É recomendável a prática de exercícios de Pilates para síndrome do piriforme por sua eficiência no tratamento de dores relacionadas à inflamações de nervos.
A síndrome do piriforme é um conjunto de manifestações dolorosas resultantes de uma inflamação no nervo ciático quando ele passa pelo músculo piriforme. É caracterizada pela dor intensa na região do glúteo e do quadril.
O piriforme é um músculo que se localiza profundamente na região do quadril, abaixo do glúteo máximo sua principal ação muscular é a rotação externa, extensão e abdução do quadril.
O nervo ciático, que sai da coluna lombar e inerva a região que vai até o hálux pode ser inflamado de maneira secundária por uma contratura ou lesão do músculo piriforme.
De maneira geral, o nervo ciático fica abaixo do piriforme, mas em cerca de 10% dos casos localiza-se entre o piriforme, aumentando, assim a probabilidade de desenvolvimento desta síndrome, uma vez que está mais propenso a ser comprimido.
O músculo piriforme tem origem na superfície anterior do sacro, geralmente nos níveis das vértebras S2 a S4, ou perto da cápsula articular sacroilíaca.
Alguns sintomas da síndrome do piriforme ocorrem como resultado de inflamação local e congestão causada pela compressão muscular de pequenos nervos e vasos, incluindo o nervo pudendo e vasos sanguíneos, que saem na borda inferior medial do músculo piriforme.
O tratamento consiste em reduzir a dor relaxando o músculo por meio de gelo, calor, eletroterapia, massagem e alongamento. Em seguida, quando houver melhora da dor deve-se buscar o reequilíbrio muscular, com liberação miofascial e ajustes biomecânicos.
Aprenda como aplicar os exercícios de Pilates para síndrome do piriforme, continue lendo!
Exercícios de Pilates para Síndrome do Piriforme
1. Alongamento de glúteo e piriforme
Instruções: realizado no Barrel;
Posição inicial: em pé, mantendo o alongamento axial em apoio unipodal, flexione e realize rotação externa do quadril e o apoie sobre o Barrel;
Execução: flexione suavemente o tronco e leve os membros superiores estendidos para frente.
Posição final: estenda o tronco e retorne à posição inicial;
Observações: para facilitar esse exercício o aluno pode subir em uma caixa.
Esse exercício possui como objetivos o alongamento dos músculos glúteos e
piriforme, bem como mobilização da articulação coxofemoral e da coluna, também trabalha equilíbrio e coordenação.
2. Alongamento de glúteos e piriforme (Reformer)
Instruções: realizado no Reformer;
Posição inicial: em decúbito dorsal, deixe um membro inferior com o quadril e joelho estendidos com o pé apoiado na barra de pés do Reformer, e o outro membro com o maléolo lateral em contato com o joelho do membro apoiado, realizando uma rotação externa de quadril;
Execução: realize flexão de joelho do membro que está apoiado na barra de pés, realizando assim o alongamento da região glútea;
Posição final: realize a extensão do joelho que está apoiado na barra de pés retornando à posição inicial.
3. Monkey
Instruções: realizado no Cadillac;
Posição inicial: em decúbito dorsal, apoie a região dos antepés na barra torre entre as mãos, estas devem segurar a barra firmemente;
Execução: realize a extensão dos joelhos e enrolamento do tronco em direção à posição sentado, mantenha o olhar na direção dos joelhos;
Posição final: flexione os joelhos, desenrolando o tronco e deitando no Mat até retornar à posição inicial;
Objetivo: esse exercício possui o objetivo de alongar os músculos da cadeia posterior, fortalecer a musculatura do power house e mobilizar a coluna, quadril, joelho e tornozelo, além de realizar mobilização neural.
4. Tower (variação glúteo e piriforme)
Instruções: realizado no Cadillac;
Posição inicial: em decúbito dorsal, com o joelho estendido apoiar um antepé na barra e cruzar o outro membro inferior sobre o joelho do membro inferior apoiado;
Execução: realizar flexão do joelho que está estendido e apoiado na barra;
Posição final: realize extensão do joelho que está apoiado na barra retornando à posição inicial;
Observação: pode-se potencializar o exercício cruzando o membro inferior completamente sobre o membro inferior que está apoiada na barra;
Objetivo: esse exercício possui objetivo de alongar os isquiotibiais, glúteo e piriforme e também mobiliza a articulação do quadril. Esse é um ótimo exemplo desta lista de exercícios de Pilates para síndrome do piriforme.
