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A procura por prática esportiva vem crescendo e o número de adeptos à atividade física, como forma preparatória para o esporte aumenta significativamente tanto em academias, atividades funcionais ou até mesmo o Pilates, seja para reabilitação, em casos, por exemplo de Condromalácia Patelar ou até para aprimorar o condicionamento físico.

Entretanto, nem todos os praticantes de esportes se dedicam à preparação física adequada e muitas vezes acabam se lesionando. Entre as possíveis lesões, aquelas que acometem a articulação do joelho são bastante comuns.

Com o avanço da tecnologia, da conduta fisioterapêutica, da medicina ortopédica e da biomecânica dos movimentos, fica cada vez mais claro e evidente o envolvimento da articulação femoropatelar na maioria das lesões de joelho.

Para entendermos melhor sobre este mecanismo de lesão, o tratamento e o que o Pilates pode fazer por ele, preparamos para você um material bem completo, para que não haja dúvidas na hora de atender pacientes que tenham este problema. Preparado? Vamos lá!

Anatomia e Biomecânica do Joelho

O joelho é um complexo articular essencial para os movimentos. A articulação possui formato de gínglimo, sendo uma articulação em dobradiça que faz a união entre o fêmur, a tíbia e a patela.

Essas estruturas formam duas articulações distintas que denominamos de Femoropatelar e Tibiofemoral. Os movimentos dessas articulações são coordenados e direcionados pela ação da musculatura e das estruturas ligamentares.

A patela é um osso tipo sesamóide (que fica no meio de um conjunto de tendões), com formato triangular, e localizado na frente do joelho. Possui superiormente a inserção da musculatura anterior da coxa (quadríceps) e distalmente a origem do ligamento/tendão patelar.

Tem como funções a melhora do movimento de flexo-extensão (polia) e proteção das estruturas internas. É um componente fundamental do chamado aparelho extensor do joelho.

Possui conexões com praticamente todas as estruturas articulares, sofrendo assim ação de forças multidirecionais, que quando não bem equilibradas podem gerar sobrecargas na sua face interna que é revestida por cartilagem.

Outro fator que pode influenciar é o alinhamento do membro inferior (normalmente com valgo discreto) e o ângulo do aparelho extensor (ângulo Q).

A função do revestimento de cartilagem é permitir o deslizamento da patela no fêmur durante o movimento de flexão e extensão do joelho. Quaisquer alterações nas forças atuantes sobre a patela ou imperfeições nas superfícies ou formato ósseo, podem precipitar o aparecimento de lesões na cartilagem.

O que é a Condromalácia Patelar?

A Condromalácia Patelar é um “amolecimento” anormal da cartilagem articular da patela, que pode evoluir para a quebra na sua integridade (rachaduras) e perda de substância (falhas).

Atinge em média 15 a 33% da população adulta e 21 a 45% dos adolescentes. A denominação Síndrome Patelo-Femoral parece mais adequada para a situação, pois o tecido cartilaginoso é desprovido de terminações nervosas, e a dor normalmente é causada pelo fator causal da sobrecarga/lesão e pela agressão ao osso subcondral.

A dor (algumas vezes ardência) é descrita como profunda e localizada na região retropatelar. O diagnóstico é clínico, podendo ser comprovado por exames de imagem (RNM).

É classificada de acordo com o acometimento da superfície condral em:

  • Grau I: Quando há apenas um amolecimento;
  • Grau II: Há um “desfiamento” condral;
  • Grau III: Há rachaduras na superfície;
  • Grau IV: Há exposição do osso subcondral.

Causas

  • Fatores anatômicos, histológicos e fisiológicos podem resultar em um enfraquecimento e amolecimento da cartilagem envolvida;
  • Alterações de alinhamento da patela (desequilíbrios do quadríceps como atrofias, hipotrofias e encurtamentos musculares);
  • Diminuição da flexibilidade dos isquiotibiais e do reto femoral;
  • Microtraumatismos de repetição;
  • Alterações do ângulo Q do joelho;
  • Traumas crônicos por fricção entre a patela e o sulco patelar do fêmur (em esportes de impacto, como futebol, vôlei, ciclismo, tênis, corrida e basquete, por exemplo).

Sintomas

  • Inchaço por baixo da patela;
  • Dor localizada entre a patela e o fêmur;
  • Dor constante no meio do joelho;
  • Dor durante uma corrida;
  • Ao descer ou subir escadas e ao ficar muito tempo sentado;
  • Crepitações;
  • Aumento da sensibilidade em dias frios e sensações de fraqueza/falseios.

