Quando se trata de prática de Pilates, a diversidade é fundamental para manter o corpo engajado e em constante progresso. As variações de exercícios são uma maneira eficaz de desafiar o corpo de diferentes maneiras, evitando a estagnação e promovendo resultados mais abrangentes.
Nos últimos anos, a procura pelo Pilates aumentou consideravelmente. Com isso, houve a necessidade em atender essa demanda e o Método sofreu adaptações.
O espaço físico dos Studios cresceu, mais alunos foram colocados por horário e mais aparelhos foram sendo utilizados.
E então, uma dúvida foi sendo formada: é ainda correto trabalhar dessa forma – com cada Studio criando as variações de exercícios, utilizando os aparelhos que cada instrutor julgue necessário, fazendo rodízio durante a aula e mesmo assim ainda trabalhar com o Pilates?
Quero, neste texto, mostrar para você que não existe uma maneira certa ou errada de trabalhar – mas sim, a forma como você decidir e que se mantendo fiel a ela, seus pacientes terão resultados positivos e você terá realização profissional.
Acompanhe a seguir e boa leitura!
Pilates Clássico e Contemporâneo: existem variações de exercícios?
Antes de iniciar este texto com as minhas percepções de atendimento, preciso falar sobre as principais diferenças entre o Pilates Clássico e o Contemporâneo.
O Pilates Clássico segue fielmente a proposta de Joseph Pilates – criador do Método, assim como os acessórios utilizados por ele.
Não há demonstrações das variações de exercícios por parte do instrutor e utilizam-se apenas comandos verbais. As aulas são individuais ou em duplas, apenas.
Já no Pilates Contemporâneo há a possibilidade de uso de novos acessórios, contagem em séries e repetições.
O instrutor demonstra ou não o exercício ao paciente e pode estar focado também na reabilitação – assim como as aulas podem contar com três ou até mais alunos, dependendo da capacidade do Studio.
Costumo dizer aos meus pacientes que as demandas do nosso dia a dia não são as mesmas, por mais rotina que tenhamos, então por que os exercícios devem ser sempre iguais?
Entendo quem trabalha de forma contrária, pois o Método possui exercícios clássicos e que são de fundamental importância no segmento de tratamento do paciente, porém acredito que eles podem ser associados a outros movimentos de forma segura.
Outro ponto importante: cada profissional escolhe a maneira como deve trabalhar – em qual linha, de que forma e com que tipo de paciente, sendo assim não há um método certo ou errado.
Aqui ressalto o cuidado que o profissional deve ter quando prescrever qualquer exercício a seu aluno. Ele deve vir após uma avaliação criteriosa e de forma individualizada. Cada paciente é único, sua queixa também.
Por isso mesmo, suas dificuldades variam e devem ser cautelosamente ajustadas para serem trabalhadas em aula. Podemos indicar o mesmo exercício para dois indivíduos diferentes e mesmo assim ter objetivos distintos – vamos entender o porquê.
É sempre importante lembrar que o Pilates é considerado um Método global: ele vê o corpo de uma forma completa, em que tudo é interligado e quando trabalhado determinada região do corpo, você estará automaticamente associando a outra.
Exemplifico: O The Teaser trabalha a estabilidade do Power House, a coordenação do paciente e a mobilidade articular. São diversas informações no mesmo movimento, portanto, pode ser utilizado com finalidades diferentes.
Uma das maiores queixas que os pacientes trazem no dia a dia é sobre a indicação de instrutores que não fazem as variações de exercícios e mantém sempre as mesmas modalidades de atividades físicas.
Variações de exercícios no Pilates: utilizar ou não?
Sempre procuro trabalhar algo diferente nas aulas, pois sabemos que o Pilates pode proporcionar as variações de exercícios – mesmo que seu aluno ainda esteja em uma fase de reabilitação.
Sabemos que o Método também facilmente fideliza pacientes, portanto é comum você ter alunos que estão há anos no Studio.
Então, a partir do momento em que você já foca suas aulas em evoluir o grau de dificuldade das atividades daquele indivíduo, instantaneamente precisa mudar ou até mesmo criar variações de exercícios, para diferenciar do que ele vinha fazendo e proporcionar a diversidade de uso de acessórios e movimentos possíveis.
Outro exemplo: as extensões de coluna podem ser realizadas em todos os aparelhos de Pilates – o que já proporciona a saída de rotina que o paciente tanto gosta.
A adesão do aluno precisa acontecer para que os resultados apareçam. Aluno desmotivado não comparece a aula, não realiza o exercício de forma correta e não tem evolução.
Costumo dizer que tanto o instrutor quanto o paciente precisam trabalhar de forma conjunta – e percebo que essas variações de exercícios clássicos e contemporâneos faz com que seu aluno sinta-se mais desafiado e motivado e, por consequência, tenha melhores resultados.
O uso de diferentes acessórios também contribui para uma aula mais dinâmica. Faixas Elásticas, Bolas, Halteres, Caneleiras, Discos de Equilíbrio, Bosu e Tonning Balls são alguns exemplos dos que são comumente utilizados no modo contemporâneo.
Eles permitem combinações infinitas, sempre pensados de forma segura e principalmente objetiva.
Gosto também de utilizar essas associações entre movimentos ativos e acessórios para o trabalho de coordenação motora, algo que é deixado de lado em muitas outras atividades.
É indicado também para aquele aluno com dificuldade em focar na aula, que gosta de fazer os exercícios de forma rápida e que acaba por gerar compensações.
Novos exercícios podem fidelizar os alunos
Cada vez em que você indicar variações de exercícios diferente da última aula, seu paciente se sentirá único, percebendo que o instrutor planejou a aula de forma antecipada e que ele é importante na sua clínica.
Hoje temos diversos Studios de Pilates, portanto é necessário ter um diferencial – algo que seu paciente goste, que faça com que ele compareça às sessões motivado e o mais importante: que traga benefícios.
As variações de exercícios são saudáveis enquanto gerarem evolução no tratamento ou manutenção/prevenção. Por isso, a relação instrutor e paciente não deve ser limitada profissionalmente – saiba identificar qual o seu diferencial e utilize isso na rotina profissional.
Conclusão
Em conclusão, as variações de exercícios no Pilates proporcionam uma abordagem dinâmica e estimulante para fortalecer, alongar e equilibrar o corpo.
Ao introduzir variações em sua prática de Pilates, você desafia constantemente seus músculos, promovendo um desenvolvimento mais completo e evitando o platô.
Além disso, as variações de exercícios oferecem a oportunidade de explorar diferentes níveis de dificuldade, adaptando-se às necessidades e capacidades individuais.
Ao incorporar essa variedade em sua rotina de Pilates, você colherá os benefícios de uma maior consciência corporal, maior resistência e flexibilidade aprimorada.
Portanto, experimente as variações de exercícios no Pilates e desfrute dos resultados surpreendentes que elas podem trazer para o seu bem-estar físico e mental.