Esse é o segundo texto de uma série de textos que vamos estar postando a cada 15 dias! Ele é um guia completo para você que se interessa em trabalhar com o Baby Pilates e quer saber mais sobre o Método e o mercado.
No primeiro texto tentei mostrar pra vocês um pouquinho de como surgiu o método Baby Pilates, vocês já leram no Blog Pilates? Se não viu ainda, dá uma olhadinha aqui para vocês se situarem melhor no que eu vou conversar com vocês aqui hoje!
O assunto de hoje será sobre alguns pontos chaves que precisamos ter com a mãe, algumas prioridades que é preciso saber antes de introduzir o método do Baby Pilates em seu estúdio, aplicando o método com a sua aluna.
Antes de tudo, quando falamos que se trata de uma população especial, é por que ela tem um motivo para ser especial e por isso precisa ser lidada com todas as particularidades necessárias, através de um ESPECIALISTA desta população.
Parece confuso o que eu estou falando não é mesmo? Mas é simples!
Em meu estúdio eu não posso dar aula para todos os alunos como se eles fossem iguais. Imagina só uma sala com um idoso, uma grávida, uma puérpera, um atleta… São populações muito distintas entre si, com objetivos e particularidades próprias, e eu como instrutora preciso estudar e dominar o corpo de cada um para minha aula ser especializada para cada um.
Se não fizermos dessa forma, meu estúdio vai ser sempre “mais um” dentre os milhares da minha cidade.
E é por isso que eu estou aqui hoje, por que quero que vocês sejam ESPECIALISTAS na população do Baby Pilates, quero que vocês entendam as particularidades desta população de uma forma única, de uma forma ímpar, e que vocês sejam diferenciados por saberem lidar com eles.
Vamos lá?
Importância da Mãe no Baby Pilates
Recapitulando, quem será a população que vamos falar hoje?!
Vocês se lembram que o Baby Pilates é formado pelo dueto Mãe e Bebê, certo?!
Então hoje nós vamos falar sobre a Mãe, que vai ser a principal beneficiada de nossas aulas. Vamos entender alguns dos pontos chaves principais, e vamos introduzir quais foram e quais são algumas das modificações que essa mulher passou e ainda está passando durante esse Ciclo Gravídico – Puerperal.
O Ciclo Gravídico – Puerperal envolve todo o período da Gestação, do Parto e do Puerpério (período de retorno das condições pré-gravídicas), e podem envolver diversas mudanças sistêmicas, físicas e emocionais. Nós como profissionais especialistas nesta área vamos ter que dominar bem essas mudanças, separadamente e em conjunto.
As mudanças sistêmicas são aquelas que envolvem os sistemas respiratório, reprodutivo, tegumentar, urinário, digestivo e outros.
As alterações estéticas muitas vezes estão ligadas à insatisfação do “corpo no pós-parto” que modifica do estado pré-gravídico.
O corpo tem um tempo para regredir pois ele passou cerca de 10 meses gerando uma vida, então é comum que fiquem algumas marcas deste processo, e nós podemos ajudar com as queixas de flacidez, estriais, gorduras localizadas e celulites através de orientações sobre procedimentos estéticos e encaminhamento para outros profissionais da área.
Esses possíveis incômodos com a estética também podem se relacionar com possíveis mudanças emocionais. É muita novidade na vida da mãe, uma mudança de vida quando muitas ainda nem tinham uma rotina estabelecida.
São mudanças hormonais que muitas vezes mexem com o emocional podendo dar uma sensação de melancolia, sendo conhecida como ‘BabyBlues’. A insatisfação materna com o seu corpo pode ser um agravante ainda maior para esta tristeza puerperal.
Mas em outro momento nós entraremos em mais detalhes sobre este assunto, só gostaria que vocês associassem bem a importância de conhecer cada detalhe da população em questão, para inserirem o método de forma embasada e segura em seus estúdios, e assim proporcionaremos uma qualidade de vida diferente para elas.
Abaixo preparei para vocês, de maneira resumida, algumas das modificações que acontecem nesse período e são de suma importância para vocês saberem.
Mudanças no Corpo da Puérpera
Involução Uterina
O processo de involução do útero inicia logo após o nascimento do bebê, e se dá pela diminuição do tamanho das células musculares lisas que formam o útero.
Este processo continua pelo puerpério, e pode ser acentuado durante o período que a mãe amamenta, através do Reflexo Útero Mamário, sendo explicado pela estimulação do mamilo e ácidos galactóforos que liberam ocitocina, que por sua vez despertam a contração uterina (CABAR, 2006).
Assim, é importante sabermos, que a cólica durante a amamentação é comum de acontecer e tem seus benefícios.
Junto a este processo acontece o próximo:
Liberação dos Lóquios
Uma secreção vaginal que acontece até 6 semanas após o parto, como uma menstruação. Ocorre devida às intensas transformações na cavidade uterina, principalmente no sitio placentário (local que a placenta estava inserida).
E é um importante protetor de infecções.
Vagina
Em relação ao órgão da vagina, vocês lembram que pode ocorrer uma diminuição no estrogênio?
