Junte-se a mais de 150.000 pessoas

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade!

Qual o seu melhor email?

O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma condição fisiopatológica gerada pela interrupção do fluxo sanguíneo coronariano, ou seja, fechamento total da luz de uma artéria coronariana para o miocárdio que ocasiona uma isquemia prolongada.

Esses fatores levam à injúria celular sem possibilidade de reversão e posterior substituição do tecido de contração do miocárdio por células fibróticas. 

Dessa forma, a área afetada perde a capacidade de contração, gerando redução da pressão arterial, do débito cardíaco e do volume sistólico. 

Há uma transformação das paredes cardíacas, sendo que as ventriculares alteram sua capacidade de contração, seu tamanho e sua função, ou seja, uma hipertrofia na região não afetada pelo infarto e a dilatação do local que foi lesionado é visível. Além disso, pode ser observada arritmias ou aumento da Frequência Cardíaca (FC).

O desenvolvimento do infarto agudo do miocárdio ocorre a partir de uma placa enriquecida de lipídio que pode se romper, ocorrendo isso há a ativação plaquetária e a constituição de trombos que ocluem a artéria coronariana, reproduzindo todo processo.

O diagnóstico do infarto agudo do miocárdio envolve quadro clínico (desconforto torácico, dor precordial, retroesternal, como sensação de aperto, podendo haver irradiação para membro superior esquerdo ou região cervical) do paciente, eletrocardiograma (ECG) e dosagem enzimática. 

Associado a tais sintomas, ainda pode-se observar sudorese, dispnéia, náuseas, fraqueza, palidez e fadiga.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o infarto agudo do miocárdio é a maior causa de mortes no Brasil, em que, todo ano, há 30% de óbitos de 300 a 400 mil casos. Nesse contexto, os fatores de risco que se destacam são: a hipertensão arterial (HA), diabetes, dislipidemia, tabagismo, sedentarismo, obesidade e uso de anticoncepcionais.

A fisioterapia atua a partir da participação de uma equipe multidisciplinar para reabilitação desses pacientes submetidos a tal doença coronariana, tendo como objetivo a redução da FC, da pressão arterial sistólica, da demanda de oxigênio, da concentração de catecolaminas, melhora do limiar de angina e da capacidade funcional.

Dentre as modalidades que podem ser aplicadas na reabilitação do infarto agudo do miocárdio tem-se a cinesioterapia, os exercícios e treinamentos resistidos, a fisioterapia respiratória, os movimentos aeróbios e o Método Pilates.

Método Pilates no infarto agudo do miocárdio

Dentre as distintas modalidades de exercício físico que são evidenciadas atualmente, é notório que nos últimos anos o Método Pilates vem ganhando visibilidade e tornou-se uma tendência popular de rápido crescimento, principalmente no contexto da reabilitação, sendo um programa de condicionamento do corpo e mente, gerando evidências científicas importantes.

A execução correta de seus princípios fundamentais como o de respiração, Power House, precisão, movimentos fluidos, postura e concentração tem por objetivo reduzir a dor e as incapacidades, melhorar a postura, ganhar resistência muscular, flexibilidade, equilíbrio e mobilização das articulações. 

O Método ainda estimula a circulação sanguínea, a propriocepção, a coordenação motora, a consciência corporal, a melhora da capacidade cardiopulmonar e o condicionamento físico.

Propõe-se que o estilo respiratório exercido durante a realização do Método seja capaz de acentuar a respiração tóraco abdominal e recrutar a musculatura respiratória de forma mais eficaz. 

Adicionalmente, o Método caracteriza-se pela ativação muscular através de exercícios isométricos dos músculos abdominais, através da ativação do Power House capaz de promover o aumento da força abdominal sem movimentação, o que auxilia na melhor estabilização estática e dinâmica da coluna vertebral.

Diante deste contexto, estudos verificaram os efeitos do Método Pilates, associado ao exercício aeróbico, na força muscular respiratória e capacidade funcional de casos após evento de infarto agudo do miocárdio

Estudos descrevem a aplicação de protocolo do Método associado ao treino aeróbico detalhado executado em um programa de reabilitação cardiovascular com benefícios positivos após 8 semanas de intervenção na força muscular respiratória, capacidade funcional e qualidade de vida de cardiopatas pós-infarto agudo do miocárdio, associado ou não à cirurgia de revascularização do miocárdio.

