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Você conhece todos os benefícios do Pilates no tratamento do AVC (Acidente Vascular Cerebral)?

Sabemos que o Método ajuda desde a melhora no equilíbrio e percepção até o tratamento de diversas patologias. Neste texto, vamos apresentar a história do Seu Nelson, que sofreu um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCh) no ano de 2000. 

Continue a leitura porque você vai descobrir como foi a avaliação e quais os melhores exercícios de Pilates para trazer resultados positivos no tratamento do AVC.

 Quem é Seu Nelson?

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Em 2000 Seu Nelson sofreu um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCh), ficando 25 dias em coma induzido e um total de 90 dias internado. Vale lembrar que os pacientes acometidos por um AVCh não apresentam um prognóstico muito favorável. No caso de Nelson, ele também possui sequela motora de uma patologia neurológica.

Por esse fato ter ocorrido há muito tempo, o paciente não dispõe de exames para que seu caso seja estudado mais a fundo. Mas o que pode ser dito, segundo ele, é que o fator causal foi o aumento da pressão arterial associado a maus hábitos de vida.

Hoje em dia, o que o incomoda é a dificuldade em manter a memória recente ativa e em utilizar a mão esquerda para as atividades de vida diária (AVDs).

Os medicamentos utilizados por agora são o carvedilol (hipertensão arterial), sinvastatina (redução do colesterol), o AAS (ácido acetilsalicílico) e o Aradois (para hipertensão).

A prática de Pilates entrou em sua vida como forma de potencializar o bem-estar e auxiliar no tratamento do AVC com assertividade.

Explicando o AVC

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o AVC é uma síndrome clínica caracterizada por sintomas/sinais neurológicos focais e de rápida evolução, com duração de mais de 24 horas ou que levam à morte sem outra causa aparente que não a vascular.

Podemos dizer que essa definição já é um tanto antiga, uma vez que exames de imagens, tão fundamentais para auxiliar no diagnóstico correto, não eram realizados na época em que a explicação foi elaborada.

O AVC pode acontecer proveniente de dois processos: a isquemia ou a hemorragia.

A isquemia é a causa mais comum. É quando ocorre uma obstrução em uma das artérias cerebrais ou em suas ramificações. 

Ela pode ser ocasionada por placas ateroscleróticas que bloqueiam o fluxo sanguíneo, causando a isquemia de determinada região ou por êmbolos secundários provenientes do coração ou de outros locais.

Menos comum, porém com sequelas geralmente muito mais graves e incapacitantes do que as ocasionadas por um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi), é o Acidente Vascular Cerebral causado por uma hemorragia.

A hipertensão, o aneurisma e a malformação arteriovenosa podem causar esse tipo de AVC. A hemorragia hipertensiva é uma das causas mais comuns de coma e pode ter sido o que desencadeou o processo comatoso em Seu Nelson. 

Independente da maneira como esse processo ocorra, as insuficiências focais provenientes dele dependerão do tamanho e da localização da lesão, além da quantidade de fluxo sanguíneo colateral.

Pelo que o paciente relata como incômodo e sequela motora, podemos ter uma ideia de onde pode ter acontecido o processo hemorrágico ou das áreas mais afetadas por ele, uma vez que na época do acidente, o paciente ficou comatoso por 25 dias e, ao acordar, não apresentava movimentação ativa em nenhuma parte do corpo.

Nossas memórias podem ser armazenadas de duas maneiras. As memórias de curto prazo são armazenadas no lobo pré-frontal (Fig.1). Já as de longo prazo vão para o hipocampo e lá elas são solidificadas.

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Pensando no caso específico do nosso paciente, o que ele já tinha de memória a longo prazo permanece lá. Ele tem recordações, porém, as memórias a curto prazo são difíceis de serem armazenadas, e muito menos serem convertidas em memórias de longo prazo e irem ao hipocampo.

Sugere-se com isso, que a área pré-frontal foi afetada pelo AVC, apresentando déficit de atenção, dificuldades de se concentrar, além de sensações, movimentos e ativação motora prejudicadas.

Esta é a área anterior não-motora do lobo frontal, com isso, a debilidade instalada pode dificultar qualquer tipo de terapia que o paciente venha a receber.

Além disso, outra área que pode ter sido afetada é o córtex de associação motora, na área pré-motora, responsável pela coordenação do movimento complexo ou ainda o córtex motor primário, no giro pré-central, onde ocorre a iniciação do comportamento motor.