5. Alongamento de piriforme na Chair
Instruções: realizado na Chair;
Posição inicial: em pé, atrás da Chair, mantendo o alongamento axial, em apoio unipodal colocar o membro contralateral em rotação externa na Chair e apoiar os membros superiores nos pedais;
Execução: empurre os pedais, realizando flexão do tronco e mantenha o pé do membro inferior apoiado em contato com o solo;
Posição final: realize extensão do tronco retornando à posição inicial;
Objetivo: esse exercício tem como objetivo o alongamento de toda musculatura da região glútea e mobilização da coluna vertebral.
6. Alongamento de piriforme sentado na Chair
Instruções: realizado sentado na Chair;
Posição inicial: sentado na Chair, apoio unipodal no pedal, o maléolo lateral do membro contralateral apoia no joelho do membro apoiado;
Execução: realize flexão de quadril com ajuda das molas;
Posição final: realize extensão de quadril retornando à posição inicial.
7. Alongamento com a bola
Instrução: pode ser realizado no Cadillac ou no solo;
Posição inicial: em decúbito dorsal, pé apoiado sobre a bola, com o joelho estendido e o membro contralateral com o maléolo lateral tocando o joelho do membro apoiado;
Execução: realize flexão de quadril e joelho aproximando a bola da região glútea;
Posição final: realize extensão do membro retornando à posição inicial;
Objetivo: esse exercício tem como objetivo o alongamento da musculatura glútea e de piriforme e mobilização de quadril.
8. Alongamento de região glútea com elástico
Instrução: pode ser realizado no Cadillac ou no solo;
Posição inicial: em decúbito dorsal, um membro inferior com o quadril fletido a 90 e joelho estendido e o outro membro com o maléolo lateral tocando o joelho do membro estendido. Faixa elástica no pé;
Execução: com ambas as mãos traga o quadril em flexão puxando a faixa na direção do peito;
Posição final: afrouxe a faixa retornando a posição inicial;
Objetivo: esse exercício tem como objetivo o alongamento da musculatura glútea e
piriforme.
9. Alongamento de glúteo e piriforme associado a agachamento
Instruções: realizado em pé no Cadillac;
Posição inicial: em pé, apoio unipodal, mantendo o alongamento axial, segurando com ambas as mãos na barra de mãos, cotovelos estendidos, um membro inferior com joelho estendido e o maléolo contralateral apoiado sobre o joelho do membro apoiado;
Execução: realize o agachamento controladamente;
Posição final: realize extensão de joelho retornando à posição inicial;
Objetivo: esse exercício possui objetivo de alongar a musculatura da região glútea, porém como é associado ao agachamento deve ser executado quando o quadro álgico não esteja tão intenso. Sempre no limite do paciente.
10. Sit Up
Instruções: realizado no Cadillac;
Posição inicial: em decúbito dorsal, flexione os quadris e os joelhos e segure a barra torre com os cotovelos estendidos;
Execução: realize a flexão do tronco e ao mesmo tempo empurre a barra para cima;
Posição final: retorne à posição inicial;
Observações: podem ser feitas variações, realizações realizando flexo extensão de joelhos uni ou bilateral durante a execução do exercício;
Objetivo: esse exercício possui objetivo de desenvolver o controle, a força, a estabilidade e alinhamento do tronco e do complexo lombo-pélvico, associado à mobilização dos quadris e coluna.
11. COCCYCX CURLS (báscula do quadril)
Esse exercício, além de facilitar o entendimento do paciente em relação ao que o instrutor propõe (recrutamento do centro de força), trabalha a isometria dos músculos glúteos e a mobilidade da porção lombar-quadril.
Posição inicial: deitado em decúbito dorsal, com os pés apoiados no chão afastados na largura dos quadris, os joelhos flexionados, os ombros relaxados mantendo a cintura escapular ativada e centro de força acionado;
Execução: inspirar e, ao expirar, contrair glúteos e elevar o quadril, retirando somente o cóccix do apoio do chão, e exercendo força oposta com a coluna (para o chão). Inspirar novamente mantendo a posição do quadril e expirar voltando à posição inicial;
Dica de comando: peça para o seu paciente “trazer a pelve para o umbigo”. Lembrando que não é o movimento realizado na ponte, é um movimento com amplitude bem menor;
O exercício pode ser executado em duas séries de 10 repetições.
12. Pelvic Lift (levantamento da pelve)
Esse movimento recruta ísquios e glúteos, além de trabalhar a mobilidade da lombar.
Posição inicial: deitado em decúbito dorsal no Reformer, com os calcanhares apoiados na barra de pés e os membros superiores estendidos ao longo do corpo; acionando centro de força, os membros inferiores ficarão em rotação externa, os calcanhares afastados e o quadril em posição de báscula (sem apoio do cóccix);
Execução: inspirar e, ao expirar, estender os membros inferiores “empurrando” os pés contra a barra, mantendo o quadril elevado e a lombar apoiada. Inspirar retornando à posição inicial e expirar estendendo os membros inferiores novamente, e assim sequencialmente.