Formas de tratamento da Condromalácia Patelar

Não há um protocolo rígido de tratamento. É importante analisar o grau da lesão adquirida e se direcionar às causas, sempre tentando reequilibrar o alinhamento da patela, inicialmente através de fisioterapia, podendo associar a métodos analgésicos e anti-inflamatórios.

A ideia básica é analisar o causador da quebra da harmonia desta articulação para que o tratamento seja focado na causa do problema e não exclusivamente nas suas consequências.

A perda de peso, em determinados casos, pode ser recomendada para diminuir o estresse sobre a articulação patelofemural. Em casos graves muitas vezes é necessário tratamento cirúrgico, em que procedimentos combinados para tratamento do alinhamento patelar e tratamento da lesão da cartilagem podem ser realizados por via “aberta”, artroscópica (vídeo) ou mesmo combinada.

O principal recurso clínico utilizado é o Hialuronato de Sódio. Trata-se de um tratamento com infiltrações sequenciais com os objetivos de melhorar a lubrificação e nutrição intra-articular, fortalecer a camada de ácido hialurônico anti-choque que reveste a cartilagem e estimular as membranas sinoviais a produzir mais líquido.

A fisioterapia pode auxiliar, especialmente, no fortalecimento e alongamento de alguns músculos. Músculos fortes permitem que o joelho tenha boa estabilidade, além de tornar atividades muito exigentes para o joelho, mais leves. As principais condutas são:

  • Reeducação de movimentos;
  • Corridas e outros gestos esportivos;
  • Técnicas de liberação manual do tecido;
  • Técnicas articulares manuais;
  • Orientações acerca das atividades e sobrecargas na patela;
  • Bandagem rígida.

Pilates no tratamento da Condromalácia Patelar

O Método Pilates é hoje muito utilizado em diversas patologias e vem ganhando cada vez mais espaço na reabilitação, pois ele age de forma eficaz sem sobrecarregar o corpo.

No caso de lesões de joelho, o Pilates auxilia na questão do alinhamento patelar, bem como na estabilização no quadro de Condromalácia Patelar.

Já que uns dos grandes fundamentos do Método são o fortalecimento e a estabilização dos músculos centrais do corpo, aliada às técnicas que potencializam a respiração e o controle corporal, temos como resultado final a reabilitação do paciente, através do equilíbrio de todas as estruturas do corpo, principalmente a estrutura muscular.

E para isso, é necessário primeiro fazer uma avaliação do nível de força e flexibilidade dos grupos musculares de quem você irá reabilitar, para que daí então se dê início à prescrição e execução de um programa de exercícios.

Os exercícios de reabilitação de lesões esportivas, como é o caso da condromalácia patelar, são executados em pé, sentado, ou deitado e incluem fortalecimento dos membros inferiores, exercícios de flexibilidade, coordenação, equilíbrio, sendo todos associados à respiração, uma vez que funciona como um facilitador de estabilização e mobilização da coluna vertebral, o nosso “centro”.

No caso da condromalácia patelar são incluídos exercícios de potência, força, alongamento e mobilização do membro inferior, sempre com o cuidado de evitar sobrecarga na articulação.

No geral, é importante o alongamento dos isquiotibiais, já que seu encurtamento implica em um agravamento no atrito da patela com o fêmur, no momento da marcha. 

Uma atenção especial também ao quadríceps, sobretudo o vasto medial e a banda iliotibial. Tendões e panturrilha também são extremamente necessários para equilibrar as forças atuantes sobre a patela.

Além disso, para que exista uma maior transferência dos ganhos de estabilidade, força e flexibilidade das aulas de Pilates, é necessário que se selecione exercícios que sejam o mais parecidos possíveis com a prática esportiva (treino do gesto esportivo).

Ou seja, no caso de jogadores de modalidade de grande impacto (futebol, basquete, handebol e vôlei, por exemplo) praticar exercícios em pé que simulam os movimentos do jogo são ideais. Não podemos nos esquecer do powerhouse.

Na prática clínica, percebemos que sessões com ênfase em exercícios abdominais têm maior efeito preventivo, independente do tipo de lesão, porque os grandes músculos dos membros inferiores, por exemplo, se originam na região pélvica que está intimamente ligada aos músculos abdominais, responsáveis também por sua estabilização.

Principais Exercícios para reabilitação da Condromalácia Patelar

Como já citado antes, na condromalácia patelar são inclusos exercícios de potência, força, alongamento e mobilização do membro inferior. Aqui é importante o alongamento dos isquiotibiais, fortalecimento do quadríceps e tríceps sural, treino do gesto esportivo (se houver) e não podemos nos esquecer da musculatura abdominal.

