas endócrinas, sem esquecer que o método purificava a mente.

Joseph Pilates dizia que o condicionamento físico era o primeiro requisito para a felicidade.

Então, pode-se concluir que para termos um bom condicionamento nós instrutores de Pilates necessitamos cuidar não só de nossos alunos ou pacientes, mas necessitamos nossos próprios cuidados pessoais.

Para entendermos mais a importância da prática de exercícios antes e depois de termos nos especializado no Método Pilates vamos conhecer alguns conceitos.

Consciência Corporal

Para Vayer & Toulouse (1985), a “consciência de si mesmo” ou a “experiência de si mesmo” é o conjunto de retroações originadas das interações indivíduo-mundo, mas precisamente sua interpretação e sua memorização pelo sistema nervoso sob a forma de conjuntos estruturados de informação e de programas.

Essa organização das informações no interior do Sistema Nervoso Central é reconhecida como necessária à ação em todos os domínios da vida.

Para estes mesmos autores, a consciência do corpo deve ser considerada como a consciência dos meios pessoais de ação, ela é o resultado da experiência corporal, a experiência reorganizada permanentemente graças a novidade que o indivíduo deve assumir.

Podemos então defini-la como o reconhecimento consciente, em determinados momentos, do conjunto das estruturas que servem de base à ação. É a noção de “imagem do corpo” e dos meios de ação, é a noção de esquema corporal.

Simplificando, vamos definir o que é a consciência corporal:

É tomar consciência de seu próprio corpo, dentro do espaço em que se encontra, reconhecendo processos e movimentos corporais, tanto internos como externos.

Tomamos conhecimento do mundo exterior através dos sentidos que possuímos e de nossas experiências corporais e as processamos mentalmente. Então: o corpo experimenta, o cérebro processa o movimento e tentamos executar aquilo que entendemos.

Assim necessitamos muitas vezes, até em movimentos aparentemente pouco complexos, repeti-los até que se tornem fáceis de serem executados.

Consciência do Movimento

Para o aluno ou paciente não é somente ver e executar o movimento, ele normalmente tem a impressão de que o exercício será fácil, mas, ao executar ele percebe o grau de dificuldade.

Ter a consciência do movimento é fundamental e consequentemente devemos repetir o exercício para entendermos o que fazer com o próprio corpo.

O exercício poderá solicitar por exemplo: equilíbrio, força, precisão. Sendo assim, através do movimento conseguimos entender o que foi proposto e assim melhorar a qualidade do mesmo.

Aprendizagem Motora

Simplificando: aprendemos fazendo.

De acordo com Magill (1989), a aprendizagem refere-se a uma mudança na capacidade do indivíduo executar uma tarefa, mudança esta que surge em função da prática e é inferida de uma melhoria relativamente permanente no desempenho.

Assim, a prática é condição necessária embora não suficiente para que ocorra a aprendizagem.

Se formos transportar esta definição para a demonstração dos exercícios do Método Pilates, para que nossos alunos ou pacientes aprendam os movimentos o mais perfeito possível, devemos partir da observação pelos mesmos da nossa execução daquele exercício proposto para que ele se baseie no que viu e possa executar o movimento da maneira que interpretou.

Isto feito, iremos, se necessário, corrigi-lo durante a aula. Devemos sempre lembrar daquela já conhecida frase “a repetição leva a perfeição” e assim chegarmos o mais próximo dela.

Fases da Aprendizagem Motora

No texto, fases da aprendizagem motora: um texto didático, Luciano Basso, nos diz que na primeira fase da aprendizagem conhecida como COGNITIVA, o importante é o aprendiz ter a compreensão do que está para ser feito, ou seja, o objetivo da habilidade, as informações mais importantes a que deve prestar atenção e a elaboração do plano de ação para a execução dessa habilidade.

Sendo assim, tem-se a ideia do movimento que o indivíduo irá aprender.

