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O Acidente Vascular Cerebral (AVC) refere-se a um sangramento cerebrovascular (AVC Hemorrágico) ou uma obstrução do fluxo sanguíneo (AVC Isquêmico) para uma ou mais regiões do cérebro.

É uma afecção neurológica causada por razões não traumáticas e é acompanhada por danos cerebrais ou perda funcional dos músculos, geralmente de um dos hemicorpos.

Os déficits resultantes do Acidente Vascular Cerebral variam de acordo com a localização e extensão da lesão, mas frequentemente incluem hemiparesia, distúrbios de comunicação e déficits cognitivos.

Fatores de Risco do Acidente Vascular CerebralAcidente-Vascular-Cerebral---Risco

  • Hipertensão arterial
  • Dislipidemias
  • Diabetes
  • Tabagismo
  • Idade avançada
  • Obesidade

A incidência dos AVCs aumenta devido ao mau estilo de vida, poluição ambiental e estresse excessivo em sociedades de ritmo acelerado.

Alguns estudos relatam que a perda de capacidade motora e do equilíbrio postural estático e dinâmico devido ao Acidente Vascular Cerebral limitam algumas atividades de vida diária (AVD), como a caminhada, e pode levar a lesões secundárias, como quedas.

Os pacientes que sofreram Acidente Vascular Cerebral e que apresentam hemiplegia suportam mais de 60% da carga no membro não acometido durante o repouso, que pode resultar em um padrão de marcha assimétrico.

Eles também podem apresentar menor velocidade da marcha, maior frequência de passada e menor comprimento da passada, que juntos são indicadores de instabilidade na locomoção e podem gerar maior facilidade de quedas e maior gasto energético para se locomover.

Além disso, eles tendem a apresentar uma redução da amplitude de movimento das articulações do membro inferior parético durante a caminhada.

Alguns também podem apresentar rigidez da articulação do quadril que resulta em andar limitado, lento e instável. A característica motora predominante em pacientes com sequelas de Acidente Vascular Cerebral é o déficit na marcha e o desequilíbrio.

Geralmente, a marcha em pacientes com AVC está prejudicada e apresenta-se de forma típica: uma espasticidade dos membros inferiores. Essa marcha é conhecida como marcha Ceifante.

O portador de AVC ao deambular movimenta o membro inferior acometido, realizando o movimento de extensão, abdução e rotação interna do quadril, mais extensão de joelho e pode apresentar um pé equino.

Essa postura do membro inferior associada à espasticidade do membro superior (flexão e pronação do cotovelo mais flexão de punho e dedos) é chamada de Wernicke-Mann.

Mesmo após extensa reabilitação, até 50% dos pacientes com AVC experimentam déficits motores prolongados. Embora a maioria dos pacientes com Acidente Vascular Cerebral sejam capazes de andar de forma independente, a maioria não atinge um nível de caminhada que lhes permite realizar todas as suas AVDs.

A instabilidade da marcha e a caminhada assimétrica é um déficit neurológico comum após o AVC. A caminhada assimétrica causada pela hemiparesia pode se tornar causa de instabilidade durante as AVDs, e estes pacientes tem uma taxa mais alta de quedas do que os idosos na população geral.

Assim, a recuperação da marcha é um dos principais objetivos dos programas de reabilitação para pacientes com Acidente Vascular Cerebral.

Por apresentarem parâmetros reduzidos da função da marcha e no comprometimento do corpo como um todo, após o AVC, é comum esses pacientes demorarem a voltar as suas atividades ou, em casos mais graves, não retornarem com segurança à sua rotina.

Por isso, se faz necessário medidas de reabilitação que possam devolver esse indivíduo o mais funcional possível à sociedade. Um dos meios de condicionamento físico que está apresentando bons resultados em pacientes que sofreram Acidente Vascular Cerebral é o Método Pilates.

Método Pilates e a relação com o Acidente Vascular CerebralAcidente-Vascular-Cerebral---Senhor

O Método Pilates é baseado na ideia do controle do corpo e realização de movimentos precisos e seguros.

Devido ao intenso trabalho de fortalecimento do transverso abdominal, músculo estabilizador da coluna, o treinamento no Método Pilates proporciona uma estabilidade do tronco, mantendo a coluna neutra evitando as flexões e extensões da coluna vertebral ao deambular.