Pois bem, isto pode causar um ressecamento vaginal, gerando possíveis desconfortos no ato sexual. E é importante sabermos disso para conversarmos com as nossas puérperas de que é normal.
Lembre-se que o nosso estúdio não é apenas para tratar o corpo dela, como nos conversamos no texto passado.
Sistema Urinário
Preciso entender o que se passou, qual via de parto, se usou sonda, se teve laceração, se ela tinha alguma disfunção miccional durante a gestação, como está agora…
A Fisioterapia Pélvica é um mundo, principalmente quando se trata desta população.
Sistema Cardíaco
Agora a pressão e o volume de sangue estão se restabelecendo.
Cerca de 12 semanas após o parto o volume de sangue retorna, através da perda de sangue durante o parto e a eliminação dos lóquios. Os grandes vasos também vão retornando o seu calibre pré-gravidico, já que a veia cava inferior não está mais comprimida.
A pressão arterial e a circulação vão retornando. Isso faz com que possíveis varizes, hemorroidas, sangramentos de gengivas, retenção de liquido, melhorem e se restabeleçam nesse pós-parto.
Sistema Respiratório
Com a saída do bebê e a invólucro uterina o diafragma vai assumindo novamente seu formato de cúpula e vai terminando sua função respiratória, e a sensação de falta de ar comum na gestação vai sendo aliviada.
Sistema Digestivo
Muito importante, já vamos iniciar esse sistema com um gancho para diástase. Só um gancho, depois voltamos.
A mobilidade gastrintestinal estava diminuída devido a gestação pelo peso do útero sob ele. E com o alívio dessa pressão, a mobilidade vai retornando, mas pode surgir uma outra vertente, impotências dos músculos abdominais e perineais.
Pensem comigo: se eu estou com uma flacidez abdominal somado a um processo de involução de um grande órgão que estava ocupando boa parte da minha cavidade abdominal, é comum de imaginar que os demais órgãos estão “frouxos” e com suas funções alteradas, certo?
Além disso pode ter uma cicatriz pós-operatória ou uma sutura de lacerações que me dá medo de evacuar, sinto dor, incômodo. Então eu preciso de orientação à esse respeito também.
Sistema Tegumentar
E a pele e os cabelos? A estética da nossa aluna também importa, e é importante sabermos que no puerpério é a fase telógena que prevalece, uma fase de repouso do pêlo, favorecendo quedas de cabelo e unhas.
Além disso, a pele pode ficar mais seca, o ato de amamentar pode demandar uma perda hídrica, então requer muita hidratação, e durante a aula é importante oferecer água para ela.
A mãe pode ter ficado com estrias, melasma, glândulas de montegomery, e eu como profissional da saúde preciso ajudá-la.
Alterações Mamárias
Vasos aumentados, vascularização aumentada, produção de leite, tudo uma novidade. E é importante conhecermos tudo isso, inclusive porque a amamentação é muito importante e deve ser estimulada.
Mas como ela vai amamentar se ela sente dor? Se o peito está com fissura? Sempre indico para as minhas alunas para buscarem uma consultora de amamentação, e peço o mesmo para vocês!
Elas aprenderem corretamente, como ordenha, como fazer para o peito não “pedrar”, prevenir e/ou tratar uma mastite… tudo isso é importante!
Mas em nossas aulas podemos ajudar nesse processo também mesmo sem dominar tanto o assunto, através de orientações posturais, para não sentirem dores nem desconfortos.
Nas aulas posso e devo priorizar o fortalecimento de toda cadeia muscular envolvida para ela adotar essa postura e também quando ela precisar amamentar durante a aula, eu a deixo livre ao mesmo tempo em que posso sugerir exercícios durante a amamentação.
Alterações Posturais
São diversas não é?!
Iniciamos falando da amamentação, mas imaginem também todas as atividades de vida diária que ela precisa fazer repetidas vezes durante o dia, imaginem que ela esta cansada e sem dormir, e o pior, como todo o seu Power House desorganizado.
Parece não fazer sentido o que eu estou falando, mas faz muito!
Concluindo…
O Pilates é o melhor método para todos os pontos que eu falei com vocês aqui hoje, e é por isso que precisamos investir no Baby Pilates, para estimular uma medicina PREVENTIVA, para elas tratarem e condicionarem seu corpo para toda essa demanda no puerpério.
Para elas usarem as aulas como um suporte físico e mental para as suas rotinas, e assim poderemos melhorar a sua qualidade de vida, diminuir o cansaço, diminuir o BabyBlues.
Ah tenho tanta coisa para falar com vocês…
Anotem suas dúvidas, tentem estudar direitinho esse assunto. É muito importante que vocês estejam junto comigo nessa missão de implementar Baby Pilates em seus estúdios.
Se você tem interesse em saber mais, estou fazendo algumas lives sobre o assunto. De 15 em 15 dias, de quinta-feira na página da VOLL Pilates no Facebook. Que tal nos encontrarmos lá? A próxima é Quinta – Feira, dia 05/10!
Quer aprender ainda mais sobre o Baby Pilates? Em breve lançaremos o nosso curso Online! Para ter informações em primeira mão, entre no link e cadastre-se: https://goo.gl/YPJkpn