Recentemente foi desenvolvido um estudo piloto que investigou o uso do Método Pilates em pacientes com insuficiência cardíaca incorporando a reabilitação cardíaca ambulatorial. 

Os pacientes com insuficiência cardíaca classe I e II da New York Heart Association foram randomizados no grupo Pilates solo ou programa de reabilitação cardíaca tradicional.

Os indivíduos realizaram o teste de exercício cardiopulmonar e verificaram que o grupo Pilates apresentou melhora significativa no consumo do pico de oxigênio, tolerância durante o teste e no pulso de oxigênio, em comparação ao outro grupo.

O grupo também apresentou uma melhora significativa no pico de consumo de oxigênio, com melhora perceptiva no condicionamento funcional e estilo de vida.

Conclusão

Ademais, pode-se concluir que o Método Pilates se mostra efetivo na recuperação dos pacientes pós-infarto agudo do miocárdio trazendo resultados positivos, como:

  • Melhorar a circulação sanguínea;
  • Propriocepção;
  • Coordenação motora;
  • Reduzir a dor e as incapacidades;
  • Melhorar a postura;
  • Auxiliar na melhora da capacidade cardiopulmonar e condicionamento funcional;
  • Modificar o estilo de vida e a qualidade dos dias.

 Referências bibliográficas 

LUZ, S. P. Infarto Agudo do Miocárdio. Renovare. 2020, v. 3. Disponível em: http://book.ugv.edu.br/index.php/renovare/article/view/304. Acesso em: 23 mar. 2023.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atualização de diretrizes colabora para combate ao Infarto Agudo do Miocárdio. Gov., 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/dezembro/atualizacao-de-diretrizes-colabora-para-combate-ao-infarto-agudo-do-miocardio. Acesso em: 23 mar. 2023.

NETO, J. E.; CENTENARO, T. B.; SANTOS, G. dos; SANTANA, J. S.; SILVA, A. da; SILVA, C. R. da; GUIMARÃES, J. V.; SILVA, D. R. da; MARA, L. S. de; REIS, C.; GONZÁLES, A. I. Método Pilates na força muscular respiratória e capacidade funcional de pacientes pós infarto agudo do miocárdio – relato de dois casos. Brazilian Journal of Development,  v.6, n.12, p.100002–100017, 2020.

OLIVEIRA, A. C. et al. Desenvolvimento de um instrumento de avaliação para o método Pilates baseado na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Acta Fisiátr. v.28, n.3, p.156-6, 2021.

PASCHOAL, M. A. Fisioterapia cardiovascular: avaliação e conduta na reabilitação cardíaca. Barueri, SP: Editora Manole, 2010. E-book. ISBN 9788520459522. Acesso em: 23 mar. 2023.

REIS, M. H. Efeito dos exercícios baseados no método Pilates sobre a capacidade funcional no pós-operatório de cirurgias de revascularização do miocárdio: ensaio clínico randomizado. 2015. Disponível em: https://repositorio.ufcspa.edu.br/jspui/bitstream/123456789/239/1/%5BDISSERTA%C3%87%C3%83O%5D%20Reis%2C%20Manoela%20Heinrichs%20dos.  Acesso em: 23 mar. 2023.

RODRIGUES, G. S.; MAGALHÃES, L. F.; BORBA, R. M. et al. Fisioterapia Cardiovascular. Porto Alegre, RS: Grupo A, 2021. E-book. ISBN 9786556902579. Acesso em: 23 mar. 2023.

THYGESEN, K., et al. The Executive Group on behalf of the Joint European Society of Cardiology (ESC)/American College of Cardiology (ACC)/American Heart Association (AHA)/World Heart Federation (WHF) Task Force for the Universal Definition of Myocardial Infarction Fourth Universal Definition of Myocardial Infarction. J Am Coll Cardiol. v.72, n.18, p.e618-e651, 2018.


























Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

O nome deve ter no mínimo 5 caracteres.
Por favor, preencha com o seu melhor e-mail.
Por favor, digite o seu DDD + número.