Estudos já apontam os efeitos positivos do Pilates sobre o desenvolvimento da força e resistência muscular e melhoria da flexibilidade, componentes da aptidão físcia importantes para a reestruturação da marcha, entre outras capacidades motoras.

Assim, ele não tem sido utilizado apenas para programas de exercícios para pessoas saudáveis, mas também para a reabilitação de diversos quadros patológicos.

Além disso, ao contrário de outros programas de exercícios, o MP pode ser realizado com várias ferramentas para ajustar o nível de aptidão do praticante.

Já que o Pilates desenvolve uma melhora da função dos músculos profundos da coluna, o que ajuda a melhorar a estabilidade da coluna vertebral, reduz as dores na coluna e melhora a mobilidade da pelve, pensa-se ter uma influência positiva na reabilitação da capacidade de andar.

Além disso, comprovadamente programas de atividade física que promovam ganhos de força e flexibilidade são capazes de diminuir a variabilidade da passada e consequentemente reduzir o risco de quedas.

Mais especificamente,  estudos já relataram a eficácia do Pilates na capacidade da caminhada em idosos.

A hipótese de que o treinamento de Pilates poderia ser um método de reabilitação pós Acidente Vascular Cerebral ser eficaz para resolver deficiências frequentemente encontradas por pacientes com AVC, como flexibilidade, perda somatos sensorial, força muscular e equilíbrio pode ter sido encontrada.

Dois estudos realizados na Coreia evidenciam os efeitos positivos do MP na reabilitação de pacientes pós Acidente Vascular Cerebral.

O estudo realizado por Roh et. al. (2016), teve como objetivo investigar os efeitos de um programa de Pilates na marcha em pacientes com hemiplegia crônica e determinar se ele pode ou não ser usado para reabilitação em pacientes pós Acidente Vascular Cerebral.

Trata-se de ensaio clínico randomizado com 20 pacientes, alocados em dois grupos (grupo de intervenção/GI e grupo controle/GC).

Durante o estudo o GI realizou aulas de Mat Pilates por um período de 8 semanas, com 3 aulas semanais, com duração de 60 minutos supervisionados por dois instrutores certificados de Pilates e um fisioterapeuta.

As aulas foram compostas em três etapas: exercício de aquecimento, exercício principal e exercício de volta à calma.

Para melhorar a estabilidade dos músculos do tronco, os exercícios de respiração foram realizados em postura sentada antes e depois dos exercícios principais. O GC não realizou nenhuma intervenção.

Foram excluídos os participantes pós Acidente Vascular Cerebral que tivessem outras doenças neurológicas, alterações ortopédicas ou outras doenças que pudessem influenciar a marcha ou o equilíbrio. Participantes que estivessem envolvidos em outros estudos ou programas de reabilitação também foram excluídos.

A fim de investigar os efeitos dos exercícios de Pilates, uma análise de movimento em 3D com 8 câmeras de infravermelho foi realizada duas vezes (uma semana antes e após o período de exercício de Pilates).

Cada indivíduo foi convidado a caminhar em uma esteira com a velocidade ajustada à velocidade auto-selecionada de cada indivíduo, aquela em que ele se sente mais confortável e em pessoas saudáveis representa a velocidade de maior eficiência mecânica.

Após a intervenção os pesquisadores perceberam que GI apresentou melhora nos parâmetros da marcha, como comprimento da passada, velocidade da marcha e amplitude do movimento da articulação joelho em relação ao GC.

Esse achado é provavelmente devido o exercício de Pilates desenvolver os músculos profundos, como os abdominais, o transverso abdominal e oblíquos internos, que se encarregam da estabilidade do corpo, isso pode ter ajudado a melhorar a estabilidade da coluna vertebral, a força muscular e a flexibilidade dos músculos da pelve.

O MP pode fortalecer os quadríceps, glúteo médio, adutor magno, gastrocnêmio e tibial anterior, o que pode ajudar a aumentar o comprimento da passada e melhorar o equilíbrio, promovendo maior confiança para o paciente ao se locomover.

O efeito do fortalecimento dos músculos profundos também é observado no aumento da amplitude das articulações das extremidades inferiores, no estudo em questão, o joelho. Assim o MP pode ser considerado uma conduta para reabilitação de pacientes pós Acidente Vascular Cerebral com aspectos positivos sobre a marcha.