A partir desse ponto, não entraremos nos pormenores de onde especificamente ocorreu a lesão, até porque foi há mais de 20 anos. O objetivo é nos atentar no que podemos fazer, utilizando a base dos exercícios de Pilates.

Benefícios do Pilates para o tratamento do AVC

Primeiro passo: A avaliação

A avaliação postural deve ser realizada na vista anterior, posterior e lateral.

Não se pode esquecer que a avaliação postural deve ser feita sem camisa para melhor visualização.

Um protocolo específico que pode ser utilizado, por abranger aspectos gerais e ser de fácil aplicabilidade, é o protocolo de Fugl-Meyer (EFM), utilizado na recuperação pós-AVC.

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Nele são avaliados 6 aspectos, totalizando 226 pontos: 

  • Amplitude do movimento;
  • Sensibilidade;
  • Dor;
  • Função motora da extremidade superior e inferior;
  • Coordenação;
  • Velocidade.

Quanto maior a pontuação, menor o grau de comprometimento sensório-motor do paciente.

No nosso caso, Seu Nelson obteve uma pontuação de 156 pontos, com maiores déficits nos quesitos: função motora de membro superior (22 pontos), coordenação/velocidade MS (3 pontos) e equilíbrio (10 pontos).

Segundo passo: Traçando os objetivos para o tratamento do AVC

Após a realização da avaliação, podemos traçar os objetivos a serem alcançados para posteriormente traçarmos uma conduta a ser adotada.

Objetivos do nosso paciente:

  • Minimizar os efeitos das alterações de tônus muscular;
  • Manutenção da amplitude de movimento (ADM) em articulações preservadas e ganho de ADM nas articulações necessitadas;
  • Prevenir as deformidades;
  • Melhorar a consciência corporal;
  • Aprimorar o alinhamento postural;
  • Facilitar as trocas posturais;
  • Melhorar o equilíbrio estático e dinâmico em pé;
  • Melhorar a função nas AVDs.

Terceiro passo: Pilates como forma de intervenção no tratamento do AVC

O Pilates trabalha o corpo todo, treinando áreas corporais de maneira isolada ou em conjunto, por meio da aplicação dos princípios de movimento e estabilidade, buscando o equilíbrio muscular.

Tal equilíbrio é estabelecido pela relação entre o tônus/força e o comprimento dos músculos em torno de uma articulação. Esses músculos podem ser estabilizadores em uma articulação e outros podem ser responsáveis pelo movimento em outras articulações.

Exercícios propostos (utilizando a bola como recurso):

1. Mobilização ativa de quadril na bola.

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2. Ponte com a bola encostada na parede.

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3. Ponte unilateral com a bola encostada na parede.

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4. Flexão anterior de tronco com os pés apoiados na bola.

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5. Flexão anterior de tronco com auxílio do fitness circle apoiando a cabeça.

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6. Prancha lateral com apoio do tronco na bola, um MI apoiado na parede e outro MI fletido e apoiado no chão.

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7. Quatro apoios com a bola na região abdominal.

Ex.7

8. Extensão de quadril e joelho partindo da posição de quatro apoios.

Ex.8

9. Flexão do ombro e extensão de cotovelo partindo da posição de quatro apoios.

Ex.9

10. Extensão de coluna com a bola na região abdominal e pélvica, e pés apoiados na parede.

Ex.10

11. Elevação lateral de MI, em pé, com a bola apoiada na parede.

Ex.11

12. Agachamento com a bola apoiada na parede.

Ex.12

A bola foi só um recurso, existem inúmeros outros (como os próprios aparelhos) que podemos utilizar dentro do Método Pilates, para melhorar a experiência dos alunos com sequelas de patologias neurológicas. E não só isso, existem também outras variáveis que podemos analisar para facilitar ainda mais o cotidiano dessas pessoas.

Conclusão

Não podemos nunca nos esquecer dos princípios do Método. Mesmo que sejam difíceis de serem atingidos por esses alunos em função das alterações no sistema nervoso central, a concentração, a centralização, a fluidez, a respiração, a precisão e o controle devem ser sempre lembrados, para que os benefícios provenientes dele sejam alcançados.

É sempre importante realizar os objetivos propostos junto com os alunos, para que eles sintam uma melhora significativa no bem-estar físico e mental.


























Grupo VOLL

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