Na fase cognitiva, o aprendiz não terá que se preocupar com o resultado, a precisão e nem com o sucesso do movimento proposto. O que ele precisará será entender que tipo de habilidade está aprendendo. Por isso, essa fase da aprendizagem motora é chamada de cognitiva.

Para o aluno ou paciente aprender um movimento que nunca executou, será preciso compreender quais as informações mais relevantes a que deve prestar atenção e os componentes da ação, e ensinar isso a ele é tarefa dos instrutores de Pilates.

Como por exemplo, num exercício como o Front Splits, o aluno ou paciente tem que entender o posicionamento correto em que terá que se colocar, a execução, a velocidade proporcional à respiração e as contrações necessárias do Powerhouse.

Inicialmente, o aluno ou paciente poderá até apresentar alguma pequena dificuldade de entendimento, mas assim que começar a executar, irá adaptar-se ao movimento e será necessário apenas pequenos ajustes e naturalmente o movimento acontecerá.

Em movimentos mais complexos como por exemplo uma prancha no Reformer, o aluno terá que fazer muito mais adaptações corporais e o instrutor deve observar em qual momento ele estará apto a fazer este tipo de exercício.

Já na fase de aprendizagem denominada ASSOCIATIVA, melhorar o desempenho será o principal objetivo. Será o momento de refinar o movimento e criar consistência de desempenho, melhorando e evitando gradativamente erros.

Não existe tempo determinado para que isso aconteça, poderá ter alunos ou pacientes que aprendem em minutos como podem demorar até anos para executar o exercício corretamente.

Portanto, se você ainda não conseguiu fazer algum exercício, nunca desista de tentar, e se você é instrutor não se desespere, mas entenda que será preciso treinar e ser persistente para refinar os movimentos.

Durante a prática nosso corpo absorverá a experiência e também teremos após da tentativa, um momento de reflexão e assim poderemos progredir.

Meus alunos, futuros instrutores de Pilates, são sempre orientados por mim que independente de sentir algum receio ou medo de experimentar os exercícios, terão que passar por todos eles pois se não os fizer, será praticamente impossível entender com plenitude os movimentos do Método.

Para meus alunos do estúdio, este processo já é dado diferente, pois tem-se mais tempo para perceber as facilidades e dificuldades do aluno e assim, ir gradativamente colocando desafios novos.

O Instrutor depois de formado terá sempre que treinar tanto os movimentos já aprendidos como também novos.

Devemos sempre lembrar que somos o exemplo e o norte para que nosso aluno ou paciente vislumbre cada exercício na sua melhor execução e assim busque também aprimoramento. Portanto, devemos sempre orientar os alunos a pensar, refletir sobre o movimento e não fazer o movimento no dito “piloto automático”.

Deve-se então repetir e perceber seu corpo se adaptando ao movimento e às correções feitas tanto pelo comando verbal, pela visualização do exercício demonstrado pelos instrutores de Pilates, bem como, através do toque feito pelo profissional.

Podemos então após a execução nos fazer as seguintes perguntas:

  1. O objetivo foi plenamente alcançado?
  2. Se não, o que podemos melhorar no mesmo?
  3. Durante o movimento, ele saiu como planejado?

Em alguns casos, o aprendiz ao executar pela primeira vez um movimento, tende a fugir de uma segunda tentativa quando a experiência por qual ele passou não foi positiva. Nosso papel, como educador do movimento, será então o de fazer um reforço positivo para que o mesmo venha a tentar outras vezes.

Costumo fazer o aluno experimentar o movimento e dou um certo tempo para que ele tente novamente, isso pode ser num espaço de dias e até semanas e aí o faço repetir. Em muitas situações ele o executará muito melhor do que na primeira vez.

A cada tentativa, o aluno ou paciente além de pensar no objetivo, elabora um plano de ação, assim tentará novamente executar o movimento.

Os instrutores de Pilates e os próprios alunos avaliam o resultado e modificam o movimento na próxima tentativa caso necessário e assim por diante. A prática tem que ser uma repetição consciente e constante de movimentos.

