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O termo pubalgia ou osteíte púbica, foi descrita pela primeira vez por Beer, em 1924, e sua relação com o esporte só foi feita em 1956, por Wiltse e Franz (AZEVEDO; PIRES; CARNEIRO, 1999).

É uma lesão comum em esportes que requerem apoio unipodal constante e que necessitem de mudanças rápidas de direção.

Inicialmente, a pubalgia era uma lesão quase exclusiva dos jogadores de futebol, mas com o aumento de praticantes de atividade física, muitas vezes sem orientação de um profissional habilitado, esta patologia crônica tem se tornado mais comum, ou seja, iremos atender cada vez mais pacientes/alunos em nossos estúdios com este diagnóstico.

Essa inflamação também pode ser muito comum em gestantes que possuam um desequilíbrio na musculatura da região pélvica.

E acontece, pois, a gestante libera o hormônio relaxina, justamente para facilitar na hora do parto, e as articulações principalmente do púbis, fica mais suscetível à lesão.

Se a gestante forçar muito essa região ou aumenta muito o peso corporal, a pubalgia poderá aparecer.

A pubalgia é uma inflamação que ocorre na região do osso púbis, o qual apresenta-se como ponto de origem e inserção de diversos músculos, como os abdominais na parte superior e adutores da coxa (longo, curto, magno e pectíneo), localizados na parte inferior.

O estiramento dos músculos abdominais e o encurtamento dos músculos adutores do quadril, realizam uma movimentação excessiva na articulação, causando cisalhamento do púbis, podendo levar a um processo inflamatório que causa a dor.

Anatomia do Quadril

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FONTE: http://fisiourogo.blogspot.com.br/2013/05/assoalho-pelvico.html

Para entender melhor a fisiopatologia, vamos relembrar a anatomia do quadril. O osso do quadril é constituído pela fusão de 3 ossos, sendo eles, o ílio (porção superior), ísquio (porção póstero – inferior) e púbis (ântero – inferior).

Os dois ossos do quadril unem-se anteriormente pela sínfise púbica, posteriormente com a porção superior do sacro e lateralmente com o osso fêmur.

A sínfise púbica é uma articulação semimóvel que une, na linha mediana, as superfícies internas das lâminas quadrilaterais do púbis.

Essa articulação é reforçada por ligamentos muito espessos, cujas fibras entrecruzam-se com as fibras dos músculos reto do abdômen, oblíquos, piramidal e adutores médios.

Fisiopatologia

Embora, a sínfise púbica seja uma região revestida, em grande parte, pelos músculos da virilha e do abdômen, é constituída apenas pelo periósteo e pela fáscia parietal.

Essa área da sínfise é particularmente suscetível às forças de cisalhamento durante determinadas atividades esportivas, como a corrida, salto e chute.

Durante a atividade, a sínfise movimenta-se para cima e para baixo, chegando a rodar levemente, favorecendo o microtrauma.

Como o suporte sanguíneo nessa área é pequeno, não há preparo para suportar este estresse, podendo desenvolver a pubalgia.

Quadro Clínico

O quadro clínico difere entre os pacientes/alunos, pois está intimamente relacionado com a modalidade esportiva praticada.

Azevedo; Pires; Carneiro (1999), descrevem a pubalgia como uma condição dolorosa na sínfise púbica, o quadro clínico pode iniciar-se de forma aguda ou crônica, com dor na região inguinopúbica, normalmente unilateral, com possível irradiação para a parte medial da coxa até o joelho.

Nos homens pode ter irradiação para região dos testículos.

A palpação da sínfise púbica é dolorosa, assim como os tendões circunvizinhos, que podem apresentar diferenças de tensão entre os lados.

Classicamente, são descritos 4 estágios evolutivos:

  1. a dor aparece após a prática da atividade física;
  2. a dor aparece durante a atividade;
  3. a dor aparece no início da atividade;
  4. a dor se desencadeia em repouso e aos mínimos movimentos diários.

Diagnóstico da Doença

Para Ide e Caromano (2002), o diagnóstico é fundamentalmente clínico, através da detecção de sinais e sintomas. Tardiamente, podem aparecer sinais radiológicos característicos.

É importante realizar uma anamnese completa, para delinear as atividades desenvolvidas pelo paciente/aluno, bem como história de quedas e traumas.

Existem duas manobras realizadas para confirmação do diagnóstico, são elas:

Manobra de Grava

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FONTE: GRECCO; et al, 2007.

Utilizada para avaliar se há instabilidade da sínfise púbica por meio do desequilíbrio da musculatura adutora e do reto do abdômen.

Teste de Lacuna da Sínfise

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FONTE: GRECCO; et al, 2007.

É realizada a contração isométrica dos músculos adutores contra o punho do examinador, a resposta dolorosa do músculo é considerada prova positiva.