Estudo de CasoAcidente-Vascular-Cerebral---Método-Pilates

Outro estudo realizado por Lim et. al. (2016), teve como objetivo analisar os efeitos do exercício de Pilates sobre o equilíbrio estático e dinâmico em pacientes com AVC crônico.

Nesse estudo 30 participantes foram divididos em dois grupos, sendo o Grupo Pilates (GP), que realizou aulas de Mat pilates com duração de 60 minutos, 3 vezes por semana durante 8 semanas, e o Grupo Controle (GC), que não recebeu nenhum treinamento.

Os participantes foram avaliados para equilíbrio estático sobre uma plataforma de força e equilíbrio dinâmico, através de caminhada em esteira na velocidade auto-selecionada,

Trata-se de um ensaio clínico randomizado com 30 participantes alocados em dois grupos (grupo de intervenção/GI e grupo controle/GC). O programa de treinamento foi baseado em aulas do Mat Pilates. As aulas foram de 60 minutos, 3 vezes por semana durante 8 semanas.

Dois instrutores certificados de Pilates e um fisioterapeuta estiveram no comando das aulas. Todos os movimentos incluídos no treinamento Pilates foi baseado em 8 repetições de uma única série.

Para melhorar a estabilidade do núcleo, exercícios de respiração foram realizados em uma posição sentada antes e depois de todas as sessões de treinamento. O GC não recebeu nenhuma intervenção.

Os critérios de inclusão eram que cada participante devia ter pelo menos dois anos de Acidente Vascular Cerebral, clinicamente estável com liberação médica concedendo aprovação para iniciar e completar um programa de exercícios, capaz de andar de forma independente, sem um dispositivo de apoio e disposto a participar de uma aula de Pilates.

Após a intervenção, os pesquisadores perceberam melhoras significativas nas características gerais entre os grupos. Para o equilíbrio estático, a oscilação diminuiu significativamente no GP em relação ao GC. Todos os parâmetros de equilíbrio dinâmico melhoraram expressivamente no GP após o treino em relação ao GC.

Os pesquisadores apontam a melhora no equilíbrio estático atribuída ao treinamento de Pilates que aprimorou o controle muscular dos músculos abdominais mais profundos (transverso abdominal, multifídios e diafragmas respiratório e pélvico).

Em relação à melhora do equilíbrio dinâmico os pesquisadores apontam que os exercícios de fortalecimento dos membros inferiores do Pilates poderiam ter ajudado os pacientes a aumentar a força muscular e, posteriormente, a melhorar seu equilíbrio dinâmico.

Assim, o MP parece ter efeitos positivos sobre o equilíbrio estático e dinâmico em pacientes pós Acidente Vascular Cerebral..

Concluindo…Acidente-Vascular-Cerebral---Concluindo

O MP é utilizado, cada vez mais, em processos de reabilitação e mais estudos são necessários para comprovar tal efetividade.

Apesar dos efeitos positivos encontrados na população de AVC (melhora nos padrões de marcha e dos equilíbrios estático e dinâmico) em nenhum momento os pesquisadores relataram que tipo de Acidente Vascular Cerebral esses pacientes sofreram, o local e a extensão dos mesmos o que pode interferir bastante na abordagem de aula do MP e nas possibilidades de reabilitação.

Esses dados são cruciais para que os resultados encontrados possam ser reproduzidos no dia-adia em estúdios de Pilates. Contudo, os achados denotam efeitos positivos nesse público e que talvez repercutam em outros.

Espero ter contribuído.

Abraço.

 

Referências Bibliográficas
CHAN, B. et. al. Effect of Increased Intensity of Physiotherapy on Patient Outcomes After Stroke: An Economic Literature Review and Cost-Effectiveness Analysis. Ontario Health Technology Assessment Series. 2015 Mar 1;15(7):1-43.
LIM, Hee Sung. et. al. The effects of Pilates exercise training on static and dynamic balance in chronic stroke patients: a randomized controlled trial. Journal Physical Therapy Science. 2016 Jun;28(6):1819-24.
MARTÍN-VALERO, Rocío. et. al.  Systematic Review of Inspiratory Muscle Training After Cerebrovascular Accident. Respiratory Care. 2015 Nov;60(11):1652-9.
ROH, SuYeon. et. al. Effects of 8 weeks of mat-based Pilates exercise on gait in chronic stroke patients. Journal of Physical Therapy Science. 2016 Sep;28(9):2615-2619. Epub 2016 Sep 29.


























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