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Vou começar a nossa discussão de hoje ressaltando que o método Pilates é um método seguro! No entanto, sabemos que a prática de qualquer exercício físico exige alguns cuidados específicos, como os movimentos nos membros superiores!

Como instrutores de Pilates, seja fisioterapeuta ou educador físico, devemos estar sempre atentos durante a nossa atuação profissional.

Devemos sempre lembrar que o sucesso de uma intervenção, seja qual for o objetivo proposto, depende de uma boa avaliação. E é através de uma avaliação bem-feita que identificaremos os cuidados e contraindicações que devem ser levados em consideração durante a montagem do plano de aulas, com atenção nos movimentos nos membros superiores.

No decorrer dessa breve discussão, vamos abordar três patologias comuns em membros superiores que podemos nos deparar em nossa prática profissional e que exigem certos cuidados.

Mas lembre-se: nada é absoluto! Cada aluno/paciente deve ser atendido e tratado de maneira individual, por isso a necessidade de uma avaliação prévia e reavaliações constantes.

Síndrome do Desfiladeiro Torácico

A síndrome do desfiladeiro torácico é uma condição com sintomatologia diversa, decorrente da compressão anormal de vasos sanguíneos ou fibras nervosas do plexo braquial.

A compressão ocorre na região do desfiladeiro torácico, geralmente em qualquer ponto entre a base do pescoço e a axila.

Essa região é formada pelos músculos escalenos anterior e médio, subclávio e peitoral menor e pelas estruturas ósseas clavícula e primeira costela. Essa arquitetura forma sítios estreitos por onde transitam os vasos subclávio-axilares e o plexo braquial.

Variações anatômicas ou estruturas anômalas podem colaborar para mudanças na arquitetura da região, podendo causar compressão neurovascular.

Geralmente, atividades que promovem um abaixamento dos ombros podem colaborar para a compressão, assim como ao carregar objetos pesados ou movimentos de abdução excessiva prolongada (movimento que ocorre com maior frequência em algumas profissões como violinistas e nadadores).

Por isso é muito importante atenção ao lidar com os movimentos nos membros superiores.

A síndrome ainda pode estar associada a padrões de respiração acessória e ao posicionamento da cabeça para a frente pois a hipertrofia do escaleno pode pressionar os vasos sanguíneos e nervos entre a clavícula e primeira costela.

A sintomatologia é variável, pois está associada ao lugar da compressão, entretanto exercícios que causam depressão escapular excessiva agravam os sintomas.

Diante de alunos/pacientes com o quadro, devemos ficar atentos a exercícios que tenham padrões de movimentos e posições agravantes e ainda as queixas de dor e parestesia nas regiões do pescoço, braço e mão.

O tratamento de pacientes que possuem a síndrome é complexo e exige uma análise minuciosa dos fatores causais, por esse motivo, o plano de exercícios deve ser elaborado com atenção evitando ao máximo a piora dos sintomas.

Síndrome do Impacto do Ombro

Essa síndrome caracteriza-se por impacto mecânico ou compressão das estruturas localizadas no espaço subacromial, em especial os tendões dos músculos supraespinhal e da cabeça longa do bíceps, a bursa subacromial e a articulação acromioclavicular.

Acredita-se que lesões por excesso de uso ou esforço repetitivo com movimentos nos membros superiores acima da cabeça são as principais causas de lesões dos tendões dos músculos do manguito rotador, em especial o tendão do músculo supraespinhal.

Entretanto, o impacto ou compressão das estruturas localizadas no espaço subacromial podem decorrer de vários fatores, como o formato do acrômio, o funcionamento dos estabilizadores dinâmicos, a condição das articulações envolvidas e o desequilíbrio postural.

Exercícios que envolvam posições ou padrões de movimento nos membros superiores com elevação acima de 90° costumam causar sintomatologia dolorosa no membro acometido por síndrome do impacto.

Esses movimentos causam compressão das estruturas contidas no espaço subacromial que quando lesionadas provocam dor localizada no ombro. Movimentos com elevação, rotação interna e adução horizontal também podem ser desconfortáveis.

O instrutor deve ter em mente que mesmo exercícios mais simples como mermaid podem causar dor. Portanto, é necessário estar atento ao plano de exercícios, pois alguns podem causar desconforto e até piora do quadro clínico.

Síndrome do Túnel do Carpo

A síndrome do túnel do carpo consiste na compressão do nervo mediano quando esse passa pelo túnel do carpo. Os mecanismos de lesão englobam grande variedade de fatores, sendo o principal fator o esforço repetitivo e gradual.

Entre os sintomas destacam-se principalmente a dor com queimação, parestesia e em estágios mais avançados a atrofia tênar. Tais sintomas são agravados por atividades repetitivas do punho e posicionamento sustentado do punho em flexão.

Alunos/pacientes que sofrem com a síndrome do túnel do carpo podem ter a capacidade de preensão palmar comprometida, em especial naqueles que se encontram em estágios mais avançados. O comprometimento da preensão palmar pode dificultar a realização de alguns exercícios e a utilização de acessórios.

Exercícios que promovem a descarga de peso em movimentos nos membros superiores como o swan dive e o push-up podem causar piora dos sintomas, pois promovem compressão na região do punho.

Tais exercícios devem ser evitados em alunos/pacientes com a síndrome durante o planejamento das aulas.

Concluindo…

Durante a nossa prática profissional podemos nos deparar com algumas situações que exigem maior cautela como os movimentos nos membros superiores.

Cada particularidade do nosso aluno/paciente exerce influência em nosso planejamento de aula, isso exige domínio e segurança de nós profissionais.

Relembrar algumas situações em que devemos ter uma maior atenção é sempre importante para que não deixemos nada passar desapercebido.

O estudo constante associado a uma boa avaliação e reavaliações auxiliam a nortear as progressões do programa de exercícios.

 

Referências Bibliográficas
  • Voight M, L.; Hoogenboom B, J.; Prentice W, E. Técnicas de exercícios terapêuticos: Estratégias de intervenção musculoesquelética. 1st ed. São Paulo: Manole; 2014.
  • Dutton M. Fisioterapia ortopédica: Exame, avaliação e intervenção. 2nd ed. São Paulo: Artmed; 2010.
  • Silvestre K.; Wagner F.; Dal Moro A, N. Síndrome do desfiladeiro torácico: Revisão teórica. Arquivos Catarinenses de Medicina, v.34, n. 4, p.92-96, 2005.
  • Metzker C, A, B. Tratamento conservador na síndrome do impacto no ombro. Fisioterapia em Movimento, [s.l.], v. 23, n. 1, p.141-151, mar. 2010. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0103-51502010000100014.
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  • Karolczak A, P, B.; Vaz M, A.; Freitas C, R.; Merlo A, R, C. Síndrome do túnel do carpo. Revista Brasileira de Fisioterapia, V.9, n.2, p. 117-122, 2005.


























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