Por isso, preparamos para você uma lista de exercícios de Pilates para que você tenha uma ideia do que fazer com seu paciente com condromalácia. Confira a seguir!

1. Stretches Front
Condromalácia Patelar1

Objetivos: Alongar os músculos isquiotibiais, mobilizar a coluna vertebral e quadril, e estimular a boa postura.

Instruções:

  • Em pé, mantendo o crescimento axial em apoio unipodal, deixe um dos membros inferiores sobre o Barrel e as mãos à frente;
  • Flexione a coluna sobre o Barrel, movimentando vértebra por vértebra e levando as mãos para além do pé;
  • Retorne à posição inicial.

2. Sit Up
Condromalácia Patelar2

Objetivos: Fortalecer os músculos reto abdominal, oblíquo interno e oblíquo externo, mobilizar coluna vertebral e trabalhar estabilização de membros inferiores.

Instruções:

  • Em decúbito dorsal sobre o Barrel, deixe os cotovelos estendidos com as mãos atrás da cabeça. Os pés ficam apoiados no espaldar e os joelhos fletidos aproximadamente a 80°;
  • Flexione a coluna até retirar as escápulas do Barrel. Com o passar do tempo comece a aumentar a amplitude do movimento;
  • Retorne à posição inicial e tenha cuidado com a região cervical.

3. Roll Over Barrel
Condromalácia Patelar3

Objetivos: Fortalecer os músculos reto abdominal, oblíquo externo, iliopsoas e reto femoral, alongar os músculos da cadeia posterior e mobilizar a coluna vertebral.

Instruções:

  • Em decúbito dorsal sobre o Barrel, deixe os braços estendidos com as mãos segurando o espaldar. Os membros inferiores devem começar em 90° de flexão de quadril, evitando sobrecarga na lombar, começando com os membros inferiores para baixo, com os pés quase tocando o chão. Seu braço de alavanca será bem maior neste caso. Tenha muito cuidado com a coluna lombar;
  • Realize uma flexão de quadril levando os membros inferiores acima da cabeça até alinhar paralelamente à coluna;
  • Retornar à posição inicial.

4. Spine Strech – Variação
Condromalácia Patelar4

Objetivos: Mobilizar a coluna vertebral em flexão, estimular a contração de musculatura abdominal e alongar a cadeia posterior.

Instruções:

  • Em pé, segure na barra torre;
  • Mobilizando apenas a coluna vertebral, faça a flexão da coluna associada à flexão do quadril, conduzindo a barra torre para frente, até deixar a coluna na posição neutra. Tenha cuidado aqui para não levar o quadril para frente;
  • Retorne à posição inicial desenrolando a coluna vertebral estendendo-a juntamente com a extensão do quadril.

5. Tower
Tower

Objetivos: Fortalecer os músculos glúteo médio, glúteo mínimo, glúteo máximo, reto abdominal, oblíquo externo, mobilizar a coluna vertebral e alongar os músculos da cadeia posterior.

Instruções:

  • Em decúbito dorsal, flexione o quadril a 90° e apoie o ante péna barra torre;
  • Eleve o quadril, estendendo-o e mobilizando a coluna vertebral em flexão e empurrando a barra torre para cima;
  • Retorne à posição inicial.

6. Tower – Variação

Objetivos: Fortalecer os músculos quadríceps femoral, mobilizar quadris e joelhos, e alongar a cadeia posterior dos membros inferiores.

Instruções:

  • Em decúbito dorsal, apoie o antepé na barra torre com o quadril e joelhos flexionados;
  • Estenda os joelhos;
  • Retornar à posição inicial.

7. Hip Stretch
Hip Stretch

Objetivos: Alongar os músculos isquiotibiais, pectíneo, grácil, adutor longo, adutor curto, adutor magno. Fortalecer os músculos quadríceps femoral, glúteos mínimo, médio e máximo, piriforme e tensor da fascia lata e mobilizar quadril e joelho.

Instruções:

  • Em decúbito lateral, apoie o antepé na parte anterior da barra torre;
  • Realize a extensão do joelho;
  • Retorne à posição inicial.

8. Leg Series Supine: Bicycle
Leg Series Supine: Bicycle

Objetivos: Fortalecer os músculos quadríceps femoral, isquiotibiais, sartório, grácil, gastrocnêmio e glúteo máximo, trabalhar a mobilidade de quadril, joelhos e tornozelos, e estimular a contração do power house.