O exercício pode ser executado em uma série de 10 repetições.
13. Side Split
Esse exercício fortalece os músculos abdominais, adutores e abdutores do quadril. Pode ter propostas diferentes conforme o objetivo, ou seja, dependendo como graduamos as molas de resistência estaremos dando mais ênfase aos adutores ou aos abdutores. Quanto mais resistência nas molas, mais exigimos dos abdutores, e quanto menos resistência oferecida pelas molas, mais exigimos dos adutores.
Posição inicial: em pé sobre o Reformer, posicionado lateralmente, com um pé apoiado na base fixa do aparelho e outro pé apoiado na base móvel, membros inferiores estendidos, membros superiores abertos na altura dos ombros, acionando centro de força;
Execução: inspirar e, ao expirar, abduzir membros inferiores até o limite de abdução, empurrando a base móvel; inspirar retornando à posição inicial e expirar voltando a abduzir e assim sequencialmente. Importante observar para que o paciente não deixe de acionar o centro de força durante o movimento e para que ele mantenha os membros superiores “firmes” durante todas as repetições (estaremos trabalhando aqui também controle de cintura escapular).
O exercício pode ser executado em uma série de 10 repetições e deve ser feito dos dois lados, isto é, deve-se executar o movimento tanto com o membro inferior direito quanto com o esquerdo na base móvel.
14. Frog Facing Out
Esse exercício fortalece os membros superiores, mas também recruta músculos rotadores externos do quadril.
Posição inicial: posicionado à frente à Chair, com os pés sobre o step e as mãos apoiadas no assento, os membros inferiores em rotação externa, os calcanhares devem estar próximos e os joelhos afastados (formando um losango), o quadril estará suspenso e o peso do corpo sobre os membros superiores que devem estar estendidos, centro de força acionado;
Execução: inspirar e, ao expirar, empurrar o step para baixo, fazendo força para movimentar os membros inferiores e mantendo os membros superiores estendidos em força isométrica; inspirar voltando a flexionar os joelhos e expirar repetindo o movimento inicial. Importante: o corpo permanece parado, somente as pernas movimentam.
15. Bridge
Fortalece isquiotibiais e glúteos e mobiliza a coluna.
Posição inicial: deitado em decúbito dorsal, com as escápulas apoiadas sobre o Barrel, as mãos atrás do occipital, membros superiores abertos, pés apoiados sobre as barras da escada, afastados na largura do quadril e o quadril flexionado entre o Barrel e as escápulas (lombar contorna o caimento do barril), centro de força deve estar acionado;
Execução: inspirar e, ao expirar, elevar o quadril até pelve estar acima da linha da cabeça em uma linha diagonal e a cervical estar apoiada sobre o barril; inspirar retornando à posição inicial e expirar elevando o quadril, assim sequencialmente. Lembrando que o movimento deve ser executado articulando as vértebras e fazendo o “rolar” da coluna.
O exercício pode ser executado em uma série de 10 repetições.
A ponte é um exercício que permite muitas variações e todas elas são válidas para serem utilizadas na Síndrome do Piriforme, respeitando, claro, as restrições de cada indivíduo.
16. Leg Circles
Esse exercício fortalece o centro de força e os músculos dos membros inferiores de forma geral. Pode ser realizado no Cadillac, no Reformer e no Mat.
Posição inicial: deitado em decúbito dorsal, com as alças nos pés, as mãos ao lado do corpo ou segurando as barras laterais do aparelho, a coluna deve estar na posição neutra e os membros inferiores à 90º, centro de força acionado;
Execução: inspirar e, ao expirar, abduzir os membros inferiores na largura das bordas do aparelho, seguir o movimento baixando e, então, fechando elas até tocar um membro inferior no outro e inspirar subindo os membros inferiores até 90º novamente. Para simplificar, o paciente vai desenhar um circulo com os membros inferiores no sentido horário. O movimento pode ser realizado no sentido anti-horário também.
O exercício pode ser executado em duas séries de 10 repetições, uma série no sentido horário e outra no sentido anti-horário.
Conclusão
Utilizar exercícios de Pilates para síndrome do piriforme contribui para a melhora dos sintomas e dores do caso.
Você já aplicou os exercícios de Pilates para síndrome do piriforme antes? Nos conte nos comentários como foi sua experiência!
Bom dia, onde eu moro não tem pilates, resolvi fazer eu mesma os exercícios, comecei com bolinhas de tênis, me ferrei, doeu muito. Gostaria de ajuda de vcs. Um abraço, Rosana. Celular: 65999733363.
Boa tarde
Se o músculo piriforme faz uma rotação externa do quadril como que eu vou alongar o piriforme fazendo uma rotação externa?