Em um grupo de dança por exemplo, os componentes além de aprenderem os passos de uma dada coreografia tem, também que estudar seu lugar no espaço e os alinhamentos para que a dança fique além de refinada em movimentos também sincronizada e com alinhamentos perfeitos.

Para que isso aconteça os dançarinos terão uma jornada de ensaios bastante repetitiva e desgastante, para que no resultado final, os expectadores tenham o deleite de um número de dança bonito e uniforme.

Pela repetição constante dos movimentos da dança, um dos objetivos principais é que o dançarino execute a coreografia no dito “automático” pois ele já a terá internalizado no seu inconsciente e não precisará pensar em tudo o que terá que fazer no momento da dança.

Experiências Motoras

O que somos hoje em termos de movimento, se dá em grande parte devido as nossas experiências motoras anteriores.

Assim devemos experimentar vários exercícios do Método Pilates para podermos realmente saber como é isto, todos os movimentos que fazemos durante nossa vida nos dão maior capacidade de execução de outros novos e muitas vezes inéditos para nós.

Sendo assim, chegasse à conclusão que tanto para nós instrutores de Pilates, quanto para nossos alunos ou pacientes é de vital importância a experiência motora.

Costumo falar para meus alunos que eles nunca saberão se são capazes de um dado movimento se eles não tentarem experimentar o mesmo.

Pode ser, em muitas das vezes, que o movimento não saia correto na primeira vez, mas igual ao atleta ou dançarino, a repetição leva a perfeição, então os acalmo fazendo-os entender que a partir desta experimentação seu cérebro, músculos e sensações serão represadas em suas mentes e numa próxima tentativa saíram melhores.

Por isso, não se ache incapaz antes de tentar, se falhar, tente de novo e verá que é possível!

Instrutores de Pilates

Instrutor, que tal aproveitar algum horário livre para treinar e também ficar em forma?

Vamos enumerar algumas dicas para te motivar a se exercitar, comece agora mesmo!

1) Separe um horário na sua agenda para começar a treinar!

Ok! Sei que você é muito ocupado atendendo durante o dia todo, mas, seja focado e disciplinado e busque em sua agenda apertada algum horário que esteja livre para um treino rápido, nem que você reparta esse horário em porções menores se for necessário.

Melhor fazer 30 minutos de Pilates do que nenhum, concorda?

Aos poucos você estará tão acostumado com essa rotina que não conseguirá desistir tão facilmente. Crie o hábito. Vá aumentando seu treino assim que perceba que há disponibilidade.

2) Convide alguém pra treinar junto com você!

Podem ser outros instrutores de Pilates que trabalham junto com você, algum amigo, cônjuge ou quem você acha que irá se comprometer a treinar sem muitas faltas.

Temos a tendência de não levarmos tão a sério aquilo que nos vem muito fácil, parece engraçado, mas reparou que aulas grátis são mais facilmente desmarcadas do que aquelas pelo qual pagamos?

Então, mesmo que sua companhia falte, mantenha-se firme no seu propósito.

3) Que tal você focar em um trabalho específico em algumas aulas?

Você pode lapidar algum exercício que tem percebido certa dificuldade de execução por exemplo. Claro que não usará a aula toda para isso, mas pode-se definir o número de vezes para estabelecer qual será o momento de mudar de exercício.

Pode-se também dar ênfase em algum grupo muscular ou segmento corporal em que sente que está mais deficitário tanto quando treina como, quando ministra suas aulas. Você pode eleger o que vai trabalhar, e isso poderá ser diário, semanal, mensal e até anual dependendo do grau de dificuldade que tenha.

Já imaginou poder fazer aquela reversão no Caddilac e postar em sua rede social que você é capaz de fazê-la? Ou um exercício que antes era difícil de você executar mas agora está maravilhoso? Reparta com as pessoas suas conquistas!

4) Aproveite e se beneficie do Método que você tanto faz propaganda que é maravilhoso!

Quantas pessoas você conhece, ou quem sabe você mesmo se enquadra neste perfil, do “Faça o que digo mas não faça o que faço?”.