Tratamento da PubalgiaPilates-na-Pubalgia-4

A pubalgia é resultante dos efeitos provocados pelos encurtamentos musculares das cadeias miotensivas do tronco e dos membros inferiores, que diminuem ou bloqueiam os movimentos do púbis, logo, tratar localmente (o púbis) não resolveria o problema, pois não se trataria a causa e sim, os sintomas.

As condutas adotadas dependem dos desvios encontrados na avaliação estática e dinâmica das partes envolvidas, sejam elas causas ou consequências da patologia.

Holt et al. (1995), afirmam que o tratamento recomendado deve ser multidisciplinar, no qual inclui repouso da atividade física, medicamentos antiinflamatórios, terapia manual, eletrotermofototerapia, alongamentos, fortalecimentos, propriocepção.

Morelli e Smith (2001), descrevem que o profissional deve se atentar à amplitude de movimento de quadril, aos alongamentos e ao fortalecimento de adutores.

Vitanzo e McShane (2001), ressaltam que além dos exercícios de alongamento, o fortalecimento da musculatura abdominal e de toda a musculatura do quadril e pelve, visando a estabilidade e controle pélvico.

Prevenção

Por ter como característica um tratamento demorado, os aspectos relacionados com a prevenção se tornam da mais alta importância.

A prevenção da pubalgia não difere em muito das medidas adotadas no processo de tratamento já citadas.

Ressaltamos a importância da avaliação estática e dinâmica, a fim de traçar os objetivos individualizados.

Método PilatesPilates-na-Pubalgia-5

Quando falamos de estabilidade e controle pélvico; fortalecimento do abdômen, da musculatura do quadril e da pelve; alongamentos de tronco e membros inferiores, somos remetidos automaticamente ao Método Pilates.

Todas as recomendações científicas para a reabilitação e, também, para a prevenção da pubalgia se encaixam perfeitamente nos benefícios do Método.

Dentro dos princípios do Pilates, sabemos que os membros superiores não fazem parte da caixa torácica, mas os seus movimentos podem influenciar em nosso alinhamento.

Com a pelve não é diferente: apesar dos membros inferiores não fazerem parte dela, os movimentos dos membros inferiores influenciam no nosso alinhamento.

Sendo assim o programa de exercícios para quem sofre com Pubalgia será alterado e devemos ter alguns cuidados extra:

  • Evite uso excessivo da musculatura adutora ou flexora de quadril;
  • Evite posições invertidas nas quais o paciente/aluno tenha que estabilizar a posição da ação muscular dos músculos profundos da pelve por muito tempo;
  • Prefira exercícios em cadeia cinética fechada;
  • Sempre pergunte se o paciente/aluno está confortável;
  • Observe o exercício por vários ângulos, priorizando o posicionamento mais correto possível.

Exercícios de Pilates no Tratamento da Pubalgia

1) Rotação de Coluna
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  • Trabalha Conexão com os Abdominais e Oblíquos
  • Estabilização de Quadris e Ombros
  • Alonga Região Lombar

2) Ponte/Bridge
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Pilates-na-Pubalgia---ex-2.1

  • Trabalha Controle, Força e Equilíbrio
  • Aumenta a Estabilização do Tronco por meio do Recrutamento da Musculatura Extensora da Coluna e Quadril

3) Adaptação Hundred/Cem
Pilates-na-Pubalgia---ex-3

  • Fortalecimento de Flexores da Coluna Cervical e dos Abdominais
  • Estabiliza a Região Torácica e Lombar
  • Importante para Ativação de CORE

4) Sereia/Mermaid
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  • Alongamento lateral do corpo

5) Alongamento Isquiotibiais e Extensores da Coluna
Pilates-na-Pubalgia---ex-5

6) Alongamento Flexores de Quadril e Extensores do JoelhoPilates-na-Pubalgia---ex-6

 

Referências Bibliográficas
  • AZEVEDO, D. C.; PIRES, F. de; CARNEIRO, R. L. A pubalgia no jogador de futebol. Revista Brasileira Medicina do Esporte, v.5, n.6, nov./dez., 1999.
  • GRECCO, L. H.; et al. Avaliação das formas de prevenção da pubalgia em atletas de alto nível – uma revisão bibliográfica. ConScientiae Saúde, v.6, n.2, p.279-285, 2007.
  • HOLT, M. A; et al. Treatment of osteitis púbis in athletes: results of corticosteroid injections. The American Journal of Sports Medicine, v.32, n.5, p.601-606, 1995.
  • IDE, M. R.; CAROMANO, F. A. Pubalgia: causas e possibilidades terapêuticas. Revista Fisioterapia Brasil, v.3, n.6, p.403-414, nov./dez., 2002.
  • MORELLI, V.; SMITH, V. Groin injuries in athletes. American Family Physician, v.64, n.8, p.65-67, 2001.


























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