Instruções:

  • Em decúbito dorsal com as alças dos pés, flexione os quadris e joelhos a 90°;
  • Realize a extensão unilateral do joelho simulando o movimento de pedalar;
  • Retorne à posição inicial e realize com a perna oposta.

9. Leg Series: One Leg QuadrícepsLeg Series: One Leg Quadríceps

Objetivos: Fortalecer os músculos do quadríceps femoral, trabalhar a estabilidade da coluna vertebral e estimular controle da respiração.

Instruções:

  • Em decúbito ventral, com a alça de pés no tornozelo e joelho flexionado a 90°;
  • Estenda o joelho;
  • Retorne à posição inicial.

Cuidado: Você pode ver quando a mola está pesada demais para o seu paciente, quando durante a execução do exercício, ele realiza uma extensão de coluna com extensão de quadril, como compensação de movimento.

10. Knee Extension
Knee Extension

Objetivos: Fortalecer os músculos quadríceps femoral, isquiotibiais, glúteo máximo, trabalhar a estabilização da coluna vertebral e membros superiores, fortalecer a musculatura de power house e alongar os músculos da cadeia posterior do membro inferior que está no apoio do trapézio.

Instruções:

  • Em pé no aparelho, encoste um antepé na barra transversa vertical com o joelho estendido, o outro antepé apoiado na alça do trapézio com joelho flexionado, segurando as barras superiores do aparelho;
  • Empurre o trapézio estendendo o joelho;
  • Retorne à posição inicial.

Restrições de Exercícios para pacientes com Condromalácia Patelar

Não existem muitas restrições de exercícios para os pacientes que possuem Condromalácia Patelar, apenas alguns cuidados que você e seu paciente devem tomar.

  • Evitar exercícios que aumentem a tensão na articulação, fazendo com que os tendões do joelho se estirem;
  • Evitar permanecer muito tempo sentado; 
  • Evitar ficar na posição ajoelhada, pois pode causar dor;
  • Evitar exercícios que causem grande impacto na articulação do joelho, como saltos, corridas, trotes, etc.

Mantenha sempre o bem-estar do seu paciente!

Cuidados que devem ser tomados durante o tratamento da Condromalácia Patelar

Listaremos agora alguns cuidados que você deve tomar em relação ao seu paciente durante o tratamento da condromalácia patelar:

  • Agachamentos: os exercícios em cadeia cinética fechada em geral causam uma sobrecarga às articulações do membro inferior, por isso tenha cuidado na execução desses exercícios;
  • Treino Esportivo: se o seu paciente é um atleta, você deve o orientar em relação à sua prática de esporte, para dar uma pausa enquanto estiver fazendo o tratamento, ou então pegar mais leve nos treinos;
  • Exercícios que causem estiramento da patela e seus tendões: a fase de tratamento de uma lesão é muito delicada, por isso você deve ter em mente que exercícios que causem estiramento na região do joelho são extremamente contraindicados;
  • Exercícios unipodais: assim como o agachamento e os exercícios em cadeia cinética fechada em geral, os exercícios unipodais também causam uma grande tensão na articulação, pois o peso do corpo todo fica sustentado no hemicorpo utilizado. Por isso, tenha cuidado na execução deles;
  • Treino proprioceptivo e de equilíbrio intenso: devemos sim, treinar equilíbrio e propriocepção como uma de nossas condutas, mas tenha cuidado com esse treinamento de forma intensa. Ele pode causar mais instabilidade do que a articulação do joelho já apresente. Faça um trabalho progressivo;
  • Orientações: sempre oriente seu paciente. A maioria deles não sabem o que pode e o que não pode agravar sua lesão, é seu trabalho o orientar em relação a isso.

Conclusão

Depois de todo esse material que preparamos pra você, podemos concluir que o Método Pilates pode ser um grande aliado na reabilitação de pessoas com síndrome de dor patelo femoral ou condromalácia patelar, pois ela é extremamente eficaz e atua de forma direta no tratamento.

Mas além do Pilates existem outras formas de tratar esta lesão, como vimos anteriormente.

Portanto, não devemos apenas ficar focados em um único e específico método de trabalho, mas buscar várias técnicas para reabilitar nossos pacientes, trazendo sempre o melhor para eles.

Então, torna-se indispensável que o profissional que atua na área do Pilates tenha amplo conhecimento da técnica e da patologia em questão, já que o Método pretende criar hábitos saudáveis que perdurem por toda a vida.


























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