Nossos alunos ou pacientes em sua maioria, criam uma expectativa prévia de que como instrutores de Pilates seremos o exemplo deles, e devemos ser, não acha?

Temos que ser a cara do Método Pilates, não precisamos ser perfeitos, de corpos sarados e trincados, mas se formos também será ótimo. Então, vamos ficar ligados nessas expectativas criadas e nos enquadrar o quanto antes.

5) Conserte os erros!

Durante o treino é o melhor lugar e hora para cometermos erros, assim podemos consertá-los a tempo, em vez de expormos nossos clientes.

Então devemos ter a mesma curiosidade das crianças em explorar os aparelhos, acessórios e mesmo nosso corpo quando este é posto à prova.

Quem nunca passou por uma experiência desagradável depois de ver aquele vídeo na rede social e tentá-lo copiar sem ter experimentado? Muitas vezes o resultado é desastroso.

Então, em nosso treino podemos errar a vontade e corrigir o que for preciso. Testar movimentos novos e assim aumentar nosso repertório de exercícios para as aulas.

6) Desafio!

Já experimentou fazer aquela aula que achou pesada daquele aluno que costuma ser seu desafio semanal?

Muitas vezes faço isso e sinto a intensidade da aula aplicada. Tente e verá como será interessante. Nada melhor do que sentir no próprio corpo como está a rotina de exercícios que você passa para ele.

Se tiver mais de um Reformer, por exemplo, em uma aula que julgar tranquila, faça os exercícios junto com seu aluno, já experimentei algumas vezes e foi surpreendente. Os alunos ou pacientes gostam desse tipo de variação com os instrutores de Pilates de vez em quando.

7) Mude o cenário!

Se estiver muito difícil de se comprometer, experimente fazer aula em outro estúdio, por exemplo de um grande amigo ou instrutor que você tem admiração.

Isso será muito bom, pois ele é que ditará o ritmo das suas aulas, e você não fará somente aqueles exercícios que mais gosta. Somos malandros, quando damos aula pra nós mesmos, muitas vezes deixamos de variar no repertório.

E tem outra vantagem, o instrutor de vê você de fora para dentro, então muitas vezes enxerga necessidades que muitas vezes negligenciamos.

8) Inspiração!

Siga alguém que admira na rede social e tente fazer aquele exercício que ele propõem, até pra ver se você entende o propósito do mesmo, função, entre outros. É sempre muito gratificante nos espelharmos naqueles que admiramos.

Mas cuidado, certifique-se que é um instrutor devidamente formado e comprometido em ensinar o método.

9) Cursos e eventos!

Participe dos encontros, congressos e jornadas voltadas aos instrutores de Pilates, eles poderão te motivar ainda mais a praticar os exercícios aprendidos, assim como faça sempre que possível novos cursos de aprimoramento.

Não devemos parar no tempo. Busque cursos de seu interesse e empregue o que aprendeu para você e seus alunos.

10) Seja persistente, não desista!

Faltou algum treino, comece novamente. Todos somos sujeitos a altos e baixos, preguiça ou falta de vontade de vez em quando! Perdoe-se e corra atrás. O resultado será rapidamente notado por você e seus alunos e colegas.

Sempre que possível tanto eu como muitos de meus colegas instrutores de Pilates postamos fotos e vídeos com a frase “Instrutor também pratica Pilates”. Compre essa ideia e junte-se a nós.

Todos ganhamos com isso e continuaremos fazendo com que o método continue sendo admirado no mundo todo e cada vez tenha mais adeptos.

 

Referências Bibliográficas
Pilates, Joseph Humbertus, O retorno à vida pela Contrologia. Tradução de Cecília Panelli. São Paulo. Phorte, 2010.
VAYER & TOULOUSE, Linguagem corporal – a estrutura e a sociologia da ação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
MAGILL, R.A. Motor learning: concepts and applications. 3.ed. Dubuque, Wm.C.Brown, 1989
Fases da aprendizagem motora: um texto didático Luciano Basso Go Tani


























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