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Primeiramente precisamos entender o que são as dores crônicas e como elas se classificam. Segundo as notas revisadas de dor da Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), a dor sempre é uma experiência pessoal que é influenciada, em graus variáveis, por fatores biológicos, psicológicos e sociais.

A dor pode ser classificada em três tipos diferentes, sendo eles:

  • Dor Neuropática: causada por uma lesão ou doença do sistema nervoso somatossensorial (Central ou periférico);
  • Dor Nociceptiva: surge após um dano real ou potencial ao tecido não neural e é decorrente da ativação de nociceptores;
  • Dor Nociplástica: surge da nocicepção alterada, apesar de não haver dano tecidual real ou potencial, causando ativação de nociceptores periféricos.

Para diferenciar as dores crônicas de uma dor aguda, precisamos levar em consideração o tempo, ou seja, uma dor que dura ou se repete por mais de três meses é considerada dor crônica.

Evidências sobre exercício físico e dores crônicas

Como profissionais da área da saúde precisamos ter consciência que a inatividade ou sedentarismo é um problema de saúde no Brasil e no mundo. O Centro de Controle de Doenças (CDC), recomenda, no mínimo, 150 minutos de atividade física moderada/intensa.

Já o Colégio Americano de Medicina do Esporte (CAME) recomenda 30 minutos de exercício aeróbio moderado 5x por semana ou 20 minutos de exercício aeróbio intenso 3x por semana, associando 2 dias por semana de treinamento de fortalecimento por, no mínimo, 20 minutos. Isso para pessoas sem dores crônicas.

Pacientes com dores crônicas podem beneficiar-se inicialmente com práticas de exercícios físicos apenas 2x na semana, com duração variando de 40 a 60 minutos em um período de 6 semanas.

A inatividade física é um fator de risco reconhecido para muitas condições de saúde como doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e dores crônicas.

Para estes casos, o exercício prescrito é um tratamento eficaz para a maioria dos tipos de dor, isso porque o exercício físico atua no sistema nervoso central, pois pode alterar os estados das vias inibitórias centrais da dor resultando em um mecanismo protetor. 

Esse estado de proteção natural não está presente em indivíduos sedentários, procedendo em maior risco de desenvolvimento de dores crônicas.

Os benefícios na redução da dor estão diretamente ligados aos efeitos neurofisiológicos, imunológicos e a fatores psicológicos e cognitivos, como estresse, ansiedade e medo ao movimento. 

Pilates e sua contribuição para pacientes com dores crônicas

O Pilates é uma metodologia que atualmente é uma ferramenta de reabilitação aceita e com objetivos comprovados no manejo da dor, melhora da função e qualidade de vida do indivíduo.

O Pilates trabalha a consciência corporal e através dos seis princípios do Método, é possível que o paciente adquira melhora de tônus e força muscular, de amplitude de movimento, melhora da flexibilidade e alongamento. 

Esses benefícios somados, auxiliam na melhora ou manutenção da postura, reduz sobrecarga das articulações e alivia tensões musculares, proporcionando um equilíbrio entre grupos musculares e facilitando a biomecânica corporal.

Por ser considerada uma atividade sem impacto e ter um alto índice de adesão, é um Método que consegue abranger várias faixas etárias e condições de saúde. Atualmente super acessível, sendo encontrado até programas online de atendimento.

Do ponto de vista físico e mecânico, temos evidências científicas de que uma aula de Pilates, seguindo alguns critérios e muito bem aplicada, pode auxiliar no tratamento de dores crônicas.

Agora se pensarmos no ponto de vista neurofisiológico de tratamento da dor, precisamos de estudos que validem um programa de atendimento específico do Método, assim como é o caso do exercício aeróbio, com intensidade e tempo definidos como padrão de melhora.

Conclusão

Dentro dos Studios de Pilates recebemos em sua maior parte pacientes portadores de dores crônicas e o entendimento sobre dor é o básico que todos os profissionais que atuam nesse ramo precisam saber para melhor tratar essa demanda de pacientes.

Visto que esse público precisa de atendimento diferenciado, pois carregam consigo uma bagagem de sintomas, vícios de posturas criados a partir do medo do movimento e que precisam ser tratados com demasiada cautela.

Temos uma ferramenta incrível em nossas mãos, que nos permite construir e desconstruir movimentos, ensinar padrões posturais corretos e corrigir sobrecargas articulares e musculares.

Por isso, precisamos apenas entender o que cada um dos nossos pacientes necessita.

O atendimento em dores crônicas é individualizado e muitas vezes precisa de um tratamento multidisciplinar, sendo necessário saber a hora de encaminhar nosso paciente para outros profissionais que atuem com o caso. Esse fato pode definir o sucesso do tratamento.

Também precisamos estar abertos para ouvir nosso paciente e jamais subjugar sua dor, já que ela é subjetiva. Respeito e empatia devem seguir em conjunto com a terapia física, pois a adesão ao tratamento é muito importante, além de esclarecer esses pontos com o paciente é fundamental.

Referências Bibliográficas

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